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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Unilateralismo ou acomodação?


Aprecio muito a sensatez e o conhecimento do Dr. Adriano Moreira. Homem sério, político às direitas. Porém, há coisas que me deixam a pensar.

Vejamos: no dia 7/3/2005, o Dr. Adriano Moreira deu uma entrevista ao Publico e à Rádio Renascença, que só agora encontrei na Internet. Nessa entrevista, Adriano Moreira pronuncia-se, embora que de forma indirecta, sobre a Guerra no Iraque.

O antigo líder do CDS/PP afirma o seguinte: "(...) Eles estão todos os dias a pagar um preço de sangue muito severo. Portanto, isso não vai libertar o território da presença Norte-Americana a curto prazo. É preciso assumir que não foram encontradas armas de destruição maciça, ou seja, esse perigo não estava lá mas acabou por ser lá instalado com uma reacção de uma parte da população contra os ocidentais (...)"

"A atitude do Presidente Bush, como se viu nas eleições, tem resposta na América profunda e temos que aceitar isso. Mas a América profunda, por grande que seja o poderio dos EUA, está no mundo como qualquer outro país".

O melhor veio no fim: "(...) A experiência do Iraque deve ser a vacina definitiva contra os unilateralismos (...)".

Agora vejamos o que afirma o mesmo Adriano Moreira, no seu livro Teoria das Relações Internacionais, da Al-Medina: "Quando, em 1991, o Iraque foi confrontado com uma coligação de trinta e dois Estados, liderada pelos EUA, para retirar do Koweit que invadiu e anexou em 2 de Agosto de 1990, operação conhecida como Tempestade no Deserto, o Presidente Saddam Hussein, responsável por vários graves atentados contra a Ordem Internacional, sobreviveu apoiado num consenso internacional, que não pediu, em favor do statu quo. Continuou IMPLACÁVEL no ESMAGAMENTO da oposição, na DESTRUIÇÃO dos chiitas do Sul e, de caminho, de bairros de Bassorah, de Kerbala e Nadjat, MATANDO cinquenta mil pessoas e fazendo EXILAR sessenta mil, ao mesmo tempo que continuava com a REPRESSÃO BRUTAL dos curdos e mantinha o projecto de conseguir fabricar armas atómicas. Outros exemplos documentam essa situação de impotência da comunidade internacional para submeter o desenvolvimento político ao modelo ocidental recolhido pela lei internacional".

Afinal de contas, o que defende em troca do "unilateralismo"?

19 comentários:

ml disse...

Meu caro RB

Se fizer uma reflexão em cinco pontos entende perfeitamente.

1. Tem andado pouco atento ao Adriano Moreira e está a misturar 1991 com 2003, como se o discurso do AM não reflectisse esses dois tempos diferentes.
2. O Adriano Moreira sabe que a invasão do Iraque não teve a ver com o despotismo do Saddam e dissocia os dois factos.
3. O Adriano Moreira sabe que à data da invasão o Saddam não constituía perigo de destruição maciça e sabe que os invasores sabiam disso.
4. O Adriano Moreira sabe que foi o Bush-pai quem deixou o déspota Saddam no poder para depois o idio... o Bush-filho justificar a invasão com esse despotismo.
5. O Adriano Moreira é inteligente demais para sofrer de pensamento binário. A direita não é toda estúpida.


O melhor veio no fim: "(...) A experiência do Iraque deve ser a vacina definitiva contra os unilateralismos (...)".

Vem no fim mas continua a ser o princípio que defende ainda hoje, ano da graça de todos os perigos.


da Al-Medina

A livraria mudou de nome? Ainda não se nota na actividade editorial.
E o Arco?

Renato Bento disse...

"1. Tem andado pouco atento ao Adriano Moreira e está a misturar 1991 com 2003, como se o discurso do AM não reflectisse esses dois tempos diferentes."

Portanto não considera que exista uma certa falta de coerência? Eu não conheço a opinião concreta do AM sobre o Iraque, por isso também não sei concretamente. Mas a mim parece-me que existe.

"2. O Adriano Moreira sabe que a invasão do Iraque não teve a ver com o despotismo do Saddam e dissocia os dois factos."

