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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O rabo de fora

Não consegui resistir à vaidade e, de ego lustroso, aceitei o convite que me dirigiu o pessoal do Fiel Inimigo para integrar o seu quartel-general. Convite esse, porém, que me apanhou em plena crise de disponibilidade de tempo, com possíveis tréguas só lá para meados de Janeiro. Pelo que, até essa data, tentarei ser simultaneamente o mais claro e o mais sucinto possível, tanto no que respeita à abordagem dos temas como nas respostas aos (eventuais) comentários. E, para começar, gostaria de fazer notar o seguinte, a propósito do despropósito que por aí vai no que respeita à educação:
A equipa ministerial justifica a sua insistência na - e em especial nesta - avaliação dos docentes com a necessidade de, a bem dos alunos, melhorar a qualidade do ensino. A legislação referente ao processo prevê, contudo, que o professor venha a recusar ser avaliado, o que terá como consequência não progredir na carreira e nada mais.
Daqui decorre, naturalmente, que o professor poderá ser medíocre ou mesmo mau e permanecer na escola, tendo como única penalização continuar a receber o mesmo salário, sem que o Ministério, ao que parece, se preocupe a partir desse momento com a qualidade do ensino que receberão os seus amados alunos.
Torna-se evidente que se a verdadeira intenção do Governo fosse aquela que propala ao país através das bocas acéfalas e famintas dos"órgãos de comunicação social", nenhum professor poderia recusar a avaliação sob pena de ser obrigado a abandonar a profissão. Mas parece que não: para os nossos governantes, qualquer um pode dar aulas, desde que... ganhe pouco.
E tenha como habilitação literária saber quem era, perdão!, o que é o Magalhães, é claro.

30 comentários:

RioDoiro disse...

Chapelada :-)

.

Luís Oliveira disse...

Bem visto.

Bem-vindo.

ml disse...

Mas isso é a cereja no bolo, o sonho dos governantes. Os mesmos professores, a fazer o mesmo trabalho por um salário muito mais reduzido, no fundo ou no topo. E como outra das consequências da recusa da avaliação é a não renovação dos contratos - ameaça da ministra mas não constante no ECD -, uma abundantíssima mão-de-obra flutuante será empurrada para fora do sistema e irá percorrer o país de mão estendida, agradecida por poder contribuir para a confirmação de que o sucesso escolar em Portugal ultrapassa todas as expectativas.

Nem vale a pena apurar nos detalhes a não ser pelo prazer académico da discussão, este modelo de avaliação dos professores tem objectivos muito mais vastos que não se prendem com qualidade. Essa neste momento só atrapalha, um professor inseguro é muito mais permeável.


A legislação referente ao processo prevê, contudo, que o professor venha a recusar ser avaliado

Não, não prevê, a legislação é omissa. Apenas estabelece as condições necessárias para a progressão na carreira, nunca antevendo a situação contrária.

RioDoiro disse...

ML:

"Os mesmos professores, a fazer o mesmo trabalho por um salário muito mais reduzido"

De onde tirou a ML esta conclusão?

.

José Gonsalo disse...

ml:

"Não, não prevê, a legislação é omissa. Apenas estabelece as condições necessárias para a progressão na carreira, nunca antevendo a situação contrária."

Pois. É exactamente assim.

José Gonsalo disse...

RoD e Luís Oliveira:

Obrigado.

Anónimo disse...

Caro dente, como não?
Se não progredir na carreira não tem que leccionar o mesmo programa e os mesmos níveis que os que chegaram ao topo?
E se já fizer parte dos titulares, não tem que executar as tais tarefas 'muito difíceis' de coordenação, acompanhamento dos colegas, etc, mesmo que fique a marcar passo no 1º escalão dos titulares?

O que é que distingue uns dos outros? O escalão e o respectivo vencimento.

RioDoiro disse...

ML:

Está bem. No contexto parece-me razoável que "fazer o mesmo trabalho" implique qualidade de trabalho. Parece-me haver lugar a poucas dúvidas que o post do JG vá nesse sentido. Não me surpreenderia que a ML quisesse fazer escorregar a coisa de forma a transformar mesma função em mesma qualidade de trabalho.

