Teste

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domingo, 30 de novembro de 2008

freak show no campo pequeno

É preciso lata lirica para tachar esta malta de extrema esquerda. Sao burgueses e pequenos burgueses que sob a luz triste da existencia suburbana - instalados na vida e na mobilia comprada no ikea - suspeitam que o proletariado está tao extinto como o Dodo. Traiçao poetica? talvez. Somos seduziveis e sedutores, corrompiveis e corruptores, e tanta militancia e braços no ar cansam. Nunca como hoje um aglomerado de estalinistas confeccionou freak show tao descabelado - um escaparate com gente histerica e em lantejoulas (cof, cof) a pedir pena e compreensao. O mundo é dos cinicos. Pelo menos o mundo das aparencias. E as aparencias e o resto vergam pragmaticamente a cerviz às contigencias. E à mobilia do ikea. Nao ha ideologia que sobreviva a isto. Só pedragulhos podem exigir que o tempo faça marcha-atras.

Mais uma questão que me anda na mona



A propósito de floribelices, não sei se, após a aprovação da lei do aborto, perdão!, da interrupção voluntária da gravidez, a nova lei do divórcio não gerará mais confusões.
Imaginemos que um tipo, separando-se da namorada depois de a ter engravidado, recusa pagar a pensão de alimentos à criança que ela insiste em ter, alegando que essa decisão foi do estrito domínio pessoal da rapariga, a qual, sabendo em devido tempo da intenção dele, não fez o que poderia ter feito?
Transporte-se isso agora para o que também pode significar ao nível do divórcio.
Tudo a bem da emancipação feminina e da liberdade.
Ou estarei enganado?

sábado, 29 de novembro de 2008

Casamento por vontade alheia

A esquerda floribélia resolveu implementar legislação de divórcio pós-moderna.

Segundo ela, basta a vontade de um cônjuge para que o divórcio seja decretado. A culpa, pelos mesmos palermas, foi irradicada do processo.

Oliveira e Costa ter-se-á, eventualmente, divorciado para ‘salvaguardar’ os bens. O Estado quer agora anular o divórcio.

Que culpa será agora invocada para anular o mesmíssimo divórcio para o qual apenas a vontade expressa de uma das partes foi suficiente para o declarar?

Vamos, como no caso da lei das armas, alterar a legislação à coisa financeira por forma a permitir que divórcios possam ser anulados por razões ligadas a matérias bancárias?

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Bombaim e o multiculturalismo


Em Bombaim (ou Mumbai, maldito nacionalismo Indiano) ocorreu, há dias, um atentado terrorista inédito naquilo que foi a sua preparação, execução e resultado. Vinte bem treinados, apetrechados e sincronizados jovens muçulmanos foram os autores do atentado terrorista. É bom que se tire ilações do atentado, nomeadamente que a luta está longe de ser vencida e que os países ditos Ocidentais não são os únicos alvos da cruzada Islâmica.

Um exercício mental leva-me a uma conclusão que, apesar de ser óbvia, andava escondida no meu cérebro: apesar de serem os interesses Ocidentais os principais alvos dos atentados terroristas Islâmicos, estes ocorrem, maioritariamente, em países considerados não Ocidentais mas que, num passado relativamente próximo, têm vindo a encetar reformas importantes de aproximação ao Mundo Ocidental.

Pode-se afirmar que estes atentados de Bombaim são um misto de atentado contra o Ocidente (procura, por parte dos terroristas, de cidadãos Norte-Americanos, Ingleses ou Israelitas; ataque a uma zona Judaica de Bombaim) e contra o Estado Indiano (Estado que se tem ocidentalizado, feito reformas de mercado e que vê o seu turismo enfraquecido com estes atentados).

Supostamente, os atentados são em favor da causa de Caxemira (se se confirmar a ligação dos terroristas a esta causa), que se quer ver livre do jugo Indiano. Porém, uma análise mais profunda leva-nos a outra conclusão: se fosse esse o real interesse dos terroristas, porquê escolher ocidentais como alvo? Porquê escolher hotéis famosos de Bombaim? Porquê escolher o centro Judaico? Porque não tentar uma série de ataques na própria Caxemira? Porque não encetar ataques contra órgãos de soberania Indianos? Porque não assassinar algum general importante do exército Indiano?

Os terroristas são indivíduos inteligentes, que procuram, a todo o custo, publicidade para a sua causa. A escolha de Bombaim não é de todo inocente: Bombaim é o centro económico-financeiro da Índia e encontra-se constantemente sob o olhar Ocidental. A atenção mediática estava, portanto, assegurada: a Índia ia ser atacada no seu centro capitalista, numa cidade com órgãos de comunicação social que pudessem facilmente espalhar o ataque por todo o Mundo.

Isto pode, realmente, explicar os atentados na cidade de Bombaim. Mas não explica o interesse pelos Ocidentais, pelo centro Judaico da Cidade e pelos hotéis de luxo. No fundo, os terroristas escolheram alvos que realçam a sua oposição à ocidentalização da Índia, ao capitalismo e aos valores ocidentais. Os terroristas não realçam a sua posição pro-independentista em relação à Caxemira porque, caso contrário, teriam operado de outra forma e escolhido alvos diferentes.

Pode existir quem argumente que os terroristas procuraram o melhor alvo possível, que lhes permitisse passar o maior número de mensagens para fora. Pode haver quem veja nestes atentados uma espécie de ódio ao poderio Indiano, que submete a pobre Caxemira, apesar de as reivindicações da Índia sobre este território serem anteriores à sua ocidentalização.

Eu não acho que assim seja: estes terroristas actuam sob o disfarce de quererem a independência de Caxemira ou a anexação ao Paquistão mas actuam contra os interesses ocidentais, contra a ocidentalização da Índia e não contra alvos estratégicos que lhes poderiam, supostamente, trazer vantagens na luta de auto-determinação.

Algumas mentes iluminadas podem, no entanto, pensar que este atentado pode trazer vantagens, nomeadamente a nível de expansão da causa a nível internacional.

O Paquistão e a Índia são duas potências regionais (a Índia será Mundial entretanto) com poderio nuclear. Há quem veja na relação entre estes dois grandes países uma espécie de Guerra Fria: o medo mútuo do dano que pode ser infligido ao seu país mantém o status quo.

A questão de Caxemira remonta à independência do Paquistão face à União Indiana. Relembro que a antiga União Indiana, pertencente ao Império Britânico, aglomerava Paquistão (Muçulmano), Bangladesh (Muçulmano) e Índia (Hindu) num só país.

Ainda existe uma importantíssima minoria Muçulmana na Índia, correspondente a umas boas dezenas de milhões de indivíduos.

Caxemira é uma região montanhosa de valor duvidoso. Actualmente, encontra-se dividida ao meio, com tropas Paquistanesas e Indianas a assegurarem a manutenção do status quo.

Passada esta pequena explicação feita um pouco à pressa, visto que o tempo aperta e é fim-de-semana, tomei conhecimento de um suposto averiguar por parte das autoridades Britânicas de uma suposta participação de cidadãos do Reino Unido nestes ataques. Caso se venha a confirmar a suspeita, não vos faz isto lembrar os atentados ao aeroporto de Glasgow, na Escócia, onde também os terroristas tinham passaportes ocidentais?

O Londonistão de Red Ken (já fez as malas), a Alemanha de Angela Merkel (onde uma célula da Al-Qaeda preparou com facilidade os atentados do 11 de Setembro), a Holanda de Gaert Wilders (onde Theo van Gogh foi assassinado) e a França de Sarkozy (onde ocorreu, há um ou dois anos, a Intifada Francesa) demonstram a passividade do Ocidente, e em particular da Europa, em atacar de caras o fenómeno.

Se nós não somos capazes serão os Indianos? Se nós não somos capazes será prudente integrar a Turquia na União Europeia? Se nós não somos capazes será prudente manter o discurso anti-Americano? Se nós não somos capazes será prudente continuar a atribuir cidadanias nacionais a cidadãos que não se mostram interessados na integração? Se nós não somos capazes deveremos subsidiar quem vem para a Europa para nada fazer, quem não mostra interesse em falar as nossas línguas e quem não respeita a nossa cultura?

A mim não me parece. Tal como não me parece correcto pôr em pé de igualdade os imigrantes que vêm para a Europa e aprendem as nossas línguas e os que não aprendem, os que travam conhecimentos e os que não travam, os que respeitam a nossa cultura e até a assimilam e os que não a respeitam, os que trabalham e descontam e os que vivem à conta dos subsídios estatais.

Não me parece que estes imigrantes sejam iguais. Não me parece que mereçam o mesmo tratamento: quem merece ficar deve ser tratado com todo o respeito e deve possuir a grande maioria dos nossos direitos até conseguir ser cidadão nacional; quem não merece tem uma única solução: pontapé no rabo e volta para onde vieste.

Mas que merda de bandeira do multiculturalismo é esta?

Combatamos as petrolíferas até ao útimo tostão


Mais um batatal de moinhos de vento foi plantado algures. Gastaram-se 360 milhões de euro para instalar 240MW de geração. O nosso Magalhânico e pós-modernista primeiro ministro rejubila.

Segundo as parangonas da ordem, teremos mais 240MW em geração de energia eléctrica. Excelente.

Excelente? Se calhar não.

Gastaram-se 360 milhões de euros para instalar 240MW em geradores, isso é verdade. Mas vão esses geradores gerar 240MW? Não. Não vão.

