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sábado, 17 de julho de 2010

Visto-me hoje de burka ou de mini-saia?



Há uma discussão interessantíssima no 5Dias sobre a inevitável burka que teve origem num artigo muito decente da senhora Mariana Canotilho de há dois dias: “A roupa e a vida das mulheres”. Apenas uma pequena observação, uma pena que o lado ‘chato’ do islão não tenha sido lá muito focado. Hoje o tema foi prolongado por Renato Teixeira, que na minha opinião dá à discussão um cariz um tanto ou quanto ‘fashion’ que não tinha inicialmente, para acabar com as habituais e fastidiosas recomendações acerca do racismo…

Renato Teixeira parece não perceber que este conflito nada tem a ver com a moda! Estas leis patéticas dos governos europeus são apenas uma tentativa desajeitada para resolver um problema civilizacional que na realidade actualmente é apenas causado por um grupo ligado a uma ideologia bem definida e disfarçada em religião – e só por ele…

Todos os outros grupos - veja-se por exemplo o comportamento dos portugueses em França ou ucranianos em Portugal – que não estão equipados com uma ideologia de conquista, chegaram, trabalharam, adaptaram-se, integraram-se ou foram-se embora. De qualquer forma não criaram (nem criam) situações em que seja necessário fazer um apelo à jurisprudência para salvar a democracia.

A partir da Brasileira no Chiado é muito fácil dizer, como o faz Renato Teixeira, que “a batalha terá que ser ao nível das consciências…” - confesso que soa muito bem mas não me diz grande coisa. Experimente-se dizer isso à família de Theo van Gogh: degolado como uma cabra em dias de festa muçulmano, depois de ter levado o filho de bicla à escola; ou aos intelectuais, políticos, jornalistas e desenhadores que por essa Europa fora têm que ser (fisicamente) protegidos de dia e de noite pelo Estado! Assim como os dissidentes: Ayaan Hirsi Ali, Wafa Sultan, Salman Rushdie…

A certa altura Renato Teixeira faz a obrigatória alusão ao racismo: ”importa não esquecer que na penumbra deste debate, está a agenda que motiva o poder político ao proibir o uso de véu em França.” Em França isto é em parte verdade, mas infelizmente não pode ser de outra maneira, a sombra de Le Pen é quem obriga o poder político a tomar medidas, mesmo que frouxas, desajeitadas e por vezes contraditórias.

Mal qual seria a alternativa?

Se os franceses contassem só com a direita politicamente correcta ou com a esquerda multiculti para defender as suas liberdades estavam bem tramados… A esquerda, que é quem normalmente deveria tomar a iniciativa nesta luta emancipadora pelas liberdades individuais balda-se, quando não colabora abertamente com o islamo-fascismo!!!

Bom, não quero ser pessimista. Também há gente de esquerda na Europa que já abriu os olhos e tem acerca desta problemática uma postura decente: como por exemplo Oriana Fallaci na Itália, com o seu corajoso livro A Raiva e o Orgulho; Paul Scheffer na Holanda (intelectual de esquerda ligado ao partido trabalhista e Prof. catedrático na Universidade de Amesterdão), que em 2000 escreveu o famoso panfleto O Drama Multicultural, e em França temos as pessoas ligadas ao movimento Riposte Laïque.

Mas mesmo no nosso pacato jardim à beira-mar plantado, onde normalmente tudo acontece 50 anos depois e onde o islão por enquanto vai demonstrando um ‘low profile’ que se adapta perfeitamente aos nossos brandos costumes, o conhecido esquerdista Daniel Oliveira antecipou-se corajosamente no tempo e afirmou há tempos no Arrastão o seguinte:

“Há uma parte da esquerda que passou para o lado de lá e nem sabe. Apoia o capitalismo sem democracia chinês, a cleptomania dos milionários de Angola, o capitalismo mafioso e nacionalista da Rússia, a monarquia coreana e a teocracia de extrema-direita no Irão. E acham que isto é tudo normal para pessoas de esquerda.”

14 comentários:

Anónimo disse...

Finalmente este blog reconhece o triunfo do multiculturalismo.

Carmo da Rosa disse...

Se houvesse alguma coisa a reconhecer não seria o blog mas a minha pessoa!

Não confunda a estrutura caótica e anarquista do Fiel Inimigo com a disciplina cadavérica dos partidos marxistas-leninistas…

RioD'oiro disse...

"Não confunda a estrutura caótica e anarquista do Fiel Inimigo com a disciplina cadavérica dos partidos marxistas-leninistas…"

:)

Bem dito.

Anónimo disse...

Mas qual é o mal em lavar-se a roupa na água do mar?

Carmo da Rosa disse...

A sardinha fica a saber a suor halal...

Anónimo disse...

Texto muito bom, mas duvido que o Daniel tenha dito isso.

Bob

Carmo da Rosa disse...

Bob, disse-o no Arrastão, aqui tem a prova:

Daniel Oliveira Reply:
Junho 21st, 2009 at 17:49:

redfish, não vale a pena. Há uma parte da esquerda que passou para o lado de lá e nem sabe. Apoia o capitalismo sem demcoracia chinês, o cleptomania dos milionários de angola, o capitalismo mafioso e nacionalista da Rússia, a monarquia coreana e a teocracia de extrema-direita no Irão. E acham que isto é tudo normal para pessoas de esquerda.

Anónimo disse...

Fico bastante surpreendido pela positiva!! Nada parecido com o que ele costuma afirmar (pelo que eu conheço do Arrastão e das opiniões dele).

obrigado,
Bob

Anónimo disse...

Conheço pessoalmente o Daniel Oliveira. Não me surpreende.

EJSantos

Carmo da Rosa disse...

EJSantos, então diga-nos mais coisas...

Anónimo disse...

Vai trabalhar malandro bisbilhoteiro.

Anónimo disse...

Espero que estas águas não venham a parar na costa israelita. Vão contaminadas com ódio.

EJSantos disse...

Como pessoa o Daniel Oliveira é boa pessoa e honesto. Mas na altura em que o conheci pareceu-me um pouco ingenuo. MAs pelos vistos já o deixou de ser.

Carmo da Rosa disse...

@ EJSantos: um pouco ingenuo. MAs pelos vistos já o deixou de ser.

E ainda bem. E não creio que se conseguiu isto - ele tornar-se menos ingénuo - insultando-o...