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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

ZWAFFELEN…


Recebi umas queixas de jovens leitores de que o Fiel Inimigo se tornou, segundo estes jovens, monótono e repetitivo na temática e difícil de digerir. Pois bem, pela parte que me cabe vou dar a mão à palmatória e vou tentar ir ao encontro da juventude. Dizem que quem tem a juventude tem o futuro, espero bem que me toque algum, futuro...

Mudando então 180º da temática que costumo escrever, vou hoje abordar uma prática recente e muito popular entre a juventude holandesa. Prática esta que, confesso, até há uns dias atrás desconhecia completamente.

A prática chama-se
zwaffelen. A palavra em holandês não quer dizer rigorosamente nada, e o conceito (mas não a prática), assim como a palavra, é tão novo que desconheço o neologismo correspondente em português. Por isso, peço imensa desculpa mas por enquanto vou ser obrigado a utilizar a palavra holandesa até que uma jovem e caridosa alma me dê uma dica.


Os homens de Neandertal parece que já conheciam a prática, e os romanos espalharam-na até aos confins do Império, com especial incidência no Egipto – teria sido talvez esta a razão para os Ramsés serem ‘retratados’ de perfil (mais tarde irão compreender porquê). Mas nos primórdios da Idade-Média a nobre prática do zwaffelen perdeu-se, e muitos pensaram que se tinha perdido para sempre. Até ter sido muito recentemente redescoberta por jovens holandeses a passar férias com muito álcool à mistura perto de Lloret de Mar.

Mas afinal o que é zwaffelen precisamente? Pergunta o jovem leitor, impaciente por natureza.


Bem, malta (peço desculpa pelo tom informal mas é uma tentativa de me dirigir aos mais jovens), vamos lá ao que interessa: zwaffelen é uma forma de proporcionar momentos de fenomenal gozo sexual às vossas namoradas (ou namorados, para a maralha com preferências mais perversas). Mas apenas os rapazes estão em estado de realizar esta prática - teoricamente as raparigas também, mas para isso necessitam de acessórios.


Como é que se zwaffelen?


Há um factor determinante e imprescindível para a prática do zwaffelen. O praticante tem que dispor de um pénis de peso e dimensões bastante razoáveis. Porque para esta prática o pénis não deve atingir uma erecção total, mas tão pouco deve ficar inteiramente murcho. Tem que alcançar o estado ideal, a chamada erecção flácida, ou seja, manter uma posição horizontal como uma cana de pesca em plena actividade (ver foto acima tirada na Zambujeira), mas possuir ao mesmo tempo a maleabilidade de um chicote. Atingida esta fase, aproxima-se o membro o mais perto possível do objecto que se deseja zwaffelar: de preferência nádegas, seios ou coxas de mulher – devo dizer que
neste momento na Holanda o último grito em zwaffelen, a preferência, é o rosto – e vá de dar umas pancadinhas nas vossas garinas… Não batam com muita força para não provocar contusões ou mesmo fracturar um membro.

Esta prática, apesar de totalmente inocente quando usada com moderação, veio à baila numa actual controvérsia na média Holandesa, sobre a percepção que os jovens têm hoje em dia de sexualidade. Uns acham que a sexualidade juvenil se tornou perversa e pouco salutar porque, segundo os mesmos, é demasiadamente influenciada por pornografia da pesada e baseada em videoclips. Sobretudo nos mal-afamados gangsta-raps. Outros, para quem tudo está sempre bem, acham que cada época tem os seus moralistas e a sua própria inquisição…


O mais engraçado é que esta prática já ultrapassou os parâmetros do sexo, degenerou, e já nem os grandes símbolos da nossa civilização (as 7 maravilhas do mundo) são poupados a esta prática. Podem ver aqui um grupo de jovens turistas holandeses a zwaffelar o Taj Mahal! E eu pergunto, eh pá, para quando a Casa Branca? O Kremlin? O muro da China? E porque não o outro muro, o das lamentações em Jerusalém, que já é zwaffelado diariamente com a cabeça, e porque não, para variar, usar a outra cabeça? A Kaaba na Meca?
Eh malta, aqui pára o baile. Por favor rapaziada, aguentem os cabais porque neste último caso é preciso ter algo mais do que apenas uma pila de tamanho razoável… Creio que é também necessário uns
'colhões que dão a ideia vaga das nádegas brutais do Arcebispo de Braga'.


