Teste

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terça-feira, 31 de agosto de 2010

De mais um idiota-útil sul-americano: Chavez

Mais dois links interessantíssimos, de Heitor de Paola deixados por Nausícaa:


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Coisas de amigos da esquerda




Mais um esforço para garantir o sucesso das negociações de paz. Coisa de "civis" contra civis.

Naturalmente que para os "civis", sucesso é não haver paz.

La vie en rose - Louis Armstrong



Hold me close and hold me fast
The magic spell you cast
This is la vie en rose

When you kiss me heaven sighs
And tho I close my eyes
I see la vie en rose

When you press me to your heart
I’m in a world apart
A world where roses bloom

And when you speak...angels sing from above
Everyday words seem...to turn into love songs

Give your heart and soul to me
And life will always be
La vie en rose

Do$ zeladore$

[...] justa distribuição das mais-valias de decisões de planeamento ou de obras públicas para evitar a especulação.
Tudo indica que o governo decidiu indemnizar os proprietários de terrenos selvaticamente classificados como ... várias estirpes de "reserva".

Cerimónia em Viena

(via Portugal e Outras Touradas)

Dos correctores e seus lacaios

A comunicação social, particularmente a RTP, anda muito empertigada porque, repare-se, as petrolíferas estarão a cobrar cêntimos acima do mercado (seja este aquilo que eles entendam).

O estado aplica ao preço base da gasosa uma exorbitância infinitamente superior em impostos mas a comunicação social preocupa-se com os cêntimos.

Deve ser mais uma manobra de preparação para aplicação de novos impostos "correctores da distorção".

Jazz, all that


As televisões nacionais parecem-se hoje com a rádio do romance da coxinha dos anos 60. A Rádio Luna* desapareceu e com ela a a telefonia. A Internet permite-nos continuar vivos, em stream ou por carolas.

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*Alguém será capaz de apontar um link sobre esta rádio?

Do mentiroso-compulsivo

Da família-lixo

Apesar da pancada "modernista" pela qual a família correcta é a que se parece com um gang de gente estranha, o caso Esmeralda lá conseguiu seguir o caminho que uma justiça voltada para o mundo do caos teimou ignorar.

É um assunto que para os meus lados não é boa ideia levantar porque a generalidade das pessoas que me rodeiam era, em tempo, toda dada à "família do coração".

As coisas são o que são e apesar do estado paranóico-psicólogo ser dado à ideia que as crianças são propriedade do estado e apenas o estado é douto em toda e qualquer matéria relativa aos rebentos, a real parentalidade tem uma força que eles conhecem mas ardilosamente encobrem.

Para eles, os pais são pagadores de impostos e são eles, as luminárias, as únicas entidades capazes de "saber" o que fazer com a canalha. As escolas oficiais são antros desta paranóia muito embora sejam inúmeros os casos em que uma turmazita, mais ou menos escondida, é exclusivamente composta por filhos de professores. Enfim, coisas da guarda avançada do multiculturalismo do futuro.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A promessa autoadiável

Relativamente a artigos próximos passados (e futuros, certamente), transcrevo este artigo de Olavo de Carvalho gentilmente apontado (em comentário) por Nausícaa.

A promessa autoadiável

Karl Marx já opinava que era inútil tentar descrever como seria o socialismo, pois este iria se definindo a si mesmo no curso da ação anticapitalista.


Olavo de Carvalho - 29/8/2010 - 20h26

Quando nosso presidente diz: "Ainda não sabemos que tipo de socialismo queremos", ele ecoa o que é talvez o mais clássico Leitmotiv do pensamento revolucionário. Karl Marx já opinava que era inútil tentar descrever como seria o socialismo, pois este iria se definindo a si mesmo no curso da ação anticapitalista.

O argumento com que Lula justifica sua afirmativa é exatamente esse. Em 1968, entre as explosões de coquetéis Molotov que tiravam o sono do establishment francês, Daniel Cohn-Bendit declarava que os estudantes revolucionários queriam "uma forma de organização social radicalmente nova, da qual não sabem dizer, hoje, se é realizável ou não". E a versão mais sofisticada do marxismo no século 20, a Escola de Frankfurt, baseou-se na convicção de que qualquer proposta definida para a construção do socialismo é bobagem: o que importa é fazer "a crítica radical de tudo quanto existe".

Critiquem, acusem, caluniem, emporcalhem, destruam o que encontrem pela frente, e alguma coisa melhor acabará aparecendo espontaneamente. Se não aparecer, tanto melhor: a luta continua, como diria Vicentinho.

Herbert Marcuse resumiu assim o espírito da coisa: "Por enquanto, a única alternativa concreta é somente uma negação." O alvo final do movimento revolucionário é sublime demais para que seja possível dizer o que é: só se pode dizer o que não é – e tudo o que não participa da sua indefinível natureza divina está condenado à destruição.

Destruição que não virá num Juízo Final supramundano, com a repentina absorção do tempo na eternidade – coisa na qual os revolucionários não acreditam –, e sim dentro da História terrestre mesma, numa sucessão de capítulos sangrentos: não podendo suprimir todo o mal num relance, só resta ao movimento revolucionário a destruição paciente, progressiva, sem limite, nem prazo, nem fim. Cumpre-se assim a profecia de Hegel, de que a vontade de transformação revolucionária não teria outra expressão histórica senão "a fúria da destruição".

Nessas condições, é óbvio que 200 milhões de cadáveres, a miséria e os sofrimentos sem fim criados pelos regimes revolucionários não constituem objeção válida. O revolucionário faz a sua parte: destroi. Substituir o destruído por algo de melhor não é incumbência dele, mas da própria realidade e se esta não chega a cumpri-la, isso só prova que ela ainda é má e merece ser destruída um pouco mais.

É claro que, na política prática, os revolucionários terão de apresentar algumas propostas concretas, seduzindo os patetas que não compreendem a sublimidade do negativo. Mas essas propostas não visam a produzir no mundo real os benefícios que anunciam, mas apenas a enfatizar a maldade do mundo e a aumentar, na mesma proporção, a força de empuxe do movimento destruidor. Eis a razão pela qual este último não conhece fracassos: como o processo avança mediante contradições dialéticas, todo fracasso de uma proposta concreta, aumentando a quota de mal no mundo, se converte automaticamente em sucesso da obra revolucionária de destruição.

Nada incrementou o poder do Estado comunista como o fracasso da coletivização da agricultura na URSS e na China (50 milhões de mortos em menos de dez anos). O fracasso de Stalin em usar o nazismo como ponta de lança para a invasão das democracias ocidentais converteu-se em aliança destas com os soviéticos e na subsequente concessão de metade do território europeu ao domínio comunista, o objetivo inicial do plano.

A queda da URSS, em vez de extinguir o comunismo, espalhou-o pelo mundo sob novas identidades, confundindo o adversário ao ponto de induzir os EUA à passividade cúmplice ante a ocupação da América Latina pelos comunistas.

Mais ainda: como as propostas concretas não têm importância em si mesmas, não só cabe trocar uma pela outra a qualquer momento, mas pode-se com igual desenvoltura defender políticas contraditórias simultaneamente, como incentivar o sex lib, o feminismo e o movimento gay no Ocidente, enquanto se fomenta o avanço do fundamentalismo islâmico que promete matar todos os libertinos, feministas e gays.

Se não têm compromisso com propostas concretas, muito menos podem os revolucionários ter sentimento de culpa ante os resultados das suas ações. O que quer que aconteça no trajeto é sempre explicado, seja como destruição necessária, seja como reação do mundo mau, que deste modo atrai sobre si novas destruições, ainda mais justas e necessárias.

Isso é tanto mais assim porque o estado paradisíaco final a ser atingido não pode ser descrito ou definido de antemão, mas tem de criar-se por si mesmo no curso do processo. Por isso o movimento revolucionário não pode reconhecer como obra sua nenhum estado de coisas que venha a produzir historicamente. O que quer que esteja acontecendo não é – "ainda" não é – o socialismo, o comunismo, a joia perfeita na qual o movimento revolucionário poderá reconhecer, no momento culminante do Fim da História, o seu filho unigênito: é sempre uma transição, uma etapa, criada não pelo movimento revolucionário, mas pelo confronto entre este e o mundo mau.
Por sua própria natureza, a promessa indefinida é autoadiável, e nenhum preço que se pague por ela pode ser considerado excessivo, não sendo possível um cálculo de custo-benefício quando o benefício também é indefinido.

