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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Trocas vs Sondagens: um balanço possível

Finda a experiência do Trocas de Opinão aqui fica a comparação possível dos resultados. Possível porque não assim fácil traduzir a evolução das cotações no Trocas em percentagens dada a volatilidade que alguns títulos tiveram. Vejamos:

PS
PSD

CDS

BE

CDU

Como se pode observar, existem muitos picos quer para cima quer para baixo. Estes são devidos a erros de introdução das ordens e a tentativas de influenciar significativamente as cotações. Mas o que é facto é que estas retornaram sempre ao valor médio que tinham antes destes "ataques".

Calculando a média das 100 cotações saídas de cada título, após retirar as observações anormais, chega-se aos seguintes valores arredondados.

PS: 33,6%
PSD: 29,5%
CDS: 9,3%
BE: 7,4%
CDU: 10,7%

Comparando as previsões das sondagens e do Trocas de Opinião com os resultados eleitorais temos:


O erro absoluto da média das últimas sondagens e da previsão do trocas é comparada no gráfico seguinte:



O "mercado" só conseguiu bater as sondagens no que toca às percentagens do PSD e do CDS. No PS falhou clamorosamente e na CDU igualmente e aqui sem a desculpa da volatilidade porque foi talvez o título mais estável. Não se notou que os negociantes favorecessem nenhum quadrante político em especial: asc cotações da CDU e PSD andaram sempre muito acima do resultado final e no caso do CDS um bocado abaixo. O somatório dos desvios absolutos médios das cotações do trocas cifrou-se em 2% enquanto que o das sondagens andou nos 1,2% o que dá a vitória às sondagens. Olhando para os erros clamorosos temos que as sondagens cometeram um ao sub-estimarem a votação do CDS enquanto o Trocas cometeu dois ao sobre-valorizar a CDU e sub-valorizar o BE. Mesmo em relação à margem de vitória do PS, o Trocas falhou por 4,5% enquanto que as sondagens falharam por apenas 0,8%.

No global, o Trocas de Opiniões teve um bom comportamento: a valorização dos títulos manteve-se dentro de uma banda razoável e os mecanismos naturais de correcção de irracionalidade ou de especulação agressiva funcionaram. No que me toca, limitei-me basicamente a manter posições de arbitragem e não me posso queixar - acabei entre 10º e 30º lugar nos títulos em que andei a negociar e participaram seguramente mais de 300 pessoas.

No entanto, para o Trocas de Opinião sonhar em "competir" com as sondagens tem ainda de corrigir alguns aspectos. Um deles creio ser praticamente impossível de resolver e que é o de se negociar com pontos e não com dinheiro. Com pontos é mais fácil sabotar o mercado porque não nos sai do bolso. Outro problema foi o facto das vendas a descoberto não terem qualquer custo associado. Qualquer um podia lançar e realizar negócios a descoberto sem que isso lhe custasse pontos no imediato. Nos mercados reais, quem quer fazer negócios a descoberto tem de entrar com uma caução pois, no fundo, está a pedir dinheiro emprestado ao mercado. Não havendo essa restrição torna-se fácil abrir uma conta para jogar e outra para lançar ordens a descoberto à maluca. Esperemos que nas próximas eleições haja mais liquidez no mercado porque torna o jogo mais interessante.

Nota final: não se pense que brinquedos como estes podem substituir as sondagens até porque estas servem de input na formação de expectativas dos agentes. Mas, e daí, se houvesse um número muito grande de participantes e cada um deles baseasse as suas expectativas no seu círculo de amigos e conhecidos - e não nas sondagens - talvez o resultado final acabasse por ser interessante.

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