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terça-feira, 7 de outubro de 2008

Eleições Norte-Americanas XXI


(Este artigo era para ser colocado no blog há umas semanas atrás, mas tal foi impossível.)

A esquerda tem uma particular queda para arranjar os seus ídolos, os seus rostos, as suas vozes. Nada tenho contra isso, como é óbvio, pois todas as correntes precisam, necessariamente, de ter os seus símbolos e de se reverem em alguma coisa. Mas a esquerda surpreende pelo facto de conseguir substituir os seus ídolos quando quer, de se fazer apropriar de uns quando estes não lhe dizem absolutamente nada e de descartar facilmente os seus símbolos inconvenientes.

Assim, poderemos classificar como símbolos, rostos, vozes ou ídolos da esquerda à escala Mundial figuras como Lenine (o pai do primeiro país socialista do Mundo), Trotsky (o homem que ainda dá nome a partidos…), Estaline (o homem ao qual devemos a libertação do Nazismo. Porém, Estaline viu-se despromovido, por força dos milhões de homens assassinados por sua directa responsabilidade), Brejnev (o último grande czar da URSS), Mao Tsé-Tung (o pai do comunismo Chinês e do grande salto atrás era movido por um enorme coração, que o diga o célebre livro vermelho), Símon Bolívar (o inspirador de gerações e gerações de revolucionários Latinos), Che Guevara (o bom rapaz. O homem que tentou salvar a América Latina do fundo obscuro em que se encontrava), Fidel Castro (o adorado líder do país economicamente e humanamente desenvolvido que é Cuba) e Yasser Arafat (o inimigo dos malditos sionistas. Também foi despromovido porque, ao que consta, era um vendido).

A maior parte destes homens já morreu (só Fidel Castro, supostamente, não), mas nem por isso deixaram de ser venerados pela esquerda no global e pela esquerda estúpida em particular.

Poderíamos facilmente adicionar a esta lista de nomes Sartre, para além dos actuais Noam Chomsky, Hugo Chávez e Hassan Nasrallah.

Convém frisar, para não ser mal interpretado, que considero a esquerda de hoje dividida em dois importantes grupos: a estúpida e a briosa.

A estúpida considera-se a legítima e verdadeira sucessora de todos os nomes que se conseguem ler mais atrás, acusando a briosa de ser uma vendida aos interesses capitalistas e de não procurar o bem dos pobres e oprimidos. É a esta que geralmente me refiro quando falo de esquerda, é esta a esquerda que bate palmas a Chávez, Chomsky, Morález, Putin, Bin Laden, Bashar al-Assad, Mahmoud Ahmedinejad, Haniyyah, Nasrallah e às FARC. É esta a esquerda que não quer construção de estradas que matem duas formigas, é esta a esquerda que odeia os Estados Unidos da América, é esta a esquerda anti-Globalização.

A briosa teve o brio de se desvincular da estúpida e de alguns dos dogmas antigos, embora que não totalmente, e, dessa forma, teve a oportunidade de evoluir. Não bate palmas a todos aqueles nomes, mas também é bem capaz de não se levantar para os repreender. É a esquerda que, apesar de também não ir muito à bola com os Estados Unidos, é incapaz de negar o fenómeno Globalização.

A estúpida encontra-se bem mais forte que a briosa, bem mais organizada, bem mais motivada, bem mais aguerrida. A briosa não quer perder a sua independência mas, muitas vezes, não tem outra solução do que ceder ao intenso seduzir dos estúpidos.

Barack Hussein Obama, candidato à presidência dos Estados Unidos da América pelo Partido Democrático, afro-americano, jovem, sorridente e bom falante, é, como sabemos, o mais recente ícone da esquerda Mundial.

Foi difícil para todos entender o porquê de Barack Obama ter atingido um estatuto que nunca um Norte-Americano tinha atingido entre hostes tão avessas aos Estados Unidos da América e a tudo o que o país representa. A resposta a este porquê está relacionada com o facto de Barack Obama não ser um Norte-Americano comum.

Barack Obama é afro-americano e, dessa forma, pertencente a uma minoria que todos julgam ser profundamente desprezada nos Estados Unidos. Como sabemos este mito é falso, estando os Estados Unidos, a meu ver, superiores nesse aspecto até à Europa, a inventora da escravatura e do fascismo. A esquerda ama minorias e filhos de emigrantes, fazendo gala de mostrar que todos somos iguais e que todos merecem uma oportunidade (que novidade…).

