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segunda-feira, 28 de abril de 2008

Irão: o bombista suicida!

A ideia de que o Irão está numa corrida desesperada pela obtenção, não só de armas nucleares, mas também de vectores para as lançar, é praticamente consensual, e as sucessivas resoluções do Conselho de Segurança demonstram-no à saciedade.
Mas o consenso quebra-se quanto à atitude a tomar. São poucos os países determinados a impedir que isso aconteça. A maioria, que diz não aceitar o desfecho, preconiza apenas medidas diplomáticas, o que equivale a dizer que, caso estas falhem, está disposta a aceitar um Irão nuclear.
No fundo estes países encaram um Irão nuclear como não sendo essencialmente diferente de outros que já as possuem, ou seja, um problema a que terão de se acomodar e com o qual será possível estabelecer um razoável modus vivendi.
Esta perspectiva “realista”, assente apenas na mecânica da carambola, não leva todavia em conta a natureza do regime iraniano.
O Irão é um bombista suicida à escala estatal, um regime que glorifica e promove o “martírio”, que tem mesmo unidades de “suicidas”. O comportamento do Irão, a ideologia que sustenta o regime e as declarações de alguns dos seus mais proeminentes líderes demonstram que o Irão não é facilmente acomodável às clássicas teorias da dissuasão.
A dissuasão, no seu melhor, poderá impedir uma nação de lançar sobre outra um míssil com uma cabeça nuclear, mas não o seu uso por um subcontratado não identificado e não conotado com o mandante. Ora o Irão é especialista nisto. Dinheiro e armas iranianas são entregues às toneladas a grupos no Afeganistão, no Iraque, no Líbano, na Palestina, na Europa, na América do Sul, etc; explosivos e mísseis iranianos são lançados todos os dias sobre Israel, por grupos pagos e sustentados pelo Irão.
A dissuasão não poderá também impedir o Irão de usar a sua nova imunidade nuclear para subverter os países vizinhos, ameaçá-los, levá-los a vergar às suas imposições, criar crises para fazer aumentar o preço do petróleo, etc.
E não poderá também impedir uma escalada nuclear generalizada por parte dos países da região (Turquia, Arábia Saudita, Egipto, etc.) alguns dos quais, sublinhe-se, já fizeram saber junto da AIEA, que pretendem também dar inicio a programas nucleares “pacíficos”.
A analogia histórica relevante não é pois o status quo da Guerra Fria, mas sim o período que precedeu a II Guerra Mundial, durante o qual o regime nacional – socialista foi consolidando o seu poder e desestabilizando os países vizinhos, perante a relutância das democracias em afrontá-lo.
Tal como o nazismo, o islamismo é uma ideologia totalitária que procura poder e que tenderá a criar e a ocupar todos os vazios que forem possíveis, se se defrontar com a inacção colectiva e a vontade de apaziguamento.
Basta imaginar o que seria o regime nazi dotado de armas nucleares, para ter uma ideia do que aí vem, não esquecendo que o Irão tem hoje mais população do que aquela que Alemanha nazi tinhanas vésperas de lançar mãos ao projecto do Reich dos Mil Anos.

9 comentários:

RioDoiro disse...

Lidador:
"A maioria, que diz não aceitar o desfecho, preconiza apenas medidas diplomáticas, o que equivale a dizer que, caso estas falhem, está disposta a aceitar um Irão nuclear."

Só pode preconizar medidas diplomáticas. Só podendo, tenta tirar o máximo proveito da debilidade pretendendo transformá-la em força "moral".

Começa por 'só poder' por não ter músculo. Não tendo músculo gere a coisa pela lógica "pacifista". Entretanto, sabe que conta com a protecção do tio Sam.

Numa primeira fase (Iraque) os diplomáticos acentuavam a "alternativa diplomática" acicatando Bush. Nos dias de hoje parece que perderam o ímpeto.

Sabe-se lá quantos atentados foram evitados graças à CIA. Não é boa ideia morder quem nos dá a mão.

As águas têm passado por debaixo da ponte e hoje só falta ouvir-se a exigência da manutenção de Bush, mais um mandato no poder (claro que não pode), para "castigo (dele próprio)".

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Renato Bento disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Renato Bento disse...

Excelente análise lidador

Diogo disse...

«A ideia de que o Irão está numa corrida desesperada pela obtenção, não só de armas nucleares, mas também de vectores para as lançar, é praticamente consensual, e as sucessivas resoluções do Conselho de Segurança demonstram-no à saciedade»

Tenrinho!

