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terça-feira, 4 de outubro de 2011

A economia e a brumas do arco-iris


Entre a matéria mais maltratada na generalidade do ensino básico e secundário encontra-se a economia. Se por ignorância, se por má fé, se por imperativos de sobrevivência, é impressionante a quantidade de disparates que os professores despejam na sala de aula relativamente à economia. Não interessa se é professor de matemática, se de grego. Todos molham regularmente sopas no disparate.

Muita da palermice não é, em boa verdade, originalmente oriunda da boca do professor. Mas também é verdade que com o disparate o professor pactua quando não refere, claramente ao aluno, que ele está a entornar a sopa.

Sabemos que as “novas” pedagogias de cariz socretino e indignácaro não vão no sentido nem de conviver com o mundo real nem de fazer poisar quem esvoaça no disparate com a regularidade de voo da borboleta. Tudo junto faz com que o divórcio entre a realidade da economia (em sentido lato) e o que se diz na sala de aula seja total.

Por exemplo, suponho que a “verdade” mais vezes ouvida se refere aos ‘petróleos’, às suas multinacionais e respectivos governos, como “eles só pensam em deitar mão ao petróleo dos árabes”. Uma resposta como “e os árabes só pensam em vender esse petróleo porque para além dele quase mais nada produzem … e nem sequer o extraem ou transformam”. Não sendo esta uma resposta politicamente correcta o professor, por norma, deixa o aluno continuar e persistir no logro… se não fizer pior.

Com as eólicas passa-se a mesma coisa. Não interessa quanto custa porque o vento é à borla. Pior, se não for o aluno a referi-lo é o professor.

Pois, evidentemente que o vento é à borla… como é à borla qualquer matéria prima. O vento… nada custa, é apenas necessário turbiná-lo, transformá-lo, transportá-lo, etc,. O petróleo… é à borla apenas necessitando-se de fazer perfurações, bombá-lo, processá-lo, distribuir os seus derivados. O urânio, é à borla… basta furar o chão, recolhe-lo, processá-lo, compactar em pelettes e colocá-lo no reactor. O ferro… idem. Só para a estupidez não há transplante.

É este tipo de lógica, capaz de fazer selectivamente de conta que nos casos convenientes tudo o que é caro não conta e a respectiva matéria-prima nada custa, e que, nos casos inconvenientes, tudo faz parte do custo do que estiver em causa, que na cabeça dos alunos se configura o entendimento dos mecanismos da economia em asneira bravia.

Vejamos o que hipoteticamente se estará a passar com as renováveis.

Foram instaladas e alguém as pagou, provavelmente o sistema bancário o que é normal. Mas o estretoesférico custo (o real incluindo todas as parcelas) não se foi repercutindo na facturação. Foi-o, parcialmente, mas a entidade reguladora por mais que uma vez chamou a atenção de que havia um fosso cada vez mais abissal entre o custo real e aquilo que aos consumidores era debitado.

Quem pagou essa diferença? O produtor (seja um sejam muitos) tem que fazer face ao pagamento da dívida resultante da instalação dos equipamentos. A resposta clássica é … os bancos. E quem terá convencido os bancos a emprestar? Algo esquisito haverá por aqui. Haverá garantias estatais? Quando um produtor com uma instalação fabril funcional se dirige ao banco, deverá ser para pagar as prestações, mas, pedir dinheiro para financiar aquilo que o cliente não paga?

Não sei se o buraco foi configurado nos produtores, se nas distribuidoras, se nas EDPs, etc,. O buraco tem que existir e surgirá à superfície mais tarde ou mais cedo. Nem João Jardim escapou.

Face ao ruinoso negócio em que é mais que provável que inúmeros boys estão instalados, começa a vir a público que uma das mais significativas razões da inviabilidade das nossas empresas que competem com quem produz ao nosso nível é o preço da energia.

O governo anuncia que irá rever as tabelas relativamente à aquisição de energia aos produtores da verde energia, mas, … e se a produção de energia eco-porreira se tornar inviável (certo como o Sol existir amanhã)? Quem pagará? Os bancos? Depauperados como estão não serão boas notícias.