Barack Obama é jovem, um homem com “espírito aberto” e sem dogmas. Barack nasceu no Hawai, a sua mãe no estado de Kansas e o seu pai em Nairobi. Cresceu na Indonésia, fumou droga durante a juventude. É um candidato que não teve uma vida fácil, que passou por muito, que é jovem e que compreende os problemas desta faixa etária (como enrolar uma ganza; como mandar um e-mail; como engatar uma miúda, etc.). Como se isso não bastasse, é considerado por muitos como o mais liberal senador dos Estados Unidos (obrigado Diogo por me ter informado que liberal significa “de esquerda” nos Estados Unidos. As suas intervenções são sempre bastante oportunas).

Barack Obama é sorridente e bom falante, um populista moderno. Consegue ocultar todas as suas opiniões sobre os mais diversos assuntos, fazendo com que toda a gente não saiba o que ele pensa, o que vem mesmo a calhar, diga-se. Baseia-se na ideia de mudança e de esperança sem dar a conhecer como as pretende alcançar. Política não é muito com Obama, até porque toda a gente sabe o sinónimo de político nos dias de hoje.

Seria Barack Obama conhecido e venerado a nível mundial sem o apoio e idolatração da esquerda? Seria Barack Obama considerado o vector da mudança sem as insistentes frases de apoio de intelectuais da esquerda estúpida e da esquerda briosa?

A resposta é óbvia: não. Mas Barack Obama sabia perfeitamente que podia tirar proveito de todo este mediatismo, de todo este clima de mudança, de todo este clima de compaixão à sua volta. Foi graças a este clima que ele conquistou a nomeação Democrata, mas com ele de certeza que não vence as eleições Presidenciais.

Portanto, seria necessário começar a mudar: começar a falar de política e começar a atacar o adversário, deixando de falar de céus estrelados, de florezinhas e de “políticas negativas” do seu adversário.

Foi isso que Barack Obama começou a fazer, para desilusão de muita gente: mas Obama tinha que o fazer, porque o maldoso do adversário, semelhante ao Bush, andava a dizer que Obama era inexperiente. Foi, portanto, uma desilusão justificada por aquilo que se estava a passar.

Começaram os ataques: John McCain é velho; John McCain é George W. Bush (até Bush, na convenção Republicana, rebolou no chão a rir: “John McCain não é como eu. Acreditem naquilo que eu vos digo, porque eu sei bem o que sofri”.); John McCain não quer sistema de saúde e vai ajudar os ricos; John McCain tem 7 casas; John McCain nasceu fora de solo Norte-Americano e não pode ser candidato; John McCain teve dois melanomas na pele, pode morrer a qualquer momento; Sarah Palin tem uma filha de 17 anos grávida; Sarah Palin nunca saiu do país; Sarah Palin não tem experiência; Sarah Palin está envolvida em vários casos nos tribunais (em abono da verdade, ainda não foi considerada culpada).

E a campanha bondosa e singular de Barack Obama foi por água abaixo. Mas os maus e autores da campanha negativa continuam a ser John McCain e os malvados dos Republicanos.

Confesso que não morro de amores por Sarah Palin, Mitt Romney era o meu preferido para vice-Presidente, mas a mulher tem sido autenticamente chacinada em praça pública! Barack Obama chegou ao cúmulo de enviar uma equipa de investigadores para o Alaska a fim de se descobrir todos os inconvenientes de Sarah Palin.

A jogada Sarah Palin foi uma jogada com uma única função: ganhar votos. Ganhar votos entre as mulheres, recolher o apoio de todos os conservadores mais radicais e dos religiosos. John McCain não escolheu Sarah Palin para o ajudar na Casa Branca, como Obama fez com a sua escolha. John McCain escolheu Sarah Palin pelos votos que esta é capaz de trazer.

Para aqueles que fazem questão de continuamente atacar Sarah Palin e a sua escolha, é importante frisar que, nos Estados Unidos, o vice-Presidente não tem poder rigorosamente nenhum. É um corta-fitas, um inaugurador, mas apenas quando o Presidente quer que ele seja isso. Porque, na verdade, ele pode nem ser nada.

Pode ajudar o Presidente, se este assim quiser; pode inaugurar, se este assim quiser; pode representar o Presidente, se este assim quiser; pode dar a opinião ao Presidente, se este assim quiser. Comparativamente, o cargo de Secretário de Estado é bem mais importante que o cargo de vice-Presidente. Só em caso de morte do Presidente é que o vice-Presidente adquire um poder de facto, independente do Presidente. Até lá, apenas possui poderes que o Presidente lhe conceda, se este efectivamente lhos conceder, pois pode até nem o fazer.

