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terça-feira, 24 de junho de 2008

O mundial é nosso

Chegou ao fim a expedição lusa pelos alpes – Debelada por alguma tribo germânica? Furaram os pneus do autocarro? Pouco importa, o azar de uns é a sorte de outros. Cerceado o direito à blogga e sitiado por quatro canais o feito sabe a bifes de alce na brasa. O tempo não está para a foleirada dos selvagens da bola mas para os foliões dos comes e bebes. Pelo menos o carnaval fora de época vem demonstrar o nível de ilustração desta gente. O país exibe-se tão analfabeto como na pior hora fascista, eis o que temos, eis o que somos, uma nação de emplastros a perseguir câmaras de tv e a profetizar glória nos relvados internacionais. O que os redis da ocde e do fmi nos nega buscamos no pano verde dos estádios. Ainda o árbitro não apitava para o jogo Turquia-Portugal e já a pátria coroava-se campeã – a cada directo, a cada brecha intervalesca para publicidade – brindava-se de êxito por que estava escrito nos astros e nos remates ziguezagueantes do Cristiano Ronaldo. “Tem de ser, o caneco é nosso”, asseverava extasiado o povo verde-vermelho – rigores da metafísica professada pelos amantes do 4x3x3 ibérico, historicismo uefeiro que Hegel jamais suspeitou mas que esta tribo pratica de dois em dois anos a pedir meças a Heraclito ou a Platão.

12 comentários:

RioDoiro disse...

"4x3x3"

De facto, até nessa matemática somos analfabetos.

.

R disse...

É estranho virem os "demagogos" e paladinos "bushistas" miar contra o nosso benemérito desempenho tanto em campo, como em apoio.

O futebol (incluído o nosso) move milhões de dividendos, preenche o que não temos e ocupa os borregos que provavelmente andavam a bater na mulher em casa. Há exageros? Talvez, mas como no unilateralismo Americano, há sempre partes a limar e excessos. Se o povo gosta, porque não ter 24 horas de noticiário "interessante" e comovedor?

Se, não arranjamos melhor, porque não fazer do Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro um semblante do nosso País e "cultura"?

Se, não temos mais nada que umas míseras terras que não são aráveis, porque não investir nos estádios? Porque não mover os recursos para aquilo que pelo menos é bem gerido no nosso País e move milhões?

Viva o futebol, viva. AVÉ.

Anónimo disse...

Caro DLM

Outrora era a religião, agora é o futebol. Todos temos o nosso ópiozinho de estimação...
Quanto aos directos fastidiosos e ao 4x3x3, só prova que estamos nitidamente de ressaca, com espasmos musculares, devido à falta de "produto". Esse cabrão do Schweinsteiger cortou-nos a ração...

Unknown disse...

Ora, DLM, o futebol é muito mais do que 22 gajos a correr atrás de uma bola.
O Desmond Morris ( A Tribo do Futebol) escreveu um livro interessantíssimo a demonstrar que não só o jogo é necessário, como este jogo em particular tem uma importância do caraças no bem estar-social, permitindo expressar e reforçar sentimentos de pertença que são essenciais à espécie.

Quanto a Portugal, que mal há em apostar no velho "Fado, futebol e Fátima"?
É "fássista"?

Bem, se lhe juntarmos o Sol, temos todo um projecto de futuro.
Os suiços têm o queijo, os bancos e os relógios, e nós temos a Marisa, o Camané,a Ana Moura, a Mísia, etc, que vendem bastante bem por esse mundo.
Os nossos futebolistas são um produto e excelência e fazem mais pela marca "Portugal" do que o Ministro Pinho e o Allgarve.
Fátima é o pólo de um florescente turismo religioso que dá de comer e muita gente.
Fátima, a cidade, nem sequer existiria se não fosse por haver para ali senhoras empoleiradas em azinheiras.

A coisa é clara, caro DLM. Fado, Fátima, Futebol, e Sol, são, sem complexos, o nosso petróleo, o nosso queijo, a nossa Nokia, etc.

Para além disso, quem não se sente empolgado ao ouvir soar o hino nacional no ambiente de um estádio, não tem sangue nas veias e, como dizia o Pessoa, não passa de besta sadia, cadáver adiado que procria.

Penso eu de que.

R disse...

Algum dos cabecilhas daqui sabe como é feita a "triagem" para os jogadores da NBA no futebol Americano?

Onde as grandes equipas vão buscar os jogadores?

Eles lá mantém o laço com o "campus" universitário e terminam a escolaridade (normalmente com boas notas), em parceria com o ramo desportivo.


Uma "cultura" muito diferente destes ciganitos de "rabo-de-peixe" e "cruz vermelha" de onde saem directamente para a 1ª divisão de futsal e futebol 11.

