Teste

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sábado, 29 de junho de 2013

Carlos Reis: Nova Ordem Mundial e Foro de S. Paulo

Análise da conjuntura atual e da estrutura, a qual revela o Foro de São Paulo como braço da Nova Ordem Mundial e origem da nossa desgraça.Carlos Reis, que cursou Medicina, História e Ciência Política em nível de mestrado na UFRGS (carlos alberto reis lima no facebook) mostra que FHC foi o precursor do caos no Brasil, introduzindo drogas, gayzismo, racismo, e uma péssima educação freireana com o objetivo de destruir a família cristã brasileira. O governo Dilma está desacreditado interna e externamente e se agarra em desespero a grupelhos revolucionários cheguevaras e a conselheiros LBGT (novo ministério petista) para aplicar uma ditadura comunista através de plebiscito e reformas políticas que o povo nas ruas nunca pediu antes de 22 de junho.O povo brasileiro ainda não conhece o Foro de São Paulo mantido em segredo pela mídia alinhada, mas reconhecido pelo próprio apedeuta Lula. Para ler sobre o Diálogo Inter Americano ver brasilsoberano.com de Marco Coimbra; ver Plano Global 2000 (Robert MacNamara, Eric Holden, Zbigniev Briezinsky). Sobre o Foro de São Paulo ver atas e história em Olavo de Carvalho. Para ver sobre comunismo, Farc, cocaina, Venezuela e Cuba ver Notalatina de Graça Salgueiro.

Brasil: os efeitos das manifestações nos três poderes

Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo, Marco Antonio Villa e Ricardo Setti falam sobre as consequências dos protestos na presidência da República, no Congresso e no Judiciário.


MsM: Percival Puggina e José Nasser sobre Cuba e sobre o Brasil

Percival Puggina e José Nasser sobre Cuba, o país onde apenas vive quem tem "fe".

Este programa terá sido gravado entre 2002 e 2008, provavelmente 2005.

A partir dos (aprox.) 50min., o assunto passa a ser o Brasil.

Mídia Sem Máscara na TV - Programa 4

Desconheço a data de emissão:

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Manif contra o XIX encontro do Foro de S. Paulo

Recebi este pedido de publicação:
 
 
Destaque: Manifestação Contra o Foro de São Paulo 

No dia 31 de Julho em São Paulo será realizado o 
"XIX Encontro do Foro de São Paulo"

Vamos nos manifestar contra o evento e sua realização.

1- http://www.midiasemmascara.org/
.
2- 
http://heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=4019
.
3- 
http://colunas.gospelmais.com.br/baderna-totalitaria-massas-nas-ruas-e-a-profecia-que-permanece_5336.html

Vídeos:

1 - O Foro de São Paulo e o Neo Comunismo por Olavo de Carvalho -
http://youtu.be/dv5JMMKpiGs

2- Reinaldo Azevedo fala do Foro de São Paulo e o Mensalão - http://youtu.be/_yMZFZh7LS0

3 - ACOBERTAMENTOS DA MÍDIA : FORO DE SAO PAULO E OUTROS - OLAVO DE CARVALHO - http://youtu.be/9WYSGxLoKUs

4 - Foro de São Paulo, Comunismo bem debaixo dos nossos olhos - http://youtu.be/AtNH9pav_Po

Twitter: @ForaForodeSP
Página: 
https://www.facebook.com/ContraForoDeSaoPaulo
Grupo: https://www.facebook.com/groups/536286616418695/
Sugestões: contraforo@gmail.com

Manifestação no RS: 
https://www.facebook.com/events/482812111806822/

PARTICIPE: AJUDE A DIVULGAR E A ORGANIZAR O EVENTO EM SUA CIDADE

O PREC na Educação justificado por um dos protagonistas: Rui Grácio

No Profblog:

Este é um livro publicado, em 1981, que reúne textos avulsos publicados na segunda metade da década de 70 por um dos protagonistas maiores do PREC na Educação: Rui Grácio. As novas gerações de professores não conhecem a importância que Rui Grácio teve na génese do sistema de ensino do pós-25 de abril de 1974. O centralismo, a burocracia técnico-pedagógica, o corporativismo, o afastamento das escolas da realidade económica e do mundo real e a ideologia igualitária, que enfermam ainda hoje o sistema de ensino, devem-se, em parte, a ele. Foi ele, na qualidade de secretário de estado da orientação pedagógica - só o nome arrepia! - que pôs fim ao ensino técnico. Estávamos em finais de 1974. Professores, acusados de simpatias pelo Estado Novo, foram saneados em assembleias gerais. No átrio de alguns liceus nacionais fizeram-se fogueiras para queimar bibliotecas consideradas amigas do salazarismo.

No MEC, grupos de trabalho dirigidos por militantes do PCP, elaboraram e enviaram para as escolas textos de apoio, em boa parte de divulgação marxista, em substituição dos manuais escolares considerados "fascistas". O materialismo dialético entrou forte no programa da nova disciplina de Ciências Sociais (7º ano de escolaridade), Camões foi ensinado da maneira que os comunistas desejavam e Fidel Castro e Samora Machel entraram pela porta grande do currículo dos 7º, 8º e 9º anos de escolaridade do então chamado ensino unificado. A retórica da união entre o trabalho intelectual e manual percorreu as escolas e os alunos viram-se obrigados a fazer a disciplina de Educação Cívica e Politécnica que não era mais nem menos do que um espaço curricular de doutrinação marxista. Foram tempos terríveis. Num ano e meio, os comunistas e a extrema esquerda destruíram o país, afundaram a economia, delapidaram o superavite deixado pelos governos de Marcelo Caetano, fizeram disparar o défice e atiraram Portugal para as mãos da assistência financeira do FMI em 1978.

Rui Grácio foi, apesar de tudo, uma voz moderada no meio da insanidade que tomou conta da educação e das escolas. Ele queria um socialismo de face humana, liberto dos gulagues, embora fosse profundamente anticapitalista. Queria um socialismo impossível.

Conheci-o na Livros Horizonte onde me dirigi com um projeto de livro para publicação na coleção que ele dirigia: Biblioteca do Educador Profissional. Corria o ano de 1980. O livro era um relato da minha experiência didática durante o estágio pedagógico. Grácio leu o manuscrito e enviou-me pelo correio uma folha cheia de notas e sugestões de emenda escritas numa letra miudinha e num português perfeito. Rui Grácio escrevia muito bem. Fora professor no Liceu Francês, em Lisboa, e pertencia aos quadros de investigação da Fundação Calouste Gulbenkian. Aceitei as emendas e o livro foi publicado em 1983. Foi o meu primeiro livro: Mudar a Escola: Novas Práticas de Ensino.

Embora por esse tempo já eu soubesse que o socialismo acaba sempre em pobreza e tragédia, ainda revelava algumas influências da pedagogia romântica e construtivista. Foi preciso crescer mais como pessoa e ver as consequências nefastas do romantismo educacional para eu me afastar de tão perniciosa e influente onda pedagógica.