(O primeiro jovem que souber qual foi o escritor português que
num poema utilizou a frase acima em negrito, receberá em casa o NOVO DICIONÁRIO DO CALÃO de Afonso Praça, edição Casa das Letras)

De qualquer forma, e sobretudo como um aviso aos jovens, e antes que estes se dediquem a esta prática do zwaffelen sem pensar duas vezes, gostaria de traduzir um incidente que teve lugar na Holanda e que foi recentemente publicado no blogue FRONTAAL NAAKT pelo famoso blogueiro Max J. Molovitch.


Max Molovitch:

No que diz respeito à zwaffelen, não quero privar os leitores deste insólito acontecimento. É provavelmente pouco crível: foi um amigo que me contou, que por sinal já lhe tinha sido contado por uma amiga, que por sua vez…. [nota do trad.: Não deixa por isso de ser uma valiosa recomendação].


Peter, o herói desta peripécia, teve a sua educação sexual baseada quase exclusivamente em filmes pornográficos. Assim é que Peter logo no primeiro momento de intimidade com a sua namorada ejaculou na sua cara, presumindo que fora do mundo da hard-porno esta prática também era aceite e absolutamente normal. O facto da rapariga não protestar deve-se a ela ter lido numa revista glossy que o sémen masculino é bom para a pele – parece que evita ou retarda o inevitável aparecimento de rugas.


Outra coisa que Peter costumava fazer como forma de prelúdio ao acto, era zwaffelar as saudáveis bochechas da namorada. (Agora já sabem: com o membro em meia erecção
dava umas leves vergastadas amorosas na cara da moça). Se a namorada também pensava que esta prática fazia bem à pele a história não conta, mas é um facto que ela não se opunha.

Era uma noite quente de Agosto. Para celebrar as bodas de prata do casamento, os pais da namorada do Peter alugaram um bangalow com vários quartos num belo parque rodeado de árvores no centro da Holanda. Peter era convidado pela primeira vez. Peter era um rapaz simpático, educado e que se dava bem com toda a gente. Que o rapaz também já era bastante viciado na prática do zwaffelen, e que se vinha de dois em dois dias na cara da filha, era coisa que a família obviamente desconhecia. É assunto que não se fala muito abertamente e de maneira nenhuma numa ocasião destas.


Nessa noite Peter bebeu mais do que normalmente pode suportar e não havia maneira de adormecer. Dava voltas e reviravoltas na cama e suava em bica ao lado da namorada. Esta dormia como uma justa, completamente alheia ao facto de que ele naquele preciso momento a desejava tão profundamente. Ele olhava para ela e ela girava. A cama girava. O teto girava. Tudo girava à sua volta. Peter sentia uma forte sensação de enjoo, e ainda por cima vontade de urinar.


Depois de dar uma mija sem puxar o autoclismo para não acordar ninguém, Peter decidiu acordar a namorada com umas leves pancadinhas amorosas! Zwaffelen. Dirigiu-se cambaleante para o quarto, abriu a porta muito devagarinho, dirigiu-se furtivamente na direcção da cama e tomou posição em frente da namorada. Puxou as cuecas-boxer até aos joelhos, agarrou no membro meio-erecto (já vimos que era um zwaffelador experiente) de onde ainda pingava urina, e começou a dar leves vergastadas no rosto da namorada que logo a seguir acordou com algo a bater-lhe na cara. Ó diabos, não era a namorada. Era a futura sogra! Tinha-se enganado no quarto…

14 comentários:

Paulo Porto disse...

Caro CdR

Desde logo fica-se a saber que esta prática, afinal, tem nome. Não é muito latino, é zuá qualquer coisa, mas depois a rapaziada ajeita-se, como se ajeitou com o sevenete e outros.

Depois espantanta-me a coragem dos rapazes, embora não lhes gabe o gosto. É que eu já estive naquele sítio. Não fique já a pensar que me lembrei de fazer aquilo. Não, nunca me lembrei de fazer aquilo nas pedras. E muito menos naquele lugar. A zona é predominantemente muçulmana o que só agrava o tabu sexual dos indianos. Estes alegres holandeses tiveram a sorte de não terem sido vistos, de outro modo saíam de lá sem sem o objeto propriamente dito e os adjacentes.

Renato Bento disse...

CdR

Creio que é do Guerra Junqueiro...

Anónimo disse...

zwaffelen = agitar (o ceptro)

Anónimo disse...

Isto agora está pior... pornográfico!! Daqui a algum tempo estão a anunciar o K-jelly.

Anónimo disse...

Excelente. Muito engraçado, se bem que um pouco preverso.

O Português está mesmo engraçado, muito bom.