Mesmo que assim seja, isso não invalida muita coisa. As causas por vezes não são relevantes (pode ou não ser aplicado no caso).

"3. O Adriano Moreira sabe que à data da invasão o Saddam não constituía perigo de destruição maciça e sabe que os invasores sabiam disso."

Portanto o perigo só veio depois da invasão do Koweit?

"4. O Adriano Moreira sabe que foi o Bush-pai quem deixou o déspota Saddam no poder para depois o idio... o Bush-filho justificar a invasão com esse despotismo."

Nada disso. Quem deixou foi o ocidente todo. "impotência da comunidade internacional"

Renato Bento disse...

"Portanto o perigo só veio depois da invasão do Koweit?"

Emenda: "Portanto o perigo só veio durante a invasão do Koweit"?

ml disse...

Portanto não considera que exista uma certa falta de coerência?

1. Não. Vai ver que ele até acreditou num homem como o El Baradei e nas inspecções da ONU. Lá porque as conclusões a que chegou não foram as que a tal direita queria ouvir, tudo indica que para o Adriano Moreira foram suficientes.


2. As causas por vezes não são relevantes (pode ou não ser aplicado no caso).

Pois não, tudo menos relevantes, e que só convenceram a tal ‘América profunda’ de que o Adriano Moreira fala.


3. Portanto o perigo só veio durante a invasão do Koweit?

Parece-me que há aqui um mal-entendido, eu referia-me concretamente à invasão do Iraque e não à do Koweit.

De qualquer modo e continuando nessa linha, entre o Kuweit e até uns tempos antes da invasão do Iraque era considerado um perigo real e daí os bombardeamentos continuados do sul e as inspecções da ONU, que obrigaram o Saddam a destruir muito material.
Aquando do bombardeamento da fábrica de medicamentos já o El Baradei colocava fortes dúvidas quanto ao poder destrutivo do Iraque e pedia mais uns meses para o confirmar. Mas a última coisa que o idio... o Bush-filho queria era que se descobrisse o logro.


4. Nada disso. Quem deixou foi o ocidente todo. "impotência da comunidade internacional"

Sim, sim. Eufemismos de políticos. Impotência, como? O Iraque perdeu a guerra. E voltou ao mesmo, ao mesmo Saddam déspota e cruel que já era quando lhe forneceram as armas para combater o Irão. Nessa altura não havia preocupação com os curdos, com as armas químicas contra a própria população, etc. E continuou a não haver a seguir à guerra do Koweit, quando ele chacinou os xiistas que se tinham colocado do lado da ‘comunidade internacional’. E o Bush-pai de consciência tranquila, a pescar no Maine.
Só muito mais tarde num radioso dia de sol um clic inteligente soprou aos ouvidos do idio... do Bush-filho, que largou as tarefas do rancho e pensou, "ora, aquele homem é capaz de ser um bocadinho violento e até tratar mal os próprios concidadãos, quem sabe! Pelo sim pelo não, vamos até lá libertá-los".

Acha que o Adriano Moreira era capaz de fingir que isto se passou assim? Quanto a mim tem demasiada consideração por si próprio para se deixar apanhar em análises tão grosseiras.

Renato Bento disse...

Nesse caso, a palavra de Baradei é, para Adriano Moreira, a palavra de Deus. Creio que não foi Baradei que ajudou o Adriano a chegar a alguma conclusão.

Independentemente das causas, a legitimidade da guerra pode, a meu ver, alcançar vários prismas. À direita e à esquerda. E não é por acaso que o Adriano diz aquilo que diz no livro.

"Nessa altura não havia preocupação com os curdos, com as armas químicas contra a própria população, etc."

Maldita realpolitik..

ml disse...

Se o El Baradei é deus ou o diabo, só o Adriano Moreira o pode afirmar. O que é público e notório é que nunca foi na tanga das ADM e que continua a falar do 'grave desvio unilateralista da invasão do Iraque'.


E não é por acaso que o Adriano diz aquilo que diz no livro.

Bem, eu não li o livro que refere, mas na parte que transcreveu não vejo onde ele legitima a invasão do Iraque. Apenas legimita as operações militares que se seguiram à invasão do Koweit.