Resumo esquemático das soluções partidárias para a economia

Via.


terça-feira, 25 de junho de 2013

Das avarias da democracia


[Comentário, completado, que deixei a determinado ponto de uma conversa mantida no FaceBook de Ramiro Marques]

Quem trabalha com sistemas industriais (ou equivalente) em que uma falha que acarrete grande prejuízo possa ocorrer sabe que tem que testar, frequentemente, não só os mecanismos automáticos de controlo de falha como a resposta humana em caso de crise. O maior inimigo deste processo é o excesso de confiança. Na política é a mesma coisa.

A democracia+capitalismo (pode haver capitalismo sem democracia as não há democracia sem capitalismo) traz bem estar e esse bem estar traz auto-confiança e os direitos básicos que a democracia assegura tendem a ser encarados como eternamente garantidos.O problema é que a natureza é mais destrutiva que construtora e, a prazo, a coisa fica em ruína.

Um dos mecanismos que as democracias sedimentadas têm permitido é não só a displicência das pessoas face à necessidade de a manter afinada como a displicência face à autoridade.

No texto que aponto, aplicado à escola, esse mecanismo é abordado. Acresce que, na escola como na política, nacional ou internacional, as coisas passam-se grosso modo da mesma maneira.


O grupo de Bilderberg nasce (ou melhor, hoje funciona como tal) de uma simbiose esquisita: a esquerda marxista globalista e capitalistas que vivem encostados ao estado (para além, naturalmente, dos idiotas estatais que lá vão, pensando que controlam o processo). A referida esquerda (um qualquer dos seus sabores que se odeiam de morte), que nunca deixou de ter aspirações a nível global (internacionalismo proletário) vê com bons olhos a intersecção entre estado e empresas criteriosamente escolhidas ciente que, chagada a hora, mandará nas empresas via força policial ou militar. Entretanto, vai garantindo fonte de financiamento (Buffets e Cª). Essas empresas, ou grupos empresariais, vão dando corda ao processo e vão sugando os estados cientes que a esquerda não chegará, regra geral, ao destino, porque a globalidade das sociedades (países) arrepiarão caminho face a exemplos como o da Venezuela.

Bilderberg é um caso entre muitos. Todos os organismos da ONU são um ninho de víboras, desde os que se dedicam ao clima aos que se dedicam ao direitos humanos passando pela alimentação.

O que há a fazer? Defenestrar a esquerda tal como ela existe porque, como há uma direita que insiste em estar ausente, há uma esquerda mantida acantonada pela esquerda internacional-proletária. Sem esta esquerda não haverá Bilderbergs (nos moldes de hoje) nem organismos absurdos como o IPCC ou aquela coisa puterfacta que, na ONU, 'mandou' que as pessoas comessem alforrecas.

Golpe bolivariano em marcha

Como era de esperar:
a resposta de Dilma passa por uma tentativa de golpada bolivariana: Em reunião com governadores, Dilma defende plebiscito para reforma política

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A primeira vítima

Olavo de Carvalho:


Quaisquer que venham a ser os desenvolvimentos da onda de protestos no Brasil, sua primeira vítima está ali, caída no chão para não se levantar nunca mais, e ninguém sequer se deu conta da sua presença imóvel e fria: é a "direita" brasileira.

Durante décadas, desde os tempos do governo militar, os partidos e movimentos de esquerda vieram construindo sistemática e obstinadamente o seu monopólio das mobilizações de massa, enquanto o que restava da "direita" , atropelado e intimidado por acontecimentos que escapavam à sua compreensão, ia se contentando cada vez mais com uma concorrência puramente eleitoral, tentando ciscar nas urnas umas migalhas do que ia perdendo nas ruas.

Não sei quantas vezes tentei explicar a esses imbecis que o eleitor se pronuncia anonimamente de quatro em quatro anos, ao passo que a militância organizada se faz ouvir quantas vezes bem deseje, todos os dias se o quiser, dando o tom da política nacional e impondo sua vontade até mesmo contra um eleitorado numericamente superior.

Mas a ideia de formar uma militância liberal e conservadora para disputar o espaço na praça pública lhes inspirava horror. Como iriam bater de frente na hegemonia do discurso "politicamente correto", se este, àquela altura, já se havia impregnado tão fundo nos seus próprios cérebros que já não viam perspectiva senão imitá-lo e parasitá-lo, na ânsia de ludibriar o eleitor e conservar assim os seus cargos, ainda que ao preço de esvaziá-los de qualquer mensagem ideológica diferenciada e própria?

Era inútil tentar fazê-los ver que, com isso, se enredavam cada vez mais, voluntariamente, na "espiral do silêncio" (v. Elisabeth Noelle-Neumann, The Spiral of Silence, The University of Chicago Press, 1993), técnica de controle hegemônico em que uma das facções é levada sutilmente a abdicar da própria voz, deixando à inimiga o privilégio de nomeá-la, defini-la e descrevê-la como bem entenda.

Alguns eram até idiotas o bastante para se gabar de que faziam isso por esperteza, citando o preceito de Maquiavel: aderir ao adversário mais forte quando não se pode vencê-lo. Belo mestre escolheram. O autor doPríncipe foi um bocó em matéria de política prática, um fracassado que esteve sempre do lado perdedor.

Assim, foram se encolhendo, se atrofiando, se adaptando servilmente ao estado de coisas, até o ponto em que já não tinham outra esperança de sobrevivência política senão abrigar-se sob o guarda-chuva do próprio governo que nominalmente diziam combater.

Ao longo de todo esse tempo, ia crescendo a insatisfação popular com um partido que fomentava abertamente o banditismo assassino, cultivava a intimidade obscena com terroristas e narcotraficantes, tomava terras de produtores honestos para dá-las à militância apadrinhada e estéril, estrangulava a indústria mediante impostos, demolia a educação nacional ao ponto de fazer dela uma piada sinistra e, last not least, expandia a corrupção até consagrá-la como método usual de governo.

Milhões de brasileiros frustrados, humilhados, viam claramente o abismo em que o país ia mergulhando. Essa massa de insatisfeitos, como o demonstravam as pesquisas, era acentuadamente cristã e conservadora.

Em 2006 escrevi: "Com ou sem nome, a direita é 70 por cento dos brasileiros. Um programa político ostensivamente conservador teria portanto sucesso eleitoral garantido". Mas, com obstinação suicida, a "direita" se recusava a assumir sua missão de porta-voz da maioria. Apostava tudo nas virtudes alquímicas da autocastração ideológica.

"Um pouco mais adiante – escrevi na mesma ocasião – , ela agravou mais ainda a sua situação, quando, após a revelação dos crimes do PT, perdeu a oportunidade de denunciar toda a trama comunista do Foro de São Paulo e, por covardia e comodismo, se limitou a críticas moralistas genéricas e sem conteúdo ideológico."

