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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Lamaçais e areias movediças

Relativamente ao Prós & Contras de ontem:

Jorge Pedreira refere a necessidade de haver uma modelo de avaliação de professores relacionando-o com os milhares de jovens que não terminavam a escolaridade obrigatória e com os 50% dos alunos do 12º não o finalizavam. Refere que agora o sistema é capaz de lhes permitir o sucesso escolar. Sabendo-se quando a fasquia tem baixado, percebe-se que a lata não tem limite.

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Jorge Pedreira acusa o sindicalista de ter assinado um acordo com reserva mental. Tem razão. Mas trazendo a lume este ponto, mete-se na luta entre professores e sindicatos. Os sindicatos assinaram o acordo para tentarem tirar o tapete debaixo dos pés dos professores e tiveram posteriormente que recuar. Quando o Jorge Pedreira aborda o assunto e, por arrastamento, a desclassificação a que os sindicatos foram pelos professores sujeitos, fica-se sem perceber porque reclama da validade de um acordo assinado com quem implicitamente desclassifica.

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Maria do Céu Roldão refere ter que haver diferenciação em função da qualidade dos professores. Depois atasca-se no habitual lamaçal da lógica do ruído.

É desagradável ouvi-la referir que tem este e mais este e mais este cargo, mas que não está, de momento em qualquer daquelas qualidades.

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Maria do Rosário Gama refere o modo como se chegou a prof. a titular. Tem razão. A história dos 7 anos foi, em particular, vergonhosa.

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Maria Luisa Moreira demonstra navegar bem o lamaçal.

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Jorge Pedreira refere que um professor não titular pode ser constituído em titular em regime de comissão de serviço e que, portanto, será tão titular como os restantes. Parece esquecer-se que acabada a comissão voltará a não titular. Parece não perceber que não faz sentido subir temporariamente ao escalão superior para classificar quem potencialmente o virá a ultrapassar.

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Paula Romão sugere que sejam as escolas a avaliar autonomamente, mas não refere nenhum outro tipo de autonomia. Autonomia sem responsabilidade - havia de ser bonito.

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Jorge Pedreira refere que há liberdade para que as escolas adaptem os critérios de avaliação dentro das linhas gerais. Afinal o ministério não é centralista!

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José Eduardo Lemos refere que se criou um modelo de avaliação de gabinete. Que o modelo não é um modelo de princípios mas com uma ferramenta de avaliação. Chama a atenção para a história pela qual um professor de matemática podia ter que avaliar um professor de educação física.

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Inês Castro propõe uma solução que consiste em “arranjar uma maneira airosa”, com “disposição para o diálogo”, com “apelo aos sindicatos com espaço de recuo para os sindicatos” porque “neste processo toda a gente tem que sair de cara lavada”. Reclamou ainda um “programa nacional de formação para avaliadores”. Esqueceu-se do vácuo.

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Fátima Gomes é contra a divisão de professores por “castas”. Parece não sabes o que uma casta nem explica porque lhe chama casta. Refere que é titular e que desempenhou muitos cargos, mas que ninguém sabe se os desempenhou bem ou não e que ninguém se preocupou por isso. Refere que desempenhou os cargos por rotatividade, tendo tido a sorte de cair na janela dos 7 anos.

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Isabel Fevereiro refere os absurdos que empestam a sala de aula: analfabetos no 9º ano, lado a lado com bons alunos.

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Maria do Céu Roldão acha que a rotatividade de professores em funções administrativas é má. Subentende-se que o afastamento de professores por longos períodos da sala de aula não lhe parecer mal.

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Mário Nogueira fala do terror de não dar a cara, as perseguições das DRELs, DRENs, etc, em razão de protestos durante as visitas da ministra. Não refere as perseguições por via dos controleiros dos próprios sindicatos.

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Maria do Rosário Gama chama a atenção que as quotas se aplicam por escola e não em função da qualidade absoluta.

Refere a debandada que está a haver na escola pública e que há alunos a pedir transferência para a escola privada.

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3 comentários:

ocontradito disse...

Para quê a avaliação?
Será esta importante e essencial?

Todos dizem que sim, com vista à criação de condições para premiar os melhores professores e, assim, motiva-los a eles (os melhores) e aos outros objectivando um melhor trabalho com efeitos no sistema e na sua produtividade (mais e melhor educação).

É preciso clarificar que não ser premiado (promovido) não é ser castigado (despromovido). Apesar de essa ideia ser um dado adquirido e transversal na corporação docente.

Sem dúvida que é necessário separar o trigo do joio e, se possível, a prazo, transformar (algum) joio em trigo. Claro que os sindicatos não gostam disto. Porque ao fazer a separação, para além de se distinguir os bons, se vão revelar os medíocres…

A verdade é que vão todos dizendo que querem ser avaliados. Mas, simultaneamente, vão recusando todos os modelos. E não apontam para nenhum que seja aceitável. E dizem aquilo com a maior das convicções, tal como afirmam que, antes, já eram avaliados. Mesmo quando todos eram (muito bem) avaliados sendo a promoção generalizada.

Sem dizer, mas a dar a entender, o Governo tem também em consideração as questões economicistas. Progressões a todos sem distinção (como antes) obrigavam a remunerações de docentes absolutamente inauditas (em função do PIB nacional) no conjunto dos países desenvolvidos.

Assim, precisamos de algo (um instrumento) que ordene os professores a fim de poder premiar (com progressão na carreira) os melhores professores. Nesse processo, os piores não são castigados (não regredirão) mas não serão premiados.