E os pequenos produtores? Tem-se assistido ultimamente à instalação de inúmeras minúsculas instalações foto-voltaicas. 5KW aqui, 7 acolá … Quem terá pago? Os bancos, pois claro. Mas… haverá penhoras, por exemplo das casas dos proprietários das micro-foto-voltaicas?

Todos estes pormenores, sempre deixados nas brumas de um palavreado pseudo-económico que tresanda a socialismo (externalidades, etc), não deixam ninguém esclarecido. No mundo real, claro é.

E … a sala de aula? Como se explica? Como se justifica? Qual a verdade? A verdade, MESMO … aquela em que as contas batem certo!!

Certo? Certo, onde?

16 comentários:

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Não era preciso um texto tão longo para dizer o que toda a gente sabe: que as energias renováveis não são competitivas em termos de preço com as energias fósseis. Nem nas escolas se diz que são: diz-se, sim, que são competitivas em termos de qualidade de vida, o que pode ser verdadeiro ou falso.

Mas vamos ao preço: as renováveis não são competitivas com o petróleo a cem dólares o barril. Mas com ele a duzentos? Ou a quinhentos? Ou a mil?

A aposta nas renováveis é isso mesmo: uma aposta. Um risco. Se o petróleo nunca chegar aos quinhentos ou mil dólares, e as renováveis não se tornarem mais baratas, será uma aposta perdida. Se se verificar a situação inversa, serão uma aposta ganha.

Pense na actual diferença de custos como um prémio de seguro a pagar por riscos futuros, e verá que a aposta até faz sentido.

RioD'oiro disse...

"o que pode ser verdadeiro ou falso"

Oh que caraças.

"Ou a quinhentos? Ou a mil?"

Ou a 50. Já ouviu falar em "shallow gas"

"será uma aposta perdida."

Não é aposta. É roleta russa com o tambor cheio de batas.

Mas agora é o estado que decide onde devo apostar? É para isso que servem os empresários. E que o façam por própria conta e risco.

"prémio de seguro a pagar por riscos futuros"

Um prémio de seguro NUNCA custa 5 a 10 vezes mais que o valor daquilo que segura.

E o Sarmento também debita esse fogo de artifício na sala de aula?

RioD'oiro disse...

JLS:

"Não era preciso um texto tão longo para dizer o que toda a gente sabe"

Sabe, agora. Começa a saber. Há um ano era ainda um explendoroso negócio que poupava dinheiro.

RioD'oiro disse...

JLS:

"Não era preciso um texto tão longo"

O meu nariz de longo alcance detecta que é exactamente o que está no "tão longo" que o preocupa, não é exactamente as renováveis.

RioD'oiro disse...

>>>>>>>>>>>>> Queria dizer "shale gas"

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Petróleo a 50 dólares ou menos? Oxalá. Quem sou eu para dizer que é impossível? Mas continua a ser uma aposta, mesmo com o gás de xisto. E não são os empresários que a vão fazer a tempo, temos que ser nós.

Em todo o caso, o seu nariz de longo alcance engana-o. Sempre desconfiei dos ambientalistas, pelo menos dos mais extremos - não por serem vermelhos por dentro, que é coisa que a ser verdade não me incomoda, mas por nunca quantificarem nada e por terem como ideal um passado pré-industrial que mitificam.

De modo que a minha proposta é muito simplesmente não pôr os ovos todos no mesmo cesto e diversificar o mais possível as fontes de energia. O que inclui obviamente o nuclear, mas também inclui as renováveis.

Isto, até chegarmos à fusão nuclear, que poderá ser a solução mas não se sabe quando chegará. E, sim, estou curioso de ver como lhe reagirão os ambientalistas quando lá chegarmos: que razões inventarão para serem contra Para lá chegarmos mais rapidamente, seria bom que investíssemos mais na ciência e no conhecimento, coisa que as nossas sociedades ocidentais, a começar pela escola, não estão a fazer suficientemente.

E aqui está resumidamente o que digo aos meus alunos há muitos anos. Com excepção da referência à cor interior dos ambientalistas, que acho demasiado partidária e consequentemente descabida numa sala de aula.