Etanto tempo se passou, tão grande foi o vazio, que de recuo em recuo essa direita foi abrindo, que a própria esquerda acabou notando a necessidade de preenchê-lo, mesmo ao preço de sacrificar uma parte de si própria e, como sempre acontece nas revoluções, cortar as cabeças da primeira leva de revolucionários para encerrar a fase de "transição" e saltar para as rupturas decisivas, as decisões sem retorno. Há mais de um ano o Foro de São Paulo vinha planejando esse salto, contando, para isso, com os recursos do próprio governo, somados aos da elite globalista fomentadora de "primaveras".

Como não poderia deixar de ser em tais circunstâncias, o clamor da massa conservadora acaba se mesclando e se confundindo com os gritos histéricos do esquerdismo mais radical e insano, tudo agora instrumentalizado e canalizado pela única liderança ativa presente no cenário.

Condensando simbolicamente essa absorção, a vaia despejada sobre a presidenta Dilma Rousseff no Estádio Nacional de Brasília, autêntica manifestação popular espontânea, já não se distingue da agitação planejada e subsidiada que acabou por utilizá-la, retroativamente, em proveito próprio.

Não se pode dizer que a esquerda tenha "roubado a voz" da direita, pois a recebeu de presente. A opção pelo silêncio, o hábito reiterado da autocastração expulsou a direita nacional de um campo que lhe pertencia de direito e de fato, e terminou por matá-la. Ela não se levantará nunca mais.

A insatisfação conservadora transmutou-se em baderna revolucionária e já não tem nem mesmo como reconhecer de volta o seu próprio rosto. Talvez algumas cabeças esquerdistas venham a rolar no curso do processo, mas as da direita já rolaram todas.

Brasil: E agora, o que fazer?

Rodrigo Constantino:

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Brasil: bolsa família

Brasil: aborrecimento generalizado ou dificuldades na cadeia de distribuição de "conquistas"?

É bem provável que a maioria dos manifestantes não violentos seja constituída por classe-média recente criada à custa de estímulos naturalmente insustentáveis. Pior, suspeito bem que essa malta também já se tenha endividado até aos cabelos.

Classe-média de status mecânico mas sem o substrato que a deveria caracterizar?


Espero que não seja o aflorar da ressaca de um socialismo "desenvolvimentista" a dinheiro alheio ou recursos naturais entretanto curtos.

... bem, não sei se é mau esperar hoje ou sentado. Estas coisas, com o passar do tempo, engordam sempre para o lado do estoiro.

O papel dos hábitos na educação do carácter

No ProfBlog:

O processo mais fácil e rigoroso para analisar esta questão é ler e analisar o pensamento de Aristóteles, tal como ele é expresso na Ética a Nicómaco (1).

As virtudes de carácter não são adquiridas pelo ensino. São-no pelo hábito. Nenhuma das virtudes de carácter surge naturalmente. As crianças não nascem com elas. Embora as crianças nasçam com os sentidos naturalmente activos, por exemplo a visão ou a audição, o mesmo não acontece com as virtudes de carácter que carecem de tempo, experiência, prática e actos repetidos, de forma a se tornarem hábitos. Se as virtudes de carácter surgissem naturalmente, como os sentidos, é claro que não podiam ser mudadas pelo hábito. Não é o hábito de ver ou de ouvir que aguça e melhora o sentido da visão ou da audição, mas é o hábito de ser justo, corajoso, temperado e prudente que aguça e melhora cada uma dessas virtudes de carácter.

As virtudes de carácter são adquiridas da mesma forma que nós adquirimos a mestria nas artes e nos ofícios: pelo exemplo, pela prática supervisionada e pelo hábito de fazer. Esta questão não é de pouca importância. Repare-se: se as virtudes de carácter se adquirem pelo hábito, uma comunidade onde rareiam oportunidades para a criação de bons hábitos é totalmente hostil à aquisição das virtudes de carácter. Podemos generalizar e afirmar que o mesmo acontece na sociedade e na vida política em geral. Um país com um poder político hostil à prática das virtudes não oferece as condições de base para o desenvolvimento do carácter dos cidadãos. Um poder político hostil à prática das virtudes é, por exemplo, um poder político favorável à corrupção, clemente para com o crime organizado ou fomentador de rivalidades étnicas.

À semelhança das virtudes, também os vícios se adquirem pelo hábito. Da mesma forma que um mau professor de música produz um mau músico, também os pais e professores, pouco preocupadoscom as virtudes de carácter, tendem a favorecer o desenvolvimento do mau carácter nas crianças e nos jovens. Uma escola que se tenha tornado numa comunidade hostil às virtudes de carácter potencia um ambiente favorável à aquisição dos vícios. É fácil identificar os vícios que um tal ambiente hostil favorece: injustiça, imprudência, intemperança, cobardia, desonestidade, irresponsabilidade, entre outros. Na medida em que o bom carácter floresce pela repetição de actividades propícias, a comunidade deve proporcionar o exercício dessas actividades. A habituação deve evitar quer o excesso quer a deficiência. Aristóteles (2) avisa-nos que tanto o excesso como a deficiência numa actividade podem arruinar quer a formação dos hábitos quer das virtudes a eles associadas. Vejamos o exemplo da coragem. Se uma pessoa evita e tem medo de tudo, está aberto o caminho para a aquisição do hábito da cobardia e, concomitantemente, do vício que lhe anda associado. Da mesma forma, se o indivíduo não for capaz de refrear o usufruto de prazeres em excesso, está aberto o caminho para a aquisição do hábito da intemperança e do vício que lhe anda associado. Contudo, se o indivíduo se abstém de todos os prazeres, torna-se insensível. Como vimos, quer a coragem, quer a temperança podem ser destruídas quer pelo excesso quer pela deficiência. Aristóteles chama-nos a atenção para o papel que o prazer e a dor têm no processo de habituação. Por exemplo, se o indivíduo consegue ser firme face às situações difíceis e tira prazer disso, então essa pessoa torna-se corajosa; mas se isso lhe provoca dor, então tende a tornar-se cobarde. Se o indivíduo sente prazer na capacidade de resistir ao excesso de prazeres, usufruindo-os com moderação, então podemos dizer que é temperado. Se, pelo contrário, sofre em refrear-se, temos de afirmar que é intemperado (3). Resulta daqui que a educação correcta é aquela que nos faz sentir prazer e dor nas coisas certas. Para os casos em que o indivíduo retira prazer nas coisas erradas, importa que o processo educativo proceda à necessária correcção, da mesma forma que o médico faz perante os sintomas de uma determinada doença. A virtude é, então, uma espécie de estado que leva à realização das melhores acções correctas que dizem respeito aos prazeres e às dores e o vício é o seu contrário. E Aristóteles avisa que a aquisição das virtudes exige prática continuada e não apenas teoria: “há muitos, contudo, que não agem, antes se refugiam em argumentos, pensando que fazem filosofia e que essa é a forma de educar para a excelência. No fundo, são como as pessoas doentes que ouvem atentamente o médico mas que não põem em prática as suas instruções” (4).

