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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O General e o Presidente.

De um lado um general de Forças Especiais, escolhido a dedo pela sua competência profissional, provada em vários campos de batalha em vários continentes.

Do outro um activista comunitário com boa pose oratória, eleito Presidente pela boa leitura de discursos e pelo toque rectal nos complexos de culpa que, ao longo dos anos, a mentalidade esquerdista foi instilando na população norte-americana.

O general quer para ganhar uma guerra, o outro quer evitar polémicas políticas que desagradem à sua mais radical base de apoio.


O general Stanley McChrystal pede os meios para cumprir a missão que lhe incumbiram, o Presidente Obama irrita-se por o general lhe pedir esses meios.


O mesmo Obama que, na retórica naive que o caracteriza, garantia, na campanha eleitoral, que ouviria os comandantes no terreno.

Bem, McChrystal é o comandante no terreno, no Afeganistão, anda há meses a exigir os meios, e tanto quanto se sabe, Obama só o ouviu na semana passada.

Até ao momento, sem resultados.
McChrystal está numa situação impossível, que é a de todos os chefes militares a quem alguém encarrega de fazer uma boa omelete, sem que se lhes forneça um único ovo.
Em Goa, Damão, Dio, Dadrá e Nagar Aveli, o General Vassalo e Silva, viu-se em idênticas circunstâncias... sem meios para cumprir a missão, e sem ordem para a largar.
O que se passa com Obama é claro como a água.
Tem de sair do mundo imaginário em que vive, e no qual se podem sempre fazer opções fáceis entre o feio e o bonito, o mau e o bom, o branco e o preto.
No mundo real, que é o da política, algumas decisões não são tão fáceis de tomar.
É por isso que, enquanto soldados morrem em batalhas, ele hesita entre tomar a decisão "bushista" de fazer um "surge" no Afeganistão, que de resto condenou veementemente no caso do Iraque , perdendo desse modo o apoio da base esquerdista/derrotista, que o levou ao colo, ou recusar a estratégia de McCrhystal, ganhando aplausos imediatos dos patetas alegres, mas assumindo a curto prazo uma retirada que será vista como uma derrota militar, com consequências devastadoras para a imagem do poder americano e para a existência da NATO.
Já para não falar do dramático aumento da força da jihad global, tornada um poder imbatível aos olhos de milhões de muçulmanos.


2 comentários:

o macaco que ri disse...

A solução americana para estes conflitos de media intensidade, que se prolongam tempo,
que servem para manter o status quo da América como potência militar e para treinar o exercito fazendo com que a principal meio de combate americano, o poderio aéreo tenha possibilidades de treinar com fogo real, passará pela criação de uma legião estrangeira.
Com efeito a guerra de guerrilha no solo é problemática para potências cujos princípios impedem a solução final à moda nazi, como estão a fazer os chineses no Tibete ou como o Estaline fez na Ucrânia na década de trinta em que matou quatro milhões à fome.
Uma guerra com guerrilha de baixa intensidade prolonga-se no tempo, e é impossível destruir o inimigo pois não se vê, aparece por geração espontânea no seio de uma população amigável.
A solução será então uma legião estrangeira, composta por soldados de países com poucos rendimentos e veteranos que gostam tanto da guerra que não se querem reformar.
O melhor país para recrutar esses elementos será em princípio a Colômbia
( deixaria de existir o maior impacto mediático, que é a chegada de cadáveres de militares aos USA )

o holandês voador disse...

Não me parece que a situação no Afeganistão actual (um país independente) e a dos "enclaves portugueses" na Índia de 1960, possam ser comparáveis.
Salazar governava em ditadura e tomava as decisões sózinho, enquanto Obama governa em democracia e tem de responder perante o Congresso. Uma diferença abismal.
Quanto aos militares, enquanto obedecerem ao poder civil, tem de fazer o que este decidir. É tão simples como isto.