A oitava maravilha do mundo, na minha opinião, é que pessoas alheias ou hostis aos ideais revolucionários imaginem ser possível uma convivência pacífica e democrática com indivíduos que, pela própria lógica interna desses ideais, se colocam acima de todo julgamento humano e só admitem como medida das suas ações um resultado futuro que eles mesmos não podem nem querem dizer qual seja ou quando virá.

Só o conservador, o liberal-democrata, o crente devoto da ordem jurídica, pode imaginar que a disputa política com os revolucionários é uma civilizada concorrência entre iguais: o revolucionário sabe que seu antagonista não é um igual, não é nem mesmo um ser humano, é um desprezível mosquito que só existe para ser esmagado sob as rodas do carro da História.

Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista e professor de Filosofia

Retomando a pedalada...


... com um texto cuja autoria desconheço e que me foi enviado por email, dias atrás. Soube também, hoje, que o Ministério da Educação decidiu acabar com o Ensino Recorrente por Módulos Capitalizáveis, eliminando, deste modo, o último vestígio de escolaridade para adultos no ensino público.

CRIDO DEÁRIO!

29 de Junho de 2009

paçei o 5º anuh. A p*ta da stora de mat, k é a nossa dt, n m kria deixar paçar pk eu tnh nega a td menus a ginástica, pk jogo bem há bola, e o crl... mas a gaija f*deu-se puke a ministra da idukaxão mandou dizer ao ppl k penxam q mandam aí nas xkolas masé pa baixarem os kornos k tds os socios com menos de 12 anus teiem de paçar... axu bem.

29 de Junho de 2010

passei o 6º anuh. ainda bem q ainda n fiz 13 anus, q ódpx podia n passar, qesta cena de passar com buéda negas é só até aos 12...f*da-se, fiquei buéda f*dido na m*rda deste ano, e ó c*ralho, o pan*leiro do stor d educassão física deu-me a m*rda do 2... assim tive nega a tudo... ainda bem q a ministra da iduqaxão é porreira, ela é qé uma sócia sbem: a xqola n serve pa nada, é uma seca. tive q aprender que os K's se escrevem Q, qomo em "xqola" e não "xkola", e que "passar" não é qom Ç... a xqola é porreira só pa qurtir qas damas qd gente se balda...

29 de Junho de 2011

Passei o 7º ano. Exte anuh ia chumbando pq tive nega a qase td menos a área de projetuh, mas aqela cena tb é facil, n se fax nd... Exte anuh a dt disseme q eu passava pq tinha aprendido qas fraxex qomexam qom letra maiúscula e pq m abituei a exqrever qom Q em vez de K, tipuh agora ja xei xqrever "eu qomo qogumelos qom quentruhs" em vez de "eu komo kogumelos kom kuentruhs". É fixolas, pode xer qum dia venha a ser um gamela famôzo...

29 de Junho de 2013

Passei o 9º ano. Foi buéda fácil, pqu a prof paxou-me logo. Fui ao quadro xqurever uma sena em qu dezia tipuh "aquela janela", e eu exqurevi "aqela janela", pqu dixeram-me qu n se xkqureve "akela", é quom Q e não quom K. Mas a profs desatinou quomiguh e dixe qu eu tnh qu pôr o U à frente do Q... Pur ixu exte anuh aprendi qu o Q leva U à frente. No próximuh anuh é o 10º, vou pá sequndária...

29 de Junho de 2014

Aquabei o 10º ano. Não foi muituh difícil só tive que aprender-mos a não exqureverem quom aberviaturas purque nem todas as palavras xe puderam aberviar mas ixtu foi uma bequa para o quompliquado purque quom esta sena do QU em vex de K e das aberviaturas exqueceramme de quomo é que se faxião os verbuhs nos tempuhs e nas pexoas, ou lá o que é... Mas a prof disse tass bem que no prócimo anuh a gente vê ixu.

29 de Junho de 2015

Passou o 11º ano. Foi mais fácil que o 10º. Aprendi que as frases devem ser mais qurtax. E aprendi também que "ano" não esqureve "anuh". Axo que no prócimo ano vai ser mais difícil. Purque a xeguir é a faquldade.

29 de Junho de 2016

Acabou o 12º. Fiquei buéda confuso porque tive de aprender a diferenxa entre usar o QU e o C, tipo "esCrever" e não "esQUrever". Quando eu usava o K era buéda mais fácil... A prof de português é buéda religiosa e anda a ouvir vozes de deus, porque dixe-me que eu não merexia passar, mas "xão ordens lá de xima"...

29 de Junho de 2017

Já fiz o primeiro ano da faculdade. Estou em ingenharia cevil na universidade lusófona. Tive um stor buéda mal iducado que me disse que eu era um ignorante porque às vezes escrevia com X em vez de CH, S ou C. Mas o meu pai veio cá com uma moca de rio maior e chegou-lhe a rôpa ao pelo. E depois fomos fazer queixa do gajo e a ministra despediu-o porque o gajo, não sei quê, parece que quis vir estragar aqui um muro nosso. Mas não sei essas senas. O meu pai é que me explicou uma cena qualquer de "danos murais"... O que é bom é que a ministra da iducação continua a mandar aqui nestes sócios da faculdade para eles não levantarem a garimpa contra nós.

29 de Junho de 2019

Acabei a minha licenciatura porque a ministra da iducação disse que tinhamos que passar sempre mesmo que não tivessemos notas, para não ficarmos astigmatizados. Acho que é uma cena que dá nos olhos quando se estuda muito. Agora vou fazer um mestrado e disseram-me que, quando acabar, vou ficar mestre. Eu quero ser de Kung-Fu.

29 de Junho de 2021

Já sou mestre. Afinal não sou de Kung Fu, sou de engenharia cevil. Os meus profs disseram que eu não devia estar em mestrado porque ainda não estava preparado, mas eu disse que o meu pai tinha uma moca de rio maior e que era amigo da ministra e já tinha mandado um bacano da laia deles para a rua e eles calaramsse. Agora vou fazer um doutoramento, porque a ministra da iducação diz que se não deixarem um aluno fazer o doutoramento só por causa das notas, ele fica com a auto-estima em baixo e isso perjudica a aprendizajem.

29 de Junho de 2023

Sou doutor. O meu orientador da tese ficou muito satisfeito porque eu já não dou erros ortográficos: ao longo destes dois anos, aprendi a escrever "engenharia civil" em vez de "ingenharia cevil" e também porque aprendi que a ministra é da "educação" e não da "iducação", mas lê-se assim. Entretantos casei. A minha dama chama-se Sónia e os pais dela ficaram muito felizes por ela ir casar com um doutor em engenharia civil. Ela não sabe ler nem escrever: só fez até ao 2º ano da licenciatura e depois foi trabalhar para o Minipreço. Já tá grávida.

29 de Outubro de 2023

Nasceu o meu filho! Chamei-lhe Júnior porque ele é mais novo que eu.

29 de Agosto de 2029

O Júnior vai fazer 6 anos daqui a 2 meses. Devia entrar para a escola este ano, mas estive a pensar muito bem e não o vou pôr na escola. Ele não precisa daquilo para nada, aprende em casa. Eu ensino-lhe a ler, que sou doutor, e a mãe ensina-lhe a fazer contas, que é caixa no Minipreço. A escola não vale nada. Acho que o sistema de ensino hoje em dia é uma m*rda. No meu tempo é que era bom.

Por qué Israel ainda non atacou a Irán?

Spiegel de parabéns

Uma boa entrevista (um género jornalístico raro) da revista alemã Spiegel, a um ser menor.
No Insurgente.

... e ainda, fóssil.

