Comentário na mouche de J. S, no ProfBlog:
A Demagogia, ausência da verdade e hipocrisia no sistema de ensino.
Ontem à noite assisti a mais uma daquelas reportagens hipócritas, sensacionalista, tendenciosa e de uma pobreza Franciscana no que ao conhecimento, investigação e análise cultural, cientifica e correta diz respeito.
Da autoria de uma jornalista da velha guarda que faz do arremesso, sensacionalismo e ofensa, profissão de fé para a afirmação e sobrevivência no difícil meio profissional a reportagem assentava que nem uma luva no primeiro capítulo da contra reforma a uma das poucas ideias onde a proposta de reforma do estado de Paulo Portas tem pernas para andar.
Aqui há perto de um ano, a mesma jornalista numa reportagem sobre o mesmo tema ofendeu, alarmou e acusou um grupo privado de ensino de uma série de irregularidades cujo apuramento da verdade nem um ratinho fez parir.
Após a reportagem de ontem uma série de comentários nas redes sociais apresentavam indignação pelo panorama que supostamente, como dizia a mesma, permitia o esbanjar de dinheiros públicos, privatizava a escola pública e só permitiria o acesso aos privilegiados. Claro que a maioria eram professores da escola de propriedade do estado.
Assusta-me a facilidade com que os que têm acesso aos órgãos de informação tratam os ouvintes e telespectadores. Armados em educadores da classe operária, condição da qual nunca se libertaram, opinam sobre o que os portugueses pensam, tentam condicionar e conduzir o pensamento como se fosse seu e único, tratando como estúpidos e ignorantes os ouvintes. Nem sequer se lembram que se dirigem, como eles próprios dizem, à geração mais bem formada de sempre da população portuguesa.
Vamos aos factos, para não me perder e deixando para mais tarde uma análise profunda ao assunto.
Perguntas que a reportagem não respondeu:
1- Porque é que é desperdício dos nossos impostos quando a escola paga é privada e não é desperdício de dinheiros públicos quando a escola que tende a ficar às moscas é de propriedade estatal?
2- Porque é que a escola privada com contrato de associação, por isso grátis tal como a pública, é prioritariamente escolhida pelos pais, tendo assim mais “clientes”?
3- Será que os pais, como dão a entender os tais educadores, não querem o melhor para os seus filhos e perante as imensas virtudes de uma escola pública vão escolher a privada ali ao lado cheia de defeitos.
4- Porque é que, estando a oferta em excesso, se deverá encerrar a privada que a maioria dos pais escolhe e manter a pública?
5- Porque é que não se responde porque é o desemprego dos professores do privado a encerrar é aceitável e o desemprego dos professores da escola pública é um crime? Será pela competência? Já provaram isso? Será porque a seleção dos professores no público é mais exigente que no privado?
6- Finalmente respondam por favor a esta simples pergunta: em média os ditos impostos que criam a tal despesa pública são mais racionalmente gastos numa situação ou noutra? Isto é quanto custa o ensino anual por aluno na escola pública e na privada com contrato de associação? Mas por favor metam lá tudo neste cálculo incluindo evidentemente as instalações, a manutenção das mesmas e despesas de organização. Não são só os professores.
Continuarei a abordagem. Mas por favor preparem já uma reportagem que respondam a estas simples perguntas.
Jorge Santos
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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