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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Não digam bobagens sobre o que não conhecem

Pedindo desculpa pela demora, por me parecer bem esgalhado (independentemente de concordar, ou não, pelo todo ou em parte) e pelo trabalho que ele teve, aqui fica o comentário do leitor Aprendiz.

Não digam bobagens sobre o que não conhecem.

Os tais "esquadrões da morte" não foram nenhuma instituição da ditadura. Existem desde muito e tempo e CONTINUAM EXISTINDO, no Brasil todo, membros das Policias Militares e, em menor escala, nas Polícias Civis, que participam de atividades criminosas. Devo esclarecer que essas tais "Policias Militares" são as polícias ostensivas dos estados da federação e as "Polícias Civis" são as polícias investigativas, também estaduais. Que o nome não confunda ninguém. E deve ser bem esclarecido, que apesar dessas polícias serem estaduais, seus membros são lotados fixamente em cada município (a não ser por remoção, pedido de transferências, etc) e suas eventuais ações criminosas são sempre ligadas ao ambiente local.

Há policiais envolvidos nos seguintes tipos de atividades ilegais:

1.Policiais que complementam seu salário, em horários de folga, fazendo bicos como seguranças. Todos os brasileiros sabem, todos fazem vista grossa. Sendo o país mais violento do mundo (em tempos de "paz"), existem muitos assaltos violentos e morrem meliantes e seguranças. Se acontecer de algum meliante morrer numa troca de tiros com um "segurança" que não podeira, por lei, ter sido contratado, procurarão esconder isso. Também podem ocultar a noticia de que determinado policial morreu fazendo um bico.

2.No país mais violento do mundo, é muito comum que bandidos, por razões diversas, não sejam presos. Freqüentemente por ligações políticas dos chefes do tráfico (na época do governador Leonel Brizola, no Rio de Janeiro, que veio a ser candidato a vice de Lula, essas ligações eram mais públicas e notórias do que costumam ser), outras vezes por disfuncionalidade das instituições. Há policiais que deixaram de crer nas instituições e agem por conta própria, ao arrepio da lei. Não queiram viver num país onde a situação chegou a tal ponto.

3.Em muitos lugares, pequenos comerciantes pagam "justiceiros" para matarem assaltantes do bairro. Alguns desses "justiceiros" são policiais, ou ex-policiais.

4.Por causa de uma personagem específica, há quem ligue os "esquadrões da morte" (uma atividade tão comum no Brasil, embora com vários nomes) a um governante militar (não sei se foi na época do presidente Geisel, eu era criança, não lembro, e não tenho paciência de procurar). Um delegado de polícia chamado Fleury se envolveu em crimes. Andou, junto alguns de seus subordinados, eliminando alguns criminosos, em vez de leva-los à justiça. Ocorre que o homem tinha amizades entre políticos e militares, e aliviaram a barra dele, de modo que nunca foi preso. Coisa entre amigos.

5.É de notar-se que só um ignorante pode julgar que isso tenha sido um fato incomum, que marcou uma época. As ligações entre crime e poderosos no Brasil são extensas. Se alguém tiver curiosidade, investigue quem era o secretário de transportes da ex-prefeita Marta Suplicy, em São Paulo. O governo dela foi marcado por uma entranhada relação com o maior grupo criminoso da capital paulista, o PCC. Vejam também quem é Fernandinho Beira-Mar, e porque motivo seu silêncio é precioso para o partido que governa o Brasil.

6.Ao levantar essa questão dos "esquadrões da morte", como se fosse uma questão política, e como se essa relação promíscua entre bandidos, policiais, políticos e judiciário fosse uma coisa apenas da época, o anônimo apenas tentou desviar o foco da questão. Tentou jogar sobre os militares algo que é comum no Brasil (e, cada vez mais comum). O nome que as coisas tem não importa, o que importa são seus efeitos. Durante o governo lula, tem morrido umas 50.000 pessoas por ano, vítimas de homicídios (oficialmente acho que são por volta de 40.000, mas TODOS os especialistas em segurança pública asseguram que são bem mais). As taxas de homicídio (por 100.000 habitantes) são as maiores onde o PT ou seus aliados governam. Talvez por isso, seu partido arrisca-se a não eleger governador nenhum. Eu, e muitas pessoas, odiamos o PT, acima de tudo, pelas sua relação íntima com o tráfico, e também pelo extenso uso da máquina policial e judiciária, para proteger seus crimes a atacar adversários. Sobre nenhum outro presidente do Brasil, pode se dizer que foi sócio do tráfico de cocaína. Sobre nenhum outro presidente, pode-se dizer que corrompeu tão profundamente a polícia e o judiciário. Sobre nenhum outro grupo, que não os petistas, pode-se dizer que mandava matar não só adversários, mas até os prefeitos do próprio partido, para queimar arquivos. Estalinistas é o que são, e sempre foram. Só no estado de São Paulo, mandaram matar dois prefeitos (Municípios de Campinas e Santo André, se alguém quiser pesquisar), e inúmeras testemunhas.

