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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ladrões de carros

Dizia um alemão que os portugueses conduziam como ladrões de carros. Eu digo que conduzem como quem conduz carrinhos de choque.

As regra de bom senso mais espezinhadas são a da distância ao carro da frente e velocidade em relação ao espaço visível. Os mais velhos sempre me disseram para guardar ao carro da frente uma distância que me permitisse parar caso esse carro parasse instantaneamente, para adequar a velocidade de forma a conseguir parar no espaço visível, partir do princípio que vai sair um catraio de uma porta à beira da estrada, nunca mudar de faixa sem usar os piscas, mudar de faixa lentamente, nunca atravessar uma faixa para atingir uma terceira sem estabilizar algum tempo na intermédia, etc.

A Polícia e GNR e a legislação colaboram activamente neste pandemónio limitando-se, praticamente, a controlar o movimento de mercadorias, a entregar papelada e a controlar a velocidade. Aliás, a Polícia e GNR deveriam estar integradas no Ministério das Finanças porque é ao serviço dele que consomem a larga maioria do tempo.

Quase todo o português conduz partindo do princípio que todos estão tão alerta como ele esquecendo os momentos em que não está alerta. Quase todo o português tem a certeza que não há razão para alguém, mais à frente, travar abruptamente, mesmo quando trava abruptamente projectando a responsabilidade no cão que atravessou a estrada, no pássaro que chocou com o pára-brisas, no puto que vomitou, no idoso que se atrapalhou.

Quase nenhum português concede que com nevoeiro tem MESMO que ir MUITO mais devagar.

O motociclista é, regra geral, um promitente cadáver pela via kamikaze.

Manobras de ultrapassagem múltiplas, à sorte (sem se ter garantia que há espaço para reocupar a faixa), deveriam dar prisão. Fazer gincana no meio do trânsito (motociclistas incluídos), prisão. Conduzir a velocidade considerável encostado ao carro da frente, apreensão de carta. Em caso de morte num acidente e no caso de se determinar irresponsabilidade de um condutor dever-se-ia aplicar a lei geral de homicídios (parece que já algo se vai passando).

34 comentários:

Jose Simoes disse...

Olha que nas auto estradas alemãs também se conduz depressa (enfim o poderoso lobby dos carros potentes evita limite de velocidade na lei).

E os italianos? Roma à noite ou à hora de ponta, de automóvel, é uma emoção. Lá lá não vou à uns 20 anos, pelo que pode ter mudado, mas não apostava. Uma vez o meu amigo e condutor evitou um sinal vermelho passando à direita do semáforo, pelo passeio.

Claro que já não se fala em Pequim, sempre que olha para a rua temo pela vida dos ciclistas.

José Simões

Diogo disse...

Concordo em parte. A maior parte dos desastres devem-se aos doidos e aos nabos (sobretudo nabas e velhos).

Anónimo disse...

Este diogo deve ser um puto de sangue na guelra. Deve ser dos que encosta aos velhinhos que vão a ultrapassar a 120 os mais lentos, mas claro ele quer ir nos acima dos 170, para ir na média de 1 hora e picos lisboa porto e vice-versa.

Carmo da Rosa disse...

Excelente post Rio D’oiro. O meu irmão, que é meio francês, dizia-me há uns anos atrás que os portugueses guiam como fascistas! Penso que queria dizer que atrás do volante a lei é: primeiro eu, segundo eu e terceiro eu… E eu ainda actualmente tenho um enorme pavor em andar de bicla nas estradas portuguesas! De carro creio que ultimamente a coisa melhorou ligeiramente – ou será impressão minha?

Antigamente costumava viajar da Holanda para Portugal de carro e vice-versa – hoje em dia prefiro o avião: é muito mais económico, menos cansativo e mais rápido – e já sabia que quanto mais me aproximava da fronteira portuguesa mais medo tinha dos inevitáveis acidentes. A estrada espanhola achava-se de repente inundada de emigrantes portugueses, onde se notava perfeitamente que a vontade de chegar o mais depressa possível à terra era um sentimento muito mais forte do que respeitar minimamente regras de trânsito…Toda a gente conhece os dramas de verão, inteiras famílias que não chegaram ao seu destino, vidas destroçadas…

Uma vez, seria aí por volta dos anos 80, parei para meter gasolina em Espanha mas já perto da fronteira com Portugal. Fiz uma pequena pausa, bebi um café e calhei de ficar a conversar com um simpático polícia espanhol acerca de acidentes na estrada. Dizia-me ele, entre outras coisas, que os portugueses se matam como tordos (ou expressão equivalente) nas estrada espanholas. Eu respondi-lhe que se fosse eu que mandasse, os portugueses, digamos durante 5 anos, poderiam atravessar Espanha como desejassem, a pé, de bicicleta ou de avião, MAS NUNCA DE CARRO.