Sim, é claro que a Realpolitik é o que é. Escusam é de partir do princípio de que todo o mundo é a 'América profunda'.



Agora sou eu que tenho que fazer uma errata, com as reescritas saiu outra coisa.

*Aquando do bombardeamento da fábrica de medicamentos, o El Baradei continuava a colocar fortes dúvidas quanto ao poder destrutivo do Iraque...

Renato Bento disse...

O Adriano não refere se é a favor, quer de uma quer de outra guerra, mas expõe argumentos que nos podem levar a ser a favor ou contra as duas. A intemporalidade do livro leva a que este possa ser aplicado actualmente (como é óbvio).

Anónimo disse...

RB,


"2. O Adriano Moreira sabe que a invasão do Iraque não teve a ver com o despotismo do Saddam e dissocia os dois factos."

Mesmo que assim seja, isso não invalida muita coisa. As causas por vezes não são relevantes (pode ou não ser aplicado no caso)."

Julgo que esta é a sua frase mais "forte" nestes comentários todos. As causas não são importantes na decisão de uma guerra?

Como não são importantes?

Normalmente a decisão de uma guerra nos tempos actuais (no ocidente) é sempre fundamentada, explica-se sempre as causas (aliás G.W. Bush perdeu muito tempo nessa àrea).

Para si alguém pode decidir amanhã uma guerra (p.e. Portugal-Marrocos) que para si a causa não é relevante?

RioDoiro disse...

Do mesmo Adriano Moreira:

"Não é razoável imaginar que ao eventual unilateralismo de intervenções discutíveis se pode responder com um multilateralismo de abstenções."

Aqui, com links:
http://range-o-dente.blogspot.com/2005/05/adriano-moreira-os-custos-da-vitria.html

.

ml disse...

stran

O próprio Adriano Moreira dá a sua opinião, que me parece não ficar longe da opinião da maioria dos que se manifestaram e continuam a manifestar.

derivas de face missionária e interesse próprio.

Os pretextos papagueados pela 'América profunda' é que são totalmente irrelevantes.

ml disse...

caro dentinho, já que estamos numa de ‘Adriano Moreira said…’, aqui vai o resto do que transcreveu.

Mais uma vez, a intervenção da ONU, a convenção contra o terrorismo, a chamada à cooperação e à responsabilidade colectivas são definições sem alternativa para repartir os riscos e os custos com equidade e eficácia.

Que se completa com estas, actuais.

Uma coisa é a ingerência legitimada pela comunidade internacional, oposta à indiferença para com as calamidades que atingem os outros povos e Estados: outra bem diferente são as derivas de face missionária e interesse próprio.

Porque estas derivas esquecem que a primeira exigência aos Estados é a do respeito pelo ordenamento internacional: intervir porque a ordem interna não corresponda aos princípios exige respeito pela definição ética e jurídica do direito-dever de intervenção, que não consente nenhuma deriva unilateralista.

...

A evolução da estrutura da União [Europeia], que adquiriu um pilar de segurança e defesa, enfrenta um processo de síntese, cultural e legal, porque os exércitos prestam juramento nacional, mas a convergência para o interesse comum vai impondo a criação de um tecido cultural que harmonize a fidelidade nacional com a unidade de objectivos e desafios. O grave desvio unilateralista da invasão do Iraque tornou a exigência mais inquietante, por tornar evidente que se cada Estado tem de preservar a coerência da União, esta tem de evitar o risco de abalar o tecido conjuntivo da Aliança Atlântica.



E é neste contexto de preocupação com a defesa dos interesses da União Europeia, em primeiro lugar e acima de tudo, que se desenvolve sempre o seu raciocínio. Como é normal e natural num europeu.

RioDoiro disse...

"preocupação com a defesa dos interesses da União Europeia"

Pois. Os interesses de Bush, perdão, da Europa acima de tudo.

Entretanto,

"Porque estas derivas esquecem que a primeira exigência aos Estados é a do respeito pelo ordenamento internacional"

Em que ficamos? No caso da Europa, os seus interesses (acima de tudo) sobrepõem-se ao respeito pelo ordenamento internacional?