7.Nenhum idiota venha aqui dizer que, por ter sido Fleury amigo do Golbery, os militares são os responsáveis pela existência de promiscuidade na polícia e na justiça, que já existia antes, e só tem se acentuado até hoje. Mas isso faz-me lembrar outra coisa. O próprio lula não seria nada, sem uma mãozinha do Golbery...

8.Finalmente, toda essa estória da carochinha, sobre a suposta especifidade da corrupção da polícia, na época dos militares, é só cortina de fumaça para esconder alguns fatos muito simples:

Os terroristas brasileiros não queriam implantar democracia nenhuma aqui, queriam implantar um regime semelhante ao que vigorou na Albânia ou ao que existe na Coreia do Norte. Todos os documentos escritos pelos terroristas na época, provam isso. Apenas estudem e não falem bobagens.

O terrorismo no Brasil não trouxe, pelo contrário, atrasou a redemocratização do país. Apenas bem depois dos terroristas terem sido esmagados (mortos, presos, ou fugidos) é que os militares negociaram com a OPOSIÇÃO INSTITUCIONAL a redemocratização do país.

Embora o Brasil tenha sido uma ditadura, não foi em momento nenhum um estado totalitário. Fazia-se oposição legalmente, e essa não era demonizada. Milhares de jornalistas, políticos e professores falavam contra o governo. Havia alguma censura, mas nada que possa nem de longe se comparar à que existe, por exemplo, em Cuba.

O número de mortos pelos militares foi infinitamente menor do que os mortos pelo regime cubano. Via de regra, apenas as pessoas diretamente ligadas a grupos terroristas foram mortas e presas pelos militares. Ao contrário do que ocorreu e ocorre em Cuba, onde as pessoas tem sido presas, torturadas e mortas apenas por se oporem ao regime.

As histórias, no Brasil, são muito mais complicadas do que sonha a vossa vã filosofia.

6 comentários:

RioD'oiro disse...

Malta,

Nada de bocas foleiras por causa do "bico".

RioD'oiro disse...

Para a malta do Brasil (Brazil), bico em Portugal tem este (tapem os olhos às criancinhas) significado:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fela%C3%A7%C3%A3o

.

Nausícaa, São Paulo, Brasil disse...

Ai que eu não resisto.

Aí vai uma risada enlatada: arararararararararararararará.

Caro RioD'oiro,

"Bico" no Brasil é a execução de um trabalho extra, típico dos profissionais que trabalham num revesamento 12 horas de trabalho por 36 de "descanso". Mas, figuradamente, podemos afirmar que esses profissionais prostituem-se ao trabalhar ao invés de realmente descansar.

Enquanto esses policiais ganham mais ou menos 4 mil reais por mês, um copeiro - aquela criatura que anda para lá e cá só servindo cafezinhos e água numa bandeja - no Congresso Nacional vai mamar 9 mil. Isso sim é que é boquete, ops, bico [no sentido lusitano].

E amanhã será a festa, porque hoje as repartições públicas no Brasil já entregaram suas escalas de trabalho, aliás, de suas ausências ao trabalho por motivos vuvuzélicos, evidentemente. E eu aposto todas as minhas fichas no Coentrão. E você?

RioD'oiro disse...

Cara Nausicaa,

Em Portugal é o mesmo. Também fazem 'biscates'.

Felizmente não há esquadrões da morte, muito embora, de vez em quando, haja incidentes. Mas comparado como Brasil é um sossego.

Um amigo meu, que mora em S. Paulo e que conto ver lá mais para o fim do ano, viveu em Portugal uns 20 anos e contava essas histórias de terror.

José Gonsalo disse...

RioD'Oiro e Nausicaa:
Em Portugal, muitos anos atrás, também se chamava bico ao biscate. Talvez na linha do "bico d'obra", o problema mais complicado a resolver numa obra, que passou também a designar algo, em geral, problemático. Depois, passou a ter outro significado...

Anónimo disse...

E pa esta gente é especialista em bicos