RioDoiro disse...

Se essa entra nas nossas escolas, lá se instala mais uma 'nuance cultural'.

.

RioDoiro disse...

ML, tem notícia desta cá pelo burgo e arredores?

Stran, esta nova "nuance cultural" caberá na sua albarda de "inovações"?

.

Carmo da Rosa disse...

”Não fique já a pensar que me lembrei de fazer aquilo.”

Caro PP

Humm, lembrou-se mas muito ajuizadamente pensou que correria o risco de sair de lá sem o objecto propriamente dito e os adjacentes….hahahaha.

Mas os Holandeses estavam em grupo, e assim, enquanto uns estavam de atalaia o zwaffelador (ou agitador, como sugere e muito bem o HV) pode prosseguir a sua prática. Agora quem vai de férias visitar o Taj Mahal com a mulher já a coisa é mais complicada…

- Ó Isabel segura aqui na máquina fotográfica que eu quero zwaffelar aqui o monumento.

- Tu queres o quê?

- Eh pá não sejas chata, segura lá na máquina! Podias até pôr isso em film-mode e filmar.

- Não tens vergonha nenhuma? Vais te pôr a mijar aqui?

- Não. Ai que bronca que tu me saíste. É uma moda nova que veio lá de fora, da Holanda.. Vi isso num blog muito sério sobre política.

- Nem pensar nisso. Aliás vou já pôr-me a mexer e não quero ter nada a ver com o assunto.

- És sempre a mesma desmancha-prazeres. Eh pá nem a passar férias tens uma atitude mais positiva…

- Por isso mesmo, em período de férias não quero ser vítima das tuas maluqueiras, ouviste! Já me chega o resto do ano.

- Quando eras mais nova estas coisas com sexo não te faziam tanta confusão!

- Sexo? Sem sexo e adjacentes vais ficar tu quando os Indianos te toparem! Mas também para o uso que tu fazes, deixa lá que não se perde grande coisa…

Já tinha que vir o cinismo do costume para estragar as nossas férias…

P.S. O interessante, lembrei-me agora, era que cada leitor acrescentasse uma frase ao diálogo, e ver o que isto vai dar! Provavelmente divórcio, mas não necessariamente…

Carmo da Rosa disse...

Ricardo,

Acertou. E isso foi de cabeça ou de google? Vale na mesma é só por curiosidade.

Agora tenho que saber a sua morada (através do círculo interno claro!) para lhe enviar o livro prometido.

holandês voador

Agitar (o ceptro, o galho....) parece-me muito apropriado, boa. Tu sempre foste bom nestas coisas, no agit(prop).hahaha.

DS2

Tão perverso tão perverso, que você até trocou a ordem das letras...

RoD

É uma moda multicultural, é para todas as raças, só que há raças que tecnicamente falando têm mais possibilidades do que outras - contra isto batatas.

RioDoiro disse...

Calma lá pessoal.

A verdade é que esse novo tipo de relação não tem sido incluído nas propostas de legislação para o casamento.

Há malta promiscua que pode zweflar com tudo o que lhe aparece mas, se por exemplo, um macho resolver zweflar exclusivamente com a chaimite do Salgueiro Maia já será coisa séria, revolucionária.

Com o cavalo da estátua de D. José nem pensar. Cheira a zweflarismo monárquico.

... naturalmente que deve estar previsto o divórcio para este novo tipo de relação que, executada com demasiada energia pode até bem ser fracturante. Não que a fractura em si pudesse ser motivo para divórcio. Aliás, bem vistas as coisas, demonstraria, em sede de divórcio, o nível de "investimento" na relação do cônjuge em caso de divórcio. De qualquer forma, uma coisa é certa: deixar de zweflar com o computador magalhães para o fazer com o galo de Barcelos seria inaceitável e motivo suficiente para divórcio.

Entretanto a lei civil teria que ser alterada. Neste novo caso de casamento, a agressão sexual não poderia ser invocada como motivo para divórcio.

.

Anónimo disse...

Carmo da Rosa,

É complicado escrever com os olhos trocados devido a tanta PERversidade...

Obrigado pela correcção.

Renato Bento disse...

Caro Carmo,

foi através do melhor amigo do homem (o cão foi despromovido): o Google.

Carmo da Rosa disse...

"o cão foi despromovido!"

hahaha muito boa...

E o endereço?

Renato Bento disse...

Deixe estar isso caro CdR. A não ser que faça questão.

O Português que utilizo é muito requintado, trabalhado..

Até parece que vim de Cascais...