Notas
1) Aristóteles (1985). Nichomachean Ethics. (Introdução, tradução
e notas de Terence Irwin). Indianapolis: Hackett, 1103ª20,
1103ª25, 1104ª, 1104b15, 1104ª25 e 1105ª30
2) Idem, 1104ª15
3) Ibid, 1104b5
4) Ibid 1105b15

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Palestra Prof. Ricardo Felicio

Palestra proferida no evento "Paisagem, cidade e mudanças climáticas: por uma discussão no ensino médio". Realizada na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).

Um "Olhos nos Olhos", do passado Abril, que julgo muito interessante


Petição pela FENPROF

Quem percebe desta coisa de petições?

Quem avança com uma para que sejam cedidas à FENPROF uma quantidade de escolas proporcional ao seu peso sindical, em pé de igualdade com as escolas públicas de propriedade privada (as tais das rendas obscenas), trabalhando com os seus associados (que se desvincularão da função pública) e recebendo de acordo com o nº de alunos que optarem pelas escolas da FENPROF?

Brasil: vai ou não vai?




- Os manifestantes organizam-se para denunciar e prender os desordeiros e assaltantes;

- Alguns desses desordeiros e assaltantes são também denunciados como PTetistas;

- A polícia agradece aos manifestantes por estas iniciativas para repor a ordem;

- Os manifestantes denunciam a tentativa de controlo do movimento por parte dos partidos;

- Os manifestantes exigem combate definitivo à corrupção e melhoria de condições de vida condizentes com um estado democrático moderno, falando do regime político brasileiro como sendo uma ditadura;

- O movimento alastra e reforça-se, com a social-comunicação sem saber já muito bem para onde se virar, não vá ter que mudar de dono.


Pode ser que me engane, porém estou convencido de que, tal como na Turquia, a coisa há-de ir. Com avanços e recuos, com mais ou menos tempo. Mas que nada voltará a ser igual.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Revolta civil no Brasil. Por quê? Por que agora?




O que de repente mudou no Brasil na semana passada, para que o Brasil parecesse de repente mudado? A pergunta, algo circular, reflete a dificuldade generalizada em compreender o que se passa e mesmo por que se passa, pois o Brasil é, historicamente, caracterizado por uma cidadania débil, que em momentos de exceção se manifesta para, como regra, viver mergulhada na apatia política. Trata-se, então, de mais uma exceção. Ou será o começo de uma mudança histórica?


Estou em São Paulo, e, pela TV, parece Istambul. Mas os manifestantes logo respondem a isso: “Não é a Turquia / Não é a Grécia / É o Brasil / que saiu da inércia.” Em mais uma exceção, ou como início de uma mudança histórica?

Se em Istambul o estopim foi um parque, em São Paulo foram vinte centavos de aumento na passagem do ônibus. Mas logo isso foi rapidamente ultrapassado: “Não são os centavos, são os direitos!”. E esses direitos todos sabem quais são.

Eles são, simplesmente, os direitos básicos de uma sociedade moderna, como saúde pública de qualidade, educação pública de qualidade, transporte público de qualidade, segurança pública que mereça o nome e uma administração democrática, republicana ou transparente da coisa pública. Nada disso jamais existiu no Brasil, mas o contrário, sim. Saúde pública abjeta, educação pública indigente, transporte público infame, segurança pública nenhuma, administração corrupta e autista da coisa pública.

Mas se sempre foi assim, por que agora?

A questão, então, não é de fato por que, mas por que agora.

O Brasil sempre viveu em meio ao binônio anomia (política) e apatia (pública). Quando terminou a ditadura militar, a vitória das forças democráticas lhe foi roubada. Enquanto em todos os demais países da América Latina o fim do governo militar foi o fim do governo militar, com sua substituição pelos líderes e partidos da oposição ao regime militar, no Brasil foi feito um arranjo pelo qual um nome palatável para os militares, Tancredo Neves, foi indicado presidente por uma “eleição indireta” dentro do Congresso controlado pelos mesmos militares. Ele morreu sem tomar posse. Assumiu seu vice, o notório José Sarney, oligarca nordestino e líder notório do partido de sustentação do regime militar... Depois houve, por fim, eleições diretas. Mas num quadro político-institucional e midiático tal que o eleito foi outro membro do partido de sustentação do regime militar, além de também oligarca nordestino, Fernando Collor. 

Collor levou seu voluntarismo oligárquico de Fortaleza para Brasília, onde pretendeu governar com sua camarilha, além de tentar impô-la à grande camarilha oligárquica que tocava seus negócios habituais no Congresso. Daí nasceu seu processo de impeachment, que foi abraçado pelas massas nas ruas, num súbito surto de participação política. 

Assume então seu vice, Itamar Franco, afinal egresso da oposição ao regime militar, mas político mineiro provinciano e sem envergadura, que convoca para apoiá-lo o “príncipe da sociologia brasileira”, Fernando Henrique Cardoso, a quem designou primeiro para o ministério do exterior, depois para a economia, quando dá cabo da hiperinflação histórica e cria uma nova moeda, o real. FHC então se elege sucessor de Itamar e abre o mercado, libera o câmbio e institui as agências reguladoras dos serviços públicos, além do primeiro programa de inclusão social, o bolsa-escola. Então FHC foi substituído por Lula. E agora estamos perto da atual revolta civil.

Pois resultou que Lula e o PT eram uma farsa (uns poucos o perceberam de imediato; muitos o estão percebendo agora). Farsa porque passaram vinte anos afirmando ser a socialdemocracia brasileira, que realizaria as reformas históricas jamais realizadas (para além das reformas da conjuntura econômica de FHC), cujo adiamento adiava a entrada do país na modernidade e da população na cidadania moderna. Mas era farsa e era mentira. O PT não tinha um programa de governo, quanto mais um projeto de reformas de base. Era uma máquina de subir ao poder. Uma vez lá, não teve alternativa além de se integrar e se entregar à velha política brasileira, agora na condição de líder.

A política econômica de FHC foi, então, basicamente mantida, com controle de inflação via juros altos. Isso gerou certa estabilidade que permitiu algum crescimento econômico, e também algum aumento de consumo, tanto pelo crescimento econômico quanto pelo aumento da oferta de crédito subsidiado quanto, afinal, pela ampliação dos mecanismos de distribuição direta de renda, com o bolsa-escola de FHC agora transformado em bolsa-família. E isso é quase tudo.

Pois tudo o mais que era grave e grande carência histórica nacional, e que só poderia ser alcançado através de grande e grave conjunto de reformas, jamais foi sequer esboçado. Nada de reforma política, fiscal, previdenciária, educacional, jurídica, policial etc. Mas muitas reformas de estádios de futebol, para a Copa do Mundo vindoura, a um custo de dezenas de bilhões de reais (ou de euros).