Assim o prémio dos (melhores) docentes será a progressão na carreira.

Com os melhores premiados e os docentes razoáveis a trabalhar para lá chegar, teremos, nas Escolas um ambiente propício para a melhoria.

Será que, para isto, é necessária uma AVALIAÇÃO? Saber se os professores são BONS, EXCELENTES ou MUITO BONS?

A minha resposta é : NÂO.

A avaliação docente é difícil, complicada e, verifica-se, extremamente penalizadora para os avaliados e para os alunos (os professores estão distraídos com outras coisas que não e ensino). São papeis, reuniões, fiscalizações, aulas assistidas, mapas, orientações, relatórios, quadros, listas, reclamações, afixações, publicações, etc.

A avaliação é difícil, também, pelos factores próprios da actividade. A parte quantificável é curta. E grande parte do trabalho é feito muito “isoladamente” (em sala de aula). Não há um “superior” com quem se trabalha directamente.

Não haverá outra forma para valorizar os melhores e só a estes atribuir o prémio de progressão?

Sim. Há. E não é outro modelo de avaliação.

É a seriação.

PROPOSTA

Considerando uma carreira de 36 anos (mantendo-se ao longo dos anos a “transformação” de parte do tempo de trabalho (horário) de actividade lectiva noutro tipo de actividade e um objectivo de chegarem ao topo da carreira 1/3 dos docentes, seria fácil de montar o seguinte sistema (de 8 escalões):

(1)Todos os docentes, na entrada da carreira, estão no escalão 1.

(2)Todos os docentes promovidos num ano estarão 2 anos sem poderem repetir a progressão (mínimo 3 anos em cada escalão). Um professor que progrida de 3 em 3 anos chegará ao 8º escalão em 22 anos.

(3)Sobre-formações não aceleram progressões, os docentes mais formados terão que traduzir essa vantagem em qualidade de trabalho.

(4)Haverá progressão anual (de escalão) garantida para 10% dos professores de cada agrupamento/escola.

(5)Na mudança de agrupamento/escola, cada docente apenas poderá progredir depois de 2 anos de trabalho no novo estabelecimento.

(6)Aquela taxa (10%) é mínima e cada agrupamento/escola poderá ser bonificada em alguns pontos percentuais (até 20%, no máximo) por conta de subidas nas listas de escolas anuais referentes às provas aferidas e exames nacionais dos seus alunos. As descidas nesses rankings provocarão descidas da taxa anual anterior até ao mínimo de 10%. A manutenção mantém a taxa no valor do ano anterior.

(Poderá ou não haver listas separadas por níveis de ensino)

(O número de progressões será o resultado arredondado para o inteiro superior, havendo acertos de 3 em três anos em que o resultado – de um acerto - poderá ser o inteiro inferior)

(7)Caberá aos agrupamentos/escolas concretizar e chegar à lista anual ordenada dos seus docentes (em condições de progressão).

(8)Para além daquele prémio directo, serão promovidos todos os docentes que, em condições de promoção, que somem 6 anos alternados ou consecutivos em posições na primeira metade da lista anual ordenada naquele agrupamento/escola.

Lista de docentes ordenada. Como lá chegar?

Cada Escola determinará as suas formas. O ME apenas indicará alguns items, dos quais, um ou dois obrigatórios e com um número mínimo a considerar. As escolas poderão, assim, escolher aqueles que mais se adaptem à sua escola e, até, propor outros que o ME poderá validar e juntar à lista de opções.

Aquela lista deverá ser interna. E dela ser retirada a lista de docentes a promover. E anotados os que se situam na sua primeira metade. Sem qualquer necessidade de classificar ninguém.

ITEMs DE AVALIAÇÂO

Podem ser muitos. Uns melhores que outros. Todos com contras, mas também com prós. Os aqui indicados ou outros quaisquer.

1)Escolha por votação secreta por parte dos elementos do conselho pedagógico. Cada elemento do conselho escolheria os 3 docentes que considere mais merecedores da progressão. Os X docentes mais nomeados teriam 1 ponto.

2)Escolha por votação dentro do grupo pedagógico do docente. Idem.

3)Escolha por parte dos funcionários da escola. Idem.

4)Pelos pais, pelos alunos. Idem.

5)Os X professores com menor número de faltas (justificadas ou não) teriam 1 ponto. Nesta matéria há considerar o ponto de vista da produtividade (quantitativa).

Aqui não há que avaliar pela qualidade (resultados). Esse item liga-se à Escola e reflecte-se no aumento das vagas de promoção. Aqui há que escolher os melhores, do ponto de vista da comunidade educativa onde estão inseridos.

No início poderá se dar o caso de haver grupos onde uns votam nos outros distorcendo os objectivos de escolher os melhores. Mas gradualmente se aperceberão que a Escola (e eles) no seu todo, perderão com isso. Pois menores resultados por parte da Escola origina a redução das quotas de progressão. E o sistema se ajustará por si só. Afinal, se a Escola não subir no ranking anual, as vagas de promoção serão mínimas.

Assim, pode mesmo não ser necessária a avaliação. Nem este nem outro modelo. Os seus objectivos atingem-se de uma forma muito mais simplificada.

EJSantos disse...

Avaliar os professores em função dos resultados dos alunos nos exames nacionais (tendo em consideração algumas variáveis).
Não seria uma forma simples, e talvez mais justa, de avaliar os professores?
É só uma ideia...

EJSantos disse...

Ah, mas quando digo avaliar, digo sem quotas.