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domingo, 10 de março de 2013

Elogios da loucura




(imagem obtida aqui)


Um novo texto, a não perder, de Alberto Gonçalves, no DN:


O que falta dizer sobre Hugo Chávez que ainda não tenha sido dito? Quase tudo. Embora as convenções aconselhem a não insultar um morto recente, o bom senso dispensaria a veneração respeitosa que por aí vai, mais adequada a um santo do que a uma personagem pouco recomendável.

Imagine-se um insignificante militar transformado em agitador, que jovialmente mistura a leitura de três citações de Marx com a incarnação de Simon Bolívar, por acaso um ódio particular daquele. Imagine-se que o agitador promove sucessivas conspirações "anticapitalistas" até tentar, e falhar, um golpe de Estado. Imagine-se que, após breve passagem pela cadeia, regressa à agitação e, mediante um talento inato para o populismo, alcança finalmente o poder pela via democrática, que se apressa a demolir de modo a perpetuar o seu reinado. Imagine-se que não falamos de Berlim em 1933, mas de Caracas em 1998: eis Chávez, cujas semelhanças com o velho führer terminam aí.

Privado da força necessária, Chávez não invadiu os seus inimigos, limitando-se a atirar-lhes adjectivos e fúria analfabeta. No resto, só moderadamente difamou e perseguiu a comunidade judaica, só se aliou a líderes psicopatas para efeitos simbólicos e só causou estragos em terceiros no que toca à paciência. Se descontarmos certa influência nas repúblicas das bananas vizinhas, a acção devastadora de Chávez circunscreveu--se à Venezuela, que sob o carismático da praxe viu suprimida a liberdade de expressão, incrementada a violência (oficial e civil), saqueada a propriedade privada, potenciada a corrupção e reduzida a economia à estrita dependência do petróleo, o qual, mal por mal, impediu a bancarrota absoluta. Os simpatizantes de ditaduras aplaudem as "políticas sociais", leia-se as migalhas com que a nomenclatura do regime, crescentemente multimilionária, comprou os votos dos miseráveis. Em determinadas franjas do Ocidente do século XXI, o estereótipo do "pai da pátria" continua a suscitar ternura.

Sem surpresas, em Portugal o falecimento de Chávez não ajudou a lembrar estas trivialidades. A generalidade dos media, vergada ao alegado fascínio do "comandante", tratou a coisa com desmesurada pompa e inusitado detalhe, decidindo esclarecer-nos pela enésima vez que um tirano, logo que prospere à custa da invocação dos oprimidos, é um "revolucionário". Quanto à classe política indígena, que ao dito alto nível já celebrara Chávez em vida (ver, por favor, a comenda atribuída por Jorge Sampaio, as vénias de Mário Soares e a admiração aparentemente sincera de José Sócrates), resolveu cobrir o ditador de elogios fúnebres, menos grotescos à direita (o "amigo de Portugal", de acordo com Paulo Portas) do que à esquerda (o combatente do "liberalismo e do capitalismo selvagem", de acordo com Alberto João Jardim).

Em qualquer dos casos, as opiniões são irrelevantes: a obra de Chávez revela-se no seu legado, desde os herdeiros políticos que recuperam a hilariante tese do cancro infligido (pelos EUA, claro) ao típico encobrimento da doença (há um par de semanas, a Embaixada da Venezuela acusou-me de exagerar a respectiva gravidade), desde o cortejo de luminárias presentes no funeral (Ahmadinejad, o segundo Castro e o sr. Lukashenko da Bielorrússia tiveram dieito a lugares de primeira fila; Kadhafi não durou o suficiente) até ao embalsamento do cadáver (à semelhança, garantiu o sucessor Nicolás Maduro, "de Ho Chi Min, Lenine e Mao Tsé-tung"). Por enquanto, a loucura folclórica do "chavismo" sobrevive ao seu mentor.


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Chavez-o-matemático

Chavez balbucia sobre as probabilidades de ser o sulfuroso império o culpado de vários presidentes da América do Sul terem cancro.

Curioso que não se tenha debruçado sobre a hiperbólica origem da 'razão' pela qual vários países do mesmo continente estarem doentes com esquerdilhice indignácara aguda.

domingo, 1 de agosto de 2010

Está escrito nos astros.