EJSantos disse...

"Tal como o nazismo, o islamismo é uma ideologia totalitária que procura poder e que tenderá a criar e a ocupar todos os vazios que forem possíveis, se se defrontar com a inacção colectiva e a vontade de apaziguamento."

E quanto a isto não há argumentos contra.

Anónimo disse...

Este texto está cheio de visões mas poucos factos. Onde é que se baseia para escrever o seguinte:

"Dinheiro e armas iranianas são entregues às toneladas a grupos no Afeganistão, no Iraque, no Líbano, na Palestina, na Europa, na América do Sul, etc;"

ou será que tem informações privilegiadas para sustentar que:

"...explosivos e mísseis iranianos são lançados todos os dias sobre Israel, por grupos pagos e sustentados pelo Irão."

Parece-me muita parra para muita uva, sendo que a uva neste caso foi:
"A analogia histórica relevante não é pois o status quo da Guerra Fria, mas sim o período que precedeu a II Guerra Mundial..."

A sua análise deste problema é muito superficial. Um ataque directo ao Irão é neste momento impossível e um erro estratégico. O apoio tácito de Russia e China é incontornável, o Iraque não permite aos USA mobilizar tropas para este conflito e a própria mobilização de tropas para este conflito faz com que outros se reforcem.

Infelizmente os USA cometeram um erro brutal ao decidir esta guerra e não só criaram condições para aumentar o terrorismo como quebraram o equilibrio precário que existia no Médio Oriente.

Unknown disse...

Ó stran, prometo que logo lhe respondo mais circunstaciadamente, até porque vejo que sabe pouco e tem uma genuina vontade de aprender.

Mas antes disso, em que fica?
Um ataque ao Irão é impossível, ou errado?
É que se é impossível, não pode ser errado e se é errado é porque é possível.

Clarifique...se calhar não era bem isso que queria dizer e na excitação descuidou-se.
Acontece tb aos cavalos quando tentam saltar um obstáculo...é natural, transferem força para os músculos das patas e relaxam momentanemente os esfíncteres rectais.
A natureza manda!

Anónimo disse...

..."prometo que logo lhe respondo mais"...

fico então a aguardar a resposta.

"Um ataque ao Irão é impossível, ou errado?"
Quando me referi à impossibilidade estava a me referir estrategicamente e logisticamente. Mas pelos vistos deveria ter utilizado a palavra dificil.
Respondendo agora à sua questão um ataque ao Irão é dificil e errado.

P.S. Poucas coisas neste mundo são impossíveis...

Unknown disse...

Mto bem, Stranger.
Agora que já se penitenciou pela asneira, vamos então às suas objecções.
Claro que eu não tenho na minha mão documentos que provem que o Irão entregou no dia X, o explosivo Y, e os dólares Z ao grupo H.
Não, não tenho.
Mas tenho aquilo que você tb tem: acesso ilimitado à informação. E se o Stranger se der ao trabalho de fazer uma pesquisa na net, terá acesso a centenas de notícias que dão conta de material iraniano capturado no Líbano, no Iraque, no Afeganistão, etc.
Você pode dizer que não são provas. POis não, ma si no e vero é ben trovato. As notícias são oriundas de muitas fontes algumas delas credíveis. E são verosímeis.
Na giria dos serviços de informações, uma notícia verosímil,provável, de fonte segura, confirmada por outras fontes, leva a classificação A1 e é ouro.

Por exemplo, o sistema judicial argentino emitiu mandatos de captura internacionais contra alguns responsáveis iranianos, por causa de umas explosões contra os judeus, na Argentina.
É uma informação credível e segura.
Os americanos, israelitas, ingleses, alemães, etc, já relataram a captura de material inequivocamente iraniano nos respectivos TO. É credível e seguro.
Há notícias de que o Irão financia grupos de extrema direita e extrema esquerda na Europa. As fontes não são seguras, mas a notícia é credível. Um banco iraniano (Meli), vai ser brevemente embargado na Europa por actividades financeiras ligadas ao apoio ao terrorismo. É uma informação credível e segura.

E toda esta informação são peças de um puzzle fácil de construir e cuja imagem é clara.

É como a Lua. Nunca lá fui, mas as fontes que me referem a sua existência são credíveis e seguras.
Portanto acredito que a Lua existe.

Mas não tenho provas.

O Stranger, acreditará no que quiser.
E se não quiser acreditar em nada que não veja, então meta os dedos na tomada eléctrica para ver se a electricidade existe mesmo.