Pode ainda dar-se o caso da minha observação não ser suficientemente pós-moderna, insistindo, portanto, na lógica da batata.

... o tal problema da discussão à base de absurdos versus resolver a coisa assim a modos que à cachaporra.

.

Carmo da Rosa disse...

O texto alinhadinho, uma fotografia sugestiva, bem escrito, e percebi tudo…. Meus parabéns.

Acerca da avaliação dos professores em que é que ficamos?
Os professores vão ser avaliados pelos colegas (de matemática de ginástica e de religião e moral) e pela direcção da escola, ou vão ser avaliados por gente de fora nomeados pelo ministério?

O Magalhães é afinal um computador!

E eu a julgar que era um Secretário de Estado do Ensino, uma éminence grise do Partido Socialista odiada por amigos e inimigos e com poderes ilimitados, mas não, trata-se apenas de um laptop! Na realidade um laptop com uns specs do caralhão para o preço (€ 50!): processador Intel Celeron 900 Mhz; 1 Gb de memória; disco rígido com 30 Gb; internet; wegcam; colunas de som (parecem ser foleiras, mas uns auscultadores resolve o problema); 2 portas USB; leitor de cartões de memória SD!!!!!! Nada mau. E muito bom aspecto – sólido.

Uns dizem mal do bicho.

João Miranda do Diário de Noticias:O choque tecnológico está a chegar às escolas portuguesas. Os alunos portugueses vão ter direito ao Magalhães, um computador produzido pela Intel e subsidiado pelo Governo português. Os governantes acreditam que se juntarmos boa tecnologia (concebida nos Estados Unidos, produzida no Extremo Oriente e embalada em Portugal) a maus alunos, más escolas e maus professores vamos obter génios da física e da matemática.
Alguém anda a confundir as causas com as consequências. A tecnologia não produz físicos e matemáticos. Os físicos e os matemáticos é que produzem tecnologia. Os alunos portugueses têm hoje acesso a computadores baratos porque alguns dos melhores alunos americanos andaram durante décadas a estudar Física e Matemática. A tecnologia é o resultado de bons alunos. Não são os bons alunos que resultam da tecnologia.


Outros dizem bem

Eduardo Pitta blog Da Literatura: Vinda de onde vem — políticos com sensibilidade às novas tecnologias, jornalistas, bloggers da direita, etc.; e nem todos são tontos — a campanha contra o computador Magalhães roça o irracional. O governo faz propaganda? É evidente que sim. Que outro governo não faria? A introdução do Magalhães na rede de ensino é uma medida de indiscutível alcance? É evidente que sim. O busílis está em que Sócrates se lembrou, e eles não. Tão simples como isto.


Marco – Macacos sem Galho: Quero daqui mandar oficialmente à merda todos os media portugueses que se têm entretido a deitar abaixo este projecto. O Magalhães é Portugal no seu melhor. A tomar a dianteira, a arriscar, a investir.

Paulo Querido: esta iniciativa tem mais méritos, bastante mais méritos, que deméritos. Ao menos aqui José Sócrates sai bem na fotografia: não se trata de um projecto de papel, ou feito para agradar às cliques políticas, trata-se de algo urgente e vital para uma das principais necessidades do país: a educação em tecnologias de informação e conhecimento.

E este acha assim assim

Blogmaster de V.N. de Famalicão: Honestamente, tenho mixed feelings em relação ao sucesso do Magalhães. Ou me engano ou vão haver muitos discos avariados (com os putos a mandarem aquilo ao chão), carregadores perdidos (a carga dá para 3 horas, cada sala vai ter 20 pontos de energia com tudo a tropeçar em cabos?) e muitas das configurações a dar com os pais e professores em loucos.

Entretanto tive ontem o prazer de ver e ouvir a Lurdinhas numa entrevista com a Judite Sousa.

