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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

MUMBAI COM PISCAR DE OLHO AO RICARDO...



Mumbai sim, por que não? Eu também tenho direito ao meu maldito nacionalismo, por isso escrevo e digo sempre Porto, nunca Oporto! Que maldito multiculturalismo é este, que quer obrigar uma cultura de cinco mil anos a aceitar o nome que os súbitos de sua majestade real lhe querem impor? E esta é a única relação que vejo entre os acontecimentos de Mumbai e multiculturalismo, uma relação ortográfica…

É evidente que os países ocidentais não são os ‘únicos alvos da cruzada Islâmica’! Darfur, Argélia, Marrocos, Indonésia, Iraque. No próprio Paquistão os Sunitas cometem regularmente atentados à bomba contra xiitas e vice-versa. Sempre houve mais vítimas da cruzada islâmica nos países islâmicos – e que Allah faça com que assim continue.

Tão pouco compreendo muito bem o que é que este atentado tenha de tão inédito! O único exercício mental que os terroristas normalmente fazem é atacar onde simplesmente é mais fácil do ponto de vista logístico: onde conhecem o terreno, onde têm gente que os possa ajudar. Nos países ocidentais é mais difícil, o controlo de pessoas e de fronteiras é muito mais eficaz. Os terrortistas tentam combinar logística com publicidade, é verdade – matar ocidentais sempre dá mais publicidade do que por exemplo matar africanos. Mas de qualquer maneira os terroristas não estão minimamente preocupados com o nível das reformas encetadas neste ou naquele país: eles querem o poder total…

Estou-me agora a lembrar de um país que não é famoso pelas suas ‘reformas de aproximação ao Mundo Ocidental’, a Árabia-Saudita. Onde já houve pelo menos dois ataques muito parecidos. Um deles em Junho de 2004, às instalações petrolíferas em Khobar, onde os terroristas islâmicos procuravam deliberadamente num compound de expats de casa em casa ocidentais para abater. Mas à falta de melhor, os orientais não-islâmicos também comiam. Tal e qual como aconteceu em Mumbai.

O outro, o maior atentado terrorista no género até hoje, deu-se em Novembro de 1979 na Santa Meca, e durante o Hajj. Os soldados sauditas, apoiados por carros de assalto, sustentaram um combate de 10 dias contra oponentes mais-islâmicos-ainda, causando mais de mil mortos. As autoridades, desesperadas, foram mesmo obrigadas a solicitar a ajuda de uma unidade especial anti-terrorista do exército francês. Decisão muito complicada porque a Meca só pode ser penetrada por muçulmanos devidamente circuncidados. (Quem quiser ler mais, com picantes detalhes, veja aqui.)

No caso Mumbai as autoridades Indianas, como se sabe, recusaram a ajuda solicitada por Israel e os EUA. Compreensível do ponto de vista patriótico, mas do ponto de vista prático com dramáticas consequências, como é costume nestas coisas patrióticas. Os Israelitas provavelmente teriam resolvido o ‘problema’ em poucas horas, com menos vítimas. E os terroristas sabem isso, sabem que os Indianos por enquanto não são capazes de dar conta do recado, e por isso são os mais atacados – os terroristas atacam onde podem coitadinhos.

Por isso, por muito que puxe pela caixa dos pirolitos, por muito profunda que a minha análise queira ser, não vou mais longe do que a canção dos Beatles, Like a Rolling Stone: Caxemira, Bangladesh, Escócia, Theo van Gogh, Versículos Satânicos, Cartoons Dinamarqueses, Geert Wilders, FBI, CIA, BBC, BB King, Matt Busby, Doris Day, dig it, dig it, dig it. Por outras palavras, tudo isto é apenas um álibi, carvão para atiçar a Jihad.

Por falar em Mumbai e em imigrantes que não aprendem a língua, e duros de integrar, lembrei-me do ex-marido de uma amiga minha francesa que vive em Estrasburgo. Um Indiano que fazia pesquisa celular na Universidade local e que já vivia em França há mais de quinze anos sem no entanto dizer uma de franciú, o que me fez exclamar no dia em que me foi apresentado ‘Man, you’re quite a hero!’, sem ele ter percebido muito bem o que eu queria dizer. Expliquei-me: - Adnan (assim se chamava), refiro-me ao facto de você viver há tanto tempo em França, e com os franceses, e conseguir sobreviver sem dizer uma de ‘french’. Ele sorria agora com ar superior.