No Blasfémias, os 13 mandamentos da magalhónica e socretina luminária.
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Dos discípulos do despovoador

Bela tirada de um discípulo do nosso magalhónico e socretino despovoador:
As escolas antigas eram impróprias de um país que tem os centros comerciais que tem.
Pena que a luminária se não tenha lembrado dos matadouros.
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domingo, 29 de agosto de 2010

LAPIDAÇÃO NO IRÃO



Amesterdão

Estive ontem à tarde na manifestação contra a lapidação de Sakineh Ashtiani no Beursplein em pleno centro de Amesterdão. Tal como as manifestações em 1972 contra a Guerra Colonial do regime Salazar/Caetano, normalmente organizadas por refugiados portugueses a viver na cidade, também esta manifestação foi organizada por refugiados políticos iranianos…

Interessante notar o mesmo amadorismo caótico: o microfone que não funciona como deve ser, os cartazes que caem com o vento, os oradores que não se exprimem convenientemente em holandês (quando vivem cá centenas de refugiados iranianos que dominam a língua perfeitamente!). Sinto-me, não com muita saudade, projectado 30 anos no passado, porque, na realidade, se trata de precisamente o mesmo tipo de gente: os antigos refugiados portugueses e os actuais iranianos. Os rapazes, com um aspecto estudadamente desleixado, tal como nós, são uma mistura de militante, artista e junk. Nas raparigas o desleixado é ainda mais refinadamente estudado, mas todas elas são bonitas, muito emancipadas e prá frentex…

Um dos tipos da organização tinha espetado na lapela do casaco um emblema com o Lenine e na sua T-shirt estava estampada o inevitável Che. Eu, que nos anos 70 também tinha um enorme cartaz do Che no meu quarto, apontei para o Vladimir e para o Ernesto e disse-lhe em holandês com um sorriso - mas só depois de ter assinado a petição e da minha mulher ter metido dinheiro na caixa - ‘são dois assassinos em cima de um homem só’. Ele riu-se e continuou a distribuir os panfletos – não creio que tivesse compreendido…

Lisboa

O Nuno Ramos de Almeida, que parece já ter compreendido alguma coisa, afirma no 5Dias: ‘Há actos que são “o acto”: Definem tudo. Anulam tudo. Não há desculpas nem relativismos’. Mas o Renato Teixeira, que ainda não compreendeu grande coisa e que parece fazer parte da linha dura do 5Dias, ao contrário do camarada iraniano não é a favor desta manifestação. 'Não troco uma luta justa por uma manif contra o Irão' afirma. Porque segundo ele 'a manifestação não é contra as lapidações mas contra o Irão’. Esta argumentação é deveras criativa e ao mesmo tempo de bradar aos céus! Uma pena não me ter lembrado de perguntar ao esquerdista iraniano o que é que ele pensa disto! Hé pá, sabias que os teus irmãos comunistas em Portugal acham que não se deve ir à manifestação (no largo de Camões) porque assim estás a ser contra o Irão. Pior, estás a fazer o jogo do imperialismo-capitalista?

Caros leitores, façam um esforço e vejam se conseguem colocar-se na pele do pobre refugiado iraniano e dar (por ele) uma hipotética resposta à posição de certos esquerdistas portugueses.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

"Não sei" ... já é um bom começo.

Já há uns tempos que não arrelio o JLS. Cá vai.

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Sobre as razões principais deste bloqueio, eu próprio tenho especulado sem grande êxito. Primeiro pareceu-me que tinha alguma coisa a ver com um certo desencanto, um certo sentimento de inutilidade; mas, para quem acredita, como eu, que na blogosfera as ideias, por se propagarem como vírus, não precisam de grandes audiências iniciais para atingirem grandes audiências finais; para quem, como eu, nunca se preocupou em atingir o maior número possível de leitores mas sim em tornar certas formulações o mais contagiosas possível - a questão da utilidade imediata não se põe com especial premência.
"It isn't that Liberals are ignorant. It's just that they know so much that isn't so." - Ronald Reagan
A política internacional interessa-me mais do que nunca, até porque é a esse nível que as nossas circunstâncias individuais se decidem. Mas neste ponto tenho cada vez menos certezas e cada vez mais perplexidades. Porque é que a crise de 2008 causou um abalo tão pequeno na ortodoxia económica vigente? Não sei.
"It isn't that Liberals are ignorant. It's just that they know so much that isn't so." - Ronald Reagan
Porque é que anda no ar uma expectativa de mudança - mudança esta que não tem nada a ver com a mudança para mais do mesmo que os tonibleres deste mundo nos continuam a prometer? E a propósito: Será Barack Obama mais um nessa longa sucessão de tonibleres, ou será - finalmente! - o artigo genuíno? E porque é que esta impressão que alguma coisa de muito grande está para acontecer é muito mais intensa e nítida nos EUA - garantem-me os meus amigos que lá estudam ou trabalham ou que vão lá frequentemente - do que na Europa, ou pelo menos em Portugal?
"It isn't that Liberals are ignorant. It's just that they know so much that isn't so." - Ronald Reagan

Falácias: a bíblia da verdalha / esquerdalha

Ajuda "humanitária" a caminho de Gaza

I want your money


I want your money

"It isn't that Liberals are ignorant. It's just that they know so much that isn't so."
Ronald Reagan
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Obama throws AGW court case under a bus

Da lei da culpa do iluminado governo socretino

Relativamente ao processo Face Oculta, mais algumas pessoas ficaram sob a alçada da justiça.

Neste momento já devem ser bem mais de uma dúzia, tudo gente bem. Gente bem, à excepção de um: o ferro-velho, o que está preso.

Pode assim concluir-se do conteúdo da legislação socretina retalivameente à corrupção:
Artigo 1: A culpa é do ferro-velho.
Artigo 2: A culpa é sempre do ferro-velho.
Artigo 3: Em caso de dúvida, aplicar o artigo 1.
Artigo 4: Extrapolar sempre e caso a caso.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Do estado dimanizador da engorda de bezerros

No ProfBlog via Lisboa - Tel Aviv
A ministra da educação divulgou, hoje, à saída da reunião do Conselho de Ministros que está tudo preparado para distribuir mais 250 mil computadores pelas crianças do 1º e do 2º anos de escolaridade. A distribuição será feita no início do ano lectivo.

É mais um crime pedagógico e um disparate financeiro. Oferecer computadores a crianças que ainda não sabem ler nem escrever é agravar ou dificultar as condições propícias à aprendizagem da leitura e da escrita. As crianças já passam horas a mais em frente dos televisores, consolas e telemóveis. Não precisam que o Estado desperdice dinheiro com o objectivo de que elas passem ainda mais tempo em frente dos ecrãs.

A distribuição de mais estes 250 mil computadores por crianças de 5, 6 e 7 anos de idade é um contributo para o aumento da obesidade, sedentarismo infantil e diabetes. Pobres crianças estas a quem o Estado tudo faz para afastar do contacto com a natureza, enfiando-as em mega-centros escolares high tech onde têm por companhia computadores, por distracção jogos de vídeo quase sempre pouco inteligentes e por enquadramento realidades virtuais quase sempre embrutecedoras.

Das boas monarquias

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Mais um efeito secundário ...


Da mais-que-refinada idiotia


Os idiotas governamentais voltaram a brincar aos espiões.

Não contente com as derrocadas já anteriormente infligidas aos serviços secretos de Portugal, uma luminária de serviço vem anunciar o envio de espiões para território inimigo.

Falta só publicar a lista, com fotografia e com os locais onde irão se colocados.

Para evitar peixeiradas como as de Ana Gomes relativamente aos "voos da CIA", falta também saber se se deslocarão para a faina a pé ou a nado e qual o percurso ou rota. Mas tenhamos fé que os nossos magalhónicos governantes publiquem todo este material simplexmente na Internet.

Sócrates, o despovoador

O estado financia a RTP com 150.000 contos (750.000 euros) por dia.

Se o governo vendesse a RTP por zero contos (zero euros para a bezerrada da "educação inclusiva") poderia manter as 700 escolas abertas, abrir outras tantas e ainda sobrava dinheiro.

Poderia, por exemplo, desmembrar os mega centros de pastagem em escolas mais pequenas.