Talvez no aspecto de possível morte, e unicamente neste, é que a escolha de Sarah Palin pode reflectir insensatez de McCain. McCain já não é novo, e poderá ver-se temporariamente ou definitivamente incapacitado de desempenhar o cargo para o qual foi eleito.

No entanto, todos os relatórios médicos de John McCain apontam para que ele seja um homem que dure até aos seus noventa e muitos anos, tal como a sua mãe que, diga-se, ainda conduz e bebe uns bons copitos.

Ronald Reagan foi eleito Presidente também numa já avançada idade e foi, talvez, o melhor presidente dos Estados Unidos da América do século XX. E morreu 16 anos depois de terminar o seu segundo mandato!

Será mesmo importante o facto de Palin ter uma experiência reduzida, equivalente à do candidato Presidencial Barack Obama? Será importante o facto de Sarah Palin ter mais votos enquanto Mayor de Wissila do que Joe Biden quando concorreu para as eleições deste ano?

Não: o importante são os candidatos a Presidente e a comparação entre ambos. O que ambos querem, o que ambos pensam, o que ambos fizeram. Isso sim deve ser levado em linha de conta.

PS: Barack Obama descolou claramente nas sondagens (nacionais e estatais), já muito perto do fim das eleições. A máquina Republicana tem que começar a trabalhar. Caso contrário, Obama será o Presidente em Janeiro.

23 comentários:

Anónimo disse...

Mas os republicanos pediram investigação sobre as doações que o Obama tem recebido do estrangeiro e não demora vamos constatar que o Chávez também manda malas de dinheiro para o "cumpanheiro" do Norte.

Unknown disse...

US author of anti-Obama book detained in Kenya

Paulo Porto disse...

Caro Ricardo

Acompanho sempre com interesse estes seus posts. Mas não consigo dar a mesma dimensão ao perigo que vê em Obama. É verdade que me sinto isodado a este respeito e isso é uma razão extra para pensar.

Muito recentemente vi o 60 minutos onde os dois candidatos foram entrevistados em separado. Há uma óbvia preferência no tratamento jornalistico que é dado a Obama, mas vi o Obama, uma vez mais, ser mais acertivo sobre o Irão e a defesa de Israel do que Mccain.

Acho que a via dos EUA é estreita, duvido que algum presidente consiga deixar de fazer o que tem de ser feito.

Anónimo disse...

" É a esta que geralmente me refiro quando falo de esquerda, é esta a esquerda que bate palmas a Chávez, Chomsky, Morález, Putin, Bin Laden, Bashar al-Assad, Mahmoud Ahmedinejad, Haniyyah, Nasrallah e às FARC."

Só uma duvida tem encontrado alguém por aí que pertença a esta esquerda?

Anónimo disse...

"... porque o maldoso do adversário, semelhante ao Bush, andava a dizer que Obama era inexperiente. Foi, portanto, uma desilusão justificada por aquilo que se estava a passar.

Começaram os ataques:"

E quais são as suas justificações para os ataques da campanha de Maccain?

Renato Bento disse...

Caro Paulo

A minha opinião sobre Obama mudou muito nas últimas semanas, especialmente porque o verdadeiro Obama começou a revelar-se.

Isto foi plenamente vísivel nos dois debates realizados contra McCain. Obama esteve extraordinariamente bem (especialmente no desta madrugada) e McCain não estava, certamente, à espera disso, apesar de conhecer a grande veia oratória de Obama.

Gostei muito de ouvir Obama, especialmente naquilo que nos interessa, a política externa. As primárias já lá vão, como disse neste artigo, e é preciso começar a falar de política, a dar as suas visões. Obama fê-lo e fê-lo bem.

Há medida que as coisas vão avançando, mais me espanta o amor da esquerda Europeia e da esquerda global por Obama. Obama tomou, no debate de ontem, uma visão bem mais belicista que a de McCain.

Lembro-me, de por exemplo, Obama referir "que não podemos esperar pelas Nações Unidas", "que devemos fazer um bom trabalho e ser conscientes no Iraque", "que não devemos tirar nenhuma opção de cima da mesa".

Até quando durará o amor da esquerda global?

PS: O meu candidato continua a ser McCain, mas Obama não me fará comichão. Aquilo que dizia e fazia nas primárias fazia comichão, aquilo que faz e diz agora não.

E as coisas estão a ir para o lado Democrata...

