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sábado, 21 de fevereiro de 2009

DE QUE LADO ESTÁ?

In Diário de Notícias - 20.02.09 (Artigo na íntegra -
http://dn.sapo.pt/2009/02/20/opiniao/de_lado_esta.html)

Fernanda
CâncioJornalista - fernanda.m.cancio@dn.pt

DE QUE LADO ESTÁ?
Não vale a pena negá-lo, nem travestir de diálogo e amabilidade aquilo que é uma fissura brutal, sem conserto - aquela que divide os que vêem um casal de pessoas do mesmo sexo como igual a um casal de pessoas de sexo diferente e os que são incapazes disso.

Lido este primeiro parágrafo, chegou!

O problema da escriba é misturar alhos com bugalhos para tentar impingir-nos a igualdade desigual.

Ora bem, é óbvio que “um casal de pessoas do mesmo sexo, não é igual a um casal de pessoas de sexo diferente (reparar na ratoeira sexo “diferente”, em vez de sexo “oposto”, para fugir à realidade), do mesmo modo que uma dúzia de maçãs podres não é igual a uma dúzia de maçãs sãs.

É que o assunto não é pessoas, é o sexo das pessoas (sexo latu sensu, evidentemente). Este problema foi transferido para as Constituições dos Estados. Para mim quem entendeu redigir as constituições adicionando-lhe adjectivação redundante, acrescentou ao problema. Se as constituições garantem a absoluta igualdade de direitos aos cidadãos (em português o plural ainda abrange o homem e a mulher), pareceria que tanto faz se os cidadãos são brancos, pretos, amarelos ou às pintinhas (aqui até os cidadãos com sarampo estão protegidos...) Para mim os termos usados nas constituições para adjectivar cidadãos é que são gritantemente discriminatórios, racistas!

Então, o que é que os homossexuais querem, se já têm a igualdade absoluta de direitos de cidadãos? Querem ter mais direitos do que eu, é o que parece quererem! A orientação sexual é uma escolha pessoal, tal como escolher ser ladrão, assassino, mulherengo, pedófilo, arruaceiro, etc.. São escolhas que se fazem, assumindo-lhe as consequências em sociedade.

Já é tempo de se dar para trás ao lobby homossexual. Eu proponho uma medida semelhante ao caso dos Judeus que deambulavam distiuídos, apátridas, pela Europa no pós-guerra. Nem é radical, dado o precedente. Dê-se um lar aos homossexuais insatisfeitos (pudera!) do mundo.

Desse-lhe um pedaço de terra num desses países de dimensão territorial continental ou mesmo um dos Pólos que até dizem estão a aquecer.

Viva o Homoquistão!

55 comentários:

Anónimo disse...

Deveras e o Homoquistão já existe lá em São Francisco, na Califórnia norte-americana.

Falta-lhe oficiar o nome e abrir as portas intenacionalmente.

Anónimo disse...

"Então, o que é que os homossexuais querem, se já têm a igualdade absoluta de direitos de cidadãos?"

Direito ao matrimónio, tão simples como isso. Se não o têm então a sua afirmação "se já têm a igualdade absoluta de direitos de cidadãos" é falsa.

"Querem ter mais direitos do que eu, é o que parece quererem!"

Gostava mesmo de ler a sua argumentação para sustentar esta sua afirmação!

Portaria59 disse...

Bom blog

Anónimo disse...

eles não pedem para casar na igreja, pedem para celebrar um contracto económico, segundo o que eu percebi.

Qual é o mal disso? Porque é que isso lhes garante um estatuto especial?

Pq é que nos havemos sequer de importar? Não me parece que isso constitua qualquer tipo de ameaça...

nos hospitais, muitas das vezes só deixam o conjugue visitar o paciente no caso de este estar em condição critica.

E em heranças, muitas das vezes vai para as famílias que os abandonaram em vez de ir para o companheiro/a que em toda a vida estiveram lá para eles.

Vivam os gays, os gajos deixam de ser ameaça, e quem não adora as meninas bi´s? :p

Bob

Renato Bento disse...

Existe, desde o início disto tudo, um erro colossal: o casamento, tal como o conhecemos, mesmo quando civil, tem por base o casamento Católico, quer queiramos quer não. Correcto?

Por isso é que a Igreja pode argumentar legitimidade de ingerência neste caso específico, porque o casamento é algo que lhe diz respeito e que é uma herança civilizacional dos tempos católicos.

Se o Mundo fosse perfeito, não existiria a invenção que foi o casamento, a meu ver.

Quem nos tirou da poligamia e do forrobodó que este Mundo era (e que pena diga-se!) foi, em grande medida, a Igreja Católica.

A questão é que o casamento sempre existiu como a união entre um homem e uma mulher e não entre 2 homens e 2 mulheres. A Igreja sabe disso, as pessoas sabem disso, o Estado sabe disso.

Atropelar isto é um erro enorme.

Eu, pessoalmente, não sou contra nem sou a favor do casamento homossexual, até porque tal não me diz respeito. Quem é homossexual/lésbica que o seja, felizmente têm o direito de o ser.

O que penso é que os homossexuais, ao estarem a exigir isto, não sabem qual as origens do casamento, aquilo que ele incute. Bem sei que o casamento tem um significado totalmente diferente hoje em dia, mas não deixa de ser incoerente se tal for aprovado.

Porém, concordo, ao mesmo tempo, que existe uma discriminação clara.

Solução? Deixarem de existir uniões civis e começarem a existir única e exclusivamente casamentos religiosos (hehehehe).

Na Argentina temos a Igreja do Maradona, em Portugal teríamos a Igreja Homossexual e Lésbica do Reino de Deus.

Anónimo disse...

Em tempos costumava vir muito ao FIEL INIMIGO. Depois no entanto deixei de vir por me parecer que não gostavam aqui de pan... de gays.
Acontece que de há um certo tempo ao ver um politico de que não digo o nome nos écrans, me acomete o desejo súbito de lhe ir...creio que me entendem.
Estou pois, se não sou já, a tornar-me pan...ou antes, gay.
Passei a ver o problema com mais liberalismo, mais abertura, salvo seja.
Como há democracia de costumes, posso dizer que estou a sentir muita simpatia por um senhor Stran que aqui se exprime e justamente.
Acalento o sonho de um dia conhecer alguém com tanta compreensão.

ARLINDO METELO

Renato Bento disse...