Adnan sabia pela mulher, que me conhece de ginjeira, que eu no primeiro dia que ponho os pés em França tenho sempre por hábito (exijo) tomar o pequeno almoço à francesa, com café preto fracote numa malga (a minha mãe chama a isto penico! Mas só quando não há franceses presentes) e…. cruassãs frescos, senão mato gente. Mas como não quero chatear os outros com as minhas manias, levanto-me cedo e, seja onde for, tento saber onde se encontra a padaria mais próxima para começar o dia bem disposto, numa de zen.

Mas ao visitar este casal em Estrasburgo acontecia frequentemente o Adnan, querendo ser simpático, e era, não me deixar ir à padaria mais próxima, que tinha precisamente os cruassãs clássicos que eu gosto! Não, fazia questão de ir em pijama e de carro a uma ‘pâtisserie’ longe como o c…, que só ele conhecia, e que tinha uns cruassãs que, também segundo ele, eram os melhores da região - não era de maneira nenhuma a minha opinião, mas que fazer? Ele, enquanto conduzia defendia os seus cruassãs apoiado num jovial: ‘José, come on, you know my standards’.

Aqui gostaria de aproveitar o momento para acrescentar que, estando uma vez a falar com ele sobre a Índia e as infalíveis castas, perguntei-lhe a que casta pertencia. Respondeu-me com um leve sorriso a tentar disfarçar a falsa-modéstia, mas muito mal: ‘I was suppose to be a Brahman José’...

A ‘pâtisserie’ era realmente muito chique. Muito chique para aturar de manhã cedo dois estrangeiros. Um mal-encarado, a tentar disfarçar o mau humor matinal, sabendo de antemão que já não ia comer os cruassãs que tinha planeado, e o outro estrangeiro, com cara mesmo de estrangeiro, corajosamente em pijama e falando em Inglês muito alto ao mesmo tempo que gesticulava apontando ‘those one’s’ para a senhora da padaria visivelmente assustada.

Neste caso, e para mal dos meus pecados, os ‘standards’ do meu amigo não correspondem de maneira nenhuma aos standards BCBG (Bon chique, bon genre) que a sua posição social em França implica, mas que ele não quer (ou não pode) assimilar. E, em vez dos cruassãs clássicos, julgando que me dava um grande prazer, comprava uns cruassãs pretensiosos e horríveis com açúcar caramelizado por cima! Ainda por cima sensivelmente mais caros do que aqueles que eu gosto, os clássicos.

Enfim, os standards do meu Brâmane não eram precisamente os meus. Mas nada de preocupante, não chateava ninguém, apesar de mostrar pouco interesse pela ‘nossa’ língua ou/e cultura. Só me chateava a mim, e só de manhã, mas nunca pensei dar-lhe um pontapé no rabo, pelo contrário, a minha primeira reacção foi ‘man, you are quite a hero’.

20 comentários:

RioDoiro disse...

CdR:

"Nos países ocidentais o controlo de pessoas e de fronteiras é muito mais eficaz."

Lá está a culpa do ocidente. Protegem as fronteiras só para provocarem ataques terroristas:

"A História e a actualidade demonstram que é o próprio imperialismo e a sua política que promovem e alimentam o terrorismo, invocando-o depois para difundir uma falsa dicotomia entre segurança e liberdade, e para fortalecer a componente repressiva dos Estados e a devassa e controlo da vida dos cidadãos e das relações sociais. "

... daqui:

http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=32864&Itemid=763#12

.

Renato Bento disse...

Caro Carmo,

"Mumbai sim, por que não?"

Foi apenas uma piadinha de mau gosto, visto ter um amigo Indiano que passa pelo Fiel de vez em quando..

"E esta é a única relação que vejo entre os acontecimentos de Mumbai e multiculturalismo, uma relação ortográfica…"

Não era minha intenção estabelecer uma relação entre uma coisa e a outra.

Porém, comecei a escrever uma coisa e acabei noutra totalmente diferente.

"Tão pouco compreendo muito bem o que é que este atentado tenha de tão inédito!"

Não é normal o método utilizado pelos terroristas (divididos em equipas, atacando pontos estratégicos ao mesmo tempo). Deve ter requerido imenso treino e preparação, pelo que este atentado é, a meu ver, singular.