Renato Bento disse...

Tenho stran, tenho.

Inúmeras. Inexperiência, ligações perigosas (...)

Anónimo disse...

"Tenho stran, tenho."

A sério? eu tive então sorte de ainda não me cruzar com ninguém assim.

"Inúmeras. Inexperiência, ligações perigosas"

Como vê cada um é como qual, arranja as justificações que quer.

Julgo que o discurso de Obama não afecta em nada a esquerda global e briosa.

Por exemplo, quando foi a invasão do Afeganistão existiu um consenso global. A esquerda não é contra intervenções bélicas quando são inevitáveis. É contra intervenções do tipo do Iraque.

Todos os exemplos que Obama deu têm um alargado consenso nas pessoas (lembro-me de cabeça: Afeganistão e Rwanda, assim como o exemplo do Holocausto foi muito feliz).

E a abordagem de Obama à questão iraniana é bastante prudente e julgo que também relativamente consensual.

Outro ponto que Obama foi bastante inteligente (relativamente ao papel dos USA no mundo) foi a perspectiva com que aborda as questões internacionais.

Embora inicialmente gostava mais da Hillary devo confessar que o Obama foi uma agradável surpresa, principalmente ontem.

Algo positivo parece-me é que os USA vão chegar com 30 anos de atraso em relação a Portugal à questão da saude publica. É sempre salutar este avanço civilazional no USA.

P.S. Não lhe irritou um pouco a repetição do "My friends" por parte do Maccain?

Anónimo disse...

"É contra intervenções do tipo do Iraque."

Desculpe esta minha arrogância como obvio falo da minha visão...

Paulo Porto disse...

Caro Stran

"Algo positivo parece-me é que os USA vão chegar com 30 anos de atraso em relação a Portugal à questão da saude publica. É sempre salutar este avanço civilazional no USA."

Vc de certeza não conhece a proposta do Obama para o assunto.

Anónimo disse...

"Vc de certeza não conhece a proposta do Obama para o assunto."

Não estava a falar das propostas dos candidatos mas sim da importância que este tema passou a ter visivel no discurso dos candidatos e na vontade destes de "reinventarem a roda".

Unknown disse...

Vejo que o Stran sabe tanto do sistema de saúde americano, como do resto...ou seja, pouco.

Deixo-lhe aqui um pequeno resumo.
O pior sistema de saúde do mundo

Talvez aprenda umas coisas...

Anónimo disse...

Meu caro alquimista Lidador,

Você é mesmo um convencido egocêntrico. Então você aponta-me um artigo escrito por si e pior sem qualquer referência externa.

Não sabia que o meu caro Alquimista tinha sido elevado à categoria de supra sumo neste tema.

Há mais vida para além do Lidador sabe?

Mas fiz-lhe a vontade e li o seu texto. Nada de interessante. Já agora uma sociedade deve deixar morrer alguém, ou deixar de tratar alguém porque não tem seguro?

É uma questão de principio.



P.S. Já agora você vive em Portugal?

Renato Bento disse...

"Já agora uma sociedade deve deixar morrer alguém, ou deixar de tratar alguém porque não tem seguro?"

Caro stran, as coisas não são tão lineares assim.

Um hospital Norte-Americano é obrigado, em caso de vida ou morte, a estabilizar o paciente. Não é obrigado a operar ou a tratar, mas é obrigado a estabilizar, independentemente de ter ou não seguro.

Não estou a defender o sistema de saúde Americano, estou apenas a constatar um facto.

Mas vejamos uma coisa: prefere pagar taxas moderadoras, esperar 2 anos para ir a um oftalmologista, pagar impostos altíssimos para um suposto estado social e ter um serviço de saúde bastante fraco, ou prefere o serviço de saúde dos Estados Unidos, onde você vai onde quer, mas onde também não vê ninguém a roubar-lhe o bolso todos os finais de mês com o embuste que é o estado social?

Eu concordo, em teoria, com o sistema de saúde dos Estados Unidos, mas o que é certo é que ele não funciona. Corrupção, consertação de preços e abusos estão sempre a ocorrer.

Tal como acontece em Portugal com as gasolineiras (e nos EUA não, com as gasolineiras).

Luís Oliveira disse...

"Eu concordo, em teoria, com o sistema de saúde dos Estados Unidos, mas o que é certo é que ele não funciona. Corrupção, consertação de preços e abusos estão sempre a ocorrer."

RB, já viu este video?

http://br.youtube.com/watch?v=aEXFUbSbg1I

Luís Oliveira disse...

