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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Arqueologia


Receptor Hammarlund SP-600

RARET
(recordo Álvaro Cunhal, que espumava de cada vez que se falava da Raret).

Na Glória do Mundo
e
A Minha Rádio.
Na Minha Rádio, Mário Portugal Bettencourt Faria:
Era um povo [de Glória do Ribatejo] rodeado de crenças estranhas como o de festejarem o Natal, no dia 26 de Dezembro, e como estavam muito isolados, eram todos primos uns dos outros, porque não sabiam dos perigos dos casamentos entre primos, o que desde há muitos anos, fez gerar pessoas com muitos defeitos físicos e psicológicos.

Mais tarde, alguns partidos políticos aproveitaram estes factos, para investir contra a presença naquela zona, de potentes emissores de rádio, da RARET, para tentarem justificar, as doenças estranhas que lá existiam desde há centenas de anos...

...

Nessa época, 1951, só se recebia e emitia durante algumas horas de cada dia. Foi um trabalho um tanto difícil para o pessoal operador da recepção, porque a Rússia também cá nos chegava e até, como chegava muito mais fortes, eram mais fáceis de sintonizar, pelo que o Sr. Pasqualino logo nos advertia de que estávamos numa frequência errada... a Rússia! Felizmente que ele ali estava atento, pois para o português médio, a fala russa é mais ou menos como as dos países de leste e, se não fosse a sua ajuda, certamente que iríamos retransmitir não a Rádio Europa Livre, mas sim os noticiários e propaganda russos...Seria, o que se pode chamar de "uma grande bronca"!

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Nos Estúdios de Lisboa, foi lá empregada como tradutora, uma senhora checa, de nome Olga, que era muito bonita e dava a volta à cabeça da jovem rapaziada...mas não falava uma palavra de português.

Certo dia ela desejou saber como se dizia em português, "Feliz Natal e Ano Novo". Um dos operadores muito malandro, logo a ensinou cuidadosamente a dizer o que ela desejava, mas como "Vá para o diabo que o carregue"...

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Para tentarem dar a volta ao problema, os russos "despejaram" milhares de emissores de baixa potência, em imensas cidades, "gemendo" ruído sobre as frequências irradiadas pelo nosso Centro Emissor da Glória, mas sempre havia alguém que conseguia ouvir.

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Só um emissor de 500 KW, com 20 dB’s de antena, irradiavam 50 MW! !!!! A poucas centenas de metros das antenas, passava a estrada nacional e alguns automóveis dotados de computadores electrónicos de bordo, como são hoje quase todos, ficavam muito admirados e intrigados, por verem os limpa-brisas a funcionar automaticamente... por ainda não possuírem filtros apropriados.

4 comentários:

Carmo da Rosa disse...

Interessantíssimo! Só não percebo porque razão os americanos montaram um posto emissor tão longe da Europa de leste?

RioD'oiro disse...

Porque as ondas de rádio, àquela frequência, saltitam entre a estratosfera e a superfície do planeta. Vão saltitando permitindo apenas ser recebidas onde tocam a terra.

http://en.wikipedia.org/wiki/Skywave

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RioD'oiro disse...

... se o emissor ficasse perto demais, as ondas ultrapassava o alvo.

Lura do Grilo disse...

Depende da frequência. Até algumas centenas de kHz a onda pode viajar viajar junto ao solo (polarização vertical - monoplolos) e contorna a superfície terrestre com alguma dificuldade (caso do posicionamento Loran) que é crescente com a frequência. 10kHz era o sistema Omega.

A alguns MHz salta de facto a ionosfera e com menor atenuação durante a noite usando a camada F.

20dBs de ganho é obra: antena rômbica não?