Teste

teste

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Chavez, o homem do leme

Se não é à primeira, é à segunda, e se não fosse à segunda seria à terceira, mas isso só se Chavez fosse mais burro do que parece.

Parece, mas não é. Hugo Chavez é inteligente, sabe o que quer e sobretudo sabe como o conseguir. Tem uma implacável mentalidade militar que determina um objectivo, estuda os meios e delineia o conceito de operação para alcançar o objectivo.

O objectivo de Chavez é imitar Fidel Castro e perpetuar-se no poder, mas sem cair na caricatura do típico General Alcazar sul-americano, e mantendo a aura de respeitabilidade de um herói épico, lutador pela felicidade dos povos, etc. E isso só se consegue à esquerda, como Fidel e Allende demonstraram.

Há pouco mais de um ano, Chavez tinha sido derrotado na primeira tentativa de alterar a Constituição. Um ano depois canta vitória.

A diferença entre a derrota e a vitória tem uma explicação simples que eu mesmo já tinha visto funcionar em Angola, numas eleições em que andei por lá: uma campanha propagandística demolidora, monopolista e milionária. Em Angola o dinheiro serviu, entre outras coisas (esta eu vi) para o MPLA oferecer um carro a todos os oficiais superiores. Chavez gastou dez mil milhões de dólares (um terço da receita fiscal anual portuguesa) na ocupação do espaço mediático e em clientelismos vários.

Dinheiro do estado, of course.

Havia pressa. A economia da Venezuela, embebida em petróleo, está a afundar-se. Não só o petróleo baixou de preço, como a produção tem diminuído sistematicamente nos últimos anos, como resultado das nacionalizações e da consequente degradação tecnológica e empresarial.

Sem dinheiro para populismos, Chavez sabe que a sua popularidade vai sofrer um sério rombo nos tempos que se avizinham, e que a miséria vai cair sobre o país. Tinha de fazer agora o referendo, porque daqui a uns meses, mesmo jogando (mais)  sujo,  teria grandes dificuldades para se manter legalmente agarrado à manjedoura.

Mas mesmo com todas estas vantagens, face a uma oposição silenciada, intimidada, e sem dinheiro para mandar cantar um cego, Chavez pouco passou dos 50% e isto é que é assombroso. 

Que se segue?

Segue-se o “socialismo do séc. XXI”, a consolidação do poder e, enquanto houver dinheiro, o apoio ao orgasmo “revolucionário” que varre a América Latina, pilar essencial da sua “legitimidade”.

Cuba é um bom modelo. País miserável, que quando Fidel Castro tomou o poder tinha o 2º PIB da América Central e hoje só está à frente do devastado Haiti, em Cuba a população parece tristemente acomodada à miséria, como os presos sem esperança, e os Castros reinam há mais de meio século, apoiados numa férrea organização do aparelho de estado, o que mostra que o poder pode sobreviver às piores asneiras, como de resto já se tinha visto no Zimbabwe, na Coreia do Norte, etc.

A pedido de Chavez vai ser já instalada em Caracas, sob a supervisão do cubano German Sanchez Otero, uma escola de quadros marxistas.

A Venezuela aparelha-se para  navegar no “mar de felicidade”, como Chavez chamou à miséria cubana, e o Tenente-Coronel trata de garantir que nenhuma tempestade o irá arredar do leme.

Daqui a uns anos as peregrinações babosas de esquerda europeia desviar-se-ão de Havana para Caracas.

É pena para os venezuelanos, mas há um lado bom. A Venezuela será mais uma óptima vacina contra o socialismo, pese embora o facto de um belo dia deixar de ser o “verdadeiro socialismo”, para passar a ser um “desvio monstruoso”. 

Por culpa do capitalismo, do Império, do neoliberalismo, do bloqueio, enfim, do belzebu que  na altura estiver a dar.

Nada de novo debaixo do Sol….Orwell explicou tudo na Quinta do Porco Napoleão.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não há dúvida que a socialização da América Latina caminha a passos rápidos.
E não é novidade. Todo o planejamento está no Foro de São Paulo que,em suas diversas edições, reuniu os partidos de esquerda.
O esquema Venezuela=Brasil- Bolivia-Chile-Equador-.Uruguai, com o apoio ideológico de Cuba é praticamente imbátivel

AC disse...

Não há vacina contra o marxismo, pq o marxism não tem compromisso com os fatos.

AC disse...
Este comentário foi removido pelo autor.