Ao mesmo tempo, o país via o conjunto de sua infraestrutura ser sucateada. Hoje, estradas, portos, aeroportos, ferrovias, distribuição de energia, segurança pública, escolas públicas estão aos pedaços ou estressados e à beira do colapso. Mas há incontáveis novos estádios.

Quando a galinha de Lula afinal pousou, foi a gota d'água. A galinha é o crescimento da economia no Brasil. Pois aqui se diz que a economia brasileira, historicamente, quando cresce, cresce em “voo de galinha”. Ou seja, uma rápida subida para um ainda mais rápido tombo logo à frente. Lula jurou e berrou que desta vez a galinha voaria como uma águia. Mas galinhas são galinhas. A incapacidade do Estado, apesar dos níveis suecos de arrecadação de impostos, de melhorar a infraestrutura a fim de manter o voo explica sua não-manutenção, assim como a própria incapacidade se explica pela inépcia, pela corrupção generalizada, pelos objetivos particulares das lideranças políticas, pelas políticas erráticas, pelo cacoetes ideológicos e pela necessidade de agradar aos grupos de interesse. Mas, em compensação, o governo, agora com Dilma, foi eficiente na construção de dezenas de novos e modernos estádios de futebol, naturalmente superfaturados, pois ninguém é perfeito.

Quando a galinha desceu, a inflação subiu. Com ela, subiram as passagens de ônibus. Então um grupo de estudantes saiu às ruas em São Paulo para exigir a revogação do aumento. A truculenta e militarizada polícia estadual os atacou selvagemente, ferindo muitos e detendo muitos mais. Tudo somado, de repente a população saiu às ruas em todas as cidades do país, como formigas abandonando um formigueiro inundado, em reação a tudo isso.

A atual revolta civil no Brasil, que não para de se espalhar e de se intensificar (manifestações ainda maiores foram convocadas para a próxima quinta-feira, 20/06), não tem líderes e não tem reivindicações claras. É um movimento de indignação, que significa, em primeiro lugar, o fim da ilusão lulopetista do “novo Brasil” dourado, e marca também o fim de certa resignação histórica profunda, de uma sociedade sempre mantida distante do Estado muito além da distância normal ou aceitável numa democracia moderna.
Não há nenhum líder, e sequer há muitas palavras de ordem. A mais objetiva, até agora, é “Abaixo os impostos!”. E, claro, “Não são os centavos [das passagens], são os direitos [básicos]”.

Mas, afinal, por que exatamente agora?

Porque houve um recente crescimento econômico, antes de a galinha gorda de Lula e Dilma começar a adernar perigosamente as asas. Porque esse crescimento tirou da sombra parte da grande parte dos excluídos históricos. E também lhes levou mais informação, incluindo a internet. 

A revolta brasileira deve ser a mais conectada de todas as recentes revoltas mundiais. Não existe um brasileiro fora dos berçários sem celular.
Portanto, apesar de ainda galináceo e manco, o país não é mais um país perfeitamente pobre. Mas se não é mais um país pobre, por que ainda é um país de merda? Em suma, pela primeira vez na história parece que os brasileiros, menos pobres e melhor informados, não aceitam mais viver num país fedido (o Brasil tem a 6a. maior economia do mundo, e é o 85o. no IDH [índice de desenvolvimento humano]: uma defasagem de mais de mil por cento).


Ninguém sabe ou pode saber em que tudo isso vai dar. Mas em algo já deu. Quebrou o autismo da classe política brasileira, que acreditava poder governar o país como se habitado por um bando de palhaços, a quem só interessam o carnaval e o futebol. Os brasileiros estão gritando “Fora Copa!”. Além disso, fez perder a virgindade política da sociedade civil, que rompeu o hímen de sua apatia histórica ante a anomia igualmente histórica do Estado. Portanto, não há volta. Não há mais virgens.

Ainda que essa revolta sem líderes nem demandas políticas claras, e, portanto, exigíveis, acabe por perder o ímpeto, e se desfaça como uma onda na praia da indiferença política, esse mar que se comportava como um lago sabe agora ser um mar, e que pode produzir ondas quando queira. Não importa tanto, portanto, ainda que agora importe tudo, o possível ou provável fim dessa onda, mas o fato de que, no futuro imediato, outras ondas se erguerão, assim que algum vento de través soprar. E eles sempre sopram no Brasil.

As elites, novas e velhas

No Blasfémias, algo que todos devem colocar na mesa de cabeceira, na mesa de trabalho e pendurado no retrovisor. Algo que todos os políticos e sindicalistas devem obrigatoriamente ler 10x antes de abrirem a boca (mesmo para arrotar, exactamente para evitarem iluminados arrotos).
Agora que se sente no ar alguma descompressão e se aproxima a saída da Troika vale a pena seguir as soluções propostas pelas velhas e novas elites. Estas soluções serão de vários tipos:

Soluções “culto da carga”: A ideia será sempre simular os sintomas de desenvolvimento imitando-os. Por exemplo, países ricos têm taxas de juro baixas, a solução para Portugal é taxas de juro baixas. Os países ricos têm elevados níveis de educação, a solução para Portugal é aumentar o número de licenciados e gastar dinheiro em educação. Os países ricos têm um número elevado de patentes, sai um subsídio para promover o registro de patentes.

Soluções “políticas”: São as soluções em que um passe de mágica político resolve um complexo problema económico. O grande exemplo desta categoria de soluções é a proposta já quase unânime entre as elites de demitir Vitor Gaspar. Mas podia ser demitir o governo, fazer um governo de salvação nacional, eleger um líder alternativo etc.

Aposta nas “apostas”: Algumas palavras chave para reconhecer más ideias: “aposta”, “prioridade”, “designio”, “cluster”, “crescimento”. Mal se sintam libertas de constrangimentos, as nossas elites vão começar a debitar mais vezes estas palavras.

Soluções “mandem dinheiro”: Eurobonds, orçamentos europeus, subsídios de desemprego europeus, juros mais baixos, perdões de dívida. Também conhecida pela solução “Pai Natal”, as nossas elites adoram dinheiro caído do céu.

Soluções “não sei fazer contas”: Tudo o que envolva resolver um problema de milhares de milhões de euros com soluções de milhares de euros. Do tipo, “temos que acabar com as mordomias dos políticos”. Outra variante é pagar o défice com dinheiro virtual, seja da economia paralela, seja dos off shores seja da Taxa Tobin.

Soluções “back to 2007″: Estas soluções envolvem recuperar o modelo de Estado e de economia pré-crise. Inclui sempre mais despesa, mais défice, mais dívida, mais obra e mais projectos sem procura.
Haverá sempre algo de comum a estas soluções: não envolverão nem trabalho, nem esforço, nem poupança.