À medida que o "projecto" socialista de Chavez adorado e bajulado pela esquerdalha lusa se vai desintegrando em fome e miséria, aumenta a necessidade de se encontrar um culpado para o desaire. Uribe vem mesmo a calhar e Chavez trata de desempoeirar as armas.

Oxalá passe um cometa com rota para a Coreia do Norte e que dê uma boleia a Chavez. Na pátria 'do' kamarada kim Il Sung o esquerdalho Chavez poderá gozar as delícias do socialismo já bem sedimentado.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Da arrasadora palermice

El antiamericano gobierno de Venezuela, en su habitual paranoia contra el imperio yanqui, asegura que el seísmo de Haití es el "claro resultado de una prueba de la Marina estadounidense", y subraya que "un terremoto experimental de EE.UU. devastó el país caribeño".

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Fundamentos da democracia

Por vezes há que voltar ao fio de prumo.
As conversas são como as cervejas, as ideias enrolam-se e às tantas as palavras já não significam aquilo que significavam.
Se acha esta introdução sofisticada, tem toda a razão, quer a ache boa, quer lhe pareça uma razoável merda, porque a palavra "sofisticado", é uma daquelas que tem hoje um significado exactamente oposto ao seu significado original.

Adiante!
Há dias assisti a uma conferência do Dr João Carlos Espada, sobre os Fundamentos da Democracia.
O Dr Carlos Espada usa a velha tecnologia de escrever no quadro e vê-lo ali, de pequena estatura, fato, lacinho e modos suaves, a tropeçar nos fios, capta a atenção e faz esboçar alguns sorrisos.
Depois ele começa a falar e a sua estatura aumenta e ocupa toda a sala. E o que diz , escreve e apaga, torna-se tão simples e claro que nos perguntamos porque é que nunca pensámos nas coisas daquela maneira.

Ah, sobre a democracia.
O Dr JCE falou essencialmente de Popper, Hayek ,Oakeshott e Leo Strauss.

A coisa é simples:

Há 3 formas de exercício do poder:
Monarquia, em que governa um
Aristocracia, em que governam alguns
Democracia, em que governam todos

Estas formas são como cores básicas....podem combinar-se em muitos cambiantes. E todas elas admitem variantes perversas:
A monarquia tem como variante degenerada, o despotismo,, a ditadura de um
A aristocracia, o governo dos melhores, degenera na oligarquia
A democracia tem como perversão, o "rule of the mob", no limite a anarquia.

Popper (A sociedade aberta e os seus inimigos) formula sobre estes conceitos um paradoxo notável:
Estas formas podem ser auto-destrutivas em si mesmas. Por exemplo, se se considerar que a melhor forma de governo é a monarquia, então o monarca pode decidir delegar poder em alguns ou em todos, isto é, a melhor forma de governo, no exercício da sua virtude, introduz formas de governo que são , nesta hipótese, "piores"

Claro que Popper considera que a melhor forma é a democracia, mas uma democracia que não seja transformável, na aplicação, noutras formas de governo.
Tem de haver limites e é aqui que ele diverge radicalmente de Rousseau, que pensava que a maioria do povo tem toda a legitimidade para decidir o que entender.
Os limites de Popper são , simplificando, a possibilidade de "despedir os maus", ou seja, as eleições, os direitos individuais, como esfera inviolável que nem a vontade de uma maioria democratica pode tomar de assalto, os "checks and balances" e, enfim, o "rule of law".
É a democracia constitucional, aquela que ainda vamos tendo, aquela que Louçãs, Chavez, Jerónimos e afins, consideram "burguesa", super estruturas que o capitalismo usa para sobreviver.

O que se está a observar na América Latina, a "chavização", é expurgado o fumo da retórica, uma rejeição da democracia constitucional, usando a máscara de Rousseau.
Introduz-se a paródia da chamada "democracia popular" que, obviamente, vai terminar, segundo o Paradoxo de Popper, em oligarquias, anarquias ou ditaduras.