"que não é famoso pelas suas ‘reformas de aproximação ao Mundo Ocidental"

Olhe que não é tanto assim.

"O país (Arábia Saudita) tem mostrado um profundo desprezo pelos direitos humanos. Porém, devido à pressões internacionais vem diminuindo o rigor do seu regime absolutista. Em 2005 foram convocadas as primeiras eleições municipais daquele país, eleições transtornadas, é verdade, mas foi um grande passo para um país de tradição tão rígida." @ wikipedia.

Porém, a proximidade da Arábia Saudita aos Estados Unidos é a mais que óbvia razão, creio, para atentados na Arábia.

Anónimo disse...

digo sempre Porto, nunca Oporto

E diz muito bem, porque já há uns tempos que o Porto ganhou o direito de ser conhecido internacionalmente como Porto e não Oporto. Porto wine.
Tem a ver com património e protecção das indicações geográficas de determinados produtos ou coisa assim, mas é claro que não só nem toda a gente sabe como, sabendo, não aplica por falta de hábito.

Se conseguir encontrar alguma documentação coloco aqui. A Casa do Douro, as Confrarias, devem saber com exactidão.

Anónimo disse...

O próximo capítulo de suas memórias sai amanhã, pois não?

Queremos saber o que Adnan lhe serviu no almoço.

Carmo da Rosa disse...

”O próximo capítulo de suas memórias sai amanhã, pois não?
Queremos saber o que Adnan lhe serviu no almoço.”


Se o próximo capítulo das minhas memórias sai amanhã? É esta a pergunta?

"Queremos saber o que ….?"

O plural sugere que há bastantes interessados, diga-me primeiro quantos, só para saber se vale a pena um próximo capítulo.

Unknown disse...

Excelente texto, Cdr. Não sei porquê, deu-me uma vontade do caraças de comer "cruassantes" e uma saudade de uns de estalo que havia numa pastelaria da Rua da Constituição, no Porto, em frente aos Bombeiros.

E quanto a brâmanes, tive um professor de Probabilidades e Métodos Estatísticos, que era indiano, português de Goa e brâmane e que tendo achado piada ao facto de de vez em quando eu trincar uma bolacha nos intervalos das aulas dele, desatou a fazer problemas nas frequências, com questões que envolviam pacotes de bolachas e "turistas"(como ele me via...)gulosos.

Os indianos são, de um modo geral, boa gente, porque malta que gosta de um bom caril e faz chamussas, não pode ser má.
Além disso as indianas têm pinta, pelo menos na testa.
Claro, têm lá aquela maluquice das vacas e mais umas merdas, mas podia ser pior.
O veradeiro problema daquela malta é terem mais de 100 milhões de muçulmanos, dos quais uns milhares possivelmente ansiosos por usarem roupas de trotil.

Carmo da Rosa disse...

” Foi apenas uma piadinha de mau gosto, visto ter um amigo Indiano que passa pelo Fiel de vez em quando..”

Ricardo,

E o amigo o que é acha da piada?
O estranho é que eles ainda não retiraram todas as referências à outra ortografia! Ontem mostraram na TV-holandesa um jornalista dirigindo-se a um hospital para entrevistar um comando ferido em combate. À entrada do hospital em letras de metro e meio lia-se Bombay Hospital!!!

”Não era minha intenção estabelecer uma relação entre uma coisa e a outra.
Porém, comecei a escrever uma coisa e acabei noutra totalmente diferente.”


A minha intenção também era apenas escrever o primeiro parágrafo, sobre Mumbai vs Bombay, mas como se costuma dizer na nossa terra, o escrever e o coçar vai de começar – ou não seria o ‘escrever!’ Hummm, talvez o ‘beber’…

”Não é normal o método utilizado pelos terroristas…”

Já fizeram isso em mais lados, por exemplo na Arábia Saudita. E no futuro creio que vão seguir este método, mais eficaz, causa mais pânico, mais difícil de combater creio. Mas o Lidador é que nos podia elucidar sobre este assunto.

”…[A Arábia Saudita] vem diminuindo o rigor do seu regime absolutista.”

As gajas já podem, sem autorização prévia do marido, abrir a janela do carro - do banco de trás… mas só para vomitar, e só as que podem provar com atestado médico que enjoam…

PS. Vou mandar hoje o dicionário de calão.

