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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Resposta a um comentário





... feito a este post do Rio d'Oiro:


Cara Carolina Valadares:

Já anteriormente referi o que se segue, mas, "para que a memória não esqueça", volto a dizê-lo com maior ou menor desgosto.

Nos finais dos anos 70, conheci não apenas o promotor do primeiro movimento ecologista português, o jornalista Afonso Cautela, ao tempo n'A Capital, como aqueles que a ele se haviam juntado. Era, na altura, um grupo ainda relativamente restrito, o que significa que se nem todos se conheciam tinham, pelo menos, conhecimento da existência uns dos outros.

O Afonso Cautela não podia ouvir falar no PCP sem se assanhar e, como ele, os restantes. Se ler o que, à época, se dizia no Avante, nos comunicados do Comité Central e nos discursos oficiais do partido, verificará que os movimentos ecológicos eram apresentados como formas inventadas pelo imperialismo de alienar a juventude da luta revolucionária. O movimento ecologista português – do qual, aliás, nunca fiz parte – era, sempre que possível, boicotado nas suas iniciativas e denegrido quanto às suas verdadeiras intenções.

E eis que, de repente, o PCP se cala por uns poucos meses nos seus ataques aos movimentos ecológicos. E eis que, não mais que de repente, em 1982, surge o actual “partido Verde”, legalizado pelas 5000 (!!!) assinaturas reconhecidas da praxe, tendo à frente gente que ninguém, nos meios ecologistas, conhecia ou de quem sequer tinha ouvido falar… e desde logo, na sua “justa luta” pelo planeta, para sempre aliado eleitoral dos comunistas.

A partir daqui… não é preciso fazer um desenho, pois não?


O único proveito que retiro desta história da vida real, cara Carolina, é o de me aperceber, quando ouço o megafone vertebrado parlamentar dos Coiso estrondear a vigarice e o roubo alheios, até que ponto pode ir a natureza humana no plano da dissimulação, da hipocrisia e da desfaçatez, bem como da extorsão legal, a elas associada, que é feita há três décadas! ao oprimido contribuinte português, levado à miséria pelos impostos. Em prol do mais puramente canoro dos amanhãs, é claro.


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