Para acabar, onde é que entra aqui Hayek?
Hayek explicou ( e ganhou um Nobel por isso) que as sociedades onde o governo não controla tudo, a informação que circula entre os agentes é muito mais volumosa e rica do que a que é possível num sistema centralizado, onde os canais são verticais e de sentido único.
Por isso as sociedades centralizadas podem ser mais eficazes na realização de um objectivo concreto e limitado mas, a médio e longo prazo, falham no resto.
Por exemplo, a URSS propôs-se ultrapassar o Ocidente na produção de aço, e conseguiu-o, mobilizando os esforços da sociedade.
Mas quando o conseguiu, já o Ocidente tinha passado a usar plásticos em muitas aplicações, e o aço que produzia era melhor e mais barato.

Ou como aquela história verídica do responsável pelo abastecimento do pão a Moscovo ter, numa visita a Londres, ficado maravilhado com o facto de não só não haver faltas de pão, como ser possível escolher e comprar infinitas variedades de pão a qualquer hora do dia.
Quis contactar o seu homólogo londrino e abanou a cabeça, aturdido, quando lhe explicaram que ninguém era responsável, que não havia homólogo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Operação Bostada

Zelaya, o cowboy bolivariano das Honduras, introduziu-se na Embaixada brasileira em Tegucigalpa e de lá apelou à "resistência", com a espantosa conivência e concordância do Brasil que, pela mão de Lula e do seu inefável Ministro dos Negócios Estrangeiros, Celso Amorim, tem vindo nos últimos tempos a mostrar a verdadeira cara da ideologia que os move. ( A título de exemplo, basta lembrar que o Brasil foi um dos apoiantes do candidato egípcio derrotado, à Presidência da Unesco, apesar de saber das ideias repressivas e antisemitas do senhor).

O plano, gizado nas tertúlias bolivarianas onde se cozinha o "socialismo do séc XXI", era obviamente de inspiração chavista. Chavez, cérebro de um falhado golpe militar no seu próprio país, parece ter-se na conta de um estratego inigualável e o seu racional para esta "Operação ", que ele próprio afirma ter planeado, é simples:

Zelaya seria transportado para a Embaixada do Brasil, e de lá apelaria à "resistência". O povo acorreria em massa, haveria gigantescas manifestações populares de apoio ao herói e as autoridades hondurenhas apenas tinham duas alternativas: claudicar ou reprimir o povo.

Se claudicassem, o objectivo estava atingido. Se usassem a força, haveria tiros, mortos, mártires da revolução e a coisa ficaria imparável, com indignações na ONU, e apelos à "justa luta". Para que isto funcionasse bem, eram precisos vários cadáveres, que iriam demonstrar que o regime é repressivo e se luta pela liberdade e patati patatá.

Zelaya disse-o a partir da embaixada do molusco: Vitória ou Morte...vitória para ele, morte para os outros, claro.

Tudo isto era coisa para 3 ou 4 dias, no máximo. A partir daí, a "Revolução" seria imparável.

Lula deve ter achado genial o plano chavista e largou a abanar o rabo atrás de Chavez, pondo em causa o prestígio do Brasil, pela prevaricação assumida e flagrante de várias normas intermacionais sobre o estatuto diplomático das embaixadas e sobre a interferência descarada nos assuntos internos de outro país.

As autoridades brasileiras apressaram-se aliás a dizer que Zelaya não estava na embaixada como candidato ao asilo político, o que os obrigaria a transferi-lo para o Brasil.

Pelos vistos o povo não reagiu como Chavez, Lula e a pandilha bolivariana acreditaram. Na verdade Zelaya não tem muitos apoiantes nas Honduras e a maioria da população não o quer ver nem pintado.

Acudiram alguns tontinhos, mas a polícia não teve qualquer dificuldade em controlá-los e neste momento a embaixada do Calamar de Brasília, está completamente cercada e controlada.

E agora?

Agora, se não acontecer nos próximos dias o tal levantamento sonhado pelos bolivarianos, a brilhante operação bolivariana terá como resultado uma monumental barracada.

Zelaya está encurralado, e só pode sair de duas maneiras: ou como refugiado directamente para o Brasil, o que desfaz as farroncas do molusco de Brasília, ou como prisioneiro.

No entretanto as coisas vão azedando no interior da Embaixada. Estão lá dezenas de pessoas, a água e a electricidade é cortada de vez em quando e esta coisa das revoluções heróicas dificilmente resiste muito tempo aos odores a axila, às cagadeiras entupidas, à comida racionada, à falta de privacidade, ao tédio, etc.