Carmo da Rosa disse...

Range,

De onde é que você sacou a citação? Eu segui o seu link e fui parar ao site do PCP, lá andei à procura em Internacional, Europa e nada!

E sabe Deus o que me custa ler textos comunistas, não tanto pelo conteúdo mas pela confrangedora falta de humor...

Zé Dias da Silva disse...

A música Like a Rolling Stone não é dos Beatles mas sim do Bob Dylan.

Carmo da Rosa disse...

Caríssima ML,

Este ’E diz muito bem,’ já cá canta, já ninguém mo tira.
Tanto me esforcei, mais do que prometia a força humana para cair no seu goto. Até que enfim…

E digo sempre aloquete, nunca cadeado quando me refiro a um aloquete. O que é uma estupidez porque não são a mesma coisa. O aloquete (palavra bem bonita que vem lá dos lados da religião da paz), serve, como toda a gente sabe para precisamente fechar, unir um cadeado, mas não é o cadeado.

Mas vá lá a gente meter isto na cabeça de um Alfacinha! E eu sou meio-mouro, e mesmo assim não consigo.

EJSantos disse...

Caro Carmo da Rosa, a sua crónica provocou me saudades da Holanda. Visitei uns amigos em Assendelft e em Krommenie(a meio caminho entre Amsterdam e Alkmar). Quando acabar esta fase dos estudos, e tendo um pouco mais de tempo (entenda-se €) vou visitar esses meus amigos.

Anónimo disse...

Tortura dos reféns:

http://www.rediff.com/news/2008/nov/30mumterror-doctors-shocked-at-hostagess-torture.htm


"The other doctor, who had also conducted the post-mortem of the victims, said: "Of all the bodies, the Israeli victims bore the maximum torture marks. It was clear that they were killed on the 26th itself. It was obvious that they were tied up and tortured before they were killed. It was so bad that I do not want to go over the details even in my head again,"
... "

RioDoiro disse...

Caro CdR,

Mo mesmo link,
http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=32864&Itemid=763#12

Clique em 'Internacional' e depois procure o ponto 1.2.13.

Foi um link gamado ao 5 dias.

.

Anónimo disse...

Um pouco (para não dizer muito) off-topic (mas gostaria de saber a vosssa opinião):

"Essa fratura antropológica reflete-se numa fratura política face a certos temas, entre a sociedade do Sul, que herdou o seu liberalismo do Al Andalus, e a sociedade do Norte, de cuja estrutura o catolicismo é parte integrante."

Frase retirada daqui:

http://blog.liberal-social.org/os-temas-fraturantes-num-pa-s-fraturado

P.S. Parabens meu caro Carmo, foi o artigo que gostei mais de ler neste blogue até hoje...

Anónimo disse...

Já me esquecia o artigo é sobre Portugal.

Paulo Porto disse...

Stran

Não resisto a esta ainda que tenha de pôr de lado coisas de que nem devia desviar as ideias.

O domínio árabe em Portugal não era nem deixava de ser liberal. Aquilo que realmente o caracterizava era ser escasso. Isto é, restringia-se sobretudo às principais cidades. Dahi que o interesse dos invasores era cobrar impostos e fazer com que os locais não incomodassem, conhecedores que eram das limitações do seu pequeno número.

Para se aferir o grau de liberdade da civilização árabe nos séculos 9, 10 e 11 não se pode, portanto, ver o que se passava na península mas sim o que se passava na Arábia ou nos lugares sob forte colonização árabe como, por exemplo, o norte de África.

Depois, a ideia de que existe uma dicotomia norte/sul por via da influência árabe em Portugal é, em minha opinião, um mito. Desde logo somos um povo particularmente uniforme, qualquer estrangeiro lhe dirá isso. Existem diferenças na religiosidade, claro. Mas essas têm sobretudo a ver com a influência cosmopolita de Lisboa e com a quase ausência de igreja católica no despovoado Alentejo desde o triunfo liberal, isto é, desde há quase 200 anos.

ml disse...

Tanto me esforcei, mais do que prometia a força humana para cair no seu goto. Até que enfim…

Não seja mal intencionado, sr. carmo. Eu não pertenço à equipa fiel, não tenho que concondar consigo nem com quem na realidade não concordo.