Medida discriminatória? É sim senhor, mas teria poupado a vida a muita gente…

Anónimo disse...

É tão exorcizante descascar nos portugueses, sobretudo para aqueles que estando fora se julgam superiores. Taditos.

RioD'oiro disse...

CdR,

"De carro creio que ultimamente a coisa melhorou ligeiramente – ou será impressão minha?"

Sim e não. Melhorou, de facto, mas de há um ano (mais ou menos) para cá voltou a piorar.

O governo resolveu fundir a GNR-Brigada de Trânsito com a restante GNR. Daí para cá a vigilância baixou significativamente.

Carmo da Rosa disse...

É tão fácil só dizer bem dos portugueses, sobretudo para aqueles que sempre estiveram dentro (veja-se isto também no sentido ideológico) e se julgam superiores. Salazaritos…

RioD'oiro disse...

... em relação ao que acontecia há 30 anos melhorou radicalmente. Há muitíssimo mais trânsito hoje e menos mortes que há 30 anos em que, de memória, havia umas 3000 mortes por ano sem contar com as mortes relativas às motorizadas: V5, Casais, Zundapp (descobriu-se a determinada altura que por uma qualquer razão não estavam a ser contabilizadas).

Anónimo disse...

Não se trata de só dizer bem dos portugueses, nem de qualquer tipo de ideologia. Trata-se de não se dizer gratuita, constante, imprecisa e prazerosamente mal de Portugal e dos portugueses, como é seu apanágio.
É claro que nos anos oitenta muitos emigrantes portugueses morreram nas saturadas, de camiões, estradas espanholas, como muitos outros milhares as percorreram nessa época e nada lhes aconteceu. Seja, honesto e avalie o risco dessa época, face às condições em que se viajava então.
Felizmente, no presente, já Espanha tem boas “autovías y autopistas”. Por outro lado, muitos, como o senhor “exilado”, já podem optar por viajar em voos de baixo custo, até ébrios se quiserem (mas sem canivetes ou corta-unhas, para não serem tomados por árabes terroristas), em vez de se despistarem cansados ou adormecidos a altas velocidades.

Carmo da Rosa disse...

@ anónimo das 14:59:

Não se trata de só….

mas

Trata-se de não ….

E é evidente que o meu amigo, na sua superioridade egocêntrica, vai juntamente do emigrante determinar precisamente do que se trata!!! Sabe uma coisa, já nos anos 70 havia portugueses do seu tipo que me proibiam a entrada na Casa dos Portugueses em Haia. Razão: segundo eles eu dizia mal de Portugal.!

Mas na realidade tratava-se apenas de uma opção pessoal entre dois portugueses, ou melhor, entre dois ‘Portugais’: gostava mais do gen. Humberto Delgado do que do doutor Oliveira Salazar – manias!

Gostaria também de falar um pouco dos seus apanágios, mas é-me impossível, dado que o meu amigo ainda nem sequer se apresentou e já está a mandar postas de pescada sobre a honestidade dos outros… Não acha que está a andar a grande velocidade, com risco de se despistar?

Anónimo disse...

No tempo do Gen. Humberto Delgado, o caro ainda andava de cueiros, para ter consciência política, quanto mais para se armar em "exilado".

Carmo da Rosa disse...

Trate-se...

Anónimo disse...

ridículo...

RioD'oiro disse...

"rata-se de não se dizer gratuita, constante, imprecisa e prazerosamente mal de Portugal e dos portugueses, como é seu apanágio."

Infelizmente, também este ano tive a oportunidade de presenciar que emigrantes de retorno ao país de trabalho saem de Portugal à última hora com planos para chegar a horas de retomar o trabalho. É um milagre que não morram ainda mais.