Enfim, mais uma bostada bolivariana!


quarta-feira, 29 de julho de 2009

Agarrem-me!

Chavez amuou e desatou mais uma vez ao peido e coice.
Parece que os colombianos descobriram uns LGF ( lança-granadas foguete) suecos num paiol capturado às FARC (sim, aqueles cromos que costumam animar a Festa do Avante).
Perguntaram aos suecos como é que um país como a Suécia, que tem uma política muito restritiva de venda de armas, chegou ao ponto de vender armas a um grupo de narcoterroristas.
Os suecos ficaram de boca aberta e pediram os números das armas.
Conferiram e informaram a Colômbia de que essas armas tinham sido vendidas ao Exército venezuelano.

A Colômbia pediu explicações a Caracas e o caudilho bolivariano embezerrou.
Em vez de tentar explicar o comprometedor evento, desatou aos berros diplomáticos, ameaçando o país vizinho de que não tinha nada que fazer acusações e que ia, não só congelar as relações, como nacionalizar empresas colombianas, fechar um gasoduto e proibir importações.

Mas estas armas vieram daí-podiam balbuciar os colombianos.
E então? Vocês têm alguma coisa que falar disso?
Bem, é que elas têm sido utilizadas contra nós, é chato-continuariam os colombianos.
Porra, vamos lá calar-diria Chavez. Se não fecham essa matraca eu irrito-me. Agarrem-me!

P.S. este bufão não é o grande amigo do Sócrates e do Mário Soares?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Honduras-Guerra Civil

A partir da Nicarágua, paraíso da corrupção, onde Daniel Ortega se prepara para alterar também a Constituição de modo a perpetuar-se no cargo, Zelaya acaba de apelar à guerra civil nas Honduras e garante que volta nos próximos dias.

O plano é de Chavez, ou melhor, do comunista (e ex-fascista) espanhol Viciano Pastor. Até agora a tomada de poder tem-se feito por subversão interna da democracia. Chavez, que comandou o golpe militar mais sangrento dos últimos 20 anos na América Latina (mais de 70 mortos), aprendeu com o fracasso e percebeu que havia outras maneiras mais palatáveis de alcançar o poder absoluto, parodiando e aproveitando a fraqueza das instituições democráticas daquela região.

Rafael Correia, que ganhou eleições com dinheiros do narcotráfico comunista (FARC), Evo Morales, que continua a aumentar a produção de coca, Daniel Ortega, Lugo (Paraguai) e os Kirchnener (Argentina), estão todos, à sua maneira, a seguir o guião.

Nas Honduras Zelaya tentou o mesmo, mas não teve habilidade suficiente, pese embora o massivo apoio logístico e financeiro de Chavez.

O plano falhou e é evidente a fúria de Chavez, que leva à tentação de passar à acção física.

Tudo deverá começar com algumas acções de violência, com mortos do lado de Zelaya. Nos últimos dias foram capturados mais de 100 venezuelanos e nicaraguenses, e não é dificil deduzir, não só o que andavam a fazer, mas também que se trata apenas de uma pequena parte dos activistas infiltrados a partir da Nicarágua.

Tem de haver mortos entre os apoiantes de Zelaya e os activistas se encarregarão de que isso aconteça, nem que tenham de ser eles mesmos a executar a acção. Está nos manuais que tem de haver "mártires", para pegar fogo ao rastilho.

O apoio "bolivariano" fluirá em força.

As Honduras estão sózinhas contra o chavismo, agarradas à sua Constituição e à democracia, Não contarão com a Europa, refém da sua própria fraqueza e covardia face aos doidos deste mundo.

E também não contarão com os EUA, onde um inacreditável Presidente, não pára de mostrar a verdadeira face, colocando-se cada vez mais ostensivamente ao lado daqueles que são, no mundo de hoje, os inimigos da democracia e da civilização ocidental. Talvez por isso mesmo, as suas taxas de aprovação são já mais baixas do que as de Bush no mesmo período, do 2º mandato.

Obama alinhou-se com Chavez contra um aliado dos EUA, tal como está a fazer no Médio Oriente, cortejando os países muçulmanos, e bravejando contra Israel, o mais fiável aliado americano.