Nem é este o único teme em que os incito a pensar criticamente para lá do manual e do politicamente correcto.

RioD'oiro disse...

Cro JLS,

"Petróleo a 50 dólares ou menos? Oxalá."

Irá baixar para tentar suster a exploração de alternativas ... e não será das eólicas. Os privados sabem que a exploração de alternativas (xisto, neste caso) só devem ser implementadas se foram viáveis mesmo perante o previsível abaixamento do preço do petróleo (os árabes vão espernear).

"E não são os empresários que a vão fazer a tempo, temos que ser nós."

Os governos só batem o timming dos empresários em projectos ruinosos. A razão é simples: os empresários não se metem em projectos ruinosos porque resultam em ruína. Os estados metem-se porque resulta na ruína do contribuinte.

"Sempre desconfiei dos ambientalistas, pelo menos dos mais extremos - não por serem vermelhos por dentro, que é coisa que a ser verdade não me incomoda, mas por nunca quantificarem nada e por terem como ideal um passado pré-industrial que mitificam."

Pois é. Quem nunca quantifica é o ambientalista-melancia. Está lá por outras razões. Está-se nas tintas para o ambientalismo ou para a quantificação.

"não pôr os ovos todos no mesmo cesto e diversificar o mais possível as fontes de energia."

Havendo fontes fiáveis, previsíveis (o petróleo é pouco relativamente ao preço) e baratas não há que implementar a ruína. O nuclear e o carvão são mais que suficientes.

"Isto, até chegarmos à fusão nuclear, que poderá ser a solução mas não se sabe quando chegará."

E os estados podem e devem participar nas pesquisas mas apenas até haver um sistema viável. A partir daí devem sair fora da carroça. Um sistema viável não quer dizer um sistema a funcionar. Significa pesquisar até se perceber que o sistema tem pernas para andar e, a partir daí, deve ser com os empresários. Os estados devem participar sempre com o extremo cuidado de detectar se as pesquisas estão a eternizar o processo (jobs...) ou estão mesmo a avançar.

"que razões inventarão para serem contra"

Não precisam inventar razões. Basta "razões".

"Para lá chegarmos mais rapidamente, seria bom que investíssemos mais na ciência e no conhecimento,"

Retirar o estado desse circuito como exclusivo prestador de serviços será bom para todos.

"Com excepção da referência à cor interior dos ambientalistas, que acho demasiado partidária e consequentemente descabida numa sala de aula."

Eu também acho descabido, mas não é descabido escaqueirar as "razões". Mas isso é terreno evitado pelas razões que expus.

john disse...

Um diálogo inteligente. Levei o post e o diálogo para o ProfBlog.

António Pedro Pereira disse...

Senhor RioD’oiro:

Quando compara os custos das energias renováveis com as convencionais (fósseis) tem em conta os custos ACTUAIS de produção dos equipamentos (a grande fatia dos custos).
Mas, tal como aconteceu com as convencionais, o desenvolvimento tecnológico embaratecerá forçosamente os equipamentos, logo, o custo final da energia.
Nas renováveis, durante a vida útil, praticamente não há custos ambientais. E nas convencionais, petróleo ou nuclear?
No custo final do Kw/h das convencionais entram os danos da poluição no ambiente e na saúde das pessoas? Ou acha que as doenças respiratórias hoje generalizadas das populações urbanizadas surgiram por maldição divina?
E, no caso do nuclear entra-se em conta com os elevadíssimos (e irreversíveis durante milhares de anos), danos ambientais e humanos, com fortes repercussões económicas, p. ex. de Chernobyl ou de Fukushima? E onde não houve desastres tão dramáticos, com os custos da desmontagem das centrais e o armazenamento dos resíduos durante 24 mil anos? Como quem costuma pagar isso é o erário público, não vale a pena fazer contas.
Se nós compararmos o incomparável, é fácil defendermos certas opções (as nossas opções).
Se entrarmos em linha de conta com todas as variáveis as coisas mudam de figura.
Sejamos honestos intelectualmente: discutamos todas as implicações (MAS TODAS), as positivas e as negativas, dos vários sistemas de produção de energia.

