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sábado, 22 de novembro de 2008

Das vantagens da máquina humana auto-regulada


Mais letal que a bomba de neutrões é a invocação, pelos estúpidos-militantes (EM), que “os fins não justificam os meios”.

O comum mortal subentende que casos há em que não serão aceitáveis determinados meios para atingir determinado fim. O EM transforma o ditado numa arma letal pela qual nenhum fim será, jamais, em tempo algum, atingido.

O comum mortal subentende poder deitar mão a uma autonomia decisória desde que os meios a que recorre não causem maior mal que o benefício a conquistar. O EM entende que absolutamente nenhum mal pode ser causado para atingir o mesmo fim.

Podem matar-se melgas desde que: não se sujem as paredes, não se ataque a camada do ozono, não se produza aquecimento global, não se recorra a meios que usem energias não renováveis, não se produza barulho, não se assustem as moscas (de noite não chateiam), não se acordem os periquitos, não se incomodem os gatos, etc, etc. Nenhum mal pode alguma vez ser gerado para atingir um fim. Refinado, o “conceito” resulta em: nenhum mal pode alguma vez ser causado para atingir seja que fim for.

Nas escolas este cenário está presente a cada passo.

Havendo um fim a atingir algum meio terá que ser invocado e a decisão sobre a qual recorrer obriga, frequentemente, à tomada de decisões difíceis. No mundo dos EM não pode haver decisões difíceis e a melhor forma de as combater é estabelecer que, havendo mais inconvenientes numas que noutras, a desigualdade de tratamento se instala. A bomba de neutrões torna-se fragmentária.

As luminárias floribélcias apressam-se a legislar sobre tudo e mais alguma coisa pela suprema senda de reciclar o sub-mundo da autonomia de decisão num paraíso reinante. Por esta via, os EM apresenta-se, garbosos, ao pódio da defesa face às arbitrariedades.

Que a infinita complicação da “humanização” da decisão torna impossível que se atinja qualquer meta, é coisa apenas referida por quem é “insensível” aos altos desígnios em causa. Mais, quem assim pensa deve auto-flagelar-se e remeter-se à infinita felicidade da forma oficial de pensar.

Os meios empregues não resultaram no esperado? Porque o observador não está equipado com as ferramentas de análise que permitem concluir pelo previsto.

Os meios empregues e as ferramentas de análise continuam a não permitir confirmar a conquista da meta? Há que ter em atenção que a meta, em si própria, pode estar contaminada por elementos “perturbadores” das supremas ferramentas disponíveis. Há que reavaliar as metas por forma a adequá-las aos meios.

De nenúfar em nenúfar os elefantes da regulação e da regulamentação vão espezinhando os nenúfares e as alfaces. Nem o capim escapa.

A cada nova calibração da regulamentação e a cada nova reavaliação de metas nova aproximação de pontos de partida e chegada é gerada. Quem percebe que se vai cada vez mais marcando passo é invariavelmente admoestado pelo controleiro mais próximo invocando tratar-se de uma “irregular” forma de pensar.

No ensino, ministra e sindicatos estão de acordo que a “incorrecção de métodos” é inaceitável. A generalidade dos professores, em particular os mais novos, também.

Mas, e então a sala de aula? Há caos? Transforme-se o caos em flexibilidade em relações interpessoais e ele desaparece. Não se aprende? Puxe-se a meta para a linha de partida e alcançar-se-á a terra do leite e do mel.

Mas há quem insista em afirmar que aumenta a tendência pela qual alguns rebentos dissecam as tripas alheias. Há um erro de percurso a corrigir - há excesso de relações interpessoais. Transformem-se os alunos em cyborgs. Felizmente temos O Magalhães. Amen.

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Leitura complementar: Os EM.

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