E que tal as caloiras?

Anónimo disse...

Caro RB,

"Um hospital Norte-Americano é obrigado, em caso de vida ou morte, a estabilizar o paciente. Não é obrigado a operar ou a tratar, mas é obrigado a estabilizar, independentemente de ter ou não seguro."

Obrigado. Foi por isso que tive o cuidado de falar do tratamento. E essa estabilização não é sem custo.



"Mas vejamos uma coisa: prefere pagar taxas moderadoras, esperar 2 anos para ir a um oftalmologista, pagar impostos altíssimos para um suposto estado social e ter um serviço de saúde bastante fraco, ou prefere o serviço de saúde dos Estados Unidos, onde você vai onde quer, mas onde também não vê ninguém a roubar-lhe o bolso todos os finais de mês com o embuste que é o estado social?"

Primeiro, já fez as contas a quanto gasta por ano para o SNS?

Depois, e principalmente é o principio de que na questão da saude não se misturar questões de lucro e prémios, etc.

O problema dos USA não são os casos de sucesso, mas sim o oposto. Num tema como a saude valorizo negativamente muito mais os maus exemplos que os bons, dado as consequências e riscos irreparáveis.

Caro Luis,

Já vi o primeiro mas vou querer ver os outros para ver os argumentos da "oposição"

Desculpem este comentário ter sido escrito muito à pressa...

Renato Bento disse...

Caro Luís,

é óbvio que quem ouve Michael Moore e outras peças, está sempre sujeito a dizer asneirada atrás de asneirada.

O pior é que muita gente o houve.

Mas a mim parece-me óbvio que existem problemas nos Estados Unidos: empresas farmaceuticas que consertam preços (na verdade, isso acontece também nos grandes serviços de saúde Europeus. Quem não se lembra do hospital que tinha um acordo com uma agencia funeraria?; Quem passa genéricos em Portugal?); abusos próprios da liberdade em fazer negócio (a questão da saúde, sendo muito sensivel, provoca confusão em algumas cabeças); etc.

Talvez tenha sido um pouco pesado quando disse que simplesmente não funciona. Eu sei que não é bem assim, outros pensam que Americanos morrem sem ter a hipótese de ser sequer estabilizados.

Renato Bento disse...

"Primeiro, já fez as contas a quanto gasta por ano para o SNS?"

Avaliando que ainda não fui ao médico do serviço público este ano (que também se paga, diga-se), acho que já estão a ganhar dinheiro à minha conta.

Não acha?

Renato Bento disse...

O que eu estou basicamente a fazer é a pagar a outros o serviço que devia ser prestado a mim mas, visto que não preciso (felizmente), outros usufruem.

Outros esses que, muitas vezes, nem pagam os impostos...

Luís Oliveira disse...

"Mas a mim parece-me óbvio que existem problemas nos Estados Unidos"

Claro que sim. É o pior sistema de saúde do mundo. Com excepção de todos os outros.

Sérgio Pinto disse...

Claro que sim. É o pior sistema de saúde do mundo. Com excepção de todos os outros.

Parabéns, luisinho. Você aqui superou-se!

Anónimo disse...

Caro RB,

"Mas a mim parece-me óbvio que existem problemas nos Estados Unidos: (...)"

Para além dos que mencionou existem ainda um outro que é muito importante: as exclusões.

"Talvez tenha sido um pouco pesado quando disse que simplesmente não funciona."

Neste caso não é uma questão de funcionar ou não funcionar é pura e simplesmente uma questão de não existir.

""Primeiro, já fez as contas a quanto gasta por ano para o SNS?"

Avaliando que ainda não fui ao médico do serviço público este ano (que também se paga, diga-se), acho que já estão a ganhar dinheiro à minha conta.

Não acha?"

Este é um dos mitos quando se discute publico vs privado. Se o sistema fosse privado também estariam a ganhar à sua conta.
Que eu saiba nos seguros não deixa de pagar o prémio por não ir ao médico ou deixa?

"O que eu estou basicamente a fazer é a pagar a outros o serviço que devia ser prestado a mim mas, visto que não preciso (felizmente), outros usufruem.

Outros esses que, muitas vezes, nem pagam os impostos..."

Além do que já disse anteriormente este é outro dos mitos que existe nesta discussão. No privado não acha que no prémio que paga também não está uma percentagem para cobrir os incumpridores?

Quanto às contas do SNS fiz já um pequeno e simplista post acerca desta temática. Se tiver interesse em ler eu coloco depois o link.