Mortos 30 - reacções 0

No Lisboa - Tel Aviv:
Combatentes islamistas da Al-Shabab mataram 30 pessoas num ataque a um hotel da capital somali, Mogadíscio. Pelo menos seis das vítimas eram deputados.

Na blogosfera palestinianista-anti-sionista nem um post de indignação, uma nota de roda-pé, um murmúrio, nada. Silêncio total. O mesmo acontece com as várias organizações de defesa da paz. Os respectivos sites relatam guerras, mas apenas as que envolvem o pérfido exército dos Estados Unidos.

Parece que estas 30 mortes valem menos do que outras, pelo que não terão direito a reacções acaloradas. E a boicotes de protesto, missões humanitárias, e passeatas em frente à embaixada ainda menos.

Da ciência ...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Das polícias ao serviço do Ministério das Finanças

Segundo moradores, esta cena macaca arrasta-se à meia dúzia de anos. Após 6 anos a GNR resolveu agarrar uns quantos tendo falhado outros tantos por se ter esquecido de lhes cortar a retirada (inverteram o sentido de marcha e figuram em sentido contrário).

Pessoa ligada ao assunto fiz-me haver gente das polícias nestas corridas.

Não tenho conhecimento directo deste caso mas tenho de um par de outros.

Há uns anos surgiu junto ao local onde morava um palheiro onde a bezerrada da praxe curtia "música" chunga. Às 6as e sábados não se podia dormir antes das 6 da manha.

Uma noite fui à esquadra apresentar queixa.

Na esquadra notei nervosismo nos guardas de serviço. Faziam-se desentendidos argumentavam "se estão a fazer barulho devem ter autorização para o fazer", etc. A determinado ponto declarei que a menos que a queixa ficasse registada e seguisse os respectivos trâmites eu teria que apresentar o caso à hierarquia.

A coisa prosseguiu. A determinado momento mencionei que a coisa estava instalada num antigo palheiro, que através da porta se podia ver o telhado e que, portanto, não haveria qualquer isolamento acústico ... e nessa altura o militar que tomava nota afirma: "mas aquilo por dentro está muito arranjadinho". Percebi que, de uma forma ou de outra, a esquadra estava controlada.

Uns anos depois, morando noutro local, calha-me, na minha própria rua, um encontro regular de tunnings, a determinada esquina de uma transversal sem saída.

Algures entre a meia noite e as 4 da manhã tinha que aturar a "música" chunga que aquela bezerrada debitava, em altos berros, com as portas dos carros abertas (grupos de 4 a 6 carros). Nos intervalos faziam corridas de arranque (a rua tem poucas centenas de metros não dava para mais). Colocavam 2 carros lado a lado (ocupando a totalidade da estrada de dois sentidos) e arrancavam para ver quem chegava mais depressa, 100 ou 200 metros mais além. Uma bela noite um deles perde o controlo do carro e estatelou-o contra um muro.

Comecei por telefonar à GNR que respondia que sabia que os carros estavam em condições de legalidade, que eles tinham todos carta, etc. Foi necessário, por diversas ocasiões, insistir que me estava nas tintas para a legalidade dos carros ou dos bezerros, que eu queria simplesmente poder dormir e que a barulheira que eles faziam estava fora das normas. Contra vontade acabavam por enviar um carro patrulha que após curtas conversações os espantava dali para fora.

A cena ia-se repetindo e a determinada altura a GNR começou a pedir-me para lhes dizer a matrícula dos carros (coisa que eu não conseguia ler). A cada incidente fazia-se esse pedido mas, já sem envio do carro-patrulha os selvagens debandavam. Percebi então que a GNR tinha assumido o papel de assistentes dos idiotas ou ... tinha um agente da autoridade entre eles.

...

As velhas V5, as Casais e as Zundapp, barulhentas QB com ou sem escape de "rendimento" já desapareceram. Escapes barulhentos têm desaparecido de outras motos mas as motas de 4 rodas e motas de um cilindro são as novas pragas. Fazem sempre barulho, particularmente em arranques rápidos. Os idiotas que as conduzem fazem o possível por fazer o máximo barulho, como quem usa um megafone para ampliar os próprios peidos.

COMPARAÇÕES ENTRE 'ISMOS'....



Uma amiga minha achou injusta a comparação entre Hitler e Maomé feita neste post.

”Li atentamente o artigo e voltei a reler. Dá que pensar..... Mas sinceramente pôr no mesmo nível Hitler e Maomé é injusto na minha modesta opinião.
Hitler não fez nada de nada, acho até que foi um ser muito animalesco, sem querer ofender os animais, (…). Maomé, por sua vez, pelo menos preocupou-se em parte com o estatuto das mulheres de então. As suas mensagens ou os seus ensinamentos, como queiras, têm sentido na sua essência, agora se os seus seguidores fizeram um aproveitamento diverso e desfasado da sua mensagem isso já é outra coisa..... O mesmo não aconteceu com o cristianismo?

Bom isto nos levaria a uma longa e profunda discussão, não? Quero que saibas que não sou católica nem islamita mas é preciso ver com clareza e isenção as diferenças. Tenho muito receio de tudo que contem um “ismo”, devemos estar atentos aos fundamentalismos, seja qual for a ideologia.....

O fiel Inimigo tem assuntos interessantes, mas não me pareceu que os intervenientes estejam com seriedade no debate, e é pena, porque quanto a mim perde por isso, mas a minha opinião gratuita vale o que vale.....nada.”

Como todas as opiniões são válidas, logo que sejam sinceras, e esta é, aqui vai uma tentativa de longa e profunda discussão:

É evidente que é difícil comparar Hitler com Maomé, há entre eles uma distância de 1350 anos. Além disso Hitler é uma figura histórica vastamente documentada, em que se sabe praticamente tudo sobre a vida dele. Enquanto que Maomé é apenas uma figura histórica para os crentes, tendo sido a sua biografia e o Alcorão fabricados, segundo a ortodoxia, muito tempo depois da sua suposta morte com base em testemunhos por via oral!

Há revisionistas (especialistas que divergem da versão ortodoxa sobre Maomé, o Alcorão e o aparecimento do Islão) que a partir de uma moderna análise de textos do século VII afirmam que o Alcorão, ao contrário do que conta a versão ortodoxa, não foi escrito pela mesma pessoa, nem sequer na mesma época e tampouco em árabe clássico (actual). Outros, com base noutros elementos, vão mais longe e dizem que o Alcorão é uma espécie de missal cristão que foi progressivamente adaptado a uma nova religião ou que, com o decorrer dos tempos, uma velha doutrina se desviou aqui e ali da versão original. Estes últimos afirmam mesmo que o Maomé do Alcorão não é um nome próprio mas sim um adjectivo, um título (amado/querido/prezado) para Jesus Cristo….

Seja como for, para um não-crente comparar Hitler com Maomé equivale (quase) a comparar Salazar com o Pai Natal. Digo ‘quase’ porque no caso de Hitler vs Maomé, e apesar de não ser possível comparar os personagens, sempre se pode comparar alguma coisa: a ideologia, os ensinamentos e o comportamento dos crentes.

De Hitler sabe-se que devido às suas taras de estimação, descritas no seu livro Mein Kampf (A Minha Luta): a raça pura, anti-semitismo e o espaço vital, foi um assassino patológico que concebeu uma ideologia socializante em que não havia margem para dissidentes e que deu origem ao holocausto e a uma Guerra Mundial com as graves consequências que todos nós sabemos.

Mas o Maomé da versão islamo-ortodoxa é pior. E é pior porque ao contrário de Hitler, que escreveu o Mein Kampf de sua própria mão, Maomé nem imaginou nem escreveu o Alcorão! Foi-lhe ditado por Alá através do anjo Gabriel em árabe clássico. Isto é muito importante! Significa que para os muçulmanos Maomé é o eleito de Deus e os árabes o povo escolhido. Doravante o Profeta e mais tarde os seus seguidores, agora com uma forte base ideológica fundamentada no Alcorão (na palavra de Deus), vão ‘convencer’ todos os outros povos que só há um Deus, Alá, e que Maomé é o seu profeta… E como a mensagem é divina, não há mesmo muita margem para divergir, quanto mais para discordar!