RioD'oiro disse...

Caro APP:

Equipamentos comprados são equipamentos adquirido a preço já firmado. Equipamento comprado tem custos que já não embaratecerá. Acabou. Tá feito.

"Nas renováveis, durante a vida útil, praticamente não há custos ambientais."

Os custos ambientais das renováveis estão quase todos concentrados no momento da compra e instalação. Não esqueça o transporte e armazenamento. Sendo cara como é toda essa actividade, acha que a ela não esta associado custo ambiental? Acha que toda aquela tralha custando o que custa não tem correspondentes encargos ambientais produzidos durante o fabrico?

E, caro APP, tem a noção de que o investimento feito resulta na ínfima parte do anunciado por não haver vento? O caro acha que as eólicas trabalham com 'aragens'?

Veja o site da REN: http://www.centrodeinformacao.ren.pt/EN/InformacaoExploracao/Pages/DiagramadeProdu%c3%a7%c3%a3oE%c3%b3lica.aspx

Estão paradas há semanas. PARADAS. Mas terão que ser pagas como se produzissem regularmente porque os donos sabiam que haveria pouco vento e fizeram repercutir esse facto no preço por KW/H. Pagamos aquela tralha com língua de palmo. E quando chove muito e há vento a energia que produzem vai para o lixo apesar de ser paga. Está consciente disso ou apenas diz o que por aí se diz?

"No custo final do Kw/h das convencionais entram os danos da poluição no ambiente e na saúde das pessoas?

Claro. São todas menos preocupantes que as das melancias.

"Ou acha que as doenças respiratórias hoje generalizadas das populações urbanizadas surgiram por maldição divina?"

Nunca houve tão poucas quanto agora. O aumento da esperança de vida resulta de quê? Das eólicas?

"E, no caso do nuclear entra-se em conta com os elevadíssimos (e irreversíveis durante milhares de anos), danos ambientais e humanos, com fortes repercussões económicas, p. ex. de Chernobyl ou de Fukushima?

O caro parece que acordou agora. Clique aqui ao lado onde se fala em nuclear e volte depois. Não me apetece estar novamente a apontar os rudimentos da coisa que fazem perceber a qualquer um que o que afirma não tem pés nem cabeça. Pode, alternativamente, fazer uma bisca no blog com as palavras Chernobyl, Fukushima, etc.

"Se entrarmos em linha de conta com todas as variáveis as coisas mudam de figura."

Só na "Europa" (mais para Sul porque a Norte há muitíssimo mais vento. Haveria que demolir as eólicas e, entretanto, algumas mini-hídricas.

"Sejamos honestos intelectualmente: discutamos todas as implicações (MAS TODAS), as positivas e as negativas, dos vários sistemas de produção de energia."

Mas as positivas e as negativas não são as que o caro pinta. O armazenamento dos resíduos nucleares, por exemplo, não tem qualquer relevância económica. Tem, por exemplo, as implicações políticas a longo prazo. Mas essas parece que o caro as desconhece.

António Pedro Pereira disse...

Caro RioD’Oiro:

«Equipamentos comprados são equipamentos adquirido a preço já firmado. Equipamento comprado tem custos que já não embaratecerá. Acabou. Tá feito.»

E com as centrais de carvão, nucleares ou as várias instalações de produção de derivados de petróleo como é? Não tá feito?
«Os custos ambientais das renováveis estão quase todos concentrados no momento da compra e instalação. Não esqueça o transporte e armazenamento. Sendo cara como é toda essa actividade, acha que a ela não esta associado custo ambiental? Acha que toda aquela tralha custando o que custa não tem correspondentes encargos ambientais produzidos durante o fabrico?»

Meu caro, esse custo inicial tem que ser comparado com o custo inicial de todas as instalações de produção de energia convencional.
A seguir comparamos os custos de funcionamento dos dois sistemas (renováveis e convencionaois).
Finalmente comparamos os custos de desmantelamento.

«E, caro APP, tem a noção de que o investimento feito resulta na ínfima parte do anunciado por não haver vento? O caro acha que as eólicas trabalham com 'aragens'?»