Em boa verdade provavelmente nunca conseguirão gerar essa quantia, muito embora tenha pouca relevância se chegarão, ou não, ao valor limite. O problema é que, média geral, não ultrapassarão o 80MW. Porquê? Porque, média geral, e sendo optimista, por falta de vento não gerarão mais que 1/3 da sua capacidade.

“Mas então, a gente vê os gajos todos a andar à volta” respondem alguns. Pois andam à volta. Mas geram apenas uma fracção da capacidade máxima.

“Mas nós nunca os vemos andar mais depressa. Pelo menos, de vez em quando, alguns deles devem gerar a capacidade total e, se assim fosse, deveriam rodar mais depressa”. Azar. Rodam sempre à mesma velocidade e a essa mesma velocidade podem gerar 1 ou 100% da capacidade. Depende da força do vento. Se o vento apertar, tenderá a acelerar as hélices mas o gerador é excitado para gerar mais energia e as hélices são, por essa razão, travadas, mantendo a velocidade anterior.

“Então, quer dizer que teremos que pagar 360 milhões de euro por 80MW?” Não. Teremos que pagar mais.

De facto as eólicas, média geral, geram 1/3 da potência instalada. Mas, frequentemente geram apenas 5%, obrigando a instalar meios alternativos de geração de energia eléctrica. Além do facto gerarem apenas 1/3 do anunciado, implicam outros investimentos nunca anunciados ou contabilizados.

Em boa verdade, as eólicas poupam combustível mas, por um lado o seu custo é superior ao custo do combustível que os meios habituais gastariam, por outro não poupam o investimento noutros meios de geração. Feitas as contas, ... vamos pagar as eólicas com língua de palmo.

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As grandes questões


E agora? O que pensar disto?
Terão votado em Obama? Ou, mais seguramente, em McCain? Serão o típico produto da alienação produzida pelo consumismo capitalista? Ou da desumanidade inculta e semi-analfabeta a que a América reduz os seus cidadãos? Seria apenas a pobre gente pobre dos USA, o célebre quinto da sua população? Ou desprezíveis pequeno-burgueses de baixo nível moral que a História virá a sepultar? Constituirão a prova viva da condenação a que estará sujeito o Grande Satã? Ou a denúncia da esquizofrenia que o sistema provoca?
Tragam-me o cachimbo e um whisky!
Ah! E um pastelinho de bacalhau!

Viva o chip bom

Violência: Professora agredida a murro, estalada e pontapé em escola de Gondomar

A culpa foi da professora.

A escola é um local de interacção de muitas culturas.

Cada cultura comporta valores absolutos e não pode ser posta em causa.

A professora não tem as qualificações necessárias para interactivar com o aluno em causa. Foi-se abaixo, num campo em que o aluno era claramente superior.

A professora deve ser demitida e todo e qualquer professor por cuja cabeça passe alguma mancha de dúvida deve seguir idêntico caminho, sendo-lhe ainda aplicada terapia de substituição de ship.

Todo e qualquer chip cerebral impermeável à compreensão do alternativo cultural que nos rodeia deve ser substituído por outro à imagem dO Magalhães (amen) e dos respectivos jogos de acção que preenchem a sua multicultural existência.

Nota (posterior):

A agressão, por ovos, à Ministra, essa sim é inaceitável por atentar contra os mais elementares direitos da descendência galinácea.

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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A culpa e a desculpa

Na sequência dos mais recentes atentados islamistas, desta vez na Índia, o delírio desculpabilizador instalou-se uma outra vez, e quando alguém sublinha o óbvio, ou seja a íntima relação entre as exortações do Corão e carácter violento do Islão, uma certa esquerda afadiga-se em comparar livros sagrados, pescando frases "gore", para demonstrar que a religião cristã, vista como "nossa", não é melhor que o islamismo.
Tudo isto para relativizar a realidade, racionalizando uma posição intelectual insustentável.

Falando estritamente dos livros sagrados, a simples comparação de frases é uma argumentação primária e infantil.
Há milhares de livros com frases ainda mais arrepiantes, desde os Lusíadas a Stephen King, já para não falar das tiradas vernáculas do velho Sven Hassel, e ninguém se lembra de os comparar ao Corão, para relativizar o conteúdo deste.
Porquê?
Porque têm estatutos diferentes.
É óbvio que a Bíblia não é um livro qualquer, mas tampouco é fonte de direito em sociedades politicamente organizadas e muito menos é impenetrável à interpretação humana, como o Corão.
Claro que há pessoas que a usam como norma de conduta, mas fazem-no no espirito do tempo, e nos limites morais e legais das normas das sociedades em que vivem.
Olhar para o Corão a partir do edifício mental ocidental, como “mais um livro como os outros”, é tentar equiparar coisas que não são iguais, à revelia de uma realidade que todos os dias nos mostra que há ALGO que não é igual.

Na verdade a Bíblia, repositório de várias Revelações, é lida, interpretada, raramente aceite como literal e até pode ser utilizada, sem que isso seja crime ou pecado, para endireitar a perna da mesa da cozinha, ou para dar com ela na mona do vendedor de aspiradores.
O Corão, para os muçulmanos, é muito diferente.
É a "Revelação”, tem estatuto divino, é "incriado", fonte de direito, compulsivo e literal. É a voz do próprio Alá e por isso existe com ele desde sempre. É como é, e não é susceptível de melhorias ou alterações (as “portas do Ijtihad" foram solenemente fechadas há vários séculos) e essa é a razão pela qual os muçulmanos o decoram, o consideram a única fonte da lei (aqida wa sharia) e o devem seguir literalmente, considerando-se crime capital a sua dessacralização.
Avicena e Averróis, dois dos maiores expoentes intelectuais do Islão, tentaram conciliar o dogma corânico com o racionalismo aristotélico e acabaram mal.
É por isso que se na Bíblia vem escrito que “Matai agora todos os rapazes e toda a mulher que coabitou com um homem”, isso não é lei, e só é regra de conduta para alguém se assim o escolher, ou seja, para alguns tontos.
Mas quando o Corão exige a morte para os apóstatas e idólatras, e convoca todos ao "combate contra aqueles que não crêem em Deus (...) até (....) prevalecer totalmente a religião de Deus", não se trata de mera curiosidade datada, mas sim de uma ordem divina, válida até que não exista “dar al harb”.
É por isso que jihadistas se fazem explodir em todo o mundo, massacram deliberadamente civis, pais e irmãos matam filhas por elas se desviarem da religião.
Não o fazem porque gostam, mas porque é Deus que lho ordena pela sua voz, o Corão.
Levam à letra as palavras do Profeta, como é seu dever:

"Eu levarei o terror ao coração dos infiéis" (Corão, 8:12)

CICLOPISTAS


Ao ler o artigo de Daniel Oliveira no Arrastão sobre o imbróglio do vereador independente da Câmara Municipal de Lisboa José Sá Fernandes, gentilmente cedido por Sérgio Pinto, fiquei bastante contente ao saber que já há gente neste país a pensar em mandar construir ciclopistas! Porra, até que enfim…

Agora o que era preciso era aparecer um novo Marquês de Pombal - lembrei-me da pessoa por causa do caso do vereador – que mandasse construir o mais rapidamente possível ciclopistas de norte a sul do país. Nem que para isso fosse preciso deitar abaixo dois ou três estádios de futebol, o Centro Comercial Colombo, o CCB, o Arrábida Shopping, o horrível monumento que se encontra na praça do Areeiro e onde colaram à pressão a cabeça do Sá Carneiro, ou mesmo enforcar algum padre ou vereador reticente em praça pública…

Depois das ciclopistas construídas seria instaurada uma proibição total aos encarregados de educação de levarem os meninos e as meninas de carro à escola. Tudo de bicicleta como na China no tempo da Revolução Cultural, ou na Holanda actual. Os professores dariam o exemplo, e seriam finalmente avaliados, não pelo facto de darem notas positivas a analfabetos funcionais, mas pelo empenho que demonstrarem nesta nobre causa.

Idem para todos os funcionários públicos com menos de 45 anos de idade, que doravante seriam obrigados a deslocarem-se todas as manhãs aos seus locais de trabalho de bicicleta. Serviriam de exemplo para o resto da população e, por isso mesmo, receberiam do Estado, medida que já foi posta em prática na Holanda, uma ajuda de € 600 para a compra de uma bicicleta montada em Portugal.

Sinceramente não creio que tenhamos a coragem política necessária – Pombal há só um e mais nenhum! - para tomar estas medidas drásticas que proponho, mas nunca se sabe que voltas (de bicla) é que isto vai dar, e não vejo outra saída para a crise financeira. Tenho apenas uma certeza, assim nos ajudasse o engenho e a arte que dentro de 15 anos este investimento começaria a dar os seus frutos:

- As portuguesas como por milagre iriam ter pernas mais longas e mais bonitas.

- Os portugueses, sobretudo na primavera e no verão, vão passar o tempo alegremente e ao ar livre a admirar o maravilhoso espectáculo das ditas cujas pernas descobertas a dar aos pedais, em vez de se zangarem constantemente a discutir a bola fechados em tascas lúgubres. Resumindo, teríamos mens sana in corpore sano em vez de constantemente e ad infinitum E pluribus unum.

- Haveria uma redução considerável das emissões de dióxido de carbono que aquecem a terra coitadinha e faz com que os ursos polares morram de calor, porque não conseguem desapertar o casaco de peles.