Pela minha parte digo o que entendo independentemente das classificação que os leitores entendam fazer. Poderia ainda dizer que me nego a fechar os olhos àquilo que o anónimo não quer que veja.

http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/mais+de+400+acidentes+e+nove+mortos+em+segunda-feira+tragica+nas+estradas+portuguesas.htm

.

EJSantos disse...

Muitos condutores portugueses são psicopatas.

Anónimo disse...

Extrapolação errada de um acidente raro em Portugal, quando na Europa Central e do Norte tais acidentes em cadeia nas auto-estradas são bastante mais frequentes.
Mas tudo bem, continuem a bater na ceguinha...que ela aguenta, século após século, apesar de todos os velhos do restelo, cavaleiros do apocalipse e estrangeirados iluminados, tipo "exilados".

Carmo da Rosa disse...

Rio D’Oiro, eu também digo o que entendo independentemente da classificação de seja quem for – e espeto com o meu nome e se for necessário o meu e-mail e endereço – não tenho problema nenhum.

Só que este nabo irrita-me, porque além de anónimo é mal-educado. E faz parte da maioria silenciosa e acrítica que existe em todos os países. Mas nuns países eles são mais numerosos do que noutros, e é precisamente por causa desta gente que no nosso jardim-à-beira-mar-plantado fomos (todos) obrigados a aturar o Dr. Oliveira Salazar quase meio-século!

Toda a gente está ao corrente da enorme quantidade de acidentes nas estradas portuguesas. Os jornais falam do assunto. A televisão. A Internet. Mas o nosso anónimo acha que não, patrioteiro quanto baste, para ele as estradas portuguesas são um mar de rosas, porque provavelmente ouviu dizer que em Marrocos ou no Congo a situação é pior…

RioD'oiro disse...

"apesar de todos os velhos do restelo,"

O anónimo nada sabe sobre o Velho do Restelo.

CdR.
"Toda a gente está ao corrente da enorme quantidade de acidentes nas estradas portuguesas."

Evidentemente. Basta fazer 100Km para ver e perceber.

Carmo da Rosa disse...

@ José Simões: ” Olha que nas auto estradas alemãs também se conduz depressa (enfim o poderoso lobby dos carros potentes evita limite de velocidade na lei).”

Só em aproximadamente 50% das auto-estradas alemãs é que não existe limite de velocidade. Mas o mais engraçado é que segundo The International Road Traffic Accident Database, NÃO existe relação directa entre alta velocidade e o número de acidentes!

Todos os países nomeados nesta estatística – Inglaterra, Suíça, Suécia, Dinamarca, Holanda, Japão, Finlândia, Alemanha, USA, França Irlanda, Bélgica, Áustria, República Checa, Portugal e Hungria – estão por ordem crescente do número de vítimas. A Inglaterra é quem tem menos vítimas e a Hungria e Portugal têm 8x mais do que a Inglaterra e a Suíça.

À excepção da Alemanha, que se porta muito bem, todos os outros países limitam a velocidade nas suas auto-estradas entre 100 e 130 km por hora. A Inglaterra, com os melhores resultados no que diz respeito a número de vítimas, tem a sua velocidade regulada a 120 km.

O estudo tira esta conclusão assaz críptica:

”In Portugal and Hungary, it might be reasonable to assume that economic conditions affect the fatality rates. But whatever it is that's killing in those countries at the top of the scale, it isn't speed is it?”

Link: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:SQd6Q1IgAgwJ:www.safespeed.org.uk/international3.html+International+Motorway+Fatality+Rates&cd=1&hl=nl&ct=clnk&gl=nl&client=firefox-a

Anónimo disse...

Tá ver caro rosinha! As razões e causas para os acidentes elevados em Portugal e consequentes vítimas fatais, são múltiplas. Há que analisá-las e melhorar todas as componentes da segurança rodoviária nacional, como tem vindo a ser feito ao longo dos últimos anos. Já todos sabemos que os outros estão 50 anos à frente, mas olhe deixe de criticar e venha para cá ajudar e deixe-se dessa treta de "exilado", que ninguém correu consigo de cá para fora.

RioD'oiro disse...