É verdade que começam a ser nítidas as fissuras com Clinton e com largos sectores do próprio Partido Democrata, mas os EUA têm 3 anos pela frente com este homem perigoso à cabeça. Teme-se que os EUA ajoelhem ainda mais do que no tempo do desastroso consulado de Dhimmy Carter.

Há até um politólogo russo que prevê para breve o desmenbramento dos EUA.

Chavez está confiante na doença ideológica do Presidente americano e, quando no seu próprio país tudo está a dar para o torto, uma aventura internacionalista é o melhor que lhe pode acontecer, ainda mais contra um país pobre e completamente isolado em termos diplomáticos.

A guerra civil é por isso desejada por Zelaya e os seus mentores bolivarianos.

O palco está montado, com a benção de Obama, o apoio activista de iranianos e e chavistas, e a cumplicidade complacente e cega da Comissão Europeia.


sábado, 4 de julho de 2009

Honduras: el golpe de Zelaya.

Sobre as Honduras, artigo de Alvaro Vargas Llosa, escrito no Washington Post e republicado no ABC ( Espanha).

Cuando un grupo de soldados irrumpe en una casa presidencial, se lleva al presidente y lo pone en un vuelo hacia el exilio, como sucedió en Honduras el domingo pasado, está claro que se ha dado un «golpe». Pero, a diferencia de la mayoría de los golpes en la tortuosa historia de América Latina, el depuesto presidente de Honduras, Manuel Zelaya, carga con la mayor responsabilidad por su derrocamiento.
Miembro de la rancia oligarquía a la que ahora condena, Zelaya llegó al cargo en 2006 como líder de uno de los dos partidos de centro-derecha que han dominado la política hondureña durante décadas. Sus propuestas electorales, su apoyo al Tratado de Libre Comercio entre Centroamérica y los Estados Unidos, y sus alianzas empresariales no hacían sospechar que a mitad de su mandato se convertiría en un travesti político.
De pronto, en 2007 se declaró socialista y comenzó a entablar lazos cercanos con Venezuela. En diciembre de ese año, incorporó a Honduras a Petrocaribe, un mecanismo pergeñado por Hugo Chávez para derrochar subsidios petroleros sobre los países latinoamericanos y caribeños a cambio de su servilismo político. Luego su gobierno se unió al ALBA, la respuesta de Venezuela al Área de Libre Comercio de las Américas, en teoría una alianza comercial pero en la práctica una conspiración política que procura expandir la dictadura populista al resto de América Latina.
El año pasado, siguiendo el guión escrito por Chávez en Venezuela y adoptado por Evo Morales en Bolivia y Rafael Correa en Ecuador, Zelaya anunció que celebraría un referendo para convocar a una asamblea constituyente a fin de modificar la Constitución que prohíbe su reelección. En los meses siguientes, todos los organismos jurisdiccionales -el Tribunal Supremo Electoral, la Corte Suprema, la Fiscalía, el «ombudsman» de los derechos humanos- declararon que el referendo era inconstitucional. Según los artículos 5, 373 y 374 de la Constitución, los límites al mandato presidencial no pueden ser modificados bajo ninguna circunstancia, solamente el Congreso puede hacer enmiendas a la Constitución y las instituciones políticas no están sujetas a consulta popular. Desafiando las disposiciones judiciales, Zelaya persistió. Rodeado de una turba, irrumpió en las instalaciones militares donde se conservaban las papeletas, ordenó su distribución. Zelaya se había puesto al margen de la ley, y el Congreso inició un juicio político para destituirlo.
Este es el contexto en el que las Fuerzas Armadas, en una movida poco atinada que convirtió en golpe de Estado un mecanismo perfectamente legal para frenar a Zelaya, expulsaron al presidente. El hecho de que el procedimiento constitucional fuera luego cumplido al designar el Congreso al jefe del Poder Legislativo, Roberto Micheletti, como presidente interino, y que se confirmaran los comicios fijados para noviembre, no quita la mancha de ilegitimidad que afecta al nuevo gobierno. Este factor ha desarmado a los críticos de Zelaya en la comunidad internacional frente a la bien coordinada campaña que orquesta Chávez para reinstaurarlo en el cargo.
Dicho esto, la respuesta internacional, que intenta reponer a Zelaya sin mencionar en absoluto sus actos ilegales ni ponerle la condición de respetar la Constitución, ha sido sumamente inadecuada. La Organización de Estados Americanos, conducida por José Miguel Insulza, de quien me precio de ser amigo, ha actuado como un verdadero perro faldero de Venezuela.
La crisis de Honduras debería atraer la atención del mundo hacia esta verdad respecto de la América Latina actual: que la amenaza más grave a la libertad proviene de populistas electos que procuran destruir las instituciones del estado de derecho a partir de sus caprichos megalómanos. Dado ese escenario, la respuesta a la crisis de Honduras ha minado la posición de quienes tratan de impedir que el populismo retrotraiga a la región a épocas infaustas, en las que había que escoger entre revoluciones izquierdistas o dictaduras militares.
© 2009, The Washington Post Writers Group"