- Veríamos um tsunami de turistas endinheirados, vindos sobretudo do norte da Europa, atraídos pelo clima, mas agora também pelas ciclopistas, pelas pernas das nossas compatriotas e pelo ar puro, invadir os nossos hóteis, pensões e campings do Minho ao Algarve. Nós, já completamente blasé das pernas das nossas compatriotas, iríamos agora encantarmo-nos com pernas de Suecas e de Holandesas por essas estradas fora.

- Uma nova indústria nasceria, A Pasteleira Nacional, com uma rede de assistência espalhada por todo o país.


- Teríamos de novo um Joaquim Agostinho (ou dois) para nos representar no Tour de France. O que já não é sem tempo…

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Tiros nos pés

A “luta dos professores” tem algumas facetas que redundam naquilo a que se chama normalmente ‘dar tiros nos pés’.

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Castas

O tiro de canhão mais frequentemente alijado nos pés chama-se “castas”.

Não interessa, de momento, saber se são muitos ou poucos os que se revoltam contra o facto de haver diferentes níveis de professores num mesmo tipo de função (tarefa, se quiserem). Interessa, que não são poucas as vezes em que se afirma, perante as câmaras, “não às castas”. Interessa, porque não há, pela parte de nenhuma organização mais ou menos representativa, a contraposição clara pela qual seja afirmado com pouca margem para dúvida, ser absolutamente aceitável haver diferentes níveis profissionais num mesmo universo.

As palavras de ordem contra as “castas” não colhem qualquer efeito favorável pela parte da população. E não é razoável que os professores argumentem ser irrelevante o que a generalidade da população pensa porque é a essa mesmíssima população que os professores se dirigem em busca de apoio.

A verdade é que, no mundo real, aquele em que vivem a generalidade das pessoas, há “castas” em todos os tipos de posto de trabalho. Passadas, ou não, a papel, há, por todo o lado, diferentes níveis profissionais a que correspondem, geralmente, diferentes níveis salariais.

Qualquer pessoa que trabalhe no mundo da iniciativa privada está familiarizadíssima com o fenómeno, e, às ladainhas dos professores respondem: “mas eles são parvos?”, “em que mundo pensam eles que vivem?”.

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Economicismo

Outro belo zagalote é espetado no próprio pé quando se invoca o “economicismo”. Tivessem os professores a exacta dimensão do que é viver fora do estado, e saberiam bem quanto se exercita, diariamente, em função da leveza da carteira de cada um, o “economicismo”.

Ao comum cidadão este argumento soa apenas como uma forma, como outra qualquer, de exigir mais dinheiro sem ter, ainda por cima, a frontalidade de o reclamar claramente.

Mas os professores não ganham bem, dir-se-á. Tá bem. A ser assim, mais uma razão para conhecerem bem o real significado de economicismo. Quando não há dinheiro, não há gastos. Não havendo, o que tem que ser tem muita força.

A generalidade da população já percebeu que Portugal gasta no ensino, em termos relativos, muito mais que o resultado que colhe. Dê lá por onde der, não é pagando mais aos professores que a coisa melhorará.

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As quotas

É verdade que a ideia peregrina de contarem apenas 7 anos para contabilização de alguma pontuação não lembrava nem ao diabo. Mas os professores deveriam perceber que é patético reclamar contra a existência de quotas.

No mundo real as quotas são coisa trivial, não estando, na generalidade dos casos, sequer, no papel.

Alguns reclamam que não são universais. Que não são fixadas em função do universo total mas escola a escola. E daí? Se assim não fosse, caso houvesse excesso de titulares na sua escola, estariam os titulares dispostos a ser deslocados para outra escola? Estariam os não titulares dispostos a deslocar-se para outra escola caso houvesse excesso de não titulares na sua escola? Exigiriam esse sacrifício aos contratados, concedendo (confirmando a sua aceitação implícita) a existência de “castas”? Caso contrário, aceitariam que algumas escola tivessem (proporcionalmente) muito mais titulares que outras?

Mais um tiro, mais um pé furado. Cada cavadela, uma minhoca.

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Mais paz.

A religião da paz volta a atacar em Mumbai, em nome da paz em e contra as "injustiças", evidentemente.
Mais de 100 ocidentais foram entregues à paz dos cemitérios, por muçulmanos devotos, inspirados nos seus pacíficos textos sagrados.
São apenas "extremistas", dirão os appeasers, não são os "verdadeiros" muçulmanos.
Talvez estes 20 000 sejam dos "verdadeiros".

Meditemos nas fontes da "paz":

"Eu alcancei a vitória através do terror" ( Maomé, segundo Bukhari, 4:52.220)

"Eu levarei o terror ao coração dos infiéis" (Corão, 8:12)

No entretanto, as Nações Unidas acabam de aprovar uma medida contra a "blasfémia" , a "finança islâmica" mete um pé no sistema financeiro americano e o Príncipe Carlos garante estar fascinado com os pontos de vista do iman da Mesquita de Leeds.
As trevas adensam-se.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Acabaram os dias difíceis?


O Zé já não está com o Chico.

Servir nas IDF




Não bastam os métodos de treino rígidos, o serviço militar obrigatório durante 3 anos (mais reserva!) e o risco de ser chamado para a frente de Guerra de um momento para o outro...

Israel é, talvez, o país do Mundo com mais mulheres nas Forças Armadas. E, pelos vistos, a IDF está muito bem munida...

Quem não for Judeu ou cidadão Israelita e quiser ter a gratificante experiência de trabalhar com as Forças de Defesa de Israel durante três semanas pode tentar a sua sorte aqui.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Lamaçais e areias movediças

Relativamente ao Prós & Contras de ontem:

Jorge Pedreira refere a necessidade de haver uma modelo de avaliação de professores relacionando-o com os milhares de jovens que não terminavam a escolaridade obrigatória e com os 50% dos alunos do 12º não o finalizavam. Refere que agora o sistema é capaz de lhes permitir o sucesso escolar. Sabendo-se quando a fasquia tem baixado, percebe-se que a lata não tem limite.

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Jorge Pedreira acusa o sindicalista de ter assinado um acordo com reserva mental. Tem razão. Mas trazendo a lume este ponto, mete-se na luta entre professores e sindicatos. Os sindicatos assinaram o acordo para tentarem tirar o tapete debaixo dos pés dos professores e tiveram posteriormente que recuar. Quando o Jorge Pedreira aborda o assunto e, por arrastamento, a desclassificação a que os sindicatos foram pelos professores sujeitos, fica-se sem perceber porque reclama da validade de um acordo assinado com quem implicitamente desclassifica.

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Maria do Céu Roldão refere ter que haver diferenciação em função da qualidade dos professores. Depois atasca-se no habitual lamaçal da lógica do ruído.

É desagradável ouvi-la referir que tem este e mais este e mais este cargo, mas que não está, de momento em qualquer daquelas qualidades.

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Maria do Rosário Gama refere o modo como se chegou a prof. a titular. Tem razão. A história dos 7 anos foi, em particular, vergonhosa.

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Maria Luisa Moreira demonstra navegar bem o lamaçal.

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Jorge Pedreira refere que um professor não titular pode ser constituído em titular em regime de comissão de serviço e que, portanto, será tão titular como os restantes. Parece esquecer-se que acabada a comissão voltará a não titular. Parece não perceber que não faz sentido subir temporariamente ao escalão superior para classificar quem potencialmente o virá a ultrapassar.

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Paula Romão sugere que sejam as escolas a avaliar autonomamente, mas não refere nenhum outro tipo de autonomia. Autonomia sem responsabilidade - havia de ser bonito.

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Jorge Pedreira refere que há liberdade para que as escolas adaptem os critérios de avaliação dentro das linhas gerais. Afinal o ministério não é centralista!

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José Eduardo Lemos refere que se criou um modelo de avaliação de gabinete. Que o modelo não é um modelo de princípios mas com uma ferramenta de avaliação. Chama a atenção para a história pela qual um professor de matemática podia ter que avaliar um professor de educação física.

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Inês Castro propõe uma solução que consiste em “arranjar uma maneira airosa”, com “disposição para o diálogo”, com “apelo aos sindicatos com espaço de recuo para os sindicatos” porque “neste processo toda a gente tem que sair de cara lavada”. Reclamou ainda um “programa nacional de formação para avaliadores”. Esqueceu-se do vácuo.

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Fátima Gomes é contra a divisão de professores por “castas”. Parece não sabes o que uma casta nem explica porque lhe chama casta. Refere que é titular e que desempenhou muitos cargos, mas que ninguém sabe se os desempenhou bem ou não e que ninguém se preocupou por isso. Refere que desempenhou os cargos por rotatividade, tendo tido a sorte de cair na janela dos 7 anos.

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Isabel Fevereiro refere os absurdos que empestam a sala de aula: analfabetos no 9º ano, lado a lado com bons alunos.

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Maria do Céu Roldão acha que a rotatividade de professores em funções administrativas é má. Subentende-se que o afastamento de professores por longos períodos da sala de aula não lhe parecer mal.

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Mário Nogueira fala do terror de não dar a cara, as perseguições das DRELs, DRENs, etc, em razão de protestos durante as visitas da ministra. Não refere as perseguições por via dos controleiros dos próprios sindicatos.

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Maria do Rosário Gama chama a atenção que as quotas se aplicam por escola e não em função da qualidade absoluta.

Refere a debandada que está a haver na escola pública e que há alunos a pedir transferência para a escola privada.

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Change is coming to Israel!