De aqui facilmente se depreende que os outros povos, que no início tinham outras crenças e costumes, não foram convertidos ao Islão (do Algarve até ao Hindus) em amena cavaqueira à volta de uma chichá. O meio de persuasão era sempre o mesmo: a cimitarra (espada oriental curva). Alguns dirão: precisamente como os cristãos faziam na idade-média! Mas a diferença é precisamente essa: a idade-média. Porque, enquanto a cristandade actualmente já aceita crítica e regras democráticas, o Islão ainda se encontra (e cada vez mais) a remoer a sua idade-média, não se avistando a curto prazo sinais de renascimento… Assim é que o Islão continua a fazer a vida negra a todo (sobretudo a toda) aquele que tem a pouca sorte de nascer num país em que é religião de estado e, com o seu enorme apetite de conquista, de lebensraum, por tabela também ao resto do mundo.

Com todas as suas proibições, imposições, regras de vida, vinganças, ameaças e castigos divinos - imediatamente levados a cabo pelos crentes, porque geralmente não têm paciência para esperar pelo Todo-poderoso – o Islão é bem mais coercivo que qualquer ideologia laica. E a prova é que todos os dias que Deus nos dá (passe a expressão) assistimos algures no mundo a gente a ser maltratada ou mesmo assassinada em nome do Islão pelas razões mais diversas: por comer durante o Ramadão; por não se vestir conforme as regras; por beber álcool; por comer carne de porco; por dar uma queca fora dos trâmites conjugais; por tendência homossexual; por querer casar fora da família; ou fora da religião; por ser muçulmano sunita; ou chiita; ou alevita; por escolher outra religião; por não acreditar em Alá; por criticar o profeta; por desenhar o profeta. A lista é infinita…

De qualquer forma é mais prático e mais fácil comparar Hitler por exemplo com Estaline. São contemporâneos, ambos socialistas, ambos anti-semitas, ambos anti-democráticos e ambos se fartaram de matar gente…

Fora a matança, em que ambos eram exímios, uma coisa que salta imediatamente à vista, é que Hitler era bem mais socialista de que o Pai dos Povos. No curto espaço de tempo em que esteve no poder foram implementadas mais medidas socialistas na Alemanha Hitleriana do que na União Soviética e na China durante os restantes 80 anos:

• Duplicaram os dias feriados dos trabalhadores.

• Introduziram subsídios para proteger os agricultores contra riscos climáticos e flutuações dos preços no mercado internacional.

• Os preços dos géneros alimentícios eram estipulados pelo estado.

• Introduziram o imposto (IRS) progressivo (que ainda hoje é intocável para os partidos de esquerda).

• Os nazis não só eram de esquerda como ainda por cima eram verdes: foram os primeiros a transformar o meio-ambiente em política estatal.

• Os senhorios eram obrigados a ter rendas acessíveis e a posição jurídica dos locatários foi fortalecida.

• Foi introduzido o abono de família e as reformas foram aumentadas.

• Os custos da saúde eram pagos pelo estado. Foram os nazis que introduziram o sistema de saúde (Ziekenfonds) na Holanda.

• Pela primeira vez na história um carro (Volkswagen) ao alcance da classe operária.

• O único imposto que atingia severamente as classes populares foram os 50% de imposto sobre o tabaco e o álcool (o cabrão do Adolfo não fumava e ainda por cima era abstémio, raios partam o homem!)

Não tenho bem a certeza, mas no que se refere a medidas socialistas creio que nem o Sócrates consegue fazer melhor. Mas ao contrário do Hitler, Estaline ou Mao Tse Tung, a gente contra o Eng. Sócrates pelo menos pode resmungar à vontade – é também a única coisa que nos vale, mas talvez seja a mais importante….

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ladrões de carros

Dizia um alemão que os portugueses conduziam como ladrões de carros. Eu digo que conduzem como quem conduz carrinhos de choque.

As regra de bom senso mais espezinhadas são a da distância ao carro da frente e velocidade em relação ao espaço visível. Os mais velhos sempre me disseram para guardar ao carro da frente uma distância que me permitisse parar caso esse carro parasse instantaneamente, para adequar a velocidade de forma a conseguir parar no espaço visível, partir do princípio que vai sair um catraio de uma porta à beira da estrada, nunca mudar de faixa sem usar os piscas, mudar de faixa lentamente, nunca atravessar uma faixa para atingir uma terceira sem estabilizar algum tempo na intermédia, etc.

A Polícia e GNR e a legislação colaboram activamente neste pandemónio limitando-se, praticamente, a controlar o movimento de mercadorias, a entregar papelada e a controlar a velocidade. Aliás, a Polícia e GNR deveriam estar integradas no Ministério das Finanças porque é ao serviço dele que consomem a larga maioria do tempo.

Quase todo o português conduz partindo do princípio que todos estão tão alerta como ele esquecendo os momentos em que não está alerta. Quase todo o português tem a certeza que não há razão para alguém, mais à frente, travar abruptamente, mesmo quando trava abruptamente projectando a responsabilidade no cão que atravessou a estrada, no pássaro que chocou com o pára-brisas, no puto que vomitou, no idoso que se atrapalhou.

Quase nenhum português concede que com nevoeiro tem MESMO que ir MUITO mais devagar.

O motociclista é, regra geral, um promitente cadáver pela via kamikaze.

Manobras de ultrapassagem múltiplas, à sorte (sem se ter garantia que há espaço para reocupar a faixa), deveriam dar prisão. Fazer gincana no meio do trânsito (motociclistas incluídos), prisão. Conduzir a velocidade considerável encostado ao carro da frente, apreensão de carta. Em caso de morte num acidente e no caso de se determinar irresponsabilidade de um condutor dever-se-ia aplicar a lei geral de homicídios (parece que já algo se vai passando).

sábado, 21 de agosto de 2010

Joni Michell - Coyote


No regrets Coyote
We just come from such different sets of circumstance
I'm up all night in the studios
And you're up early on your ranch
You'll be brushing out a brood mare's tail
While the sun is ascending
And I'll just be getting home with my reel to reel...
There's no comprehending
Just how close to the bone and the skin and the eyes
And the lips you can get
And still feel so alone
And still feel related
Like stations in some relay
You're not a hit and run driver, no, no
Racing away
You just picked up a hitcher
A prisoner of the white lines on the freeway

We saw a farmhouse burning down
In the middle of nowhere
In the middle of the night
And we rolled right past that tragedy
Till we turned into some road house lights
Where a local band was playing
Locals were up kicking and shaking on the floor
And the next thing I know
That Coyote's at my door
He pins me in a corner and he won't take "No!"
He drags me out on the dance floor
And we're dancing close and slow
Now he's got a woman at home
He's got another woman down the hall
He seems to want me anyway
Why'd you have to get so drunk
And lead me on that way
You just picked up a hitcher
A prisoner of the white lines of the freeway

I looked a Coyote right in the face
On the road to Baljennie near my old home town
He went running thru the whisker wheat
Chasing some prize down
And a hawk was playing with him
Coyote was jumping straight up and making passes
He had those same eyes - just like yours
Under your dark glasses
Privately probing the public rooms
And peeking thru keyholes in numbered doors
Where the players lick their wounds
And take their temporary lovers
And their pills and powders to get them thru this passion play

No regrets, Coyote
I just get off up aways
You just picked up a hitcher
A prisoner of the white lines on the freeway

Coyote's in the coffee shop
He's staring a hole in his scrambled eggs
He picks up my scent on his fingers
While he's watching the waitresses' legs
He's too fat from the Bay of Fundy
From Appaloosas and Eagles and tides
And the air conditioned cubicles
And the carbon ribbon rides
Are spelling it out so clear
Either he's going to have to stand and fight
Or take off out of here
I tried to run away myself
To run away and wrestle with my ego
And with this flame
You put here in this Eskimo
In this hitcher
In this prisoner
Of the fine white lines
Of the white lines on the free, free way

Da sucessão de luminárias

Salvar Portugal?