Do "activismo" das várias nuances do Foro de S. Paulo

TV Globo Stream 1

TV Globo Stream 2

Cliquem as cruzinhas para que elas desapareçam.

terça-feira, 18 de junho de 2013

E aqui está ele de novo...








Ninguém ensina os professores?

A greve dos professores suscitou um manifesto de apoio por parte de 22 autodesignados artistas, do cançonetista Carlos Mendes ao filhote de Lucas Pires. O manifesto começa com uma relativa evidência: "Sem Educação não há país que ande para a frente." Infelizmente, prossegue com generalizações diversas, umas difíceis de provar, outras fáceis de desmentir. O tom geral é o de que a classe docente constitui uma entidade abstracta, sempre maravilhosa, incansável e esclarecida. Em Portugal, o sabujismo rende.

(imagem recolhida aqui)

Donde a proliferação dos sabujos. Além de subscrever o texto, o escritor José Luís Peixoto alinhavara, em 2011, um texto pessoal no qual desenvolveu os arrebatamentos líricos e que o site do Bloco de Esquerda agora resgatou: os professores, garante a promessa da ficção nacional, trazem consigo "todo o conhecimento do mundo que nos antecedeu". Além disso, os professores "não vendem o material que trabalham, oferecem-no", visto que "o trabalho dos professores é a generosidade". Os professores, com "as suas pastas de professores, os seus blazers, os seus Ford Fiesta com cadeirinha para os filhos no banco de trás" são, jura o sr. Peixoto, "os guardiões da esperança". Os professores "ensinaram-nos que existe vida para lá das certezas rígidas, opacas, que nos queiram apresentar". E quanto a nós, antigos alunos, "basta um esforço mínimo da memória, basta um plim pequenino de gratidão para nos apercebermos do quanto devemos aos professores".

(imagem recolhida aqui)

Bonito, porém improvável. Se me inclinar ao tal esforço mínimo, e máximo, da memória, não abundam os "plims" (?) pequeninos de gratidão. Ao contrário do sr. Peixoto, homem de sorte, nunca tive professores que trabalhassem de borla, tive poucos carregados de conhecimento, ignoro os modelos dos automóveis que conduziam e, ao que me lembro, a função da maioria consistia justamente em encher-nos de certezas rígidas e opacas. Comecei a espernear no dia em que me arrastaram para a "primária". Parei de espernear no dia em que concluí a licenciatura, de longe o maior alívio que senti na vida.

(imagem recolhida aqui)

É claro que, da primeira à quarta classe e à custa de salvíficas reguadas, a dona Julieta me ensinou a fazer contas (da leitura e da escrita os meus pais e avós trataram antes). É claro que, no liceu, recordo meia dúzia de almas competentes e uma dúzia de almas esforçadas. E é claro que não esqueço um certo professor de história económica na faculdade. O resto foi uma imensa perda de tempo, às vezes uma tentativa de desvitalização do cérebro e, muito por feitio meu, uma longa tortura, que nem as benesses escolares alheias às aulas resgataram. Levei com gente que nos forçava à escuta de "Zeca" Afonso, gente que presumia a familiaridade de adolescentes com Schrödinger, gente convencida de que Pierre Bourdieu era um pensador, gente parcialmente analfabeta, gente que corria para a janela a cada avião, gente que sumia o ano inteiro mediante "baixa" (juro que não me importava), etc. Fabricar uma imagem idílica da docência é equivaler as fraudes aos profissionais sérios - e caluniar estes.

(imagem recolhida aqui)

Pior: nivelar os professores por cima é uma burla idêntica à padronização por baixo que há décadas se aplica aos alunos e que, de resto, torna anacrónica a conversa acerca das virtudes e defeitos do ensino. A época em que, bem ou mal, os professores ensinavam morreu. Hoje, procuram sobretudo escapar das agressões verbais e físicas que alunos e famílias de alunos lhes dedicam. As criaturas que por oportunismo louvam em tons absurdos o papel dos professores são as mesmas que se calam quando um professor apanha uma sova por ousar sossegar a irreverência das criancinhas. Com frequência, o Ford Fiesta aparece sem pneus a título punitivo.

(imagem recolhida aqui)

E se não são delinquentes a humilhar os professores, os próprios tratam do assunto por via sindical: marcar uma greve que se pretende incómoda para as datas dos exames é assumir que já só são imprescindíveis nas funções de vigilância, tarefa que uma câmara de 50 euros ou um contínuo com o salário mínimo desempenhariam com brio similar. E o Governo, que não accionou a câmara nem o contínuo, dá-lhes razão fingindo não a dar. Para quem acumula todo o conhecimento do mundo, impressiona o desconhecimento que tantos professores têm do seu. Ninguém é capaz de os ensinar?



Os gregos

O fecho da televisão e da rádio públicas na Grécia está a provocar um "choque (...) na opinião pública grega e no resto da Europa". Pelo menos essa é a interpretação feita pelo jornalista da nossa RTP que redigiu a notícia, certo de conseguir interpretar o sentimento da humanidade. A Comissão de Trabalhadores da RTP é mais modesta e acha-se apenas capaz de interpretar o sentimento dos portugueses: "Somos todos gregos", afirma um comunicado da entidade, que apropriadamente compara o acontecimento à opressão comunista no Leste europeu e, não satisfeita, ainda lembra o silêncio dos emissores de Atenas durante a ocupação nazi. Do Gulag e do Holocausto ao fim do Preço Certo a diferença é residual. Mas seremos de facto todos gregos?

Duvido. Tirando os dois ou três amigos distantes que tenho nos canais do Estado, os quais defendem justificadamente o emprego, e um amigo próximo, aliás de esquerda, que passou por lá, não gostou do que viu e sonha com vingança, não conheço ninguém que sequer notasse o eventual sumiço da RTP. Salvo para coisas como a PBS americana, co-financiada por recolhas de fundos e centrada na transmissão de documentários sobre a desova do salmão, uma estação pública não faz sentido por princípio. Uma estação pública cuja programação sai cara e se confunde com a de largas dezenas de alternativas é um insulto ao bom senso.

Há quem discorde? A julgar pelos ecos na imprensa, parece que sim. Não faltam gritos de alerta a cargo de (chocadíssimos) patriotas que elevam a RTP a garante da liberdade, da democracia, da coesão, da soberania e, delírio por delírio, da independência nacionais. Seja. Dado que a mim me incomoda menos a existência da RTP do que ter de pagá-la, os patriotas que a paguem. No fim, ainda se sentirão mais falidos, mais gregos e, pelos vistos, mais felizes.