Benjamin Netanyahu lidera, segundo as últimas sondagens para as legislativas Israelitas.

Capitalismo no século XXI


O National Inteligence Council (NIC), um organismo consultivo do governo dos Estados Unidos da América, apresentou, há dias, um relatório onde afirma que o poder hegemónico dos Estados Unidos no Globo poderá sofrer alterações significativas nas próximas décadas.

As conclusões a que o relatório chega não são, de todo, surpreendentes: o cada vez maior papel da China, da Índia e do Brasil no comércio Global, com o consequente crescimento do PIB, do poder de compra e do poder destes países, vem pôr em causa, necessariamente, a posição extremamente confortável em que os Estados Unidos se encontravam até há uns anos atrás.

Porém, convém guardar os foguetes. Apesar do texto enganador publicado no site do Publico, a supremacia Americana perdurará, possivelmente, até 2030, ano em que esta começará a ser pertubada por uma enorme China e por uma poderosa Índia.

Ao contrário do que o artigo do Publico diz, os Estados Unidos disputarão, essencialmente com a China e a Índia, a posição de potência número 1 do Mundo. Os EUA não desaparecerão subitamente, como parece ser sugerido pelo jornalista, quando afirma que: "Rússia, Índia e China, diz o documento, serão os novos líderes Mundiais". Um erro de tradução poderá ser, provavelmente, a causa do equívoco do jornalista, uma vez que o NIC sublinha que os Estados Unidos da América continuarão a ser líderes em algumas áreas e que tudo dependerá das próximas Administrações Americanas.

A derrocada dos Estados Unidos não acontecerá. O Mundo vai ser multipolar, com certeza, mas um dos mais importantes centros de poder será a América do Norte, onde os Estados Unidos tenderão, creio, a reforçar laços com os já parceiros comerciais México e Canadá, para se manterem um degrau acima da China e da Índia.

Os Estados Unidos manter-se-ão na frente em alguns domínios, sendo o mais importante de todos o militar; O dólar continuará a ser uma moeda forte, com óbvia concorrência do Yuan, da Rúpia e, talvez, do Euro; As empresas transnacionais Norte-Americanas continuarão a ser as mais fortes à face do Globo; O Dow Jones e o Nasdaq continuarão entre as principais bolsas do Mundo (ou mesmo a principal, em capital movimentado); O NAFTA terá um papel importantíssimo, sendo de esperar desenvolvimentos importantes dentro do tratado de livre comércio.

O mundo continuará a ser capitalista, a única diferença é que a extrema-esquerda e a extrema-direita passarão a apontar armas tanto para ocidente como para oriente. É difícil de engolir, lamento muito caros amigos, mas não é com Barack Obama, Hu Jintao e Manmoah Singh que o Mundo mudará.

É melhor a esquerda contentar-se com o apoio aos Palestinianos, com os devaneios contra futuros Obamas, Jintaos e Singhs, com as manifestações Antiglobalização, com a fomentação de greves, com as Organizações não governamentais (uma bela invenção capitalista), com a multiculturalidade, com o combate ao racismo e com outras tarefas reinvindicativas.

O futuro não poderá ser de poder para a esquerda radical. Viveremos com ela, como sempre vivemos, iremos aceitá-la nos Parlamentos Nacionais, vamos deixar que ela continue a sua "cruzada" contra o capitalismo.

Eles podem bufar, mas os filhos de Adam Smith e de David Ricardo irão cumprir os sonhos dos seus pais.

Nem tudo será um mar de rosas, uma vez que continuarão a existir Venezuelas de Chávez e Rússias de Putin alimentadas pelo nosso mercado, tal como continuarão a existir Cubas Castristas e Coreias do Norte de Kim isoladas e a morrer de fome. Continuarão a ocorrer iniciativas, entre os mais iluminados, para juntarem os seus países a Venezuelas ou a Cubas. Continuaremos a aturar Chomskys e Sartres porque foi isso que sempre defendemos.

Mas continuarão a cair Iraques, Afeganistãos, Jugoslávias e Uniões Soviéticas.

Abram alas ao capitalismo do século XXI, onde a concorrência será enorme (assim esperemos!), onde o Mundo será cada vez mais igual, onde as oportunidades surgirão ao virar da esquina, onde o poder de compra aumentará, onde África sairá do pesadelo.

Os Estados Unidos da América concederam a oportunidade à Europa, depois ao resto do Mundo.

Hoje há quem diga que eles perderão a posição hegemónica que detinham. Mas não saberiam os Americanos já isso quando começaram a abrir mercados?

Relembrar o 25 de Novembro

7Nov 1975-O Conselho da Revolução manda destruir o emissor da Rádio Renascença, na Buraca.

11Nov- Angola é entregue nas mãos do MPLA e dos cubanos.

12Nov- Os deputados da Assembleia Constituinte são sequestrados durante 24 horas.

21 Nov- No Ralis, os recrutas, de barbas à Serra Maestra e cabeleiras guevaristas, juram bandeira com esta hilariante fórmula:

"Nós soldados, juramos ser fiéis à Pátria e lutar pela sua liberdade e independência.
Juramos estar sempre, sempre ao lado do Povo, ao serviço da Classe Operária, dos Camponeses e do Povo Trabalhador.
Juramos lutar com todas as nossas capacidades, com voluntária aceitação da Disciplina Revolucionária, contra o Fascismo, contra o Imperialismo, pela democracia e poder para o povo, pela vitória da revolução socialista"


24Nov- O Diário de Notícias, comandado por José Saramago, apela, na primeira página, à insurreição militar em nome do socialismo.

24/25Nov- Golpe comunista (ocupação de bases aéreas , televisões, vias de comunicação, etc) e imediato contra-golpe pelas forças democráticas, com base no Regimento de Comandos. Prisão de vários patetas, entre os quais o Major Mário Tomé, actual moço de recados do Bloco de Esquerda.

26Nov- Otelo é corrido do Comando da Região Militar de Lisboa

28Nov-Os jornais estatizados são suspensos e feita uma limpeza geral nas direcções, correndo-se a pontapé os controleiros da propaganda comunista. Saramago perde o emprego.

Vem aí o Klaus

Ele é intragável para o consenso politicamente correcto que faz o nosso tempo.
Economista liberal, grande admirador da Dama de Ferro, chama ao "global warming" um mito perigoso, susceptível de afundar de vez a nossa prosperidade, dada a compulsão para a adopção de medidas irracionais para o combater.
Como Ministro das Finanças e 1º Ministro, conduziu uma radical campanha de privatizações, fazendo com que o seu país transitasse em acelerado da miséria socialista para o pelotão da frente dos países desenvolvidos de onde, by the way, já olha para nós, portugueses, pelo espelho retrovisor.
Acha que Al Gore é um apóstolo da arrogância, opõe-se ao Tratado de Lisboa, menina dos olhos do Engº Sócrates, e considera que, em muitos casos, a União Europeia age como um estado comunista.
A esquerda europeia rechina de ódio, porque de comunismo ele percebe umas coisas, já que sobre a sua pata viveu, contra ele lutou e por ele foi ferozmente perseguido.
Ao ponto, imagine-se, de se atrever a dizer que "quem vivou sobre o comunismo é mais sensível às forças que tentam controlar e limitar a liberdade". (Jerónimo de Sousa , o operário, bufa de raiva).
O tenebroso "neoliberal" tem criticado veementemente as ideias de Sarkozy sobre a necessidade de aumentar a regulação. Considera mesmo que o problema europeu é o excesso de regulação e que estamos a caminho de um proteccionismo irresponsável

Infelizmente, dado o seu passado, a esquerda "social" não pode despachá-lo com o rótulo de "fássista", como é habitual nestes casos (vendo bem não precisa porque agora já tem no seu arsenal de insultos o "neoliberal" nas suas variantes "ultraliberal" e assim), o que mais a faz ferver.

Este ódio de estimação da esquerda europeia é Vaclav Klaus, Presidente da República Checa e próximo Presidente da União Europeia.

sábado, 22 de novembro de 2008

Das vantagens da máquina humana auto-regulada


Mais letal que a bomba de neutrões é a invocação, pelos estúpidos-militantes (EM), que “os fins não justificam os meios”.

O comum mortal subentende que casos há em que não serão aceitáveis determinados meios para atingir determinado fim. O EM transforma o ditado numa arma letal pela qual nenhum fim será, jamais, em tempo algum, atingido.

O comum mortal subentende poder deitar mão a uma autonomia decisória desde que os meios a que recorre não causem maior mal que o benefício a conquistar. O EM entende que absolutamente nenhum mal pode ser causado para atingir o mesmo fim.

Podem matar-se melgas desde que: não se sujem as paredes, não se ataque a camada do ozono, não se produza aquecimento global, não se recorra a meios que usem energias não renováveis, não se produza barulho, não se assustem as moscas (de noite não chateiam), não se acordem os periquitos, não se incomodem os gatos, etc, etc. Nenhum mal pode alguma vez ser gerado para atingir um fim. Refinado, o “conceito” resulta em: nenhum mal pode alguma vez ser causado para atingir seja que fim for.

Nas escolas este cenário está presente a cada passo.

Havendo um fim a atingir algum meio terá que ser invocado e a decisão sobre a qual recorrer obriga, frequentemente, à tomada de decisões difíceis. No mundo dos EM não pode haver decisões difíceis e a melhor forma de as combater é estabelecer que, havendo mais inconvenientes numas que noutras, a desigualdade de tratamento se instala. A bomba de neutrões torna-se fragmentária.