Caro Arlindo Metelo,

se tem tanta compreensão, também deveria tentar compreender quem não concorda com o Sr, neste caso, com o Stran, pessoa na qual se revê e com a qual toda a equipa do Fiel Inimigo gosta de trocar umas farpas.

Desculpe se não abordamos o assunto de forma leviana, no espírito do "legalize-se e pronto".

Como pode ver pelo meu comentário, nada tenho contra o casamento homossexual e muito menos contra os homossexuais. Têm direito de o ser, tal como eu tenho direito de gostar de mulheres e de não ter que assistir às palhaçadas que são as manifestações do orgulho gay.

Querem casar-se? Pois que se casem. Como diria o Bruno Aleixo: a mim que me importa.

Anónimo disse...

Vamos lá falar a sério se assim querem.
Só aponto isto, os esquerdistas, durante anos andaram a dizer que o casamento era uma instituição burguesa e reaccionária, que havia frustração dentro dele tanto sexual como social. Em geral era por isso até que os maridos iam aos bordéis, pois muitas das esposas nem concordavam com relações desinibidas além de não entrarem noutros jogos eróticos assaz livres.
Parece que era também, segundo esses progressistas bastante opressivo dum ponto de vista financeiro, pois das duas uma, ou era o marido que trabalhava como um mouro(!)enquanto a cara-metade passava o tempo a ver telenovelas e a bisbilhotar com as vizinhas, corneando-o por piada nas ausencias, ou era ela que não passava duma escrava fazendo a comida e a limpeza enquanto ele ia à bola com os amigos e se enfrascava nas tabernas.
De repente, tudo mudou.
O casamento passou a ser uma delícia, a única instância em que um homoerotizado é livre e próspero.
Vamos lá tirar a máscara, carago. O lobby só quer isso agora porque é a maneira mais eficaz de manter duas coisas: o status acrescido de respeitabilidade e muito principalmente, aplicarem um golpe profundo na coesão social dos malditos burgueses.
Se não, notem: por um lado apoiam os islâmicos, onde a homossexualidade é perseguida com pena de morte até, por outro reivindicam o estatuto de casados à maldita civilização democrática ocidental.
Como dizia uma moça minha amiga, querem um tu com um vossemecê.
Basta isto para desmascarar esses esquerdistas e até o "el comandante" socialista que lançou como cortina de fumo eleitoral, agora essa tanga.

Pois a tanga vai para além do se querem casar casem, isso era o menos. O que se pretende é impor uma lei que não radica no hábito nem na racionalidade, mas apenas na vontade arbitrária de uns tantos.
E é escusado fazer-se a cena da tolerancia, pois o que eles têm no intuito é uma profunda intolerancia pelos que não alinham no seu costume. Basta ver-se como agem contra os heteros os do outro lado, apesar de tentarem disfarçar.
E não façam de alguns uns perseguido, pois pelo que tenho visto é que são muitos deles geralmente que não têm nenhuma compreensão para com os judeus que tentam defender-se, por exempo.

Jaaquim Breja

Carmo da Rosa disse...

@ tribunus:
”Ora bem, é óbvio que “um casal de pessoas do mesmo sexo, não é igual a um casal de pessoas de sexo diferente (reparar na ratoeira sexo “diferente”, em vez de sexo “oposto”, para fugir à realidade), do mesmo modo que uma dúzia de maçãs podres não é igual a uma dúzia de maçãs sãs.”

Caro Tribunus, sexo diferente ou sexo oposto, sinceramente não vejo onde esteja o problema, até me parece uma mariquice (só para ficar dentro da temática). Chato são as suas ‘maçãs podres’! Porquê maçãs podres?
Porque não utilizar uma imagem mais neutral: uma dúzia de maçãs não é igual a uma dúzia de peras?

@ tribunus:
”Então, o que é que os homossexuais querem, se já têm a igualdade absoluta de direitos de cidadãos? Querem ter mais direitos do que eu, é o que parece quererem! A orientação sexual é uma escolha pessoal, tal como escolher ser ladrão, assassino, mulherengo, pedófilo, arruaceiro, etc.. São escolhas que se fazem, assumindo-lhe as consequências em sociedade.”

Não vou perder muito tempo com os direitos. Sou da mesma opinião que o nosso colega RB: “....pessoalmente, não sou contra nem sou a favor do casamento homossexual, até porque tal não me diz respeito. Quem é homossexual/lésbica que o seja, felizmente têm o direito de o ser.”

Mas não vejo nenhuma razão para não terem PRECISAMENTE os mesmos direitos que o resto.

Mas não estou de acordo consigo que a orientação sexual seja uma escolha pessoal. Ainda por cima você fez apenas escolhas negativas – à excepção de mulherengo - que é para bater ainda mais no ceguinho...

A orientação sexual é só uma escolha pessoal no caso de se escolher entre loiras e morenas. O homossexual nasce com essa tendência, não há nada a fazer. É tanto uma escolha pessoal como nascer albino, corcunda ou ter os olhos em bico...

Anónimo disse...

Carmo da Rosa tem toda a razão, ou quase toda a razão. Sim, ser-se homossexual é, para além dos casos de indução que se conhecem bem desde os estudos de Guy Rosolato, Jean Paul Valebrega, Jean Clavreul(...), onde é demonstrado, não opinado, que 30% dos casos de homossexualidade são induzidos por hábito-frequentação e neurose (o que os seus protagonistas geralmente escondem, mentindo mesmo se for necessário)um dado ingénito.
Mas o ponto não está aí.