David Lourenço Mestre disse...

Luis

Kierkegaard chamava-lhe o agulhao contra todos os sonos... deve ser o angulo religioso.

Na proxima segunda o caro Luis e a respectiva familia está em casa?

Lidador

"Quanto a Portugal, que mal há em apostar no velho "Fado, futebol e Fátima"?"

Nada contra, mas nao me peçam para desafinar em palco nem para jogar à bola... sou agnostico

Paulo Porto disse...

Vicissitudes:

"
Eles lá [NBA] mantém o laço com o "campus" universitário e terminam a escolaridade (normalmente com boas notas), em parceria com o ramo desportivo.
"

Sugiro-lhe a leitura do último do Tom Wolfe, 'I am Charlotte Simons' e verificará que não podia estar mais longe da verdade. A realidade dos desportistas universitários americanos está mais próximo da 'Rabo de Peixe' que referiu do que imagina.

Paulo Porto disse...

Corrjo 'Simmons'

Anónimo disse...

"Nada contra, mas nao me peçam para desafinar em palco nem para jogar à bola... sou agnostico"

Tão bom jogador que o meu caro poderia ter sido...a sacana da bola é que atrapalhava...


Vicissitudes

"Uma "cultura" muito diferente destes ciganitos de "rabo-de-peixe" e "cruz vermelha" de onde saem directamente para a 1ª divisão de futsal e futebol 11."

Mas é precisamente do gueto que saiem os grandes jogadores. Recordo-lhe as favelas do brasil, grandes viveiros futebolisticos.
Qualquer dia quer uma ASAE para fiscalizar onde brotam os futebolistas, não ?
Deixemo-nos, pois, de intelectualizar o futebol, de pretender jogadores instruidos. O que queremos é disfrutar do desporto rei. Se eles estudam ou não, who cares ?

R disse...

Não e isso PAULO PORTO.
E também não é isso LUIS.


A ver se me faço entender.

Claro que há corrupção e muitos dos que entram na NBA saem por "compadrio" da instituição escolar. Maus alunos que realmente só servem para a NBA ou o futebol Americano, claro. Mas, a cultura vigente é a de esforço em ambas as áreas. Há bastantes jogadores a terminar os estudos que têm mais regalias na NBA ou no Futebol Americano profissional.

É claro que eles vêm de ambientes hostis etc etc etc e muitos fizeram a "nova-burguesia" Afro-Americana que só compra o produto já feito. Mas falo e refiro-me à cultura vigente, muito diferente da Portuguesa que cria o baluarte da vanguarda num pé rapado que mal sabe falar.

Anónimo disse...

"Mas falo e refiro-me à cultura vigente, muito diferente da Portuguesa que cria o baluarte da vanguarda num pé rapado que mal sabe falar."

Mas assim é que eles estão bem. Divertem-nos no campo e fora dele. Agora a sério, o problema está no sistema educativo, já de si fraco, e principalmente na educação, ou falta dela, recebida pelos pais em casa. Se qualquer perna de pau, muitas vezes incentivados pelos pais, abandona os estudos ao nono ano, de quem é a culpa ?
As ilusões de enriquecimento rápido, a fama precoce, enlouquecem estes idolos, e respectiva entourage, com pés de barro.

R disse...

O problema não é tanto esse, é mais os dividendos que os "patos-bravos" retiram desse estrelato.
A ninguém interessa que eles aprendam, tal como a ninguém em Portugal interessa a "economia de mercado". A ninguém interessa a reforma da Função Pública porque a concentração de capital da classe média está aí. A ninguém interessa o código laboral porque adaptar a mentalidade ao mercado é uma mentira que nos pregam e ninguém quer isso. É por isso que ainda se fala na "revolução do povo a 25 de Abril" ou se colocam índios das ilhas a jogar futebol. Enquanto Portugal não se assumir como um país mísero, retrógado, conservador (estruturalmente e culturalmente) e um país repleto de chicos espertos e patos bravos, nunca avançaremos sem dar dois passos atrás.

Esse estrelato que o futebol encanta enquanto símbolo nacional (independentemente de alimentar muita boca, porque alimenta muita boca) é meramente o sinónimo da nossa campa cultural. Portugal é o vazio total, mas preenchido a chouriço por BERARDOS que lá nos cede um pouco da sua cultura. Quando não há "berardos" e ceder a cultura, lá se pega num brasileiro ou num índio e lá está ele a brilhar.



Já dizia o outro;

ESTADO DE DIREITO MASÉ A MERDA!


Revolução Cultural nesta merda que as estruturas estão gangrenadas!