quarta-feira, 1 de julho de 2009

Obama, Honduras, Irão e os inimigos da liberdade

Depois de muito instado, (sabe-se até que Hillary Clinton manifestou descontentamento pelo silêncio), Obama parece ter percebido que teria de dizer qualquer coisa sobre a farsa das eleições no Irão, e veio finalmente a público manifestar compreensão pelos manifestantes que buscam “justiça”.
Liberdade, pediram os manifestantes.
Justiça, ouviu Obama, e esta deficiência auditiva é um autêntico tratado sobre a ideologia que delineia a cosmovisão do Escolhido.
Mas, prestado tributo às conveniências, não perdeu tempo a mandar os seus assessores dizer aos media que o que se passa no Irão não terá influência nas suas políticas.
Como Susan Rice disse, “A legitimidade das eleições depende dos olhos de quem as vê. Mas isso não é factor que influencie a nossa relação com o Irão”.


Fica portanto claro que o facto de o regime ser ou não legítimo, importa um corno ao Escolhido, que não se desviará um milímetro da sua missão sagrada de apaziguar os mullahs, por muito que os factos o interpelem. As ideologias são assim…não há factos que as ponham em causa. Nem sequer o facto de o "Supremo Líder" ter vindo a público novamente com a habitual cornucópia de hate speech contra o Grande Satã e os infiéis.
Há 30 anos, Dhimmi Carter sabujou-se aos mullahs , colocando-se ao lado deles contra um aliado, prejudicando os interesses americanos e produzindo o pesadelo que ainda hoje ensombra a região.
Obama segue-lhe as pisadas.
O curioso é que o faz em nome do “realismo”. E é esse pretenso “realismo” que o leva a ignorar a realidade e a recusar que ela seja levada em conta nas opções. E o Escolhido está tão convencido que apaziguar Amadinejad e Khamenei é a escolha certa, que jamais deixará a realidade meter-se de permeio.
Um claro sintoma de dissonância cognitiva, fenómeno psicológico que levou à derrota de Napoleão em Waterloo, ao recusar a informação de que vinham aí os prussianos, porque ela mexia com o seu plano.

O que está já a tornar-se evidente é que a necessidade de apaziguar os inimigos declarados da América, parece ser mais importante que manter os aliados e far-se-á mesmo à custa destes. Exactamente o que aconteceu com Dhimmi Carter, com os resultados que se conhecem.
Aconteceu com Israel e está a acontecer com as Honduras. O que se passou nas Honduras foi, no fim de contas, a deposição constitucional de um Presidente que estava a agir declaradamente contra a Constituição do país, aconselhado pelo Richelieu comunista que assessorou Chavez, Evo, Ortega e Correa.

Passou-se ali o que se passaria em Portugal ou noutro qualquer Estado de Direito, caso o Presidente se estivesse nas tintas para a Constituição, para os Tribunais e para o Parlamento.
O que fez, sem demora, o Escolhido? Colocou-se ao lado de mais um títere de Chavez, contra as forças democráticas que se levantaram contra ele. E desta vez não tergiversou, nem precisou de ser instado, como no caso do Irão.

A democracia deixou de interessar a esta Administração “Carter 2”. Na verdade a palavra “democracia” já há meses que não faz parte do léxico americano no que toca às relações com a América Latina. Em vez de “democracia” e “liberdade”, Obama derrama-se em conversa poética sobre “justiça social”.
Toda uma ideologia contrária à liberdade, como escreveu Isaiah Berlin em Freedom and its Betrayal: Six Enemies of Human Liberty.