Estava-se nos anos cinquenta do século passado, numa tertúlia em que participava Jorge de Sena. Discutia-se o tema recorrente: “Como salvar Portugal”. Nisto, o poeta espantou toda a gente: «O problema não é salvar Portugal, mas salvarmo-nos de Portugal». Pouco tempo depois partiu para o Brasil e daí para os Estados Unidos onde veio a falecer, em 1978, sem ter regressado à pátria.

Aqueles que estavam naquela reunião, há sessenta anos, julgavam que o obstáculo era Salazar. Mas depois veio Caetano, o PREC, Soares, Cavaco, Guterres, Barroso e agora Sócrates. O país ficou cada vez mais igual nos seus defeitos, a mesma “choldra”, como dizia o Eça, ainda que com novas embalagens. O problema não é Salazar nem os outros – somos nós, claro, que em conjunto não sabemos evoluir para além do fado da nossa mediocridade.

Das maravilhas do socialismo não teórico

Tem passado relativamente em claro a história do lixo nuclear e dos incêndios na Rússia.

No defunto e magistral paraíso socialista que se chamou URSS espalhou-se lixo nuclear por tudo quanto era canto chegando-se ao extremo de despejar lixo radioactivo em jardins da própria capital.

Se nos jardins o caso teve reduzida magnitude absoluta, nos arredores das instalações de teste e processamento de substancias radioactivas (para não falar em Chernobyl) a magnitude foi substancial (exemplo) de tal forma que quem pode se mantém a milhas dos locais, manchas de milhares de quilómetros quadrados.

Sem interessados em aproveitar, seja de que forma for, as resultantes zonas "florestais", o mato e o arvoredo crescem a olhos vistos. Crescem claramente impregnados das substâncias em causa.

Os incêndios, inevitáveis mais cedo ou mais tarde, introduzem na história um factor roleta-russa porque espalham para a atmosfera, juntamente com os gazes e poeiras de combustão, as substancias radioactivas que por ali abundam. Não espalham tudo de uma vez só, mas espalham.

Para os russos pode ser bom ou mau. Se as substancias forem espalhadas no próprio território é mau, se no dos vizinhos é menos mau (para a malta que milita nos resíduos políticos do PCUS é bom).

Muito lixo foi ainda e em especial deixado nos territórios que se divorciaram da fonte de todas as luzes.

It's Official: NOAA Finds That Russian Heat Wave Was 100% Natural - CO2 Warming Not Even A Factor

Em C3 Headlines, via Climate Depot:
NOAA's statement:

"...greenhouse gas forcing fails to explain the 2010 heat wave over western Russia. The natural process of atmospheric blocking, and the climate impacts induced by such blocking, are the principal cause for this heat wave. It is not known whether, or to what extent, greenhouse gas emissions may affect the frequency or intensity of blocking during summer. It is important to note that observations reveal no trend in a daily frequency of July blocking over the period since 1948, nor is there an appreciable trend in the absolute values of upper tropospheric summertime heights over western Russia for the period since 1900. The indications are that the current blocking event is intrinsic to the natural variability of summer climate in this region, a region which has a climatological vulnerability to blocking and associated heat waves (e.g., 1960, 1972, 1988)."

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Obamanias

AP Advisory


AP Standards Center issues staff advisory on covering New York City mosque


Associated Press Deputy Managing Editor for Standards and Production Tom Kent sent the following note to the staff about covering the New York City mosque story and then discussed the guidance and reaction in a Facebook entry headlined "Behind the News: Describing the proposed NYC mosque."

Aug. 19, 2010

Colleagues,

Here is some guidance on covering the NYC mosque story, with assists from Chad Roedemeier in the NYC bureau and Terry Hunt in Washington:

1. We should continue to avoid the phrase "ground zero mosque" or "mosque at ground zero" on all platforms. (We’ve very rarely used this wording, except in slugs, though we sometimes see other news sources using the term.) The site of the proposed Islamic center and mosque is not at ground zero, but two blocks away in a busy commercial area. We should continue to say it’s “near” ground zero, or two blocks away.

WE WILL CHANGE OUR SLUG ON THIS STORY LATER TODAY from “BC-Ground Zero Mosque” to “BC-NYC Mosque.”

In short headlines, some ways to refer to the project include:

_ mosque 2 blocks from WTC site
_ Muslim (or Islamic) center near WTC site
_ mosque near ground zero
_ mosque near WTC site

We can refer to the project as a mosque, or as a proposed Islamic center that includes a mosque.

It may be useful in some stories to note that Muslim prayer services have been held since 2009 in the building that the new project will replace. The proposal is to create a new, larger Islamic community center that would include a mosque, a swimming pool, gym, auditorium and other facilities.

2. Here is a succinct summary of President Obama’s position:

Obama has said he believes Muslims have the right to build an Islamic center in New York as a matter of religious freedom, though he's also said he won't take a position on whether they should actually build it.

For additional background, you’ll find below a Fact Check on the project that moved yesterday.

Tom

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Slug: BC-US--Mosque-Fact Check
Byline: CALVIN WOODWARD
Bytitle: Associated Press Writer

WASHINGTON (AP) — A New York imam and his proposed mosque near ground zero are being demonized by political candidates — mostly Republicans — despite the fact that Islam is already very much a part of the World Trade Center neighborhood. And that Muslims pray inside the Pentagon, too, less than 80 feet from where terrorists attacked.

And that the imam who's being branded an extremist has been valued by both Republican and Democratic administrations as a moderate face of the faith.

Even so, the project stirs complicated emotions, and Imam Feisal Abdul Rauf is a complex figure who defies easy categorization in the American Muslim world.

He's devoted much of his career to working closely with Christians, Jews and secular leaders to advance interfaith understanding. He's scolded his own religion for being in some ways in the "Dark Ages." Yet he's also accused the U.S. of spilling more innocent blood than al-Qaida, the terrorist network that turned the World Trade Center, part of the Pentagon and four hijacked airplanes to apocalyptic rubble.

Many Republicans and some Democrats say the proposed $100 million Islamic cultural center and mosque should be built elsewhere, where there is no possible association with New York's ground zero. Far more than a local zoning issue, the matter has seized congressional campaigns, put President Barack Obama and his party on the spot — he says Muslims have the right to build the mosque — divided families of the Sept. 11, 2001, victims, caught the attention of Muslims abroad and threatened to blur distinctions between mainstream Islam in the U.S. and its radical elements.

A look at some of the claims and how they compare with the known facts:
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—"The folks who want to build this mosque — who are really radical Islamists who want to triumphally prove that they can build a mosque right next to a place where 3,000 Americans were killed by radical Islamists — those folks don't have any interest in reaching out to the community. They're trying to make a case about supremacy." — Former House Speaker Newt Gingrich, a potential 2012 presidential candidate.

—Some of the Muslim leaders associated with the mosque "are clearly terrorist sympathizers." — Kevin Calvey, a Republican running for Congress in Oklahoma.
—"This radical is a terrible choice to be one of the faces of our country overseas." — Statement by GOP Reps. Ileana Ros-Lehtinen of Florida and Peter King of New York.

THE FACTS:
No one has established a link between the cleric and radicals. New York Police Department spokesman Paul Browne said, "We've identified no law enforcement issues related to the proposed mosque."

Ros-Lehtinen and King were referring to the State Department's plan, predating the mosque debate, to send Rauf on another religious outreach trip to the Middle East as part of his "long-term relationship" with U.S. officials in the Bush and Obama administrations. The State Department said Wednesday it will pay him $3,000 for a trip costing the government $16,000.

Rauf counts former Secretary of State Madeleine Albright from the Clinton administration as a friend and appeared at events overseas or meetings in Washington with former President George W. Bush's secretary of state, Condoleezza Rice, and Bush adviser Karen Hughes.
He has denounced the terrorist attacks and suicide bombing as anti-Islamic and has criticized Muslim nationalism. But he's made provocative statements about America, too, calling it an "accessory" to the 9/11 attacks and attributing the deaths of hundreds of thousands of Iraqi children to the U.S.-led sanctions in the years before the invasion.

In a July 2005 speech at the Bob Hawke Prime Ministerial Center in Adelaide, Australia, Rauf said, according to the center's transcript:

"We tend to forget, in the West, that the United States has more Muslim blood on its hands than al-Qaida has on its hands of innocent non-Muslims."