O ponto está nisto: uma coisa pode ser natural sem que seja necessariamente impositivamente aceite. Dou-lhe dois exemplos: o primeiro - um indivíduo que tenha a orientação da coprofilia. Ou, se achar este exemplo muito violento - um outro que tenha a orientação masoquista extrema. Uma vez que a orientação sexual é um dado privado, é no mínimo estranho que um cidadão venha colocá-lo (e ainda por cima em colectivo, estilo temos força então toca a chegarem-se com uma lei) como algo passível de merecedor de lei específica.
Ter os mesmos direitos significa terem-se direitos enquanto cidadãos, ponto, como pessoas civis - não como cidadãos homos ou heteros. Se assim não fosse, assistiria aos coprófilos ou aos masoquistas, também, o direito de terem leis específicas.
Para sermos TOTALMENTE claros e nos deixarmos de fósquinhas: os homos não querem direitos enquanto cidadãos, querem-nos enquanto cidadãos homos. Daí que muitos digam, e adequadamente, que eles querem privilégios.
Desde quando, numa sociedade verdadeiramente democrática, é que um cidadão deve ter uma legislação específica enquanto desta ou daquela orientação?
Sejamos então ainda mais claros: o casamento é uma instituição para um determinado fim, que o tempo e a circunstancia consuetudinária cimentaram através do facto sociabilizado, societário.
O direito de se criarem filhos decorre, assim, dum dado inscrito na espécie NATURAL (como a homossexualidade não induzida...)tão-só e apenas.
A criação, partida da adopção, de crianças por um par homossexual é, no máximo, uma prepotencia. Que poderá vir a existir por decreto, mas NUNCA POR NATUREZA.
Quer isto dizer: o par homossexual acha-se no direito de adoptar e criar filhos. Mas porquê?
Para dar vazão ao seu instinto paternal ou maternal? Mas o instinto paternal ou maternal depende de uma funcionalidade, não de uma inclinação. Podem até tratar os putativos "filhos" muito bem (como se trata bem um visitante ou um ser de passagem)! Mas NADA MAIS!
Ter um filho não é o mesmo que ter um sobrinho ou uma excelente e simpática criança desvalida, meus senhores!
Dêem-lhes, portanto, direito a co-habitar económicamente. Não os tratem com sarcasmo (espera-se que eles retribuam da mesma forma aos heteros).
Mas casamento? Isso não é mais que lançar-se poeira em duas espécies de olhos. A primeira: os que com segundas intenções visam a desproporcionalidade societária activa (estes ao menos têm uma lógica, política, por que lutar). Os segundos: os que, por laxismo, debilidade caracteriológica ou para afivelarem um politicamente correcto que se camufla de liberal, compreensivo, "humano" e moderno, afinal apenas faz o jogo dos confusionistas deliberados.
E não venham com a chantagem formal de que, se não queremos casamentos homossexuais é porque somos reaccionários ou, no limite, grosseiros, estúpidos ou algo pior.
Como não somos primários, não embarcamos nesse peditória.

Manuel Caldeira e, pelas informações legais, Eduardo Freitas de Souza

Anónimo disse...

Se os homos tem direitos de certa ordem, eu também tenho pela minha orientação hetero. E assim quero e não estou a brincar mas a falar a sério uma verba para poder cumprir os meus direitos eróticos, pois ganho pouco e sou solteiro. E não me venham, com a conversa de que as miúdas se dão livremente pela mudança dos costumes, é falso e todos nós sabemos que para andar com uma delas é preciso gastar à barba longa.
Se os direitos são para a orientação, eu também tenho direito e quem pensa que estou a gozar ou é ou faz-se parvo.

Melo

Anónimo disse...

"Quem nos tirou da poligamia e do forrobodó que este Mundo era (e que pena diga-se!) foi, em grande medida, a Igreja Católica. "

Argh não me lembre, penso que o meu ódio visceral à igreja católica provem grande parte desse facto. :P

"Bem sei que o casamento tem um significado totalmente diferente hoje em dia, mas não deixa de ser incoerente se tal for aprovado."

não lhe chamem casamento, chamem-lhe "contracto de vida" ou whatever, desde que lhe sejam oferecidos os mesmos direitos e deveres civis e económicos, tal como num casamento civil.

Eu sou casado pelo civil e no entanto não pela Igreja pois sou ateu praticante. Visto ser ateu, não estarei a desrespeitar o significado histórico do casamento civil e por isso não me deveria ser vedado também?

Se eles exigissem casamentos religiosos era uma coisa, outra é exigirem a possibilidade de realizar um contracto económico favorável à coesão social...

The question is, who cares?

:P

Bob

Renato Bento disse...

Sabe o que lhe digo Bob?

Isto são tudo bandeiras da esquerda. Não há forma de discutir este assunto de tão pouca importância.

Aquilo que se exige aqui é, notoriamente, bom senso.

A resposta à sua questão é Sim. Mas não entendo os casos como comparáveis.

Who cares?

Daniel Oliveira cares; Stran cares; Louçã cares; Ana Drago cares.

(...)

RioDoiro disse...

Hei de escrever (tenha tempo) sobre (entre outras coisas) esta coisa dos direitos.

Os homossexuais terão o direito a casar. Os cegos, a ver. Os coxos, a saltar à vara.

A mãe natureza é manhosa. Pois.

Claro que este assunto remete, rapidamente, para a coisa da "normalidade". Os larápios também acham que é normal roubar. As finanças, idem.

.

RioDoiro disse...

Já agora, é curioso ver os homossexuais a invectivar o casamento incestuoso. Reclamam que o estado não se deve meter em coisas de amor, mas aceitam aquela excepção e outras, como o harém. Nesse caso, já o estado se pode meter na cama com as pessoas.

.

NachtEldar disse...

À equipa:

Cumprimentos.

Ao DLM em particular:

A temperatura para o "tal" post tornou-se óptima, não concorda?

Anónimo disse...

A Igreja Católica é muito mais liberal que o Partido comunista cubano e outros comunistas mais que para destruirem o nosso país tentam que a ligação homossexual seja legalizada pelo casamento.
Basta ler-se o que Fidel Castro e Guevara disseram sobre o que se devia fazer aos maricóns como eles diziam sem correcção política, mas a eles não ficava mal pois eram santos revolucionários. Muitos destacados maricóns foram perseguidos e não só presos como brutalmente agredidos e vários mortos e não se podia pertencer ao partido nem às milicias populares se fossem maricas.
Na igreja não é assim, muitos e muitos padres são maricas e até bispos e não são punidos e isto demonstra que o Vaticano se censura a moralidade não persegue nem mata. Os que falam contra a Igreja deviam pensar nisto e por os olhos nestes exemplos.
Como cristã tenho as minhas opiniões mas tento não fazer mal a quem nasce com essa triste sina, genética como disse um vosso colega e felicito a sua postura.Mas daí a aceitar o matrimónio vai muita distancia, pois não acho bem.

ANA V.CAMILO

Anónimo disse...