As luminárias floribélcias apressam-se a legislar sobre tudo e mais alguma coisa pela suprema senda de reciclar o sub-mundo da autonomia de decisão num paraíso reinante. Por esta via, os EM apresenta-se, garbosos, ao pódio da defesa face às arbitrariedades.

Que a infinita complicação da “humanização” da decisão torna impossível que se atinja qualquer meta, é coisa apenas referida por quem é “insensível” aos altos desígnios em causa. Mais, quem assim pensa deve auto-flagelar-se e remeter-se à infinita felicidade da forma oficial de pensar.

Os meios empregues não resultaram no esperado? Porque o observador não está equipado com as ferramentas de análise que permitem concluir pelo previsto.

Os meios empregues e as ferramentas de análise continuam a não permitir confirmar a conquista da meta? Há que ter em atenção que a meta, em si própria, pode estar contaminada por elementos “perturbadores” das supremas ferramentas disponíveis. Há que reavaliar as metas por forma a adequá-las aos meios.

De nenúfar em nenúfar os elefantes da regulação e da regulamentação vão espezinhando os nenúfares e as alfaces. Nem o capim escapa.

A cada nova calibração da regulamentação e a cada nova reavaliação de metas nova aproximação de pontos de partida e chegada é gerada. Quem percebe que se vai cada vez mais marcando passo é invariavelmente admoestado pelo controleiro mais próximo invocando tratar-se de uma “irregular” forma de pensar.

No ensino, ministra e sindicatos estão de acordo que a “incorrecção de métodos” é inaceitável. A generalidade dos professores, em particular os mais novos, também.

Mas, e então a sala de aula? Há caos? Transforme-se o caos em flexibilidade em relações interpessoais e ele desaparece. Não se aprende? Puxe-se a meta para a linha de partida e alcançar-se-á a terra do leite e do mel.

Mas há quem insista em afirmar que aumenta a tendência pela qual alguns rebentos dissecam as tripas alheias. Há um erro de percurso a corrigir - há excesso de relações interpessoais. Transformem-se os alunos em cyborgs. Felizmente temos O Magalhães. Amen.

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Leitura complementar: Os EM.

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A quem interessar


Caro CdR,

Como eu o compreendo. A verdade é que compreendo a razão porque escreve "O Magalhães é afinal um computador!"

É um computador, sim senhor. Mas, a avaliar pelas palavras do inefável par Sócrates-Lurdinhas, não é um computador qualquer. É >>>>Ú<<<<<< href="http://www.youtube.com/watch?v=9QOtoUeJyRk">Leitura complementar não opcional.
2 - Leitura complementar não opcional.


* - O Ministério da Educação - note que não é, também neste caso, um ministério qualquer. AlMined, remete para uma forma alter-culturalista de redefinição da coisa concreta em coisa meta-concreta, até talvez proto-concreta.

*2 - Se calhar não se escreve assim e a ML vai dar-me nos cornos. O Stran, não deve dar por isso. Deve estar a tentar perceber como se desmancha um fardo de palha. Para ele O Maganhães veio tarde. Pobre criatura.

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je suis desole, le patron est devenu fou

Morremos de tedio, ensaiamos a nossa extinçao e acompanhamo-la com pipocas. A morte é suportavel em comunidade - sem os traumas e os dramas da solidao - a multidao delira tao depressa como marcha cordeiramente para ela. o homem-ilha, a humanidade plasmada em individuo, é uma face horrorizada colhida pelo juizo final. Ninguem aguarda fidelissimo pela morte - nem aqueles que tem encontro marcada com ela, nao ha dignidade nem civilizaçao nos ultimos suspiros e o miseravel exibe fotos, cicratizes e lamentos - crendo que compra vida a quem vende morte. A ultima hora é um esgar soluçante de agonia. Nao sou tirano, nem vosso juiz e nao quero ir para a cama convosco, a contigencia é inescapavel, sou instrumento de puniçao, frasco de cicuta, macabro burocrata da morte. Jak masz na imie? Bang. Bang. wesolych swiat vai ser proposta de trabalho



As grandes esperanças, a grande ilusão e os pedagogos

Talves seja de reler estes dois (1, 2) artigos de António Barreto arquivados no site de Nuno Crato.

Por termos o Magalhãs (amen), será desnecessário animar a malta com este terceiro, de Carlos Fiolhais.

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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Ainda a culpa.

A culpa, que pode desaguar no masoquismo, é uma doença ocidental, especialmente europeia (judaico-cristã, berrava Nietzche do alto de um penhasco helvético) que conduz directamente ao relativismo do séc. XX e deu credibilidade a masoquistas convictos como Sartre, ou a loucos furiosos como Fanon.
Criticar o Ocidente, algo que passa por corajoso e sinónimo de sofisticação intelectual, não necessita na verdade de mais coragem do que a necessária para tomar uma bica, e mais inteligência do que a exigida para recitar alguns salmos do vademecum politicamente correcto.
Tendo sido dada como demodé no cair do pano do séc. XX, eis que, dezenas de anos depois do fim dos impérios coloniais, a culpa volta a estar na moda, tal como as ideias comunistas voltam a seduzir à medida que se dilui a recordação da URSS, e o terceiromundismo floresce no olvido do maoísmo, e dos killing fields.
A morte das utopias, afogadas num mar de sangue, em vez de condenar definitivamente as ideologias que as sustentavam, libertou-as da experiência do real. Não morreram, como se chegou a acreditar, apenas se transformaram e renascem agora no mundo do abstracto.
O fracasso real, em vez de condenar as doutrinas, tornou-as esotéricas e apelativas, como se o facto de o templo cair em cima dos fiéis, comprovasse urbi et orbi a inquestionável bondade do deus.
No caso do Ocidente os factos nus e crus, despidos dos filtros ideológicos da culpa e do relativismo, estão à vista: o colonizado como vítima deu ligar ao descolonizado como vítima, desde os 60 milhões de mortos do Grande Timoneiro aos massacres de Pol-Pot, passando pelo delírio medieval dos aiatolas iranianos, pelo totalitarismo cubano, pelo alastrar do nepotismo, da cleptocracia, da corrupção, da fome e da miséria.
O coração das trevas, de há 50 anos para cá, não é o pesadelo colonial, simbolizado, na versão de Copolla, por um Kurtz enlouquecido e disposto a tudo, algures no curso superior do Mekong, mas a África descolonizada, desde Mengistu a Idi Amin, passando por Bokassa, Samuel Doe, Charles Taylor, Serra Leoa, as crianças soldado, as mutilações em massa, as violações colectivas, a morte de milhões de tutsis à catanada, os massacres no Sudão, as guerras esquecidas em Angola, Moçambique, Guiné, Ruanda, Etiópia, Argélia, Somália, Costa do Marfim, a miséria extrema no Zimbabwe, na região subsaariana, etc.
Pelo contrário, a Europa saiu-se bastante bem do trauma do fim dos impérios, provando quão falsa era a patacoada marxista de que a sua prosperidade se devia à exploração e saque das riquezas do sul. Na verdade, alguns dos países mais ricos e bem sucedidos do Velho Continente, jamais foram sequer impérios coloniais, desde a Suíça à Dinamarca, passando pela Suécia, Noruega, Irlanda, etc.
História encerrada?
Não, infelizmente!
Tendo ficado congelado por uns tempos o velho sonho socialista da salvação do proletariado universal, libertado enfim da “canga colonial”, (pese embora a imbecilidade patética do socialismo “bolivariano”), volta a estar na moda a retórica da culpa do Ocidente, legitimada agora pela ofensiva mundial do Islão, reivindicando-se vítima milenar de imaginários e terríveis agravos, e na entronização dos imigrantes, especialmente os oriundos dos modernos corações das trevas, como os novos proletários explorados.
O problema é que este novo terceiromundismo, de natureza introspectiva e suicida, parasita as consciências e conduz ao ódio a si mesmo, frequentemente maior do que o proclamado amor ao “outro”.
E o facto de não estar já apoiado numa proposta política, corrói aos poucos a alma do Ocidente, cada vez mais indefesa perante a paulatina destruição dos valores que lhe deram corpo.

O rabo de fora

Não consegui resistir à vaidade e, de ego lustroso, aceitei o convite que me dirigiu o pessoal do Fiel Inimigo para integrar o seu quartel-general. Convite esse, porém, que me apanhou em plena crise de disponibilidade de tempo, com possíveis tréguas só lá para meados de Janeiro. Pelo que, até essa data, tentarei ser simultaneamente o mais claro e o mais sucinto possível, tanto no que respeita à abordagem dos temas como nas respostas aos (eventuais) comentários. E, para começar, gostaria de fazer notar o seguinte, a propósito do despropósito que por aí vai no que respeita à educação:
A equipa ministerial justifica a sua insistência na - e em especial nesta - avaliação dos docentes com a necessidade de, a bem dos alunos, melhorar a qualidade do ensino. A legislação referente ao processo prevê, contudo, que o professor venha a recusar ser avaliado, o que terá como consequência não progredir na carreira e nada mais.
Daqui decorre, naturalmente, que o professor poderá ser medíocre ou mesmo mau e permanecer na escola, tendo como única penalização continuar a receber o mesmo salário, sem que o Ministério, ao que parece, se preocupe a partir desse momento com a qualidade do ensino que receberão os seus amados alunos.
Torna-se evidente que se a verdadeira intenção do Governo fosse aquela que propala ao país através das bocas acéfalas e famintas dos"órgãos de comunicação social", nenhum professor poderia recusar a avaliação sob pena de ser obrigado a abandonar a profissão. Mas parece que não: para os nossos governantes, qualquer um pode dar aulas, desde que... ganhe pouco.
E tenha como habilitação literária saber quem era, perdão!, o que é o Magalhães, é claro.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Mas nem os discos ainda tocam do outro lado!