Mas olhe que também digo aloquete porque um cadeado é outra coisa. Se é árabe, árabe seja, eu sou mais para o nortenho-galego mas não renego os meus genes pelo facto de actualmente alguns se portarem muito mal. Não apago da história que se não fosse o sul da península estar imerso na cultura mediterrânica expansionista, quando o norte não passava de uma estrutura feudal assente no saque, adeus ó descobrimentos, adeus ó glória pátria, adeus ó novos mundos ao mundo!

Carmo da Rosa disse...

Lidador,

Não me diga que por onde você vive não há uns ‘cruassantes’ de jeito? Mas mesmo que não haja, o que é raro em Portugal, há sempre umas arrufadas (pão de Deus). Uma excelente alternativa.

Eu, quando estou em Lisboa, geralmente nas Olaias em casa de um amigo meu, quando posso vou todas as manhãs que Deus nos dá tomar o pequeno almoço ao Charlot (ao lado do grande hotel Parkis, mas em frente do campo de rugby do IST): café duplo e uma arrufada, ou duas… Recomendo vivamente o Charlot.

E é claro que é brâmane que se deve escrever. Vou ainda corrigir.

Por falar nas indianas com pinta, perdi hoje uma hora e meia a ver se conseguia passar as imagens do telejornal de cá para o meu computador para lhe enviar mas não ainda não consegui. Era sobre Mumbai e o que pensam os jovens do que aconteceu, e isso porque aparecia lá uma indiana que era uma autêntica aparição, uma Nossa Senhora de Fátima. Se não era a mulher mais bonita do mundo, devia andar lá muito perto….

Quando vejo destas coisas começo a duvidar se não haverá realmente intelligent design! Mas que design…

Carmo da Rosa disse...

Caro Zé Dias da Silva,

A versão original é realmente do Bob Dylan. Mas para mim, no contexto em que se inseria, o que me interessava era o pasticho, a paródia dos Beatles. Não sei se reparou, mas não se tratava de um artigo sobre música popular!!!

Mas mantenha-se sempre atento, tá…

Ó Santos,

Você não vá a Assendelft e a Krommenie sem me vir visitar! isto é perto de Amesterdão, tem é que me trazer uma broa de Avintes. Não, traga só meia que é um peso do camandro…

Stran,

”Essa fratura antropológica reflete-se numa fratura….”, peço desculpa pá mas só li até aqui, depois pus-me a ver a bola!

Mas você teve sorte, e eu por tabela também, porque a explicação do Paulo Porto sobre o assunto é excelente, e por isso vou repetir aqui para quem ainda não leu:

Para se aferir o grau de liberdade da civilização árabe nos séculos 9, 10 e 11 não se pode, portanto, ver o que se passava na península mas sim o que se passava na Arábia ou nos lugares sob forte colonização árabe como, por exemplo, o norte de África.

Depois, a ideia de que existe uma dicotomia norte/sul por via da influência árabe em Portugal é, em minha opinião, um mito. Desde logo somos um povo particularmente uniforme, qualquer estrangeiro lhe dirá isso. Existem diferenças na religiosidade, claro. Mas essas têm sobretudo a ver com a influência cosmopolita de Lisboa e com a quase ausência de igreja católica no despovoado Alentejo desde o triunfo liberal, isto é, desde há quase 200 anos.


Mea culpa, mea culpa, eu também alimento quanto baste o mito da dicotomia Norte/Sul, influências da Santa Bolinha, e ainda por cima nasci em Marrocos, mas isto fica entre nós, senão nunca mais posso berrar descansado em pleno estádio do Dragão ‘biba o glorioso F.C. do Porto e morte aos mouros …’

Na realidade somos o país mais uniforme da Europa, pelo menos daqueles que eu conheço bem. E nem diferenças na religiosidade consigo ver, talvez nuances…

ML,

Mas por que razão sou mal-intencionado?
Não estava a ser de maneira nenhuma cínico, nada tenho nada contra dissidentes, pelo contrário! Na divergência é que faz a luz dizia Napoleão, bem se não era o Napoleão devia ser…

EJSantos disse...

Caro Carmo, fica combinado,mas receio que ainda vá demorar algum tempo. Mas aí voltarei, porque é um País lindissimo, e aonde tenho bons amigos. E sim, levo uma broa de Avintes...
:-)