Jaaquim Breja e Ana Camilo: parabéns. De facto os homossexuais desprezavam o casamento mas agora já o querem. Para quê? Para nada. Só para achincalhar. Querem um contrato? Vão à empresa na hora e registem a actividade: operadores de K-Y Jelly.

ml disse...

o casamento, tal como o conhecemos, mesmo quando civil, tem por base o casamento Católico, quer queiramos quer não. Correcto?

Incorrecto. A larguíssima maioria do mundo não é católica e casamento existe com a mesma força. O que a igreja católica instituiu foi o casamento religioso. O civil, com registo escrito ou contrato verbal, é uma construção social e cultural que existe desde tempos muito recuados.
As igrejas têm todo o direito a recusar o casamento religioso a quem não vive de acordo com as suas regras. Quanto ao casamento civil, não têm nada que se intrometer, até porque nem o reconhecem como válido. E se não é válido, porque se preocupam tanto? Será que querem salvar ao menos os homossexuais do pecado, já que os heterossexuais cada vez lhes dão menos ouvidos?

Mas como sabemos que antes dos homossexuais já as mulheres e os pretos eram devotamente segregados com o beneplácito da santa madre, não deve demorar assim tanto tempo até aceitarem que todos foram feitos à imagem e semelhança de Deus, sei lá.

E olhe que não foi a igreja católica que acabou com a poligamia e muito menos a poliandria, não acredite em toda a propaganda que lê. O casamento monogâmico é muitíssimo anterior, e de um modo geral o modelo familiar era o patriarcal. É claro que houve variáveis conforme a época e a geografia, tal como ainda hoje acontece em sociedades não cristãs e cristãs. Muitos mormons, apesar de cristãos e apesar de oficialmente extinta há 100 anos, continuam a praticar a poligamia.

E finalmente, muito mal fica à direita dizer que os direitos civis são causas esquerdistas. Pensava eu que era uma das bandeiras a que ultimamente se tinham agarrado, mas se calhar não.


____________________________________


Sr. Carmo, abri uma garrafa de Quinta de Cabriz para celebrar o facto de finalmente haver qualquer coisinha em que estou de acordo consigo.
Será bom? O vinho, quero dizer. Na verdade não fui eu que o escolhi e na verdade também não foi exactamente por esta feliz coincidência.

Não consigo entender mesmo, ultrapassa as minhas parcas capacidades, porque carga de água as pessoas se incomodam tanto com a vida dos outros. E mais e pior, porque carga de água pensam que o seu modelo de vida é o único válido para os seis mil milhões de almas que deambulam por aí. E porque carga de água se julgam gente ungida pelo divino espírito santo para orientar os caminhos do mundo.

Olhe, digo o mesmo, o casamento entre homossexuais é o lado para que durmo melhor. Cada um que decida a sua vida, viver a minha já me ocupa o tempo quase todo. Quase, que ainda me fica um bocadinho para aprazimento aqui com os fiéis.
O estado apenas tem que assegurar os mesmos direitos a todos os cidadãos. Depois cada qual, hetero ou homossexual, que opte pelo caminho que entender melhor para si. Que não venha o estado perguntar-me a mim, que não tenho nada com isso, quem deve ou não casar-se. A mim foi-me dada a capacidade legal de ser a única a decidir o que fazer com a minha vida, todos os cidadãos têm direito a exigir o mesmo.

Anónimo disse...

"E porque carga de água se julgam gente ungida pelo divino espírito santo para orientar os caminhos do mundo", diz o comentarista ML.
Não é por sermos ungidos, é por termos direito a expor as nossas razões.
Não queremos orientar o mundo, só queremos que certas gentes não imponham leis à sociedade, como é o caso.
Por um lado diz que o Estado não deve meter-se na vida das pessoas. Por outro é a favor de que o Estado decida que os homos podem casar-se, pois não esqueçamos que é o Estado a quem eles pedem que pf faça isso, a lei.
Será dupla visão provocada pelo vinho? Por mim apenas digo que nunca beberei do vinho que ele bebe.
Acho dá confusão na cabeça ou pelo menos na caneta, cumpre o seu dever de alcool.
Deve ser cá uma zurrapa!
Não seria melhor beber só água das pedras e já agora não se zangue, mas se zangar tome um chá de tília que faz bem. Olhe, as pessoas incomodam-se com a vida dos outros porque esses outros procuram estragar-lhes a vida ou pensa que somos cidadãos de opinativa livre por desporto? O direito a opinar só não é legítimo em ditadura, seja de governadores bebedores ou abstémios.
ANA CAMILO

ml disse...

Meu caro Ana Camilo

Eu incomodo-me com o que pensa? Mais, eu dou-me ao trabalho me incomodar com as suas opiniões? E mais ainda, eu tenho alguma coisa a ver com o que lhe passa na cabeça?
Nada.
Mas já houve um avanço civilizacional, desta vez dirigiu-se-me directamente em vez de ficar a remoer pelos cantos.

E já agora, se não lhe desse muito incómodo, podia escolher um único nick com procuração de todos os outros? Sempre se evitava, quando fosse caso disso, repetir ao replicante nº4 o que já tivesse dito ao replicante nº 10.
É só uma sugestão, sei lá.

Renato Bento disse...

"A larguíssima maioria do mundo não é católica e casamento existe com a mesma força."

Que parte do tal como o conhecemos e de que estamos a falar de Portugal que não percebeu ml?

"é uma construção social e cultural que existe desde tempos muito recuados."

Desde quando? Em Portugal desde quando, visto que é isso que nos interessa...

"E olhe que não foi a igreja católica que acabou com a poligamia"

Então, em Portugal, foi quem?

"E finalmente, muito mal fica à direita dizer que os direitos civis são causas esquerdistas. Pensava eu que era uma das bandeiras a que ultimamente se tinham agarrado, mas se calhar não."

Então são causas de quem? O que raio é o Bloco?

ml disse...

RB, eu percebi todas as partes, juro. Mas como o casamento, ‘tal como o conhecemos’, mais ritual menos ritual, se repete em latitudes que nada têm a ver com a igreja católica e já existia muito antes da igreja católica, não vejo lá muito bem porque quer restringir a prática a Portugal apenas. É indiferente.


Desde quando? Em Portugal desde quando, visto que é isso que nos interessa...

Em Portugal? Quando Portugal começou a existir já havia casamentos há milénios. Quem lhe meteu na cabeça que foi D. Afonso Henriques quem inaugurou a prática?


Então, em Portugal, foi quem [que acabou com a poligamia]?

