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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Passatempo revolucionário

Para além da instituição de liberdades individuais, sistematicamente tentadas pôr em causa pela eterna esquerdalha, que viragem se produziu de 74 para cá?

As sufocantes corporações do velho regime desapareceram? O que não faltam são sufocantes e fascistas ASAEs (incluindo aquela coisa chamada "komissão de komissários europeus") para que toda e qualquer iniciativa de cidadãos (os do bicho estatal tresandam a anti-cidadão) seja arrasada.

Para que "Abril se cumpra" falta que Portugal se liberte do paquidérmico e anquilosante monstro chamado estado, seja ele o nacional ou o soviete dos komissários.

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Comentário que deixei no FaceBook de Ramiro Marques:

Contas públicas equilibradas é apenas o primeiro passo. Manter as coisas ao nível actual de despesa, mesmo que a défice zero, apenas perpetua um equilíbrio instável.

Há que libertar Portugal do peso do estado e respectivas instituições anquilosantes da iniciativa de cada um.

... e há ainda aquela coisa chamada "europa", com a sua kamarilha de komissários ...!!!

Portugal não é o estado, o estado é apenas uma importante embora perigosa instituição de Portugal.

Portugal será aquilo que Portugal quiser, o estado será aquilo que Portugal quiser. O estado que Portugal tem tido até aqui, é um estado-garrote, este por estar cheio de "especialistas" em vontade alheia, o velho por ter um particular especialista em vontade alheia.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

OS VAMPIROS NADA PODEM CONTRA BOLOS FINTOS E AMÊNDOAS



Publicado há pouco no Ablogando:

Caros/as confrades e amigos/as

   Na tradição, claro, eram flores de alho e rosas brancas. E os monstros tradicionais, literários ou doutra área incluindo a quotidiana, ficavam apardalados!

   Digamos desta forma. O que eles sentiam era um incómodo muito salutar (para os que eles queriam morder, claro, que para eles era uma apoquentação que, em geral, antecedia a picada da proverbial estaca de madeira bem no centro do meio do coração (que não tinham?).

  Mas os tempos, mesmo os literários ou de outras áreas...de retórica romba, mudaram. Ainda que não para melhor. E, vai daí, os antídotos contra a tropa vampiresca também diversificaram o seu cunho, a sua estrutura resistente.

  E é aí que entram as amêndoas, os bolos fintos, o coelho de cachafrio e o anho assado da minha região, as outras coisas todas, saborosas e delicadas, das regiões de cada um. 

 Festejando, fruindo, ora pois não, a Festa. A festa de cada um com aqueles que nos são queridos.

  E - querem crer?! - já que estamos em tempos de Páscoa e a alegria da confraternização nunca eles nos conseguirão tirar  (o que a vampiragem menos gosta é de gente determinada a não se quedar macambúzia, descoroçoada, inerme frente ao temporal destino duma pátria madrasta) insistamos em nos mantermos aprumados, vivos e ao alto pois, como dizia Teófilo, "não basta que se esteja na posição vertical, é preciso manter-se nela".

  Nesta altura, desta natural e específica maneira. E alma até Almeida!

  Muito Boas Festas vos deseja o vosso, com os proverbiais abrqs e bjh

ns


PÁSCOA


1.Vem dos tempos antigos a voz desse tempo - antigos para mim, do meu tempo e não da História: era eu que levava ao forno da padaria do senhor Júlio que fumava de boquilha e tinha um dente de ouro (padeiro fino, não sei se me entendem) as latas com os bolos-fintos e as "enxovalhadas" ou boleimas que a Mãe e a Mana artilhavam com saberes de magas.

  Eu não sabia que era feliz. Só sabia que naqueles dias, naquele tempo de férias da escola, me davam amêndoas, me davam bolinhos doces, me davam alegrias e o Pai até umas suaves moedinhas...

  Eu não sabia que era feliz - e na sexta-feira às 3 da tarde soava o apito da fábrica e isso assinalava que alguém, há muito tempo, morrera de morte triste numa terra do Oriente. E sentia-se um estranho silêncio enquanto o apito soava. E eu sentia um frémito porque eu gostava desse alguém que há muito tempo morrera - sem me preocupar se ele era isto ou aquilo.

  Era um estremecimento, digamos um abraço solidário que ia de mim para ele, porque eu era criança. Ou seja: tinha tantos séculos!

  E não sabia, nessa altura, muitas coisas - só um poucochinho, um poucochinho mais do que sei hoje.


2. Ao longe a serra, ao longe como os tempos que passaram. Tempos de páscoa, serras de páscoa, recordações de momentos que depois preencheriam dias e lembranças.

    Amêndoas, bolos desta terra e daquela, festarolas tradicionais? Sim, isso tudo. E o mais que a emoção dá, que é ir-se vivendo com um resto de inocência e de fraternidade vital.

    Dentro de nós, fora de nós: para nós e para os outros - que também tiveram/terão o seu tempo de maravilhamento e nostalgia.

Nicolau Saião, Ecce Homo, vitral