Gostei da Judite de Sousa, da Lurdinhas nem por isso. A Judite de Sousa tentava de todas as maneiras possíveis, mas dentro dos limites a que a formalidade portuguesa obriga quando se trata de seres superiores como ministros e doutores, manter a Lurdinhas nos trilhos da pergunta, mas a Lurdinhas nem um cabelo bulia da sua permanente muito clássica!

A Lurdinhas, que saudades meu Deus, podia perfeitamente, caso tivesse sido congelada durante 40 anos, ser uma das minhas professoras da Escola de Gaia. Ou então aquelas senhoras que no meu tempo iam à televisão ensinar as donas de casa a cozinhar mais refinadamente - a Maria de Lurdes (What is in a name!) Modesto.

Além da saudade a Lurdinhas, dizia eu, é uma fala barato impressionante, e de certeza que já deve ter tido cursos intensivos de como falar com a imprensa, porque consequentemente não responde à pergunta feita mas preenche o tempo de antena com longos monólogos que têm vagamente algo a ver com a temática abordada! E ainda por cima – eu nesse momento já estava em estado de a esganar e para me acalmar lá tive que beber mais um copo - tem a lata de, por duas ou três vezes, dizer à jornalista “ai que não me deixa falar…”

Unknown disse...

Boa entrada do JG. A ronronar é sempre bom...
Já agora é mesmo Gonsalo, com "s"?

Paulo Porto disse...

Caro JG

Começou bem. Bem vindo.

Quanto à "crise de disponibilidade de tempo, com possíveis tréguas só lá para meados de Janeiro.";
Eu tb ando a dizer desde há uns meses que daqui a um mês é que é... Espero que consigo seja a valer.

RioDoiro disse...

CdR

"O Magalhães é afinal um computador!"

Meu caro. Que os controleiros do MinEd não se apercebam que a sua frase não tem a dose de devoção oficialmente estabelecida para o efeito. Ela deveria transbordar voluptuosidades como "certificação", "competências", "formativa", "educativa", "funcional", "tangível", "intangível", "diferenciação", "diversidade", "integrado", "sucessos", "desenquadrado", etc. A palavra "específicas" deveria aparecer insistentemente a cada 4 das outras.

.

ml disse...

Não me surpreenderia que a ML quisesse fazer escorregar a coisa de forma a transformar mesma função em mesma qualidade de trabalho.

As suas surpresas são sempre surpreendentes e têm apenas a ver consigo próprio, raramente com o que os outros dizem. Acho que fui bem clara, os mesmos professores, a fazer o mesmo trabalho por um salário muito mais reduzido.

Não, o post do JG não vai nesse sentido nem deixa de ir, apenas conclui que a ministra se está nas tintas para essa qualidade. O que é verdade, basta olhar para este modelo de avaliação.

Lógica pós-moderna não sei o que é. Da batata, é o que mais se vê.

EJSantos disse...

"Os mesmos professores, a fazer o mesmo trabalho por um salário muito mais reduzido, no fundo ou no topo."
Cara ML, gostei da sua intervenção. A minha irma é professora, e, infelizmente, ainda não tive muito tempo para falar com ela sobre este assunto (para além da minha falta de tempo, vivemos longe um do outro). Tentarei ficar mais informado sobre este assunto.

Caro Gonsalo, gostei do tezto. boa sorte.

EJSantos disse...

"tezto"?!!!! Porra, que raio de lapso!

RioDoiro disse...

Cara ML,

Citando JG:

"Daqui decorre, naturalmente, que o professor poderá ser medíocre ou mesmo mau e permanecer na escola,"

No contexto a ML conclui que "Os mesmos professores, a fazer o mesmo trabalho por um salário muito mais reduzido"

Para si o medíocre (ou o mau) faz o mesmo trabalho que o não medíocre.

Mais, a ML afirma que:

"Não, o post do JG não vai nesse sentido nem deixa de ir"

Estará a ML a pretender justificar a não compensação (positiva) aos bons professores por fazerem o mesmo que os maus?

O nome verdadeiro da ML não é, por acaso, Maria de Lurdes Rodrigues?

.

ml disse...