Lá voltamos ao mesmo. Em Portugal nunca houve poligamia. Como já não havia no tempo dos romanos, onde era severamente proibida. E antes deles, na Grécia. Em Atenas era uma prática rigorosamente interdita e punida.
Como poderia ter cabido à igreja católica a sua abolição?


Então são causas de quem?

Bom, ficamos esclarecidos. Mas pensei que os direitos civis e individuais também fossem apadrinhados pela direita, que se farta de reclamar que é uma das grandes diferenças entre as sociedades liberais e as ditaduras.
Enganei-me. Ou enganaram-se.

Anónimo disse...

Então que n se casem, mas que tenham os mesmos direitos fiscais e sociais de casais hetero casados. Penso que é isso que está em causa e pelo que eles lutam.

eu quero lá saber se no BI diz casado ou solteiro, eu quero é as vantagens económicas e sociais de duas pessoas que decidiram formar uma "aliança", suponho que eles queiram o mesmo...

E em que medida é que isso nos afecta? Em que medida é que os outros saem prejudicados?

Bob

Sérgio Lopes IVS 192 disse...

Caro Stran,

Como o compreendo!

Pena é que me não tenha ou não tivesse queriso compreender-me, e à Constituição da República Portuguesa que protege os direitos de todos os cidadãos, sem criar excepções. Os homossexuais são cidadãos portugueses, logo têm os mesmos direitos que eu tenho, nem mais, nem menos.

É o meu argumento. Se não concorda com ele, quem deve apresentar o contraditório é o Stran, que não eu que o paresntei. Eu sou todo ouvidos.

Naturalmente que diferimos quanto à definição de casamento. Eu não vejo nenhuma necessidade de alterar a definição da instituição do casamento que desde há tempos imemoriais é entre um homem e uma mulher, portanto entre dois cidadãos de sexos opostos.

Mas, nada tenho a opor a que dois cidadãos do mesmo sexo se unam. Nada tem a ver comigo. Mas não pelo casamento tradicional que esse foi inventado para a procriação que aos homossexuais a natureza negou e lá terias as suas razões.

Ser homossexual é uma escolha, tal como posta por Galileu Galileu na sua famosa frase:

"Não me sinto obrigado a acreditar que o mesmo Deus que nos dotou de senso, razão e intelecto também tenha tido a intenção de que não utilizássemos esses dotes".

Quem escolhe livremente assume-lhe as consequências. Não se socorre dos outros para validar a sua escolha.

Sérgio Lopes IVS 192 disse...

Ó Anónimo, o seu argumento é falso. O que é que impede um contracto económico entre dois cidadãos do mesmo sexo? É só ir ao notário e celebrá-lo.

No concernente às heranças idem, aspas. Vai-se ao notário e celebra-se um testamento.

Olhe que eu não me sinto nada ameaçado pelos Gays. Antes pelo contrário, sobram mais mulheres...

Sérgio Lopes IVS 192 disse...

RB disse...
Existe, desde o início disto tudo, um erro colossal: o casamento, tal como o conhecemos, mesmo quando civil, tem por base o casamento Católico, quer queiramos quer não. Correcto?

Incorrecto! Portugal é um estado secular, logo a igreja não põe o nariz em actos civis, a menos que sejam recepções com muito vinho...

Sérgio Lopes IVS 192 disse...

Ó amigo anónimo ARLINDO METELO. Dobre lá o T em Metello, para ler-se Metélo e não andar aí toda a genta gritar "vem cá metêlo"...

Sérgio Lopes IVS 192 disse...

Carmo da Rosa vou fazer-lhe uma confissão. Fico desconcertado quando alguém se sai com “não sou contra nem a favor” e depois dá uma opinião, incluindo a minha escolha de comparativos.

Ainda que admita que a sua, isto é, comparar as uniões do mesmo sexo a maçãs e as uniões de sexos opostos as peras seja muito mais o que eu quis dizer em termos de diferença. É que a diferença é ainda mais pronunciada, quando a jornalista do DN as queria absolutamente iguais... Mas não passa de um jogo de semântica que não altera em nada a essência do tema. Mantendo-nos no tema, é como quem tira uma “mariquice” de um saco e a põe noutro. Será isso que é “não ser a favor, nem ser contra?” Eu prefiro quem é a favor e quem é contra, ser as duas coisas ao mesmo tempo é muita areia para a minha camioneta.

Sérgio Lopes IVS 192 disse...

Range-o-Dente disse...
"Hei de escrever (tenha tempo) sobre (entre outras coisas) esta coisa dos direitos.

Os homossexuais terão o direito a casar. Os cegos, a ver. Os coxos, a saltar à vara.

A mãe natureza é manhosa. Pois.

Claro que este assunto remete, rapidamente, para a coisa da "normalidade". Os larápios também acham que é normal roubar. As finanças, idem."

Absolutamente delicioso o seu comentário! Não consigo parar de rir...

Anónimo disse...

Já há tanta dialéctica sobre este assunto, mas tinha de vir o paspalhão nº245 deste blogue dizer mais uma bacorada.

Eu estou do lado dos que têm juízo na carola. E vocês?

Anónimo disse...

Ao comentarista ML eu digo, o que está duvidoso e suscita interrogações é isto e não faça que não percebe: os gays masculinos e femininos não querem direitos de índole económica-social, pois isso teria outra legislação, muito menos conflituosa. Querem é CASAMENTO. Ou seja, querem que se legisle no sentido de lhes dar um estatuto que implica com a lei em que o casamento se baseia, e é a lei natural.
Seria o mesmo, peço desculpa ao ML pelo exemplo que não é chacota, em que dois por hipótese pinguins exigissem o direito de ser considerados cangurús, em vez de exigirem direitos a igual tratamento e alimentação adequada tal como os outros.
Ou, posto no caso de humanos, e respeito a humanidade daqueles nossos irmãos e irmãs diferentes, um grupo de pigmeus congoleses exigirem ser considerados suecos de dois metros ou vice-versa, em vez de exigirem ter o mesmo direito a ordenado igual ou mesmos benefícios da Segurança social.
Por isso, pergunto, o que está subjacente a este afã de propaganda?
Acho que o mesmo que existe nas exigencias de outros grupos, a tentativa de misturando alhos com bugalhos manipular e mais nada. Basta ver-se a quem o Colectivo, não me refiro a homos individualmente, está ligado ou controlado.
Acho que a minha sugestão sobre o chá de tília lhe fez bem, vejo-o mais sereno apesar de embirrar com as multidões.

Virgulino Pantufa, visto que não gosta de ANA CAMILO

Anónimo disse...

O ML brinca connosco ou então com a História.
O que não havia em Roma, na Grécia e mesmo na última fase da romanidade era poligamia "de jure", que não de facto. Era substuída no caso de Roma pelos chamados ajustes pós matrimoniais e pela posse de inúmeras escravas (concubinas de facto). Na Grécia o panorama variava de cidade-Estado.
Basta ler-se Gibbons, Robert Graves, Carlo Maria Franzero ou, mesmo, um qualquer bom manual escolar não censurado pelos códigos marxo-progressistas cubanos ou derivados.
A ICAR, com que nada tenho a ver pois sou adventista, nos seus primeiros tempos legislou contra a poligamia, era um facto,porque rompia coesões sociais que se esboçavam. O que é natural, ainda que o ambiente de relacionamento fosse muito confuso e até controverso.

E.B. Videira

ml disse...

Replicante nº qualquer coisa

Desde o pequeno desaguisado ‘Shakespeare’ que se percebeu que a coisa não ia ficar por aí, pela aragem se vê quem vai na carruagem. E não há-de ser por mim que vai deixar esses pequenos confortos. Reservo-me apenas a capacidade de conceder ou não a terceiros o estatuto de poderem incomodar-me.

Vamos fazer assim então: escreva o que tem a escrever, speak out your soul nessa prosa elegante. No fim, considere-se sempre respondido, que eu não sou pessoa para deixar alguém a falar sozinho.

Um óptimo acordo de parte a parte, não acha?

ml disse...

E para começar bem o cumprimento do acordo, a dois comentários devem corresponder duaas respostas-cláusulas que abranjam todas as possibilidades.

Pode (e deve), em meu entender, além de manter oficialmente o nick de blogueiro, de colocar aqui os posts que entender e de se comentar abundantemente a si próprio, considerar-me também a mim participante na caixa de comentários.

Acho que melhor não pode haver.

Anónimo disse...

Obrigado caro ML pelo seu espírito cavalheiresco, mas não percebi essa do Shakespeare.
Já agora informo que se utilizei o nome de Virgulino Pantufa foi por uma circunstancia penosa, que a sua bondade natural compreenderá: sofro de doença multipolar, pior que bipolar!, de maneira que na minha cabeça em certas alturas tudo se mistura e ora me vejo como um guarda-nocturno em Cascais ora como uma empregada de farmácia no Barreiro, quando não actor de cinema em Bollywood ou, mesmo, comandante de bombeiros em Sacavém.
Daí a característica que detectou com argúcia.
É um caso sem tratamento, veja a minha sina, sou motivo de pena que me tem apoquentado muito.
Neste momento, contudo, até estou feliz, de há cinco minutos a esta parte estou a assumir a personalidade de um titular, veraneante em Honolulu!
Espero que o Estado Português olhe para os meus direitos e, em concomitancia, me multiplique o salário através de 84 verbas adicionais correspondentes às minhas diferentes personalidades múltiplas.
Também tenho direitos, não são só os outros!

Leopoldo, Duque de Hoenzolern, neste momento usando roupa de praia

Anónimo disse...

O meu caro Sergio Lopes é o Tribunus?

Bem presumo que sim.

"Os homossexuais são cidadãos portugueses, logo têm os mesmos direitos que eu tenho, nem mais, nem menos."

"É o meu argumento. Se não concorda com ele, quem deve apresentar o contraditório é o Stran, que não eu que o paresntei. Eu sou todo ouvidos."

E eu julgo que tinha apresentado mesmo, o direito ao matrimónio, ou seja o direito a constituir família.

"Naturalmente que diferimos quanto à definição de casamento."

E de família. E o problema legislativo está mesmo relacionado com os direitos atribuídos a esta "unidade" civil. Por exemplo o direito à herança e o direito de visita e um terceiro, bem mais polémico, o direito a criar uma criança.

Passo a explicar os três problemas:

direito à herança - não existindo matrimónio, o parceiro ou parceira não é herdeiro directo. O que significa que no caso de falecimento de um deles é a familia que herda uma parte significativa, e importante dos bens.

Dou um exemplo de uma situação que se pode tornar grave: a casa de familia.

Imaginemos a situação hipotética em que a casa é comum, embora esteja em nome só de um. Caso o parceiro (em cujo o nome está a casa) faleça os herdeiros directos passam a ser a familia. E mesmo que a pessoa que faleceu tenha deixado a casa em herança ao parceiro a familia, como herdeira directa, pode impugnar esse herança e reclamar a casa, caso ão tenha existindo herança então a casa vai para os herdeiros directos e para o parceiro.

Ora, como bem sabemos, este cenário tem uma elevada probabilidade de acontecer, sendo que apenas por lhes estar vedado o acesso ao matrimónio é que isso acontece. Ou seja têm menos direitos que o resto da população.

Direito de visita - existem situações em que o paciente está em estado critico onde apenas pode receber visitas de familiares. Mais uma situação em que como não são considerados família lhes é vedado o acesso ao exercício de um direito. Sendo neste caso particularmente cruel, pois podem ser os últimos momentos desse paciente (e se quisermos ser particularmente mais cruéis imagine este problema conjugado com o anterior).

Direito a constituir família - Eu sei que este é talvez o tema mais sensível. Eu trouxe à discussão para levantar o seguinte problema:

- as pessoas homossexuais devem ou não ter o direito de constituir família e educar uma criança?

Partindo do pressuposto que a resposta a esta questão é Não (já agora eu responderia que sim), coloco a seguinte questão:

- numa familia heterosexual, a esposa e o esposo têm rendimento idênticos. Passado 2 anos de casamento têm um filho. Passado 6 anos de casamento decidem o divórcio porque a esposa finalmente teve a coragem de se assumir homossexual. Quem têm direito à custódia do filho?



"Eu não vejo nenhuma necessidade de alterar a definição da instituição do casamento que desde há tempos imemoriais é entre um homem e uma mulher, portanto entre dois cidadãos de sexos opostos."

O problema não é existir necessidade ou não de alterar a definição de casamento. A questão que se coloca é no casamento civil e nos seus direitos. Sendo que um casamento civil nada mais é que um contrato entre duas pessoas.

E honestamente se é esta simples palavra que faz tanta confusão, em vez de criar um estatuto novo, julgo que seria mais eficaz o seguinte:

a - eliminar as passagens em que faz referência a pessoa de sexo oposto;

b - substituir a palavra "casamento" por outra qualquer, sei lá, pode ser "amento" ou "otnemasac" ou "XYZ"


"Mas, nada tenho a opor a que dois cidadãos do mesmo sexo se unam. Nada tem a ver comigo."

Então?

"Mas não pelo casamento tradicional que esse foi inventado para a procriação que aos homossexuais a natureza negou e lá terias as suas razões."

Um caso real: Eu sou heterosexual e não quero ter filhos. Por este motivo não posso casar?

Segundo ponto: você afirma "a procriação que aos homossexuais a natureza negou e lá terias as suas razões". Eu julgo que a opção sexual de uma pessoa não lhe altera biologicamente os órgãos reprodutivos. Estou enganado? Ora em pleno sec. XXI esta frase já não faz sentido no caso dos homossexuais do sexo feminino.


"Ser homossexual é uma escolha..."

Ou seja, a tendência sexual revelada é uma escolha, certo?

Ou seja, você é heterossexual porque assim o escolheu, certo?

Ou seja, você nasceu homossexual mas escolheu ser heterossexual, é isso que você está atentar dizer?

Anónimo disse...

Sem duvida este é um tema interessante que acaba por juntar no mesmo lado da barricada eu, a ML, o RB e o Carmo. Que grupo mais heterogéneo!

Caro Leopoldo,

"Espero que o Estado Português olhe para os meus direitos e, em concomitancia, me multiplique o salário através de 84 verbas adicionais correspondentes às minhas diferentes personalidades múltiplas.
Também tenho direitos, não são só os outros!"

Claro que sim! Não se esqueça que tem de trabalhar pelos outros 84 também e a tempo inteiro!

Anónimo disse...

O casamento certifica uma especificidade: neste caso a complementaridade de dois seres.
Dêem todos os direitos de convivencia aos homossexuais, não os discriminando como pessoas de direito económico e relacioinal.
Mas, por favor, não garantam aos mesmos a especificidade do casamento. Seria ridículo, além de ser socialmente errado.
Alguns grupos vêem nisso apenas uma fórmula de permeabilizarem a "sociedasde burguesa", como outros exigem outros "direitos" de cariz "religioso".
Dito isto, agradeço a Stran a sua compreensão. Não porque trabalhe a tempo inteiro em cada uma das minhas personalidades (uma vez que só sete é que são de proletários, as outras são todas de pessoas bem instaladas na vida e que, quais argentários/políticos, passam-na regalada), mas porque se me dessem subsídio assumiria outras 480 (o que elevaria os rankings de emprego do Engenheiro, contribuindo para as suas dele boas estatísticas...).

Adozinda de Jesus (stripper, neste momento).

Anónimo disse...

"Mas, por favor, não garantam aos mesmos a especificidade do casamento. Seria ridículo, além de ser socialmente errado."

E a questão é saber o que é para si o casamento civil?

Anónimo disse...

É uma coisa muito bonita, que só é pena não se poder repetir como o outro. E falo com conhecimento de causa, no capítulo religioso claro, pois embora não acredite sou casado por igreja quatro vezes! Yeah!

Porfírio Rubirosa

Anónimo disse...

Caro Sérgio Lopes,

As vantagens não se limitam às fornecidas pelo notário (e na criação de um testamento existem factores de herança que não são abrangidos ou mais dificultados após a morte no caso de não ser o conjugue), existem a nível de finanças e IRS, quando se vai a um banco pedir credito o facto de as duas pessoas estarem casadas é um bónus para ser aceite, etc.

E não se esqueça das sociais, como o facto de nos hospitais em muitos casos apenas o conjugue poder visitar fora de horas da visita ou quando se está numa situação muito critica, etc.

Existe um rol de pequenas grandes situações benéficas para os casados pelo registo civil.

Bob

Anónimo disse...

Epá,

pela 1a vez concordo com o Stran e ML...

Sinto-me esquisito... :P

Hugs para os dois. ^^

Bob

Anónimo disse...

Caro Porfiio,

"...no capítulo religioso claro, pois embora não acredite sou casado por igreja quatro vezes! Yeah!"

Não me diga que uma dessas vezes foi com a Adozinda de Jesus?

Caro Bob,

Um abraço.

ml disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ml disse...

Sem duvida este é um tema interessante que acaba por juntar no mesmo lado da barricada eu, a ML, o RB e o Carmo.

História remix e não o fim da história.


pela 1a vez concordo com o Stran e ML...

Não desanime. Quando nos reencontrarmos lá por Gaza ou Israel logo reatamos as hostilidades. ;)

Cheers

Anónimo disse...

"História remix e não o fim da história."

Assusta-me é um dia existir um problema que coloque também do mesmo lado da barricada o Lidador... ;-)

Anónimo disse...

Relativamente a muitos comentários que li por aqui espalhados:

Nós temos que examinar caso a caso, se os esquerdistas concordam que é bom ou mau isso não interessa, temos sempre que ter uma analise critica individual, e não fazer oposição "just for the sake of it"...

"Não desanime. Quando nos reencontrarmos lá por Gaza ou Israel logo reatamos as hostilidades. ;)"

haha mt bom :)

cheers

bob

Carmo da Rosa disse...

@ ML: ”Sr. Carmo, abri uma garrafa de Quinta de Cabriz para celebrar o facto de finalmente haver qualquer coisinha em que estou de acordo consigo.
Será bom? O vinho, quero dizer. Na verdade não fui eu que o escolhi e na verdade também não foi exactamente por esta feliz coincidência.”


Nunca provei, mas segundo o guia VINHOS DE PORTUGAL 2009 que tenho aqui mesmo ao meu lado, o Qta de Cabriz 2005 é de cepa Touriga Nacional, cor muito viva e concentrada e o vinho tem muito mais elegância que no ano anterior. O aroma está ainda fechado mas já dá para perceber que está em muito boa forma, requintado e moderno. Na boca nota-se ainda muitos taninos a dizerem que vai precisar de tempo em garrafa para que tudo se harmonize. [Precisamente como o Fiel Inimigo – precisa mais tempo e mais garrafa para haver harmonia].

Largando o vinho, com dor na alma, e voltando às grandes questões do ‘seichozinho’, creio que a aceitação do casamento, ou da união, ou mesmo da adopção de crianças por homossexuais é uma questão psicológica e uma questão de tempo.

Em todo o caso não creio que tenha muito a ver com todos estes argumentos sócio-jurídicos com molho católico que aqui vejo e que acho interessantes, alguns, outros hilariantes... Como a senhora que acha as ‘exigências’ dos homossexuais de comparar com pinguins que querem ser cangurus!!!

Porque na realidade os homossexuais NUNCA tiveram, nem nas sociedades mais liberais, os mesmos direitos que os outros. Foram geralmente sempre tratados um pouco como os Albinos em África.

Quando uma parte da Igreja se lembrou que os índios talvez tivessem alma e, caso fossem capaz de trautear de cor o Pai Nosso e duas Ave Marias teriam o Céu garantido, logo a outra parte se mandou ao ar juntamente com os reaccionários laicos que existem em todas as épocas. “O quê, então eu vou ter que partilhar o meu espaço no paraíso celeste com índios guaranis e bakongos? Onde é que já se viu tal enormidade?”

Depois foi a vez da escravatura, que também não foi assim tão fácil para alguns compreender que, ao contrário dos homossexuais, os escravos não nascem escravos.

Quando as sufragettes exigiam o voto para as mulheres – a mesma conversa...

No desporto idem. Durante muito tempo pensou-se que uma mulher nunca poderia correr a maratona (42,195 km)! Hoje as mulheres correm a maratona em 2 horas e vinte minutos, uma performance que há uns anos atrás era impossível para atletas masculinos.

No salto à vara, durante muito tempo privilégio de homens, pode-se agora admirar a divinal Yelena Isinbayeva saltar 5,03 metros e cair do céu como maná...

@ Stran: ”substituir a palavra "casamento" por outra qualquer, sei lá, pode ser "amento" ou "otnemasac" ou "XYZ" “

Os homossexuais não querem que se substituía a palavra, isso é perdurar a discriminação. Isto é um factor psicológico importante, eles querem ser aceites na sociedade como todos os outros – com as mesmas palavras...

@ Stran: ”Sem duvida este é um tema interessante que acaba por juntar no mesmo lado da barricada eu, a ML, o RB e o Carmo. Que grupo mais heterogéneo!”

E o Bob. Abre-se duas garrafinhas de Quinta de Cabriz de 2005 e faz-se uma orgia...

Anónimo disse...

Ná, caro inimigo cordial, eu Porfírio Rubirosa só frequentava gente da alta.
Está recordado da minha figura, não está? O playboy da diplomacia, recorda-se?
Eu agia na América do Sul, lugar onde os bons costumes continuam, agora com um galã, o da Naomi como as revistas cor-de-rosa/vermelhas contaram, Hugo Chavez, um bonitão todo progressista.
Porfírio

Anónimo disse...

Caro Carmo,

"Os homossexuais não querem que se substituía a palavra, isso é perdurar a discriminação. Isto é um factor psicológico importante, eles querem ser aceites na sociedade como todos os outros – com as mesmas palavras..."

Mas a minha questão é: porque raio é que se deve atrasar o processo de acabar com a discriminação em termos de direitos por causa de uma palavra?
Veja que não defendi criar um regime diferente e alternativo. Tenho é uma abordagem pratica que é: se se perde tanto tempo a discutir o que é o "casamento" e se essa palavra faz tanta confusão a tanta pessoa retira-se essa designação da legislação portuguesa. Por exemplo chamar-se-ia "União Civil", acabar-se-ia com a equivalência do casamento católico a casamento civil, e toda a gente ficava feliz.

Obviamente que a discriminação não terminava, como não irá terminar com o simples facto de se permitir o acesso ao regime de casamento civil.

Agora julgo que é inconsequente estar-se a lutar por uma palavra quando existem pessoas a sofrer neste momento por não terem acesso a direitos que têm toda a legitimidade de ter.

Eu não sei se consegui espelhar correctamente o que defendi. Vou tentar resumir os passos:

1º - Revoga-se a lei do casamento civil. (Isto implica revogar-se a lei da equivalência do casamento católico ao casamento civil);

2º - Cria-se uma nova lei para legislar sobre as uniões entre pessoas para constituir familia a que se chama "União Civil" (pode ser idêntica à anterior, substituindo apenas Casamento Civil por União civil, e elimina-se a designação "de sexos opostos", elimina-se também a equivalência)

E voilá, deixa de haver discriminação na legislação pelas tendências sexuais de uma pessoa, as diversas religiões ficariam com o oligopólio da palavra "casamento" mas esta já não qualquer valor material na sociedade.

Carmo da Rosa disse...

Caro Porfírio, não sei se o seu comentário me é dirigido, caso assim seja lamento desapontá-lo, mas percebi rigorosamente nada!!!

Anónimo disse...

Caro CdR,

O comentário era para mim. É a resposta à pergunta que lhe tnha feito anteriormente.

Caro Porfirio,

Já que andou por terras brasleiras quando é que perdeu o sotaque brasileiro?

Carmo da Rosa disse...

@ Stran: ”Mas a minha questão é: porque raio é que se deve atrasar o processo de acabar com a discriminação em termos de direitos por causa de uma palavra?”

Creio que a minha resposta vai ao encontro daquilo que eles (homos) poderão responder. As suas soluções são realmente práticas mas creio que não têm em conta a psicologia da coisa. Mas o melhor é fazer esta pergunta a um homossexual.

ml disse...

iiihhh, sr. Carmo, tanta literatura para um simples acompanhamento de refeição.


Precisamente como o Fiel Inimigo – precisa mais tempo e mais garrafa para haver harmonia.

NUNCA!!!! O fiel está muito bem como está!, perdia o encanto. “O aroma é fechado” mas é esse o atractivo para os visitantes infiéis.


Pois, e a ‘dissolução da família tradicional’ é o argumento que mais me apoquenta. A partir da aprovação, que também penso ser uma questão de tempo, acha que nos vão obrigar a todos, a si, a mim, a outros, a dissolver a nossa família e a adoptar o novo modelo?
Olhe, vivo ralada.


Albino em África é uma desgraça. Há um cantor de quem gosto muito, o maliano Salif Keita, que fala do que sofreu pela discriminação.