As renováveis surgiram há pouquíssimo tempo, as tecnologias estão a desenvolver-se, os custos de produção baixarão à medida desse desenvolvimento, como tem acontecido com todos os equipamentos tecnológicos. Eu nunca disse em lado nenhum que neste momento são competitivas, o que disse é que se compara o incomparável, não se tendo em conta os custos ambientais da energia convencional.

«Claro. São todas menos preocupantes que as das melancias.»
Eu comentei o seu post com seriedade, de forma educada, sem referências estapafúrdias laterais, como aliás sempre faço. Gosto pouco de paródias.

«Nunca houve tão poucas quanto agora. O aumento da esperança de vida resulta de quê? Das eólicas?»
Repito, eu comentei o seu post com seriedade, gosto pouco de paródias.

«O caro parece que acordou agora. Clique aqui ao lado onde se fala em nuclear e volte depois. Não me apetece estar novamente a apontar os rudimentos da coisa que fazem perceber a qualquer um que o que afirma não tem pés nem cabeça. Pode, alternativamente, fazer uma bisca no blog com as palavras Chernobyl, Fukushima, etc.»
Como é evidente, Three Mile Islands, Chernobyl ou Fukushima (e todos os acidentes menores que têm sido escondidos) foram três dádivas divinas. Devemos estar agradecidos, tais os benefícios que nos trouxeram.
Um pouco menos de arrogância intelectual não lhe fazia mal.
Só na "Europa" (mais para Sul porque a Norte há muitíssimo mais vento. Haveria que demolir as eólicas e, entretanto, algumas mini-hídricas.
O que tem isto a ver com o que eu tinha dito?

«Mas as positivas e as negativas não são as que o caro pinta. O armazenamento dos resíduos nucleares, por exemplo, não tem qualquer relevância económica. Tem, por exemplo, as implicações políticas a longo prazo. Mas essas, parece que o caro as desconhece.»
Está a falar de quê, a responder ao que eu disse? Não parece.

RioD'oiro disse...

APP:
[deixado também do 'outro' lado]

"E com as centrais de carvão, nucleares ou as várias instalações de produção de derivados de petróleo como é? Não tá feito?"

Tá, e bem. A energia é barata. Com as eólicas a energia será cara até ao fim a não ser que os produtores a tenham que vender ao preços da restante energia e então haverá uma derrocada em falências.


"A seguir comparamos os custos de funcionamento dos dois sistemas (renováveis e convencionaois)."

Mas qual carapuça. O custo que há a comparar é o custo final da energia. É aí que tudo se repercute e se tiram as teimas. A fotovoltaica é a mais cara (umas 20x), seguida da eólica (umas 7x).


"As renováveis surgiram há pouquíssimo tempo, as tecnologias estão a desenvolver-se, os custos de produção baixarão à medida desse desenvolvimento,"

... mas que raio ... o investimento está feito. FEITO. Agora só falta que o consumidor as pague com língua de palmo.

"Gosto pouco de paródias."

Experimente informar-se primeiro ou torna-se confrangedor.

Three Mile Islands já não me recordo, mas Fukushima não provocou uma única vítima. UMA ÙNICA.

O estoiro da sala de geradores de uma hidroeléctrica na Rússia provocou mais de 76 mortos.

http://www.youtube.com/watch?v=SWcdDwECZU0

Informe-se para não fazer figuras tristes. Chernobyl deu-se num país onde a segurança era a última coisa em que se pensava. A central nem blindada era e um dos chefões era maluco.


"O que tem isto a ver com o que eu tinha dito?"

Mas você pretende que as eólicas produzam electricidade sem vento num local onde não há vento e não se espera que venha a haver?

Além dos links que lhe dei, tome mais estes:

www.google.com/search?q=chernobyl+site%3Ahttp%3A%2F%2Fa-ciencia-nao-e-neutra.blogspot.com

Entretenha-se, aprenda qualquer coisa e volte sempre que quiser.

António Pedro Pereira disse...