O resultado?
A Coreia do Norte está cada vez mais desafiante, o Irão redobra a retórica agressiva e acelera a corrida ao nuclear, o genocídio no Sudão continua no caminho do sucesso, e até Chavez já faz ameaças de invasão militar.

Está a tornar-se cada vez mais claro que o que faz andar Obama é a ideologia do “Blame America First”, o que não é de estranhar, dado o ambiente ideológico que o alimentou durante anos. Só assim pode acreditar que é do interesse americano apaziguar os ditadores de esquerda radical que estão a afundar a América Latina,
Dhimmi Carter também agiu assim e no princípio estava muito bem visto.
Mas não há ideologia que consiga, por muito tempo, enganar muita gente, e é por isso que Dhimmi Carter é considerado o pior presidente da História americana e deu no tonto senil que agora passeia pelo mundo a imagem do seu próprio ridículo.
Mas está, pela primeira vez, a enfrentar dura concorrência.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Honduras

Nas Honduras triunfou o contra-golpe.
O que estava a acontecer era um golpe montado pelo Presidente Zelaya, no sentido de alterar a Constituição e se eternizar no poder.
Recusou o veredicto do Supremo-Tribunal, invadiu um Quartel e tentou avançar com a sua agenda "bolivariana".

Tem agora os amigos "bolivarianos" a apoiá-lo.

Muita gente já se deu conta da semelhança de processos na Venezuela, na Bolívia, no Equador, nas Honduras, etc.
Tudo passa por progressivas alterações constitucionais, eternização no poder, nacionalizações, etc.

Não é por acaso.
A eminência parda destes movimentos é o jurista espanhol Roberto Viciano Pastor,
membro do Partido Comunista Espanhol.

Os gatos escondem-se, mas o rabo está sempre de fora

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O erro de Hegel


Posto de lado o que se deveu à fraude, é, todavia, garantido que umas dezenas percentuais de votantes venezuelanos fizeram aos filhos aquilo que não perdoariam que os seus pais lhes tivessem feito, ao permitirem ou apoiarem um carácter vitalício para cargos públicos e governativos. Na prática, sancionaram, de um modo ou de outro, a prisão, o exílio, forçado ou voluntário, e a morte dos seus descendentes face aos abusos ou a qualquer futuro entendimento do mundo que não caiba na visão ou nos interesses de alguns.
E fizeram-no a troco da garantia da sopa dos pobres ou por - como sempre, modestamente, mas com inquestionável honestidade - se considerarem pais da nova humanidade, que pela eternidade os considerará como pioneiros.
O que, mais uma vez, põe a nu o engano teórico em que Hegel e outros se enredaram: é que, como o demonstrou a votação, há povo e povo ordinário.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Chavez, o homem do leme

Se não é à primeira, é à segunda, e se não fosse à segunda seria à terceira, mas isso só se Chavez fosse mais burro do que parece.

Parece, mas não é. Hugo Chavez é inteligente, sabe o que quer e sobretudo sabe como o conseguir. Tem uma implacável mentalidade militar que determina um objectivo, estuda os meios e delineia o conceito de operação para alcançar o objectivo.

O objectivo de Chavez é imitar Fidel Castro e perpetuar-se no poder, mas sem cair na caricatura do típico General Alcazar sul-americano, e mantendo a aura de respeitabilidade de um herói épico, lutador pela felicidade dos povos, etc. E isso só se consegue à esquerda, como Fidel e Allende demonstraram.

Há pouco mais de um ano, Chavez tinha sido derrotado na primeira tentativa de alterar a Constituição. Um ano depois canta vitória.

A diferença entre a derrota e a vitória tem uma explicação simples que eu mesmo já tinha visto funcionar em Angola, numas eleições em que andei por lá: uma campanha propagandística demolidora, monopolista e milionária. Em Angola o dinheiro serviu, entre outras coisas (esta eu vi) para o MPLA oferecer um carro a todos os oficiais superiores. Chavez gastou dez mil milhões de dólares (um terço da receita fiscal anual portuguesa) na ocupação do espaço mediático e em clientelismos vários.

Dinheiro do estado, of course.