D
epois de afirmar, emocionadamente, que as escolas estavam todas a trabalhar afincadamente no seu douto sistema de avaliação e que o trabalho estava em fase avançada, a nossa Lurdinhas vem agora apresentar a reengenharia do processo atirando às urtigas o exacto e mesmo afinco que tanto a emocionava.

Parece que a cachopa descobriu que:

1 - Não faz sentido ser-se avaliado por pessoas de outra área
2 - Que os resultados dos alunos não devem contribuir para a avaliação
3 - Havia uma sobrecarga de trabalho evidente

Apesar de tudo isto, conseguiu concluir que:

A - A avaliação é hoje um adquirido em todas as escolas
B - Agora é que o processo de avaliação vai ser sério e em condições para distinguir o mérito.

Pois. O problema é que já nem os discos tocam do outro lado.

Felizmente temos o Magalhães.

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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Amanhãs cantantes

O proletariado de um modo geral e a classe operária em particular, atravessam uma época exaltante.
Os amanhãs radiosos voltaram a cantar, o grande capital treme de medo, Marx levanta-se e voa como o Conde Vlad Drácula, e até o nosso governo, inspirado pelos trinados da mudança, já retomou a saga revolucionária do saudoso João Cravinho, nacionalizando por decreto um banco, antro tenebroso da alta finança arqueo-capitalista, neoliberal e proto-gananciosa.
A adjectivação ganha asas e de Ary dos Santos volta a ouvir-se o "cabeçudo, dromedário ... lãzudo, publicitário, malabarista , cabrão", que a cantiga é uma arma contra a burguesia.
No glorioso caminho para o socialismo espera-se agora que o governo não fique por aqui e melhore a partitura nacionalizando as petrolíferas, as telecomunicações, a Liga Sagres, o quiosque do Sr Martins, a churrasqueira Rainha dos Frangos, os pilares da ponte S.João e por aí adiante, exceptuando o meu carro, claro.
Os reaccionários neoliberais, ultra-neocons e arqueo-capitalistas andam calados que nem ratos ou a Dr Manuela Ferreira Leite, e consta que alguns já estarão a preparar a fuga para o Brasil, como os Champalimaudes, os Amorins os Espíritos Santos e as Fátimas Felgueiras.
Teme-se que as próprias Rotundas de Viseu emigrem precipitadamente para o sertão brasileiro.
O que é capaz de não ser uma grande ideia porque vagueiam por lá lulas gigantes que mudam de cor com impressionante rapidez, ao ritmo da cachaça. E, se bem que algo desafinados, os amanhãs também querem cantar, misturando as estrofes da Internacional com o samba do mensalão, numa mistura bolivariana de Fórum de S.Paulo com ritual de Candomblé.
Para a Venezuela muito menos, porque aí só canta o Exu Chavez, a anunciar o nascer de um novo amanhã cantante e bolivariano, a partir das cinzas putrefactas do neoliberalismo ultra neocon, arqueo-imperialista e proto-capitalista.
E eu, reaccionário impenitente e irrecuperável, que bem queria odiar o grande capital mas nem as pequenas quantias consigo desprezar, temo que o ritmo revolucionáro não me entre na corneta, mesmo que me encostem à muralha de aço.

Uma chatice!

Das turbas

Por Helena Matos
Ministério da Educação ou Agência de Funcionários Entretidos Consigo Mesmos?

A senhora ministra pediu desculpa aos professores mas esqueceu-se, ela e também os professores, que, para lá das acusações e pedidos de desculpa mais ou menos justificados que trocam entre si, aqueles a quem todos devem um pedido de desculpa são os portugueses. Exactamente, aqueles seres de quem nunca ninguém fala nesta discussão mas que pagam o ordenado da senhora ministra e respectivos secretários de Estado, sem esquecer os assessores e as mentes brilhantes da pedagogia alojadas na 5 de Outubro, os caciques das DREN’s, os sindicalistas vitalícios e os professores, estejam eles indignados ou não.

Apesar de tal ter deixado de ser referido há muito e de esta ministra ter feito quase ponto de honra de jamais falar do ensino em si mesmo para se dedicar quase em exclusivo à problemática dos funcionários, a verdade é que o Ministério da Educação não nasceu para empregar professores. O Ministério da Educação tinha como objectivo a educação e instrução das gerações mais novas. É certo que o ministério foi ganhando um fastio que posteriormente se transformou em irritação à transmissão de saberes. O ministério sonhou brincar às famílias e fazer de conta que era o melhor amigo dos alunos, quis ser divertido como os circos e lúdico como a praia. Mas por mais disparatadas que fossem as modas pedagógicas elas ainda se destinavam aos alunos, aqueles que, repito, constituem a razão de ser do Ministério da Educação. Ou constituíam porque o peso da máquina acabou por se tornar a razão de ser do próprio ministério. É essa máquina que em boa parte dita a sorte ou a desgraça dos ministros. Por outras palavras se Lurdes Rodrigues tivesse deixado tudo mais ou menos na mesma ou se tivesse optado por avaliar todos os professores com Bom, como fez Alberto João Jardim na Madeira, teria uma vida tranquilíssima. (O silêncio dos professores perante este abuso de poder daquele governo regional é simplesmente vergonhoso. Se Alberto João perdesse parte da esperteza política que o caracteriza, o que duvido que venha a acontecer, no próximo ano corria os professores daquela ilha a medíocre e talvez assim os docentes recuperassem a fala nesta matéria!)

Aquilo que, neste momento, sucede no ministério da Educação pouco ou nada tem a ver com ensino e muito menos é uma luta de trabalhadores no sentido convencional do termo. Aliás convirá recordar que o que chamávamos contestação laboral, reivindicações de trabalhadores face ao patronato e atitudes quejandas são cada vez mais acontecimentos do Canal Memória. Actualmente a indignação perante a figura do patrão só surge quando este pretende deixar de o ser, ou seja, quando desaparece, encerra as empresas ou pretende fazer despedimentos.

Quase sem darmos por isso a conflitualidade laboral foi transferida do sector privado para o Estado. E aí o que temos são guerras entre funcionários. Estas têm aspectos perversos como os que vimos naquela manifestação em que professores estiveram lado a lado com alunos que atiravam ovos à ministra ou quando o governo, transformado numa espécie de assembleia de ‘primeiros-funcionários’, desautoriza perante a opinião pública os grupos profissionais com quem vai ter de negociar, sejam eles os juízes ou os professores. As consequências disto vão custar-nos caríssimo.

Outra das características desta conflitualidade entre funcionários é que estes nunca ponderam questões tão prosaicas quanto o impacto real das suas acções. Ou seja, se a ministra da Educação dirigisse um colégio privado saberia não só que o modelo de avaliação que escolheu não serve para nada como também não ignoraria que impor uma reforma tão atabalhoadamente como fez a condenaria rapidamente à falência. Mas a senhora ministra está isenta dessa preocupação. No fim, o contribuinte que em nós ocupa cada vez mais o lugar do cidadão pagará as consequências da reforma mais os estudos para uma outra reforma que terá de colmatar os erros desta, os destacamentos dos sindicalistas que vão contestar as reformas futuras e defender as passadas… O pior é que o ‘cidadão quase só contribuinte’, neste ano lectivo de 2008/2009 também tem de pagar as explicações aos filhos para compensar a desmotivação dos professores, quiçá as greves, ou simplesmente as consequências da opção massiva pela reforma que está a deixar disciplinas vitais sem professor em muitas escolas.

O que actualmente sucede na educação em Portugal é uma espécie de teatro do absurdo, quer pela natureza da peça em si mesma – os arrazoados incongruentes designados como programas – quer ainda porque não só somos obrigados a custear as representações como igualmente obrigados a mandar os nossos filhos a todas as sessões. A estrutura mastodôntica e centralizadíssima do ministério da Educação dá à ministra e aos sindicatos um protagonismo e um poder únicos que certamente farão muito bem ao seu ego de funcionários mas que se servem vergonhosamente dos alunos como o quórum indispensável.

Não duvido que os professores devem ser avaliados mas o critério mais fiável de avaliação dos professores é a procura que a escola onde leccionam tem por parte das famílias. Mas disso ou seja da possibilidade de as famílias escolherem entre público e privado, graças ao cheque ensino, ou mesmo dentro do público escolherem a escola que pretendem simplesmente porque esta pode contratar os professores que quer, funciona bem e não porque é aquela que a sua morada determina, nem a ministra nem os sindicatos querem ouvir falar. Afinal, se há alguma coisa em que todos os ‘primeiros funcionários’ chamem-se eles Maria de Lurdes Rodrigues ou Mário Nogueira, estão de acordo é que o poder pode dividir-se entre eles, podem até lutar por ele na rua mas o que não podem aceitar é perdê-lo para outros.

No dia em que se permitir às famílias escolherem as escolas para os seus filhos, seja entre escolas públicas e privadas ou entre diferentes modelos no público, nesse dia começa a desmantelar-se a máquina da 5 de Outubro, a reconduzi-la aos seus objectivos – o ensino – e a reduzi-la a uma escala aceitável, nesse dia o poder dos funcionários esvai-se como um balão.
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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Notícias Espantosas no FT

O Financial Times classificou Teixeira dos Santos como o pior ministro das Finanças da União Europeia.