O voto e a vergonha

Não tinha idade para votar Eanes e, na medida em que não sou masoquista, nunca votaria Soares ou sequer nesse monumento à candura chamado Jorge Sampaio. Votei em Cavaco Silva para a presidência. Duas vezes. Dadas as alternativas, ainda não me arrependi. Convinha era que o prof. Cavaco não forçasse a nota. Mesmo que os seus antecessores não fossem estetas da língua, as recentes inovações lexicais do "fazerei" e dos "cidadões" confundem. Mesmo que os seus antecessores não descurassem as artimanhas de conveniência e sobrevivência política, o discurso do Dez de Junho, voltado para a justificação dos actos próprios enquanto primeiro-ministro, deprime. Já o julgamento sumário do exaltado que chamou chulo a Sua Excelência e a mandou trabalhar assusta: mesmo que pelo menos um dos seus antecessores mandasse suprimir um livrinho incriminatório e o respectivo autor, eu, repito, não votei nele nem nos demais. Votei neste, e se o confesso sem orgulho, não tarda escondo-o com vergonha.

Brasil: Balanço das manifestações


As manifestações de rua nos últimos dias foram financiadas em parte pelo Petrobras e em parte pelas ongs internacionais. Não foram espontâneas. E não foram pacíficas, apesar do que quis parecer aos apresentadores da Rede Globo. Em São Paulo tivemos a extrema covardia do governador Geraldo Alckmin, que retirou a polícia das ruas, que ficaram ao Deus dará. Ninguém convoca impunemente Beemoth. Tempos de grandes perigos.

Mais um marxismo se esboroa em marxismos

No Brasil, começa a guerra entre facções marxistas. Há muito Porco e pouco espaço no poder.

Evidentemente que se pressente que Dilma fechou a porta a Maduro quando este foi ao Brasil tentar obter a comida que a revolução marxista bolivariana fez desaparecer.

Os tentáculos das várias facções do Foro de S. Paulo começam a inquietar-se. Cuba está a jogar forte para entrar no Brasil.

Entretanto, já não há proventos do petróleo (ja foram gastos) que cheguem para as colossais despesas inerentes às encrencas desportivas em que o Brasil se meteu.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Até no sindicalsmo a maldita e burguesa oferta e procura.

Segundo se diz, os professores não terão tempo para organizar uma luta em condições e acabam por se juntar a quem está organizado.

É uma teoria interessante. Os professores, a nata da sociedade, o grupo mais bem formado e informado, tem por calcanhar de Aquiles ser vítima do mercado sindical. O furibundo mercado "impõe" um sindicato estalinista como a melhor máquina de "luta".

sábado, 15 de junho de 2013

A propósito de spin: manifestações e contagem de cabeças

Partamos do princípio, obviamente falso, que esta imagem da Avenida da Liberdade corresponde à totalidade da avenida. Vejamos quanto vale esta imagem relativamente aos manifestantes visíveis:



A Avenida da Liberdade tem cerca de 18m de largura e 1130 de comprimento. A sua superfície total é de 18.000m2. (O Terreiro do Paço tem 36.000m2).

Se na Av da Liberdade houver uma pessoas por m2 (difícil de acontecer porque as pessoas precisam de espaço para mexer as pernas e avançar) comportará 18.000 pessoas.

Acresce que, tradicionalmente, para empolar artificialmente a dimensão da marcha, os organizadores mantêm um espaço substancial entre linhas. Para não ser mauzinho, digamos que o espaço entre linhas é de 2m. Nuns casos será mais, noutros menos. Nessa altura, a Av da Liberdade, “cheia”, terá 9.000 pessoas.


Seleccionadores, bons e maus

A escola estatal selecciona as crianças como nenhum colégio privado alguma vez o fez.

Vem de zona "problemática"? É de família "desestruturada"? É "preto"? Então aplica-se-lhe o direito dele aprender apenas metade para que possa vir a usufruir do direito ao sucesso.

As 3 hipóteses em conjunto são mortais. Chegará ao 9º ano sem saber ler, escrever ou contar pelos dedos.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Alberto Gonçalves dixit...





... aqui:

“Rigor mortis”

A nossa imprensa noticiou o homicídio, em Paris, de um "militante de extrema-esquerda" às mãos de um bando de "extrema-direita e neonazi". Os pormenores lexicais são todo um programa. Repare-se, para começar, que o jovem assassinado não teve direito a epíteto de "neoestalinista", "neomaoista" ou "neo-albanês": identificá-lo apenas como pertencente à "extrema-esquerda" basta e não compromete a inocência. Depois, note-se que os assassinos não mereceram a palavrinha "alegados", que costuma acompanhar casos de violência sempre que a violência é perpetrada por certos grupos. Por fim, apesar de tudo, sublinhe-se a especificidade das classificações, inexistente quando os criminosos partilham outras crenças, por regra omitidas nas notícias que tratam de outras vítimas, pelos vistos menos respeitáveis, e outras mortes, evidentemente menos interessantes.




(imagem obtida aqui)


O refúgio do liberalismo em Portugal

Há muito tempo que não vejo jogos de futebol. Há pouco que comecei a ver com frequência debates televisivos sobre futebol, do Trio de Ataque ao Prolongamento, de O Dia Seguinte ao Mais Futebol. São, como se diz que Coimbra foi, uma lição. Desde logo, sobre a capacidade humana de repetir oito a doze vezes por minuto a palavra "estrutura" enquanto sinónimo de direcção, organização ou hierarquia. Porém, o vago marxismo lexical termina aí: os debates principalmente revelam hordas de liberais, "neo" ou "ultra", que, para nosso azar, não existem nas demais dimensões do país.

No mundo dos comentadores da bola, as ideias dominantes que determinaram a corrente e desgraçada situação pátria encontram-se viradas do avesso. Lá, ninguém hesita em defender que o treinador X ou o jogador Z acabem sumariamente demitidos por incompetência. Ninguém estranha que os salários, mesmo que desmesurados, sejam proporcionais ao mérito. Ninguém culpa os ricos. Ninguém despreza a necessidade de exigência. Ninguém deixa de louvar os clubes que se governam com orçamentos equilibrados e minúsculos. Ninguém apoia a irresponsabilidade. Ninguém se lembra de incentivar o recurso ao crédito para investimentos ruinosos. Ninguém percebe as equipas com plantéis excedentários. Ninguém propõe a imposição da igualdade em detrimento da liberdade. Ninguém atribui às vitórias da Alemanha as causas da penúria indígena. Ninguém legitima a promoção da violência dentro e fora do campo. Ninguém abomina a concorrência. Etc.


Para alguns, entre os quais me incluo, o futebol pode não passar de um aborrecimento de hora e meia (mais uns minutos no caso do Benfica). Já a conversa em redor do futebol, à primeira e segunda vistas um aborrecimento maior, é, quando esmiuçada com detalhe, não só uma lição, insisto, mas um refúgio e um consolo perante o socialismo que contamina o resto da sociedade. O futebol não é socialista. Se não me obrigar a vê-lo, que Deus o proteja.




