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quinta-feira, 6 de março de 2008

WILDERS TAMBÉM QUER IR ÀS COMPRAS...


Fotografia tirada em Aït Benhaddou, muito perto de Ouar-zazie-t. Sul de Marrocos.




Creio que Fernando Venâncio já se deu conta que, mesmo em Portugal, onde, salvo raras excepções apenas se discute o sexo dos anjos, esta temática sobre muçulmanos é outra louça do que os seus calmos e interessantes discursos sobre o galaico-português no Aspirina B. Os ânimos aquecem, os insultos, cada vez mais virulentos, destoam com o decorum politicamente correcto do autor do poste e, mesmo as ameaças de morte já fazem parte da rotina. Já parece a nossa querida Holanda, assim até nos sentimos enfim em casa…

Não estou inteiramente de acordo com o conteúdo do poste, mas tendo em conta que F. Venâncio optou pelo campo dos que não querem polarizar, dos condescendentes, acho um artigo decente. (Não se pode esperar do Papa que vá defender a liberdade sexual dos homossexuais. Damo-nos por muito contentes que pelo menos não decrete em bula papal que os gays devem ser atirados de prédios altos e de cabeça para baixo, como afirmam certos imãs nas mesquitas de Amesterdão).

Uma das poucas críticas que tenho em relação ao texto de F. Venâncio é que, na minha opinião, sugere que Wilders aparece num vácuo político! Que Wilders, juntamente com um opinion maker, se pôs a ponderar, a pensar em voz alta numa forma de obter rapidamente o poder: Deixa cá ver quem é que a gente há-de insultar hoje! Os budistas? Eh pá não, essa gente não dá luta. Os portugueses? Esses também não, vão acabar por nos gozar porque sempre nos ganham no futebol. Os belgas! Muito batido.

Os muçulmanos? ISSO, genial pá, esses gajos ao menos dão luta.. Temos imprensa garantida todos os dias…

Outra crítica, é que F. Venâncio parece dar a entender que o ser protegido de dia e de noite é um PRIVILÉGIO invejável: 'Wilders tem a plena liberdade de exprimir-se. Não como eu, ou como o meu vizinho. Não, ele é, depois da Rainha, o cidadão mais protegido no país.'

A posição de Wilders não é de maneira nenhuma invejável, e além disso, na Holanda, não é só ele e a Rainha que se encontram nesta 'invejável' posição, de terem de ser protegidos do islamismo militante. Há muita mais gente… Até mesmo seguidores de Alá mais moderados!

Última crítica que tenho é a utilização algo demagógica da senhora com medo de se encontrar no sítio errado, a horas erradas. O medo da senhora é compreensível, mas também poderíamos imaginar um cenário parecido: a senhora entra numa livraria para comprar um livro de cozinha, precisamente no momento em que um terrorista tenta matar a tiro o livreiro, porque na montra se encontra à venda Os Versículos Satânicos de Rushdie.
Será que devemos proibir Rushdie de escrever, para que a senhora possa fazer as suas compras à vontade?

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