"Já todos sabemos que os outros estão 50 anos à frente"

... depois de ter afirmado ...

"Trata-se de não se dizer gratuita, constante, imprecisa e prazerosamente mal de Portugal e dos portugueses, como é seu apanágio."

Anónimo disse...

Sim, e depois, o que é que isso corrobora contra a vossa constante idiotia do bota-abaixo, sem nada de construtivo?

RioD'oiro disse...

"sem nada de construtivo?"

Aqui tem uma, fresquinha:

http://fiel-inimigo.blogspot.com/2010/08/socrates-o-despovoador.html

Construtivo é igualmente desmascarar os camafeus que dizem algo e o seu contrário como se com isso construíssem alguma coisa ou, alternativamente, que acham que a defesa da coisa "construtiva" passa por estarem apenas contra, nem que seja contradizendo o que pouco tempo antes afirmaram.

Carmo da Rosa disse...

”Tá ver caro rosinha! As razões e causas para os acidentes elevados em Portugal e consequentes vítimas fatais, são múltiplas.”

É evidente que são múltiplas sua besta! Ninguém aqui disse o contrário!

É a velocidade, é a falta de civismo, é a qualidade das estradas, é a má sinalização, é a polícia que não actua e, last but not least, é haver muitos camelos acríticos e sempre prontos a defender o indefensável, como o meu amigo…

Mas nem o seu choradinho, que daria um excelente fado!, - ”Já todos sabemos que os outros estão 50 anos à frente” - é verdade: no exemplo do estudo que inseri a Hungria está precisamente ao nosso nível. Mas não é difícil de imaginar quem esteja, neste capítulo, 50 anos atrás de nós…

Já pensei em voltar, mas gente como você, acrítica, cobarde e burra como um cepo fez-me perder o apetite…

Anónimo disse...

perdeste..."exilado" de merda. Não fazes cá falta, nem para tocar um cego.

RioD'oiro disse...

CdR:

"É a velocidade, é a falta de civismo, é a qualidade das estradas, é a má sinalização, é a polícia que não actua e, last but not least, é haver muitos camelos acríticos e sempre prontos a defender o indefensável, como o meu amigo…"


E mais o último caso (que inclui falta de civismo). Em penúltimo a má sinalização quando induz em erro. A má qualidade das (algumas) estradas é óbvia, pelo que a haver demasiados acidentes implica um comportamento inadequado.

No Minho, um amigo de amigo matou-se contra uma vaca numa estrada excelente sinalizada com múltiplos aviso de animais. A olhómetro deveria ir a mais de 150 numa curva que só era fechada para quem circulasse àquela velocidade.

Anónimo disse...

Ainda bem que não era holandesa... a pobre da vaca.
Sim, porque na florida holanda nunca acontecem acidentes estúpidos... só acidentes civicamente inteligentes.

RioD'oiro disse...

"a pobre da vaca."

Nem se percebia o que era vaca o que era gajo (era motociclista).

... e não havia nevoeiro, não chovia, não havia vento ...

O gajo babava-se de ser "bom volante" a tal ponto que a vaca confiou nele.

Anónimo disse...

Quem mandou à vaca ser parva?

Anónimo disse...

...bom volante não seria, mas motoqueiro, certamente. Se fosse de zundapp barulhenta a vaca tinha fugido a tempo e o gajo só tinha marrado com os cornos no chão. Mas não, o estúpido foi comprar uma Kawasaki 750 aos capitalistas japoneses.

RioD'oiro disse...

"Se fosse de zundapp barulhenta"

Foi bem lembrado, oh anónimo. Se as motos tivessem os escapes virados para a frente assustavam as vacas.

Mas só poderiam ir para a estrada as vacas que não fossem surdas, implicando a necessidade de regulamentação a que o nosso socialista governo não fugiria.

Começaria por nomear um grupo de trabalho inter-ministerial e inter-disciplinar envolvendo 10 ministérios e 10 universidades ...

Anónimo disse...

... e mais, apelaria à sua douta estupidez, como consultor outsorcing, que o caro latosamente não enjeitaria.

AC disse...

Acho que vcs estão aprendendo a dirigir no Brasil.

Anónimo disse...

É no Brasiú, so memo de vidro e porta trancado, prá não ser assaltado por trombadinha no semáforo, né?