É isso mesmo que leu, ejsantos. Para trabalho igual, salário muito desigual. Por este sistema de avaliação não só poderá acontecer não serem os melhores a subir na carreira como bons professores poderão ficar a marcar passo devido às cotas. Para fazerem exactamente a mesma coisa, estejam em que escalões estiverem.

___________________________________


Credo dentinho, que raciocínio mais retorcido, balhamedeus.

A minha frase os mesmos professores a fazer o mesmo trabalho não vem na sequência dos ‘maus ou medíocres’ que o JG refere. É melhor arranjar um descomplicador, os fantasmas dão cabo de si.

Veja se entende de uma vez: este modelo de avaliação não foi pensado para compensar a qualidade, mas sim para poupar dinheiro. O min-edu está-se nas tintas para quem vai para os escalões máximos, desde que vão poucos. Um professor pode ser excelente e nunca chegar ao topo porque se esgotaram as cotas. Se houver dez muito bons num departamento, três ganharão pela tabela máxima, sete muito abaixo. Fazem o mesmo trabalho, com a mesma qualidade com que o fariam se fossem titulares, mas ganham muito menos.

Será desta? Make it simple, caro dente.

RioDoiro disse...

ML:

"Mas isso é a cereja no bolo, o sonho dos governantes. "

Quer quer a ML dizer com "isso"?

Qualquer mortal percebe que a ML se refere ao port do JG.

O post do JG refere a qualidade do professor.

Que a ML resolva saltar por cima desse pormenor ou afirmar que o seu comentário inicial era tecido independentemente do post, é prerrogativa sua. E daí?

Que a ML ache que "Os mesmos professores, a fazer o mesmo trabalho por um salário muito mais reduzido, " fazem, de facto, o mesmo trabalho, é prerrogativa sua. E daí?

Compensar a qualidade ou castigar quem a não tem são faces da mesma moeda.

"está-se nas tintas para quem vai para os escalões máximos, desde que vão poucos."

Não é verdade. A história dos 7 anos comprova-o. O MLR não quer, em especial, que vão os mais velhos.

A ML adora ignorar a racionalidade global de um port. Nada de novo. Procura uma frase e agarra-se a ela. Faz parte do culto do absurdo. Faz parte da culto pelo qual se diz simultaneamente algo e o seu contrário sem que haja nisso algo de reprovável.

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RioDoiro disse...

"O MLR" -> A MLR.

Carmo da Rosa disse...

”Que os controleiros do MinEd não se apercebam que a sua frase não tem a dose de devoção oficialmente estabelecida para o efeito. Ela deveria transbordar voluptuosidades como "certificação", "competências", "formativa", "educativa", "funcional", "tangível", "intangível", "diferenciação", "diversidade", "integrado", "sucessos", "desenquadrado", etc. A palavra "específicas" deveria aparecer insistentemente a cada 4 das outras.”

Caro Range,

Tenha piedade de mim, não se esqueça que está a falar com um emigrante! Pura e simplesmente não entendo o que quer dizer.!

A minha afirmação, O Magalhães é afinal um computador!, não é de maneira nenhuma críptica nem filosófica, deve ser lida o mais literalmente possível... Aliás, como quase tudo o que escrevo.

Há uns dias atrás o Lidador, ao enaltecer o meu optimismo, afirmava que eu seria capaz de ver o lado vantajoso de ouvir o Sócrates a falar do Magalhães! Logo a seguir perguntei quem é o tal Magalhães, de quem Sócrates fala sem obter qualquer tipo de resposta!!! Entretanto li, aqui e ali, referências ao Magalhães continuando sem perceber de quem se tratava. Aí, comecei a ficar pior que estragado e resolvi ir ao Google ver quem era AFINAL O CARALHO DO MAGALHÃES....

Às vezes chego a pensar que os problemas entre professores e o ministério, entre a ML e o Range, não são ideológicos nem de classe, apenas de entendimento... Quando a maioria dos portugueses resolver comunicar de forma mais simples e mais precisa vai ver que é meio passo andado.

Anónimo disse...

