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sexta-feira, 18 de junho de 2010

No Forum do PÚBLICO...

(
(imagem obtida aqui)
... escreveu hoje Nicolau Saião:

Da hipocrisia como uma das Belas Artes

Morreu Saramago e, como sempre, os habituais hipócritas ou interesseiros vêm-lhe festejar o cadáver. Nunca o apreciaram, mas dizem-se pesarosos. É o habitual. Eu também nunca o apreciei - quer como escritor, quer como pessoa. Como escritor, a despeito dos galardões, achei-o sempre limitado. Como pessoa era envinagrado e pedante (leiam-se as memórias do comunista, mas consistente, Orlando Neves, um dos melhores poetas lusos, e ficar-se-á esclarecido sobre a personagem). Mas nunca o ofendi, como muitos que agora fingem desgosto. Outros, por dever militante, tentam forçá-lo a prestar um último serviço... à "causa". Chamam-lhe homem livre. De facto, foi um estalinista, um apreciador de ditadores (quem esqueceu o elogio a Fidel e a Stalin, que segundo ele foi um homem de pulso?) e um homem de obediências cegas.
Mas era um ser humano, que merecia que não lhe babujassem o cadáver com fingimentos.

9 comentários:

Anónimo disse...

Você considera a escrita do Saramago limitada? Quem é você? Não será adequado perguntar-se se não será você um pouco… limitado? Este sim parece-me um comentário suficientemente pedante e envinagrado de alguém que aparenta perceber português desde que com menos de quatro sílabas. Quanto ao resto, é o habitual e tradicional ódio anti-comunista. Como citou o seu Lidador, atrás, citando Sartre, é o ódio próprio dos cães. Nada mais.

José Gonsalo disse...

Meu caro anónimo:
Em primeiro lugar, aconselho-o a ler com mais atenção, antes de desatar a disparar histericamente em todas as direcções. É que o texto não é meu, é de Nicolau Saião, cuja biografia poderá ler se clicar em cima do nome. Limitei-me a transcrever o que ele escreveu no PÚBLICO. É o ponto de vista dele e manifesta-o, enquanto homem livre. E eu achei, no exercício da minha liberdade, que não alieno, dar-lhe voz aqui. Se concordo com ele ou não, darei conta publicamente se tal me apetecer.
Mas mesmo que tivesse sido eu a afirmar que a escrita de Saramago é limitada, o que é que isso pode ter a ver com uma eventual limitação minha? Armindo Rodrigues, esse grande poeta, decano dos poetas do PC, falecido em 1992, considerava António Gedeão como um poeta pouco mais que medíocre; Fernando Pessoa abominava Manuel Bandeira e não apreciava partcularmente a Geração de 70; Chesterton criticava ferozmente Bernard Shaw, de quem, alás, era amigo; Antero de Quental arrasou António Feliciano de Castilho; José Régio foi atacado pelos neo-realistas; e poderia dar aqui não dezenas, mas centenas de exemplos. Quem era limitado?
Há múltiplos aspectos sob os quais se pode detestar ou gostar de um escritor e, em geral, de um artista sem se ser, por isso, pedante ou envinagrado. E pode-se gostar de um artista pelo que reflecte na sua obra da condição humana, descontando o que se relaciona com o que consideremos aspectos errados ou mesmo condenáveis da sua postura e acção públicas. Ou pode pensar-se que nada nele se salva. Ou que é um artista mediano,mas uma grande figura cívica.
E então?
O seu comentário é que me parece estranho a tudo isso. Parece-me envinagrado, não pedante, mas provinciano, vindo de alguém que sabe de enciclopédias e de academismos, e pouco de criação estética ou, pelo menos, que a mistura em excesso com política e, pior, com interesses partidários de circunstância.
Mas deixe estar, vou escrever qualquer coisa sobre o Saramago um dia destes para que o meu amigo, se assim o entender, possa limpar a face da argolada que deu ou enterrar-se de vez.

AC disse...

De quem é o quadro que ilustra o post?

Unknown disse...

A opinião do nosso Nicolau é límpida e óbvia.
O homem foi um estalinista,esteve sempre do lado errado da História.Em termos de ideias, um homem que defende a ditadura e um regime que matou 100 milhões de pessoas em repressão interna, nas suas várias encarnações, é uma besta.


Como pessoa, era uma besta e feito dessa matéria de que são feitos os Bérias. Quando teve algum poder, usou-o sem peias, para perseguir, para despedir, para infernizar a vida a quem não lia a sua cartilha.
Era anti-semita, o que agrava a sua bestialidade como pessoa.

