Mais dois ataques com facas, um em Londres outro em Haia, vieram-nos lembrar que o terrorismo vive silenciosamente no meio de nós e somos alvos muito fáceis ao contrário do que nos querem fazer crer. Estes assassinos não precisam de armas compradas em lojas. Com facas e explosivos de fabrico artesanal matam e fazem-se explodir apenas por motivações ideológicas. E nós, nem com medidas de segurança sofisticadas estamos a salvo. Essa é a triste realidade.
Sou do tempo em que na Europa, quando se falava de terrorismo, ou era a ETA ou o IRA cujo o alvo eram membros dos governos ou juízes. Ataques com facas e homens suicidas no meio de multidões de civis só mesmo no médio oriente. Como é que importamos isto?
A resposta podemos encontrá-la num magnífico documentário – Borderless – da jornalista canadiana Lauren Southern. Infiltrada durante 4 meses, entrevistou traficantes, migrantes e responsáveis por estas passagens para a Europa. Um trabalho jornalístico de alto risco mas muito revelador do tráfico humano, um negócio milionário.
A crise das migrações deu-se em 2010 com a Primavera árabe e o fim dos ditadores que trouxe uma onda de deslocados para a Turquia, Líbano, e Jordânia com muitas incompatibilidades culturais pelo meio. Em Ayvalik na Turquia a jornalista falou com locais que revelaram que “esta rota abriu em 2013 para a Grécia e que desde então as mulheres da região já não podiam ir para os campos sozinhas; que por ali passam milhares de seres humanos por dia; que os traficantes agem como uma máfia e estão armados com AK47; a população vive com medo. O preço da passagem para Lesbos e outros destinos são 1000, 2000, 3000, 4000 dólares. Não são refugiados porque esses não têm meios económicos, nem são pobres nem crianças. E também não é trabalho humanitário”. Outra travessia deste “negócio” dá-se por Marrocos para Espanha. Os passaportes e documentação são propositadamente destruídos para que não sejam deportados.
Em Lesbos são colocados num campo para 3000 pessoas mas que já excedeu os 11000 “refugiados”. Nele há assassínios, violações, estupros. É um lugar perigoso onde matam enquanto dormem porque está cheio de grupos étnicos diferentes que não se toleram. Os migrantes não se sentem seguros e muitos dizem-se arrependidos.
Alguns denunciam à jornalista subornos pedidos por médicos gregos do Governo para conseguirem a legalização – “os Papeis” – que é um pedido médico atestando que aquela pessoa tem um problema grave de saúde e tem de ser transferida urgentemente para Atenas ficando assim automaticamente “legal”. Denunciam ainda que o ISIS está no meio deles disfarçados de refugiados. Dizem que há no campo 2000 ou mais de ISIS que fugiram do Iraque e Síria porque foram derrubados nos seus países e atacam com facas ateus, cristãos, judeus, jazidis e curdos no acampamento. Chegam a pedir câmaras de vigilância às autoridades para os protegerem mas ninguém se importa com isso.
Estes “refugiados” têm o suporte do Departamento Europeu do Conselho dos Direitos Humanos da ONU que vão aos campos fazer entrevistas para rastreios. De 2015 a 2016, dos 80% dos pedidos de asilo de sírios e 20% de outras nacionalidades, só 3% foram rejeitados.
A jornalista fez uma gravação de uma entrevista a uma CEO da ONG “Advocates Abroad” que faz assessoria aos migrantes – Ariel Riker – onde ela explica que os ensina a mentir aos guardas costeiros, como ajuda a criar um falso perfil fazendo-os passar por cristãos, encenando uma narrativa credível junto dos representantes da ACNUR. A gravação saiu nos média. Você ouviu alguma coisa? Houve consequências? Pois.
Os repórteres também se infiltraram nos barcos das ONG e entrevistaram um comandante que afirmou que apenas “salva vidas” e que não lavou a quantia de dinheiro de que era acusado. “No máximo 500 mil, muito menos que outras ONG´s” – disse seu advogado. Provou-se que o que alimenta este “humanitarismo” são os milhões que o sustentam. Milhões! Nada mais. Consequências? Zero. A “missão” prossegue.
Esta imigração ilegal financiada custa cerca de 200 biliões de euros por ano aos 27 países da UE. Não é sustentável. Toda a imigração que vai além das necessidades de cada país, provoca sérias dificuldades económicas e muita pobreza não só aos nativos como aos que chegam. Mas isso não parece preocupar ninguém. Muito menos UE e ONU. Esquisito.
A jornalista quis saber o que era feito daqueles que se aventuraram a sair dos seus países e se tinha valido a pena. Em Paris um migrante do Mali, a viver debaixo de uma ponte, conta que foi um erro. Que esperava ser legalizado, trabalhar e mandar dinheiro para a família. Sente-se traído.
Foi saber de outros que entretanto conseguiram asilo na Irlanda. Uma refugiada política do Zimbabué por oposição a Mugabe, outra da África do Sul por perseguição à sua integridade física por suspeita de ser lésbica, explicam que são gratas ao povo que as recebeu e compreendem a animosidade dos irlandeses que não os vêem com agrado porque têm receios, compreensíveis, pelo seu futuro.
Na verdade a Irlanda nem nos piores momentos económicos do país teve sem abrigos a viver na rua mas agora o cenário é devastador. Os escassos recursos estão a sair para estrangeiros. Deixar entrar o 3º mundo, sem quotas, para colocar os nativos em dificuldades, por dinheiro, é desumano e dão uma visão negativa da imigração. Não se pode ter fronteiras escancaradas quando não se tem condições para cuidar do próprio povo que trabalhou e descontou para ter uma vida digna. Mostrar insatisfação pela situação é considerado “racismo e fascismo”, a arma de silenciamento preferida dos que vivem à custa desta exploração da miséria sem nenhuma preocupação com o destino que estes têm depois de entrarem na Europa.
Não são todos invasores, assassinos, nem tão pouco são todos fugitivos de guerra. São pessoas, a maioria migrantes económicos que venderam tudo o que tinham para pagar uma travessia onde lhes prometeram acesso fácil ao “paraíso social”. Estas pessoas compraram uma mentira por muitos milhares de dólares. Um crime ironicamente “abençoado” pela UE e ONU. Porquê?
Veja aqui o documentário completo: