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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sobre sondagens


O JPLN, no Blasfémias, sustenta a hipótese de que as diferenças entre sondagens e resultados finais (tendo presente o recente caso das eleições europeias) têm por detrás o medo do eleitorado, em em especial o de direita, em revelar a sua intenção de voto.

Pois eu defendo outra hipótese que me parece mais plausível. As sondagens de algumas instituições entram em conta com os resultados eleitorais mais recentes. As últimas eleições antes das europeias foram as autárquicas em Outubro de 2005. Estas deram uma maioria de votos confortável ao PS e atiraram BE e CDS para o fundo da tabela.

Se bem me lembro a maioria das sondagens para as últimas europeias dava vantagem ao PS (ainda que pouco folgada) e davam resultados pouco expressivos ao BE e PP. Face aos resultados que se seguiram - PSD ganhou, BE e PP tiveram resultados bem mais expressivos que nas sondagens - parece-me que o erro se pode dever ao facto de os resultados estatísticos entrarem em linha de conta com o sufrágio anterior. Trocando por miúdos, a empresa de sondagens considera não só as respostas dadas ao inquérito em si mas acrescenta-lhes outra amostra que são os resultados eleitorais anteriores. Esta técnica - que não posso assegurar que seja efectivamente utilizada por estas empresas - permite aumentar a dimensão da amostra com um custo muito baixo e evita que as percentagens divulgadas para cada partido não tenham oscilações muito bruscas (por não serem, à partida, expectáveis).

Assim, parece-me prudente que tenhamos esta hipótese em mente quando se olha para as sondagens que forem saindo. O PSD pode não estar assim tão perto do PS e o BE pode não ser a terceira força mais votada.

4 comentários:

Anónimo disse...

Gostei da imagem. Fora de série!

Sérgio Pinto disse...

Tarzan,

A votação do BE nas europeias não foi mais expressiva do que previam as sondagens. Uma chatice, mas vão mesmo ser a 3ª força.

Nunca ouvi nada do género em relação a utilização de resultados anteriores em sondagens (nem nunca vi o Pedro Magalhães, no Margens de Erro, a referir tal coisa).

NC disse...

Caro Sérgio,

é só uma hipótese. Já desafiei o Pedro Magalhães a comentar esta posta :-)

De facto, a concretizar-se, será uma chatice. Espero que a malta acorde o mais cedo possível.

Unknown disse...

OLá. Só agora dei por este post. A explicação da forma com os resultados anteriores são usados não é exacta. Há casos - Marktest no passado, mas deixaram de o fazer - em que o comportamento de voto nas últimas legislativas é usado como uma das variáveis que servem para ponderação pós-amostral. Há outros - CESOP - em que o resultado de várias eleições (não autárquicas) são usados como critério de estratificação adicional para além de região e habitat na selecção de pontos de amostragem. Mas é só isto. Acho que a explicação não vinga.

Abraço,
PM