Não admira. Em quatro anos ele não conseguiu acabar com o défice das contas públicas apesar do esbulho fiscal em crescendo a que os portugueses estão sujeitos. A redução do défice das contas públicas é a que resulta de nunca como antes termos pago tanto em impostos. Mas, ainda assim, o aumento dos impostos é insuficiente para cobrir o aumento da despesa pública.

Há ainda que não esquecer as manobras de desorçamentação como por exemplo a exclusão da EP (ex IEP, ex JAE) do défice público.

Com uma política financeira desta categoria não admira que estejamos tão ou mais pobres que antes e que continuemos a afastar-nos da média europeia (apesar da média europeia ser fraquita). E é assim porque a pouca riqueza que o país produz é sugada para sustentar um Estado cada vez mais gordo e gastador.

Mas se esta notícia não espanta, o que espanta na notícia do FT? Isto: Peer Steinbruck, esse pedaço de asno, foi considerado o segundo melhor ministro das finanças da UE. Ou o topo do ranking do FT está enganado, ou os ministros das finanças da UE são tão beruscas que se optou pelo menos mau.

Ainda a Escola

Com a guerra aberta entre professores e ministério da educação, muito se discute sobre o que vai mal na escola.
Os professores querem ser avaliados ou dizem que querem mas não querem?
As provas nacionais são cada vez mais fáceis para camuflar o menor nível dos alunos?
Quantos alunos vão à escola só porque lhes parece ser aquele o melhor lugar para espairecer as hormonas?
E afinal, porque está tudo pior se se gasta cada vez mais com a educação?


Talvez o assunto não tenha solução porque se está a tentar calcular a área do círculo usando o teorema de Pitágoras.


Mas, e se o paradigma mudasse?

Suponha-se que:
- a partir dos 14 anos só seria permitida a frequência da escola a quem demonstrasse interesse por fazê-lo (é razoável supor que 1/3 da população escolar deixaria assim de sobrecarregar os contribuintes e iria aplicar as suas habilidades noutros lugares e circunstâncias sem prejudicar a própria escola);

- o Governo passaria a pagar às entidades escolares (públicas ou privadas) o valor do custo dos alunos cujos encarregados de educação não tivessem (e na medida em que não tivessem) condições financeiras para suportar o encargo.

- os pais seriam livres de escolher a escola dos filhos, pública ou privada; tal escolha ficaria dependente de critérios de seleção das escolas;

- as escolas seriam livres de selecionar os professores, pelo que naturalmente escolheriam os melhores e rejeitariam os que dão aulas sem competência profissional para o fazer.

-as escolas inviáveis por os pais não querem lá os filhos seriam fechadas.


Quais as consequências de uma solução deste tipo? Parece que duas:

1.Responsabilização; responsabilização tanto de alunos, como de pais, professores, gestores das escolas. Todos entenderiam rapidamente que na vida tudo tem consequências e que a escola não é excepção à regra. Desde uma patada num colega, passando pela baixa médica três vezes por ano porque “não sei bem o que tenho, mas sei que preciso outra vez ficar de ‘baixa’ umas semanitas”, até à escola que tem 20 administrativos para gerir 100 alunos.

2.Diminuição da despesa pública (e consequente abaixamento de impostos se o governo não for socialista, claro). Seria interessante poder comparar o custo médio de um aluno no setor privado e no setor público. Aqui só deixo a ‘sensação’ que a despesa total do Ministério de Educação por aluno das escolas públicas é maior que a despesa por aluno de uma escola particular.


Tudo isto resultaria numa mudança radical de atitude de todos. A escola passaria a ser frequentada apenas por quem quer mesmo ir lá para aprender e por professores realmente capacitados para desempenhar com qualidade. Rapidamente se sentiriam os efeitos tanto no aproveitamento dos alunos como na eficiência do dinheiro gasto na educação.


Quem se atreveria a defender isto em eleições? Não se vislumbra ninguém. Portugal precisa de uma Margaret que diga tudo o que tem de ser dito e não tenha medo de perder eleições por isso.

Mete gelo!


"É chocante que homens que acompanharam Bush, faces de um passado recente que não deixou saudades, se queiram agora agarrar a Obama, sem largar Bush".
Mário Soares, "Diário de Notícias", 18-11-2008

Irracionalidade

Anda tudo numa fona a querer gastar milhões dos contribuintes para "ajudar" os construtores de automóveis.
A irracionalidade económica é assustadora.
A coisa é mais ou menos assim:

Os construtores fabricam automóveis.
Os consumidores compram.
Tanto uns como outros entregam ao Estado uma parte gorda do valor do produto em si.
O estado arrecada.
Para o estado arrecadar, os automóveis têm de ser mais caros.
Vendem-se menos.
Os construtores têm de fabricar menos e despedir gente.
O estado intervem para ajudar os construtores menos competentes a manter a fabricação de carros que não irão ser comprados, ou o emprego de funcionários que não irão fabricar nada que os consumidores comprem.
A situação desemboca nisto: o Estado sem o dinheiro que arrecadou, todos os construtores em dificuldades, os construtores incompetentes a serem premiados, e os consumidores a rodar em carros velhos.
É isto o socialismo!

Pergunta estúpida:
Não seria mais racional que o Estado, em vez de arrecadar tanto dinheiro para tratar uma doença que ele mesmo cria, evitasse onerar o preço dos carros?
Os consumidores comprariam mais e as fábricas fabricariam mais.
Ah, e haveria menos dinheiro disponível para os políticos de turno gastarem em demagogia, frotas automóveis, assessores e medidas imbecis.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A manife

Há dias fui levar a minha filha à Escola e uma pequena multidão de alunos estava aglomerada à entrada.
Ela foi averiguar e daí a momentos regressou com a notícia de que não se podia entrar porque havia um protesto qualquer.
Enquanto ela ficava por ali na conversa com amigos, incorporei-me no magote e cheguei à entrada da Escola.
Cinco raparigas vestidas com T-Shirt branca, ocupavam a linha do portão, dissuadindo os alunos de entrar. Cirandavam também por ali mais 10 ou 11 marmanjos com o mesmo uniforme, atarefados em obscuras acções de activismo. De quando em quando, grupos de 3 ou 4 alunos forçavam a entrada e eram vaiados e insultados pelo piquete da brancura.
3 ou 4 cartazes com as palavras de ordem habituais, algumas delas escritas com erros de palmatória, nomeadamente as também habituais confusões entre o "à" e o "há", serviam de pólo aglutinador dos movimentos da multidão.
Exceptuando a brigada da brancura, o ambiente geral era descontraído e bem disposto.
Calhei perguntar a vários alunos, activistas, incluídos, quem tinha convocado a acção e ninguém sabia em concreto. Que tinham sido "eles", que era a "nível nacional", que eram "os professores", etc,etc.
As razões eram também inúmeras e iam desde o "estatuto do aluno", às "más condições", passando pela "ministra" , pela "avaliação dos professores", contra os "professores", etc
Em concreto, o que ali estava a acontecer era simples: cerca de 20 pessoas impediam centenas de outras de ir às aulas e no ambiente de turba que se estava a gerar, os professores que tentavam entrar com os seus carros eram insultados, vaiados e os carros abanados.
Aproximando-se a hora da 1ª aula, a questão era que havia aulas e quem faltasse tinha falta.
Fui ter com a minha filha que, obviamente, não queria entrar isolada, por temer a vaia. Segundo percebi, vários alunos estavam no mesmo dilema.
A brigada da brancura zunia febrilmente pelo meio da multidão, debitando garantias de que ninguém ia apanhar falta.
Alguns acreditavam, ou queriam acreditar, bastantes outros sabiam que se tratavam de promessas vãs.
Entretanto eu tinha de ir à minha vida e não estava disposto a que a minha filha apanhasse uma falta porque 20 indivíduos se achavam no direito de impôr aos outros as suas ideias e intenções.
Trata-se de uma menor, pelo que a responsabilidade é minha. Havia ali mais encarregados de educação com a mesma visão das coisas, alguns mais timoratos que outros.
Disse-lhe que ou entrava de livre vontade ou entraria com ela, e que na prática estavam a ser usados e manipulados por alguém que nem sabiam quem era. O mesmo fizeram outros encarregados de educação.
Resolveu entrar. E com ela mais 9 ou dez colegas. As vaias foram colossais, mas outros grupos de alunos se decidiram e foram entrando também.
Os activistas da brancura abandonaram então a entrada e resolveram aproveitar os alunos que ainda não se tinham decidido para marcharem em direcção à Câmara Municipal.

Mais tarde disse à minha filha que há coisas pelas quais vale a pena lutar, mas que somos nós que decidimos as lutas em que entramos e que devemos estar sempre precavidos contra as tentativas de manipulação que nos procuram arregimentar em manadas acéfalas.

sábado, 15 de novembro de 2008

Colete salva-vidas

Estupidez em doses garrafais.

Excelente "zom-out" ao clima na Terra.

... um par de galhetas


É com surpresa que oiço que um ministério qualquer decidiu recuar em ralação à obrigatoriedade do uso daquelas estúpidas garrafinhas de azeite e vinagre que temos que aturar nos restaurantes. Parece que está aberta a possibilidade de retorno do galheteiro.