Senhor RuiD'Oiro:

Bem me parecia que não se lembrava de Three Mile Islands, é muito verde ainda, mas em arrogância intelectual ninguém o bate, teve uma boa escola.
Quanto a argumentar substancialmente, quando o tema lhe desagrada, deriva: «vá-se informar, blá, blá, blá.
Em Chernobyl morreram directamente 50 pessoas, e durante estes 25 anos, indirectamente?
E os custos económicos da desertificação de um território imenso, com um raio de 30 km?
Quanto aos custos de Fukushima, hão-de vir, o que tem que ser tem muita força.
Dou por encerrada a discussão.
Se é verdade que há Ecotretas, também há anti-Ecotretas.
Como essas não são menos perniciosas, não vale a pena perder tempo com elas.
Até porque tenho mais que fazer, é a 1.ª vez que aqui venho, e posso garantir-lhe que não regressarei mais, não gosto de ser desmancha-prazeres de narrativas tão convincentes e empolgantes como a sua.

RioD'oiro disse...

Caro António Pedro Pereira,
[deixado tambén no ProfBlog]

Eu lembro-me de Three Miles Island. O que não me lembrava (não tinha a certeza) era do número de vítimas. Não houve. A haver seriam poucas, mas NÃO HOUVE.

Em Chernobyl houve umas dezenas mas menos que em milhares de acidente industriais. Porque o irrita o nuclear mais que a sinistralidade automóvel?

Em Fukushima não houve nenhuma e as populações começaram justamente agora a regressar. Inicialmente as que moram mais longe mas, pouco a pouco, a generalidade voltará. Não voltarão os muitos milhares que morreram afogadas.

Os links que lhe ofereço tentam evitar que faça figuras tristes.

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Sobre Chernobyl está aqui tudo muito bem explicadinho:

http://a-ciencia-nao-e-neutra.blogspot.com/2011/03/nota-extra-sobre-chernobyl.html

Citando:

"Nota extra sobre Chernobyl
Ontem escrevi aqui sobre os 4 mil mortos estimados em Chernobyl, mas entretanto encontrei este resumo das conclusões da OMS sobre esse acidente, em termos de consequências na saúde pública.
De particular interesse são os números precisos fornecidos para a única patologia claramente associável á radioactividade de Chernobyl: o cancro da tiróide infantil.
Segundo os registos da OMS, terão ocorrido 4 mil casos, mas com uma taxa de sobrevivência da ordem de 99%!
Confesso que eu próprio fico a duvidar destes números fornecidos pelas autoridades ex-soviéticas! É que a taxa usual de sobrevivência do cancro da tiróide infantil é só de 90 a 95%, no Ocidente...
De qualquer modo, e portanto, o verdadeiro número deve estar entre os apenas 60 contabilizados ao certo pela OMS, e os 4000 estimados pelas calculadoras. Talvez umas centenas...
Menos, portanto, que o rebentamento da barragem de Valjont na Itália, em 1963.
Mas muito mais do que seria desejável e que é admissível!"

================

Na barragem de Valjont:

http://en.wikipedia.org/wiki/Vajont_Dam

"Estimates of the dead range from 1900 to 2500 people, and about 350 families lost all members."

Por causa de uma bactéria na sacrossanta alimentação biológica morreram recentemente dezenas de pessoas e muitas centenas ficaram penduradas aguardando transplantes.

Porque essa sua selectividade relativamente a vítimas? Há boas e más?

RioD'oiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
RioD'oiro disse...

Taxa de mortalidade para variados tipos de energia

http://www.wellhome.com/blog/2011/04/comparing-dangers-of-top-energy-sources/

Nuclear (não necessariamente por radiação):
.04 per Terawatt hour

Hidroeléctrica:
1.4 per terawatt hour

Vento:
There have been 41 reported worker fatalities and 16 public fatalities reported from falling and transporting turbines on the highways.

Não há números por TWh

Voltaica:
44 per terawatt hour

Bio:
12 per terawatt hour

Gás natural:
4 per terawatt hour

Petróleo:
36 per terawatt hour

Carvão;
161 per terawatt hour worldwide, 278 per terawatt hour in China, 15 per terawatt hour in the United States

Acaba-se com tudo e mantém-se a nuclear?