Havia pressa. A economia da Venezuela, embebida em petróleo, está a afundar-se. Não só o petróleo baixou de preço, como a produção tem diminuído sistematicamente nos últimos anos, como resultado das nacionalizações e da consequente degradação tecnológica e empresarial.

Sem dinheiro para populismos, Chavez sabe que a sua popularidade vai sofrer um sério rombo nos tempos que se avizinham, e que a miséria vai cair sobre o país. Tinha de fazer agora o referendo, porque daqui a uns meses, mesmo jogando (mais)  sujo,  teria grandes dificuldades para se manter legalmente agarrado à manjedoura.

Mas mesmo com todas estas vantagens, face a uma oposição silenciada, intimidada, e sem dinheiro para mandar cantar um cego, Chavez pouco passou dos 50% e isto é que é assombroso. 

Que se segue?

Segue-se o “socialismo do séc. XXI”, a consolidação do poder e, enquanto houver dinheiro, o apoio ao orgasmo “revolucionário” que varre a América Latina, pilar essencial da sua “legitimidade”.

Cuba é um bom modelo. País miserável, que quando Fidel Castro tomou o poder tinha o 2º PIB da América Central e hoje só está à frente do devastado Haiti, em Cuba a população parece tristemente acomodada à miséria, como os presos sem esperança, e os Castros reinam há mais de meio século, apoiados numa férrea organização do aparelho de estado, o que mostra que o poder pode sobreviver às piores asneiras, como de resto já se tinha visto no Zimbabwe, na Coreia do Norte, etc.

A pedido de Chavez vai ser já instalada em Caracas, sob a supervisão do cubano German Sanchez Otero, uma escola de quadros marxistas.

A Venezuela aparelha-se para  navegar no “mar de felicidade”, como Chavez chamou à miséria cubana, e o Tenente-Coronel trata de garantir que nenhuma tempestade o irá arredar do leme.

Daqui a uns anos as peregrinações babosas de esquerda europeia desviar-se-ão de Havana para Caracas.

É pena para os venezuelanos, mas há um lado bom. A Venezuela será mais uma óptima vacina contra o socialismo, pese embora o facto de um belo dia deixar de ser o “verdadeiro socialismo”, para passar a ser um “desvio monstruoso”. 

Por culpa do capitalismo, do Império, do neoliberalismo, do bloqueio, enfim, do belzebu que  na altura estiver a dar.

Nada de novo debaixo do Sol….Orwell explicou tudo na Quinta do Porco Napoleão.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Mais cego...


Chávez demonstrou que tem tanto respeito pela democracia quanto tem por Bush e pelo "império norte-americano". Em nome da luta contra o grande Satã ou qualquer moinho de vento, vale manipular o povo, os media, as instituições. Haverá referendos pela sua eternização até que o resultado lhe seja favorável ou até que ele altere a Constituição para prescindir dessa chatice.
Por cá, não falta quem sublinhe as virutdes deste escroque. Em nome do socialismo e do anti-americanismo, tudo parece ser relativizável.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

UMA OU DUAS COISAS QUE EU SEI DELE

«Hoje a situação mudou e mudou bastante. Que nos falta fazer? Sim. Falta-nos fazer muito. Agora começa o terceiro período 2009-2019 e depois 2019 - 2029, 2029-2039, 2039-2049», disse o presidente venezuelano, que hoje completa 10 anos desde que assumiu oficialmente a presidência da República. - Dos jornais

Chavez, o homem que disse que governantes da Espanha e da Itália eram fascistas.
Que o Irão era um país humanista.
Que a Coreia do Norte não era uma ditadura.
Que usou a imagem fotográfica do primeiro-ministro português na sua campanha eleitoral.
E a quem este disse, no decorrer da recepção de Estado que lhe fez: "Mi casa es tu casa!".
A quem o rei de Espanha teve de alertar, após contínuos dichotes e interrupções acintosas e àpartes mais próprios de um miúdo mal-educado:"Porqué no te callas?".
Que usa a força do petróleo, que não é dele mas da Venezuela, para constranger os vizinhos, apostado em criar uma zona de influencia "bolivariana"...
Finalmente, com sinceridade mas sem pudor, manifesta a sua vontade de se eternizar no Poder.
Também se preparará para incrementar lá profundas tecnologias?
À custa dos Magalhães?
Será que conseguirá ir longe? Hum...