Os galheteiros foram retirados, à marretada legal, porque seriam pouco higiénicos. As garrafas viriam “garantir” a frescura do azeite.

A verdade é que, por um lado, passou a ser extremamente difícil dosear a quantidade de azeite ou vinagre que se verte. Por outro, deixa-se a tampa cheia de dedadas e fica-se com os dedos cheios de azeite. O contacto do azeite com a zona onde se segura a tampa é bem mais badalhoco que o uso de galheteiros. Mas os idiotas que tiveram a ideia estavam, certamente, cheios de boas intenções, a realidade das coisas mundanas não os preocupava. A acrescer a todos os inconvenientes, nada garantia a inviolabilidade das garrafilhas. Uma seringa contorna facilmente a inviolabilidade.

Os fornecedores de garrafinhas vêm agora protestar em dois vectores. Num deles argumentam que as garrafinhas “dão garantias”. Mais valia estarem sossegados. Por outro, que fizeram investimentos que agora vão pelo cano abaixo. Têm razão. De uma forma ou outra, lá acabará o contribuinte por pagar mais uma falha de regulação.

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Capitalistas de todo o mundo, uni-vos.

No passado Prós & Contras assisti à excepcional performance do 2º mais iminente estúpido-militante militante do Partido Comunista: aquele que, supõe-se, continua a braços com a perplexidade de saber se a Coreia do Norte é, ou não, uma democracia.

Segundo o caramelo, os accionistas do BPN só deveriam ser indemnizados caso não fosse demonstrada a sua culpabilidade no processo de derrocada. Mais, o perplexo defendia (supõe-se que na qualidade de relé do Partido Comunista), que mesmo no caso de vir a ser apurado ter sido o hipotético accionista culpado apenas por pequeno delito, perderia o direito à totalidade da diferença entre o valor das acções e o valor da reparação do delito.

A tirada constitui um marco histórico. O Partido Comunista passou a achar bem que se indemnizem capitalistas. Não ficou claro se a indemnização constituiria apenas uma forma alternativa de última refeição antes da sua execução.

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A CHINA E A INTERNET...














Mais uma chinesice de Oscar Garschagen, correspondente holandês do diário NRC na China, com umas bocas fantásticas na blogosfera local e numa revista semanal, até rima e faz com que o Grande Timoneiro dê duas voltas no caixão… E a mim incita-me a cantar:


Ai, esta China ainda vai cumprir seu ideal
Ainda se vai tornar um imenso regime, liberal.

Apesar da censura os jovens chineses na Internet são todos eles elogios sobre Barack Obama. “Please, caro Obama, também nós pobre chineses queremos democracia.”

“Eu tenho a certeza”, escreve a chinesa Mai Li na BBS.People.com, “que milhões de chineses ficaram muito sensibilizados pelo discurso de tomada de posse de Barack Obama. Eu imprimi logo o texto e dei-o a ler ao meu patrão, um alto funcionário do partido. Ele olhou-me com um ar confuso, envergonhado e não disse uma palavra. Choro pela China.”

Segundo uma sondagem da empresa americana Horizon Research os jovens chineses, caso isso fosse possível, teriam votado em massa em Obama porque ele é jovem, idealista e afro-americano. Os mais velhos permaneceram completamente indiferentes às eleições americanas. Seguiam as eleições através do canal nacional com um divertido distanciamento. O espanto impera, pelo facto dos americanos terem conseguido eleger um negro para presidente - produto da propaganda anti-americana.

É óbvio que a pergunta, se os jovens chineses também gostariam de ver introduzida esta forma de democracia ocidental, não foi feita pela Horizon Research. Mas que a espectacular vitória dos Democratas abriu o espírito à juventude chinesa é mais do que evidente, basta dar uma vista de olhos pelos blogues chineses mais concorridos (baidu.com; Sina.com; BBS.people.com) – todos eles controlados pela censura.

Por exemplo, Moluver003 de Changai posta: “Este sistema adulto dá a possibilidade aos americanos de fazerem as suas próprias escolhas. O sistema é dinâmico e possibilita a realização de sonhos. E é isso precisamente o que faz falta ao grande país deste lado do Oceano Pacífico. Apesar de sermos um grande país e os nossos líderes falarem constantemente em mudança (change), nunca acontece nada. Há sempre milhares de desculpas para não se fazer reformas.”

E este blogger continua: “Quantas mais vezes a gente vir o Obama, são quantas as vezes que seremos confrontados com esta carência. Os funcionários chineses são cada vez mais corruptos. Mas a história ensina-nos que mesmo os líderes que se recusam a fazer reformas, no final, vão ser obrigados a reformarem-se.”

Um blogger com o pseudónimo Dura Lição diz a coisa de maneira mais poética: “Veja-se Obama e compare-se com os nossos dirigentes do partido. Quem é a águia majestosa que voa lá nos altos, e quem são os miseráveis ratos que rastejam pelo solo.”

O blogger Patriota007, pelos vistos inspirado pelo novo filme de James Bond, que estreou na China na semana passada, acha que Obama ainda não tem problemas suficiente para resolver: “Por favor, caro Obama, os Chineses também estão ansiosos por ter democracia, por favor ajuda os pobres Chineses.”

Outro blogger com o nome Senator McCain: “Eu sei que nós na China não podemos contar muito com igualdade, democracia e uma relação social harmoniosa. É uma pena a gente viver num dos últimos dos grande países feudais do mundo, mas isso não significa que perdemos a esperança.”

X-Ray de Guangzhou perdeu a esperança: “Nós vimos esta semana a verdadeira liberdade em acção. Tenho a certeza que nós nunca iremos viver esta experiência. Por isso vou fazer todos os possíveis para fugir para os EU.”

O que é estranho é estes comentários na net não terem sido censurados, enquanto que a imprensa audiovisual e escrita sempre evitou abordar esta temática sob esta perspectiva.

O mais ousado foi o semanário Nafang Dushibau, do Sul da China, que enviou os seus correspondentes a Honolulu, ao liceu onde Obama estudou. Não apenas para recolher a história da sua juventude no Hawai, mas também porque na mesma escola, mas em 1879, o criador da China moderna, Sun Yat Sen, estudou inglês, história e matemática. Aliás, o Hawai foi a base de onde Sun Yat Sen iniciou a sua campanha anti-imperialista contra a dinastia Quing.

O periódico aproveita, e não deixa de sublinhar, que foi Sun Yat Sen quem pela primeira vez criou uma forma de democracia na China. Mais tarde, o seu movimento, o Kwomintang, perdeu a guerra contra os comunistas e teve que se refugiar em Taiwan.
Segundo este periódico, que normalmente busca os limites da censura: “O Dr. Sun Yat Sen e os Chineses aprenderam muito com os Americanos, e apesar de muitas dificuldades, os EU, sobretudo agora que Obama foi eleito, é o país de quem nós Chineses temos mais que aprender.”
O comentário da redacção prossegue: “Sr. Presidente Obama, a sua vitória ensinou à nossa juventude o que significa a força do idealismo, e lembra-lhes que é realmente possível reformar, mesmo um país de enormes dimensões”.

Brancura em Putridão Negocial


A falência do BPN destapou o mundo das larvas.

Um grupo de accionistas reclama ter, em devido tempo, esperneado abundantemente no sentido de fazer notar às quadradas e reguladoras cabeças que o graveto se estava a esfumar. Naturalmente nada aconteceu.

Fica-se a saber que, entre outras pérolas da criatividade, havia um banco inteiro instalado ... num portátil. (Shhhhiiiuuuu: que os magalhónicos rebentos não saibam.) Tudo indica que o virtual banco funcionava com mais eficiência que o BPN .

Não é ainda claro que a instituição foi tomada pelos desempregados do Banco D. Branca ou se foi obra de Bush. O que parece certo é que o contribuinte, o mesmo exacto contribuinte que pagou e continuará a pagar a regulação, pagará ainda a desregulação em regulação.

Evidentemente que a regulação foi, no processo, tão vítima quanto o accionista e o depositante. A regulação é especialista em regular mas não em saber como se foge ao regulador: uma espécie de pau de cabeleira careca.

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Omeletes

Uma anedótica silhueta governamental veio informar a ingrata plebe de que os pútridos alunos que atiraram ovos à Ministra da Inducação eram de outra escola.

Fica-se necessariamente a saber que o acto caberia perfeitamente no enquadramento da legitimidade se tivesse sido levado a efeito pelos alunos da própria escola.

Fica-se ainda a saber que, em matéria de escolas e de omeletes, a concorrência é inadmissível.

Em orgias de angústia são esperados os desenvolvimentos da história: virá a corajosa ministra, a exercitar o supremo exercício do intercâmbio multiculturalista pela via da visitação às ovócitas escolas da concorrência?

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Assembleia Regional da Madeira

Um obscuro deputado à Assembleia Regional da Madeira resolveu tentar embrulhar as rastejantes figuras do status-quo numa bandeira nazi. A relevante colecção de minhocas respondeu à parvoíce pela ilegalidade a duas cavadelas: barricou o deputado fora da assembleia e suspendeu a própria assembleia.

Esteve mal o Presidente da República por não ter dissolvido de imediato a assembleia pelo óbvio motivo de ter sido posto em causa o regular funcionamento da instituição. Perdeu, o Presidente, uma excelente oportunidade para demonstrar porque é imbecil a ideia do PS em pretender obrigar o Presidente da República a consultar, em plenitude, a assembleia de minhocas, antes de as remeter ao calabouço das toupeiras.

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