Antes a morte



Operático como de costume, Freitas do Amaral irrompeu a explicar que a crise vigente só é comparável à de 1383-85 e ao jugo Filipino, dado que está em causa a independência nacional. É lá com ele, que culpa a política alemã pelas agruras internas, além, claro, do Governo actual. O prof. Freitas não culpa qualquer governo anterior, incluindo aquele a que emprestou a portentosa lucidez e que, por acaso, apressou a descida de Portugal aos abismos como nenhum outro. Não admira. Após uma ausência de que ninguém dera conta, o prof. Freitas regressou recentemente à emissão regular do tipo de palpites que definem a sua natureza, talvez com esperança de se tornar "presidenciável" a médio prazo. Eu, que já vi de tudo, não digo nada, excepto que seria preferível perder a independência entretanto.

domingo, 9 de junho de 2013

Mas onde é que eu já ouvi isto...?




"A crise na Europa acabou"


O presidente francês, François Hollande, afirmou hoje que a crise da zona euro chegou ao fim.
"O que vocês, no Japão, têm de perceber é que a crise na Europa acabou. Acredito que a crise, ao invés de enfraquecer a zona euro, vai fortalecê-la. Agora, dispomos de todos os instrumentos de estabilidade e solidariedade. Houve uma melhoria na governação económica da zona euro, temos agora uma união bancária e regras orçamentais que nos permitirão estar melhor coordenados e ter uma medida de convergência", afirmou hoje François Hollande, no último dia de visita ao Japão.

Bairro Gulag

De acordo com ideia de Nuno Pinto*, há que chamar ao bairro onde a avenida Álvaro Cunhal foi inaugurada, bairro Gulag.

* https://www.facebook.com/ramiromarques

Da escola estatal SUV-PREC



Álvaro Cunhal era um fascista muito pior que Salazar. Álvaro Cunhal defendia os regimes mais carniceiros que jamais existiram.. Merece muito mais repúdio dos portugueses que Salazar.


Às vezes descuidava-se e dizia o que pensava. "Nunca haverá democracia em Portugal", foi um dos seus desabafos no período do PREC.

A Guestapo era de um outro regime socialista como o de Estaline que Cunhal venerava. Foi à Guestapo que Estaline entregou os comunistas apanhava nas invasões em que colaboraram.

Cunhal venerava Estaline como odiava todos os socialismos que não eram o gang dele, como a China.

A escola (mesmo), hoje, só está, em termos gerais, disponível para famílias ricas, nos estabelecimentos privados de direito privado. Na escola pública de direito público, a escola estatal, reinam os SUV e o PREC, e os que a não podem contornar como se contornam campos de minas, nem o direito têm de escolher onde colocar os filhos.

Gostaria de ver as escolas públicas de direito privado em melhores mãos, infelizmente, entre as estatais e as privadas de direito público, as últimas são muito piores e nelas reinam os SUV e o PREC.

A escola estatal está dominada por cunhalistas-fascistas-marxistas amantes de Gulags, de Estaline, de Che, de Mugabe, de Fidel, de Chavez ...

A escola estatal está empestada em amantes da escória da humanidade: CGTPCP.

sábado, 8 de junho de 2013

António Costa diz que o estado tem dinheiro mas não lhe quer pagar os caros devaneios

Vejam só se é coisa que se faça:

«o Governo (veja-se bem a estuporada lógica da criatura) "não dá incentivos"»

Parece que o governo "tem" dinheiro que são seja oriundo do bolso do contribuinte ou de dívida a pagar pelo bolso do contribuinte.

Qual a diferença entre esta zenital ideia e a conversa de um escroque vigarista?

Mas, fique descansado o kamarada verdalho, o zenital "presidente" gastará do bolso do contribuinte, seja ele quem for, para manter o presidencial ego afagado.

Qual a diferença entre estes personagens e os habilidosos do BPN e BPP?

Piaget, o construtivismo imbecilizante e os "jovens mais bem formados de sempre"



Em tempos, aqui no jardim de Ramiro Marques e no outro, o ProfBlog, tive enormes sarrafuscas com militantes do imbecil-colectivo e nessas refregas (as mais iniciais) eu desmascarava (sem espantar a caça referindo construtivismo) a neo-semântica e neo-hermenêutica empregue pelos miliantes do construtivismo.

Crato sabe o que faz e os sindicatos respondem já não pelas mordomias (embora pareça ser essa a arma de arremesso) mas porque lhe estão a por em causa o projecto de imbecilização colectiva. A coisa hoje é quase completamente polítco-ideológica e os marxistas andam de cabeça perdida. Mais uma vez a generalidade dos professores parece baratas-tontas não sabendo onde estão e ao que andam. A imbecilização, neles, resultou, como já resultou, pelo menos, numa inteira geração - os tais "jovens mais bem formados de sempre" que ... nada sabem fazer e nada percebem do mundo em que vivem.

Coisas do zenital e centralizador dirigismo

A maioria dos professores continua a pensar que devem ser as escolas a escolher os alunos (quanto mais não seja por critério geográfico) e não os exames a seleccionar os alunos e os pais a seleccionar as escolas.

A cimeira dos cronies

A cimeira dos cronies* e dos políticos e cripto-políticos que se convencerem que vão ser masters do mundo cavalgando essas empresas sentados numa sela de contribuintes.

Alguns haverá que não pretendem ir por esse caminho, mas a ideia geral parece-me ser essa.

Parecem as cimeiras para discutir o fantasmagórico "aquecimento global".



....

* Cronies  - Termo que descreve uma economia pela qual o sucesso nos negócios depende de uma estreita relação entre gente dos negócios e funcionários do governo.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

E vão dois! Para que não haja dúvidas sobre todos os possíveis desenvolvimentos.





Autoridades de Moscovo descobriram uma autêntica cidade clandestina, com casino, cinema e local de culto, montada num antigo 'bunker'.

A polícia russa descobriu ontem que um antigo bunker subterrâneo estava a ser usado como uma minicidade onde viviam e trabalhavam imigrantes ilegais, segundo revela o jornal "The Moscow Times".

A BBC relata que os imigrantes produziam lâminas e agulhas para máquinas de costura. Porém, o jornal russo diz que no espaço sem luz do dia também eram fabricadas roupas.

O antigo bunker funcionava como uma pequena cidade e abrigava mais de 200 imigrantes clandestinos. O espaço abrangia um total de 200 hectares (cerca de 200 campos de futebol...), tinha quartos, espaço para restauração, um café turco com churrasqueira, cinema e até um casino de poker.

Os seus habitantes, maioritariamente de origem asiática, viviam como se estivessem numa cidade normal, mas sem sol. A estação de televisão britânica diz que o sítio tinha, inclusive, um local para o culto islâmico.

As autoridades russas suspeitam que os imigrantes ilegais nunca vinham à superfície e sobreviviam com mantimentos levados pelos grupos que os mantinham escondidos e isolados no subsolo.

bunker foi construído num terreno onde antigamente funcionava um mercado, entretanto fechado em 2009.

Já em 2011 as autoridades russas tinham desmantelado outro bunker idêntico, usado para o mesmo efeito.