Nos últimos dias, fomos literalmente assaltados pelo tremendismo da notícia de que 97% do gelo da Gronelândia tinha derretido em poucos dias.
Eu fiquei todo contente porque como Al Gore ( Uma Verdade Inconveniente), tinha dito que tal eventualidade produziria uma subida de 6 metros no nível do mar, teria a praia aqui mais perto.
Planeei até ir comprar uma toalha nova, uma prancha nova de bodyboard, etc. Até hoje, nada e, pelo que sei, em Lisboa o rio Tejo continua calmo e sereno, a banhar o cais das colunas.
Uma chatice!
Ironias à parte, quem tem uma ideia mais sólida destes assuntos, facilmente conclui que o que derreteu foi uma camada superficial em 97% da superfície, como acontece sempre na estação quente. Este ano, se calhar um pouco mais.Esse é o facto.
Mas a percepção da generalidade das pessoas, induzida pelo modo como o facto foi comunicado, com imagens elaboradas e tudo, é que 97% do gelo da Gronelândia, derreteu.
Uns dirão que os jornalistas são burros, outros dirão que são activistas.
Uns dirão que os jornalistas são burros, outros dirão que são activistas.
Eu penso que uns sabem tanto disto como de renda de bilros e que se limitam a cozinhar a notícia do modo mais sensacional possível, dizendo que o homem mordeu efectivamente o cão. Se não fosse assim, o facto existiria, mas não a notícia.
Outros, uma minoria, são de facto activistas em missão e tratam de usar jogos de palavras para moldar a notícia aos seus desígnios.
E conseguiram.
O que fica, para a generalidade das pessoas que dedicam ao assunto uns segundos de atenção, é que a Gronelândia está praticamente sem gelo que nós somos os culpados.
E, sendo culpados, estaremos mentalmente disponíveis para exorcizar a culpa, pagando mais umas taxas em acto de contrição.
A culpa é algo muito poderoso, que o digam as religiões, tanto as sagradas como as profanas.
E conseguiram.
O que fica, para a generalidade das pessoas que dedicam ao assunto uns segundos de atenção, é que a Gronelândia está praticamente sem gelo que nós somos os culpados.
E, sendo culpados, estaremos mentalmente disponíveis para exorcizar a culpa, pagando mais umas taxas em acto de contrição.
A culpa é algo muito poderoso, que o digam as religiões, tanto as sagradas como as profanas.
E esta nova religião do planeta é imbatível, na questão da culpa.
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