While calling terrorism unjustified, he said the U.S. has supported authoritarian regimes with heinous human rights records and, faced with that, "how else do people get attention?"
In the same address, he spoke of prospects for peace between Palestinians and the Israelis — who he said "have moved beyond Zionism" — and of a love-your-neighbor ethic uniting all religions.
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—"Mr. President, ground zero is the wrong place for a mosque." — Rick Scott, Republican candidate for Florida governor.

—"Nazis don't have the right to put up a sign next to the Holocaust Museum in Washington. We would never accept the Japanese putting up a site next to Pearl Harbor. There's no reason for us to accept a mosque next to the World Trade Center." — Gingrich.
—"Just a block or two away from 9/11." — Former Alaska Gov. Sarah Palin, another 2012 GOP presidential prospect.

THE FACTS:
No mosque is going up at ground zero. The center would be established at 45-51 Park Place, just over two blocks from the northern edge of the sprawling, 16-acre World Trade Center site. Its location is roughly half a dozen normal lower Manhattan blocks from the site of the North Tower, the nearer of the two destroyed in the attacks.

The center's location, in a former Burlington Coat Factory store, is already used by the cleric for worship, drawing a spillover from the imam's former main place for prayers, the al-Farah mosque. That mosque, at 245 West Broadway, is about a dozen blocks north of the World Trade Center grounds.

Another, the Manhattan Mosque, stands five blocks from the northeast corner of the World Trade Center site.

To be sure, the center's association with 9/11 is intentional and its location is no geographic coincidence. The building was damaged in the Sept. 11 attacks and the center's planners say they want the center to stand as a statement against terrorism.
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—"There should be no mosque near ground zero in New York so long as there are no churches or synagogues in Saudi Arabia. ... America is experiencing an Islamist cultural-political offensive designed to undermine and destroy our civilization." — Gingrich.

—"This religion's plan is to destroy our way of life. ... If we have to let them build it, make them build it nine stories underground, so we can walk above it as citizens and Christians."

— Ron McNeil, a House GOP candidate in the Florida Panhandle, in an exchange reported by The News Herald in Panama City.

THE FACTS:
Such opinions are shared by some Americans, while others are more reluctant to paint the religion with a broad brush and more welcoming of the faith in this country. Bush, himself, while criticized at the time for stirring suspicions about American Muslims, traveled to a Washington mosque less than a week after the attacks to declare that terrorism is "not what Islam is all about. Islam is peace."

In any event, the U.S. armed forces field Muslim troops and make accommodations for them. The Pentagon opened an interfaith chapel in November 2002 close to the area where hijacked American Airlines Flight 77 slammed into the building, killing 184 people.

Muslims gather there for a daily prayer service Monday through Thursday and hold a weekly worship service on Fridays, drawing no complaints. Similar but separate services are provided for other faiths.
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Associated Press writers Tom Hays in New York and Anne Flaherty in Washington contributed to this report.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Curtas

Em França, pátria de Ségolène Royal e do "multiculturalismo" parece que o "temos que os compreender" já viu melhores dias. Tudo indica que o que é demais ... é demais.

Entretanto parece que os proponentes da construção da mesquita nos arredores de Ground Zero já têm fé em Bush. Concederão que a justiça infinita está com o homem da cimeira da guerrrrrra e dos acorrentados de Ana Gomes?

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Nota: o artigo lincado originalmente (http://oinsurgente.org/2010/08/19/franca-inicia-deportacao-de-ciganos-estrangeiros/) no primeiro parágrafo desapareceu pelo que foi substituído por um do cache da Google.

Auto-combustão

Relativamente aos incêndios florestais, pedi ao HPS, do Ambio, uma dica sobre a história da auto-combustão, coisa de que se fala por aqui e por ali mas sempre sem mais explicação.

Em comentário, HPS respondeu da seguinte forma:
A auto-combustão não diz respeito a matas nem ao problema dos incêndios, diz respeito a matos armazenados em pargas para combustível, isto é, a material combustível seco e acumulado. É um fenómeno relativament raro mas descrito na literatura e conhecido dos gestores da central de Mortágua.

Pode de qualquer maneira ler isto, por exemplo:
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=2554&op=all
Parece portanto razoável concluir que alguns incêndios se iniciam em pargas que, por aqui e por ali, a população constitui. A ser assim, são uma bomba-relógio.

Sobre os feitiços da esquerda ...

... aqui.

De como se retrocede ...

SPAM

Desactivei a palavra de verificação (nos comentários) e liguei a detecção automática de SPAM da Google, agora disponibilizado.

Uns 2 ou 3 pacotes de lixo despejado por uns quantos robots nalguns artigos foram caçados e triturados. Vejamos se a coisa continua a funcionar bem e se o novo sistema não abocanha comentários genuínos.

RAMADÃO II



O correspondente em Marrocos do jornal holandês NRC, Gert van Langendonck, escreveu no NRC de sábado passado um interessante artigo intitulado “combater as imposições do Ramadão com um copo de vinho na mão."

Ibtissame Lachgar, uma psicóloga de 34 anos enche de novo o seu copo de rosé num bar de Rabat : “é preciso aproveitar agora enquanto se pode”. No dia seguinte começa o Ramadão e em Marrocos durante este período é só permitido vender álcool a estrangeiros… Que durante o ano inteiro seja proibido vender álcool a muçulmanos – uma proibição que é constantemente transgredida – não se fala no assunto por comodidade, isto é uma das muitas incongruências da sociedade marroquina que tanto irrita a psicóloga Lachgar…

“As pessoas pensam que eu sou contra o Islão, mas não é verdade. Apenas quero que as pessoas acabem com a mania de meter o Islão em tudo. Refiro-me a pessoas que me perguntam na rua se rezo cinco vezes por dia, ou se jejuo durante o Ramadão… Trata-se de assuntos pessoais que não lhes dizem respeito. Eu tampouco lhes pergunto que cor de cuecas é que trazem vestidas…”

Para defender os direitos individuais na sua terra Lachgar criou juntamente com a jornalista Zineb El Rhazoui a organização MALI (Mouvement Alternatif pour les Libertés Individuelles). No verão passado esta organização provocou um enorme escândalo ao querer organizar um piquenique em pleno Ramadão em Mohammedia, uma pequena cidade costeira 20 km a norte de Casablanca. Objectivo: a abolição do decreto-lei 222 que ameaça com 6 meses de prisão todo aquele que “de forma demonstrativa” não respeite o jejum do Ramadão.

Não se chegou a vias de facto porque a polícia se antecipou e estava na estação do comboio à espera da chegada da meia-dúzia de activistas. Nos dias que se seguiram cinco activistas foram interrogados e a iniciativa foi condenada por todos os partidos políticos. “Fomos ameaçados de morte, a imprensa iniciou uma campanha de ódio contra nós. A coisa estava feia”, afirma Lachgar.

Este verão toda a gente queria saber – da imprensa marroquina até à TV por satélite Al Arabyia – se MALI iria organizar outra vez uma manifestação durante o Ramadão. Mas mais uma vez a polícia foi mais rápida: quando em Maio deste ano os activistas da MALI quiseram fazer uma acção de protesto contra a intimidação sexual das mulheres foram todos presos antes mesmo de desenrolarem os cartazes. Depois deste acontecimento Najib Chaouki, um jornalista de 31 anos e militante da MALI da primeira hora, abandonou o movimento. “Eu já no ano passado tinha a impressão que a nossa estratégia estava errada”, diz ele. “Era manifestar por manifestar. Para mudar as mentalidades é preciso abordar as pessoas, e para isso é preciso tempo.”

A psicóloga Lachgar é demasiadamente impaciente para este tipo de atitude. “Fico pior que estuporada quando as pessoas me dizem: ‘Tu sabes bem que isto é Marrocos!’ Se nos EUA ou em França as pessoas tivessem a mesma atitude ainda hoje as mulheres não teriam direito de voto e os homossexuais não seriam protegidos.”

