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domingo, 28 de agosto de 2011

Integração

Eram vários os irmãos em idade de ir para a escola. Nos idos anos do “retorno”, com os cobres mínimos para chegarem ao norte, desembarcam na Portela.

O pai continua em Angola, com a cabeça a prémio. Era professor, “situacionista”, “colaboracionista do colonizador”.

Chegados ao norte procuram um amigo do pai que em tempos por lá morava … mas já não. Ficam na rua.

Outra família, das mais pobres, acolhe-os na medida do possível.
  -  Aqui não há restos para ninguém. Se quiserem comer apresentam-se à hora da refeição e o que houver será para todos.

O espanto, de quase todos, perante a visão de pretos, não foi obstáculo. Todos perceberam que aqueles rebentos não estavam ali para brincar.

O pai chega passado pouco e pouco tempo depois parte, como recentemente um dos seus filhos partiu: de vez.

Entram na escola e todos, bons alunos e sem as zenitais políticas do “multiculturalismo”, fazem mais que a escolaridade obrigatória. Mais que um quase a máxima escolaridade possível.

Adultos, deslocam-se bastante mais para sul para onde mais alguns amigos habitavam e onde umas brechas de trabalho despontavam.

A vida decorre, sempre pontuada pela visita anual à 'mãe' que se recusara dar-lhes restos.

O cancro atacou um deles e o funeral teve lugar. A maioria dos presentes era branco.

A integração, começou a sul, a norte ou em Angola?

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