Como escritor, é bom que o seu ensino seja obrigatório na Escola.
Porque o ódio que lhe têm os jovens que são obrigados a ler o Memorial do Convento, é o melhor selo da "qualidade" da sua obra.
Eu li ( por obrigação) duas das suas obras. Gostei das ficções, detestei a forma como escreve.
Ganhou um Nobel?
Ganhou, porque tanto o Nobel da Literatura como o da Paz, nada têm a ver com a qualidade as pessoas que os recebem, mas com aquilo que os tipos do Comité querem e pensam.

Uma besta, em suma, e que a terra lhe seja pesada. Já vai tarde.
Que lá no Além, se existir, as almas penadas dos 100 milhões de mortos no altar das suas ideias imbecis, lhe façam a vida negra.

Anónimo disse...

Em nenhuma parte do meu comentario sugeri wue tinha sido voce o autor do comentario, Gonsalo. Por isso a primeira parte da minha resposta nao era para si. Apesar de considerar que a opiniao que retransmite no blog nao foi escolhida por acaso. De qualquer forma, e resumidamente, que tem o desacordo e as ciumeiras de autores e artistas a ver com a validade de consideracoes acerca dos limites criativos e da qualidade da producao artistica? É esse o seu criterio? Nao disparei em lado nenhum, simplesmente é uma imbecilidade. Se fosse o Lobo Antunes a dizer que a escrita do Saramago era limitada, compreendia-se com um sorriso. E vice-versa do Saramago acerca do Lobo Antunes. Agora assim, sabe, parece... gratuito.
Quanto ao Lidador, que dizer? É um triste. Com uma mentalidade estalinista ao cubo. As qualidades de maestro do Furtwangler nao podem ser admiradas porque é simpatizante dos nazis? Voce nao compreende o mundo em que vive, e tem muitos traumas. Tem de ultrapassar isso. Tem a certeza que foram so 100 milhoes? Nao foram 200? Ouça, e as centenas de milhoes de mortos que custou e custa a implantacao e a manutencao do seu capitalismo selvagem pelo mundo fora? Quem é que o impedem de ler e apreciar?

Anónimo disse...

Creio que não precisava de responder ao cobarde anónimo (anónimo porque cobarde?), mas por uma questão de respeito pelos leitores deste blog e pela vardade histórica e literária, respondo.
Quem eu sou mostra, com modéstia mas digna altivez, o que está patente seja na Net seja nos jornais e revistas e livros. Eu não preciso de um Nobel para me acalentar.
Até hoje, nenhum anónimo ou sem ser anónimo, cobarde ou não, me achincalhou nesse plano - não teria credibilidade.
Você ou é um inculto ou um iletrado. Ou as duas coisas.Sem dúvida, é um desonesto intelectualmente. E ponto.

Mas o que importa é dizer: Saramago, que Csezlaw Milozs (este também era invejoso?)classificou e muito bem como um escritor de segunda ordem alcandorado pela nova diplomacia, serviu apenas para trazer ao redil da doçura os estalinistas que sobravam (que sobram). Foi um prémio de consolação aos implodidos.
Não é por ser comunista, um mau comunista convenhamos, que Saramago não me interessa. Se Você não fôsse um primário saberia que tanto em Portugal como no estrangeiro (e não somente em jornais ou revistas pequenas, mas nalgumas onde o próprio Saramago escreveu tb)que autores como Aragon, Enrique Moriel ou Cesare Pavese os tenho epigrafado como geniais e significativos (que o eram).
Você, como filho espiritual de Beria, não consegue ver além disto.
E a finalizar: o tentar amesquinhar-me, sem pelos vistos nunca me ter lido, é galardão que me dá. Pois foi também contra os tipos do seu jaez que fui construindo o que escrevo e faço.
Não é com desprezo que o encaro - mas com simples comiseração. Pois Saramago "explica" gente como Você.

nicolau saião

anonymoose disse...

pequeniiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinos!

taditos.

anonymoose disse...

Era uma vez um sapo como tantos outros, mas que não se contentava com o que era e queria à viva força fazer-se passar por boi.

Acreditando nas suas próprias mentiras, debitava diariamente fanfarronices aos outros animais do charco, dizendo-lhes que era o maior boi do mundo, temido por todo o reino animal. Coachava ele que toda a bicharada queria um dia vir a ser igual a si próprio, e que tinha a maior legião de admiradores - na verdade apenas os amigos mais chegados ouviam estas patranhas.

Entusiasmado com os aplausos domésticos e acreditando piamente nas suas próprias invenções, inchava, inchava e inchava, enchendo-se cada vez mais de ar, perante o riso indisfarçado dos restantes animais. Só o pobre sapo não percebia quão ridículo era. E continuava a inchar, a inchar, a inchar...

Até que um dia...


o sr. Esopo pede o favor de o ajudarem a encontrar um fim à fábula.
deal?
taditos.

anonymoose disse...

"Uma besta, em suma, e que a terra lhe seja pesada. Já vai tarde."

o vaticano também já está farto de espumar...