Ou o ordenamento internacional é resultante da definição (da coisa) parida pela Europa, portanto, acima de qualquer suspeita e, naturalmente, à luz dos seus melhores interesses?

.

ml disse...

Os interesses de Bush

Será como diz, mas o que ele escreve e afirma é uma coisa diferente. E principalmente tem o decoro de não se babar perante o sol-da-terra2. Pelo contrário, vejo-o é preocupado com a Europa e a construção europeia.

Por isso, a busca de um projecto de governança confiável não pode ser fixada e dramatizada na rejeição de uma proposta de Tratado, como se apenas houvesse para cada futuro uma visão de método sem alternativa. Também não é o prestígio dos proponentes do método de Lisboa que está em causa...
...
Aquilo que talvez possa ter-se por adquirido é que as Forças Armadas europeias, e por isso as Forças Armadas nacionais que as integram, não são inspiradas por nenhuma agressividade. Espera-se que a União apareça como uma força tranquila, mas atenta e capaz de responder à inquietante polemologia que envolve a segurança e defesa de todos, e de cada um.
...
De facto o globalismo económico destacou a agressão económica como um instrumento estratégico da maior importância e perigosidade. Neste caso, a Europa está numa situação de vulnerabilidade aguda, como subitamente se tornou evidente com a crise dos combustíveis.
...
Fenómenos colaterais da globalização dos mercados, efeitos das guerras internas ou exercidas por procuração, a tendência para considerar os países pobres como apenas úteis pelos recursos naturais a explorar, são algumas referências da crítica que envolve a alarmante situação.
...
... a convicção antiga dos EUA de que são a nação indispensável, ao mesmo tempo missionária dos valores democráticos e detentora da proeminência nas balanças estratégica e económica mundiais.

Os sinais dos tempos parecem orientar no sentido de que aquelas componentes do interesse permanente americano exigem uma reavaliação.
...
São eventualmente oportunas e fundadas opiniões sobre a revisão da atitude americana em relação a Cuba, cujo povo sofreu ao mesmo tempo os efeitos do regime e do embargo externo, exigências no sentido de que obrigações como as dos tratados sobre as mudanças climáticas ou sobre a justiça penal internacional sejam obedecidas, lembranças da reparação possível dos erros da intervenção armada.

... porque não parece suficiente que a nova Administração mude de objectivos sem abandonar o unilateralismo.

Isto porque parece indispensável reconhecer que a mudança esperada e aconselhada corresponde também a um enfraquecimento da capacidade americana que apenas a solidariedade de aliados pode compensar.

Mas a errada leitura do fim da Guerra Fria, que parece ter inspirado o errado unilateralismo americano...


Se lhe parece que o Bush ocupa um lugar confortável neste retrato, agradeço que me ilumine.


Em que ficamos?

Será uma boa questão a colocar-lhe directamente, mas das suas palavras não deduzo isso. Deduzo, porque está expresso, que a invasão do Iraque foi uma violação do direito internacional e que infelizmente a Europa não teve força suficiente para enquadrar o Reino Unido nas decisões da ONU e evitar que alinhasse com o erro.


Ou o ordenamento internacional é resultante da definição (da coisa) parida pela Europa

É, é resultante dos mapas desenhados pelo colonialismo europeu.
E...?

Renato Bento disse...

"As causas não são importantes na decisão de uma guerra?"

São importantes para a maioria das pessoas mas muitas vezes não são importantes para os governos que atacam. Ou não concorda comigo? (relembro que estou a abordar as causas argumentadas, não as verdadeiras causas, muitas vezes escondidas).

Por vezes afirmei eu. Tive a preocupação de elucidar que isto poderia servir ou não para o caso em questão. O interesse e o poder são as verdadeiras causas da maioria das guerras (deve andar na ordem dos 99,9%).

As causas que todos nós ouvimos não são importantes, na medida em que muitas vezes nem sequer são as verdadeiras. Creio fui mal entendido caro Stran.

RioDoiro disse...