Mas finalmente percebeu o que eu disse ou não?
Óptimo.

O resto é consigo, divirta-se. Do que eu gosto ou não de fazer a um post, é comigo.

Ah, o seu complicador tem uns erritos de programação e regista mal as premissas.

David Lourenço Mestre disse...

bem vindo a bordo

RioDoiro disse...

ML:

"Mas finalmente percebeu o que eu disse ou não? "

Perfeitamente. Foi esse o seu azar.

.

José Gonsalo disse...

Àqueles a quem ainda não respondi e que saudaram a minha entrada, mais uma vez o meu obrigado pelos elogios.
Lidador, é Gonsalo, do meu trisavô das berças. Ou da Lapa, tanto faz.

Ainda para ML: a omissão é a forma de agir privilegiada por este governo e tanto mais quanto mais explícito afirma ser nas suas decisões. É o não-dito que abre as portas para o que realmente se passa.

EJSantos disse...

..."a omissão é a forma de agir privilegiada por este governo ..."

O que é muito má onda. Em termos de Direito Civil, tudo o que não é proibido, é permitido. Chamamos a isto o principio da autonomia da vontade. Mas em termos de direito Público vigora outro principio, que é o principio da legalidade, expressão que pretende dizer que tudo o que um poder público faça, tem que estar autorizado por lei.

Agora quanto ao comentário da ML a respeito das quotas (como forma de poupar dinheiro à custa da justiça nas avaliações): a confirmar o que ela diz, isto é de facto muito grave. Acabamos por ter pessoas a fazer o mesmo trabalho, mas com salários diferentes.

Anónimo disse...

Às vezes chego a pensar que os problemas entre professores e o ministério, não são ideológicos nem de classe, apenas de entendimento...

Sr. carmo, está redondamente enganado. Os professores querem uma carreira docente, a ministra pretende que sejam meros gestores de números.
Hoje li num jornal uma comparação jocosa, mas que serve para estabelecer o absurdo: se a critura fosse ministra da saúde exigiria aos médicos que no início do ano indicassem, entre os doentes que lhes coubessem tratar, quantos morrereriam, quantos abandonariam os tratamentos a meio e quantos se curariam.

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Perfeitamente. Foi esse o seu azar.

Bom, vejo que afinal não percebeu. É demasiado simples, talvez.

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Acabamos por ter pessoas a fazer o mesmo trabalho, mas com salários diferentes.

Voila. É o que pretendem.

Carmo da Rosa disse...

"Sr. carmo, está redondamente enganado. Os professores querem uma carreira docente, a ministra pretende que sejam meros gestores de números."

Cara M.L. é bem possível que esteja enganado. Então, mesmo uma comunicação (verbal e escrita) mais acessível não ajudaria muito?

Renato Bento disse...

Bem-vindo ao fiel e boa sorte com a ML!

Renato Bento disse...

(até rima ihiihih)

j. manuel cordeiro disse...

Acontece que o ECD e a "avaliação" dos professores são instrumentos de gestão de carreiras. Nada têm a ver a ver com a qualidade do ensino.

Nomeadamente, o ECD permite a redução de custos com pessoal no imediato e, consideravelmente, no médio prazo. A "avaliação" consolida o ECD, permitindo a seriação na passagem a titular.

Visto desta perspectiva, facilmente se explicam as simplificações do "modelo", o qual por si já tinha o foco nas questões da carreira, em vez de incidir na qualidade das aulas.

A questão é que um mau professor continuará na escola e poderá progredir na mesma desde que cumpra a via sacra do "modelo". Poderá dar aulas horríveis e deixar os alunos mal preparados que esta componente é pouco determinante na sua avaliação. Basta-lhe dar duas boas aulas (as assistidas) e dar boas notas aos seus alunos e tudo continua na boa.

Já quanto à recusa da avaliação não trazer consequências, há aí uma imprecisão. Duas notas consecutivas de insuficiente são motivo de despedimento.

Leiam o ECD+avaliação pelo prisma da redução de custos com o pessoal e tudo fará sentido.