Segundo a mãe de Lachgar ela tem o azar de viver num país que é precisamente cada vez mais conservador. “A minha mãe, que de resto jejua durante o Ramadão, diz-me constantemente que seria preferível eu ter vivido no tempo em que ela era jovem. Ela andava na rua de mini-saia e ninguém estranhava.”

É muito difícil dizer quantas pessoas há hoje em Marrocos do género da psicóloga Lachgar ou do jornalista Chaouki, mas é evidente que nem todas as pessoas vêem o Ramadão como uma festa. Os marroquinos que financeiramente o podem fazer, partem de férias nesta altura. Como Karim, um professor catedrático de 43 anos. “Nos anos setenta podia-se comer à vontade na cidade universitária; hoje em dia isso é impensável”, diz-nos Karim pouco antes de partir para França. Mas diz mais: “Tenho amigos que escondem ao pessoal doméstico o facto que não jejuarem durante o Ramadão. É a consequência da islamização.”

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dos emparceladores

Viajava ontem pelo norte acompanhado por alguém ligado aos bombeiros e ouvindo a intervenção na rádio de um gajo da Associação de Municípios, salvo erro, vice presidente.

A explicação parecia-me fazer sentido mas, mais significativo, fazia sentido a quem me acompanhava.

Num aparte, achei curioso que o dito gajo referisse a existência, nas câmaras municipais, de pessoas nomeadas pelo estado central e pagas pelas câmaras para interferem no funcionamento da câmara mas respondendo à hierarquia do estado central. Ao caso, a que ele chamava mais um caso de EGC* - elemento gerador de confusão, tratava-se de uma posição relativa à Protecção Civil. Segundo percebi, a presença, nas câmaras de tal figura resulta na pura e simples sabotagem de qualquer esforço de coordenação local sem que da coisa central algo haja de substituinte em vantagem.

A entrevista foi decorrendo e a certa altura a veia do socialismo desabrochou. Falava ele de emparcelamento referindo que a micro-propriedade dificultava em excesso o planeamento do crescimento florestal.

Naturalmente que a difusão da propriedade em parcelas minúsculas torna impraticável (ou substancialmente difícil) organizar a floresta de forma a manter esquemas (clareiras, acessos, etc) de ataque a um eventual incêndio e parece evidente que emparcelando (juntando, de alguma forma, a pequena propriedade em mais extensas parcelas ) torna mais exequível que se congeminem planos de prevenção e emergência. O que me fez saltar a tampa foi a declaração de que o emparcelamento deva ser posto em prática porque o interesse colectivo se sobrepõe ao interesse privado de cada proprietário, e fez saltar a tampa porque tal declaração implica que cada pequeno proprietário será prejudicado se emparcelar a sua propriedade.

A ser assim, para quê emparcelar? Para quê falar, sequer, do assunto?

Já é ponto assente que emparcelar a todos prejudica?

P'ra melhor, está bem está bem
P'ra pior já basta assim

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* A sigla referida pode não ser esta exactamente porque cito de memória.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Paradoxo verde

Nem vale a pena abordar pormenorizadamente que a calote polar Sul tem muito mais gelo relativamente há algumas dezenas de anos e que a temperatura dessa camada tem descido, porque tal já foi largamente escalpelizado neste blog. Não vale a pena porque o alarmismo repete sempre, como se fosse algo extraordinário, que se está a desprender muito gelo da Antárctida.

Pois o gráfico acima anuncia que o alarmismo vai continuar porque mais gelo se vai provavelmente separar da calote. Vai separar ainda mais porque, desta vez, até a superfície total de gelo aumenta. Aumentando, torna extremamente provável que mais gelo se desprenda.

Tem aumentado a espessura do gelo, tem baixado a temperatura desse gelo e agora aumenta também a sua superfície.

Já agora, para quando uma discussão sobre a quantidade de calor retida nos pólos em substituição da temperatura observada? Relativamente ao balanço energético, falar de temperatura tem significado quase nulo.

RAMADÃO I



Como toda a gente sabe o Ramadão teve este ano início na quarta-feira passada, dia 11 de Agosto. Com toda a imprensa politicamente correcta que nos rodeia é difícil não estar ao corrente deste facto! Já sobre os budistas não sabemos muita coisa e isso deve-se ao facto de eles, ao contrário dos muçulmanos, terem um comportamento…. digamos mais discreto.

O jejum anual e o quarto pilar da religião islâmica implica (para todos os muçulmanos) não poder comer, beber, fumar ou dar uma queca durante o período que vai entre o nascer e o pôr do sol. Em certos casos e com a devida aprovação de um édito religioso (fatwa) parece que é permitido matar não-crentes ou cometer atentados durante esta quadra santa. Santa porque segundo a ortodoxia foi no nono mês (ano lunar) que o Alcorão foi revelado a Maomé.

Durante este período, dito santo, os clérigos todos os anos se esforçam para dar ao Ramadão um ar espiritual e meditativo, que no entender deles significa muita reza e muita leitura das suratas. Mas a maioria dos muçulmanos não tem estas preocupações metafísicas, e quando não come, bebe, fuma ou dá um queca às escondidas, espera impacientemente pelo pôr do sol para enfardar que nem um portuga ao domingo de tarde! E este ritual repete-se durante 30 luas cheias: passa-se fome durante o dia e à noite come-se que nem um ogro.

Mas apesar deste lado prosaico, simpático (durante a noite) e mais litúrgico do que doutrinário do Ramadão, os fundamentalistas têm ultimamente conseguido imprimir à coisa um ar mais compulsivo, e fazer cada vez mais a vida negra a todos aqueles (e aquelas) que no seio da comunidade islâmica querem comer, beber, fumar ou dar uma queca às horas que querem e lhes apetece…

Assim é que Ali Karimi, o ‘Maradona da Ásia’ (em 2004 nomeado melhor jogador asiático), foi ontem expulso do seu clube da capital Persa, F.C. Steel Azin, por não ter jejuado durante o Ramadão…

Da superior competência do Estado

Dois excertos desta notícia que dão bem ideia da competência do Estado e verdelhada na gestão do "bem comum" (via Eco-Tretas):
"Há quatro anos, após um incêndio, também em Agosto, no Mezio, o parque procedeu à venda das madeiras que renderam centenas de milhares de euros. O resto da madeira ficou lá amontoado, o que originou uma manta morta de vários metros de altura, o que dificulta a actuação dos bombeiros e meios aéreos, até mesmo o acesso aos locais onde está arder, pois os caminhos estão bloqueados. O dinheiro, esse, foi para outros interesses", disse Martinho Araújo ao JN.

[...]

"Isto é administrado por pessoas de Lisboa que não sabem o que é o PNPG[*]. Querem fazer disto uma reserva de "índios""
Esta tarde, em bate-papo com uma habitante de uma vertente em fogo e sobre o avanço das chamas em direcção ao vale, observava eu:
- Mais logo à noite o fogo chega cá abaixo.
- Não chega.
- Porquê?
- Porque as matas lá de cima são do estado.
- E não chega cá abaixo porquê?
- Porque quando chegar aos pinheiros mais abaixo os donos apagam o fogo. Estão à espera dele para que não arda o que lhes pertence.

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* PNPG - Parque Nacional da Peneda-Gerês

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Das qualidades que em caso de aperto dão jeito

Se a memória me não falha, há uns anos, um(ns) caramelo qualquer debitou qualquer coisa que deixou os legalistas arrepiados. Já não me recordo se foi um caramelo da Madeira por causa da independência das ilhas, se um outro que pariu uma versão mais ou menos apalermada do hino nacional ... terá sido um deles.

A verdade é que apareceu uma data de gente ofendida e a reclamar que se processasse o caramelo.

Na altura era Mário Soares Presidente da República e, na altura, Mário Soares dizia e fazia coisas que deixariam hoje o mesmo Mário Soares aos gritos de ultra-neo-liberalismo.

Pela legalidade a dita luminária podia perfeitamente ser processada por, salvo erro, atentado aos símbolos nacionais (ou coisa equivalente).

Mário Soares foi peremptório e não o foi como Mário Soares. Sem papas na língua, como Presidente da República afirmou inequivocamente: "não façam mártires".

Como muito bem diz O Lidador, "Obama? Mais um tonto de serviço."