Ml,

O que citei e o que cita confirma a minha afirmação inicial: Adriano Moreira tem tomado posições muito oscilantes face aos acontecimentos.
O facto de, no balanço, carpir mágoas em relação aos falhanços da Europa (perante ela própria para começar) coloca a conversa num patamar anterior. A Europa o não pode querer ser antes de o ser.

"Espera-se que a União apareça como uma força tranquila, mas atenta e capaz de responder [...]"

Espera-se? Espera quem? Talvez Adriano Moreira. Algum europeu se vê a morrer nalgum ponto do mundo? (falo daquilo que o 'europeu' comum pensa - à excepção dos ingleses ~ e não daquilo que a ML acha que ele deve pensar).

O que agora transcreve está cheio dos habituais papões, que nele vêm surgindo mais recentemente: globalização, etc. Ele vê ameaças onde o resto do mundo (desenvolvido - a África e parte das América do Sul continua a curtir os ditadores internos) vê oportunidades. A Europa continua a ver a globalização como um mal que vem de Marte e os dirigentes dela continuam a pensar que se colarem a cuspo uma 'potência europeia' se poderão apresentar à 'porta da globalização' para debitar postas de pescada.

A Europa que amestrar a forma como cada membro se relaciona com os marcianos. Fazendo-o, perde ainda mais o comboio.

... ah, e está na altura de meter a China na "luta contra o aquecimento global", que agora tem metas para daqui a 50 anos. Daqui a 25 serão 500.

.

ml disse...

meu caro dente, o ponto levantado pelo RB e que aqui se discute é se o Adriano Moreira vê o mundo e as relações internacionais de determinado modo e não a concordância ou discordância com esses pontos de vista. Isso seria uma outra discussão.

Parece que afinal a direita até se espanta com o não unanimismo das opiniões da direita sobre assuntos que assume como dogmas.

RioDoiro disse...

"o ponto levantado pelo RB e que aqui se discute é se o Adriano Moreira vê o mundo e as relações internacionais de determinado modo e não a concordância ou discordância com esses pontos de vista."

Eu acho que não tem razão.

O que RB levanta é a contradição que Adriano Moreira tem revelado. Condenar e defender é contraditório. Adriano não pode estar certo em ambos os casos.

Adriano recentemente parece defender um "avanço" da Europa tendo, no passado recente, acusado os seus membros de se comportarem como "inimigos íntimos". Neste cenário vir defender o aprofundamento da Europa parece-me contraditório. Parece que empurra com a barriga.

O barco mete água pelo casco. Metendo muito mais água pela boca do porão torna irrelevante a que entra pelo casco, portanto, há uma vitória.

.

ml disse...

O que RB levanta é a contradição que Adriano Moreira tem revelado.

Pois... não, a mim não me parece nada disso.
O RB achou estranho que quem considera o Saddam um sanguinário não apoie a invasão do Iraque.
O que eu respondi é que o Adriano Moreira sabe, como toda a gente, que a invasão nada teve a ver com as características pessoais, sociais e políticas de quem quer que seja.

Meu caro dente, é claro que não conheço tudinho o que o Adriano Moreira disse ou escreveu, mas se alguma vez pensou que ele punha os EU acima da Europa, desengane-se. Mesmo quando se zanga, é dentro da família. A velha escola 'nacionalista' moldou-o, para desilusão da direita babosa que esperava outra coisa dele. Levam a Nato e já não é mau.

Mas o que é que vos incomoda?
Depois de ter ouvido o que ouvi sobre a adoração do sol-da-terra1, é no mínimo irracional a mesma atitude da parte dos rotos que, passados tantos anos, continuam a chamar esfarrapados aos outros.

Mas sabe uma coisa? Alguns são os mesmos, só viraram a camisola. Dantes eram 'os amanhãs que cantam' e 'o horizonte é vermelho', hoje é o 'El Dorado'. O mesmo joelho em terra e chapéu na mão. A questão não reside nas ideias mas na estrutura mental.

Stran disse...

"Alguns são os mesmos, só viraram a camisola. Dantes eram 'os amanhãs que cantam' e 'o horizonte é vermelho', hoje é o 'El Dorado'. O mesmo joelho em terra e chapéu na mão. A questão não reside nas ideias mas na estrutura mental."

Simplesmente brilhante!