Comentário que deixei no FaceBook de Ramiro Marques:
Pois eu acho que o caro está substancialmente equivocado. Parece-me que devemos pensar no que os outros pensam de nós.
Repare, numa empresa não se faz (sentido lato) outra coisa que pensar naquilo que o cliente pensa da empresa e daquilo que ela faz.
Mas o equívoco dá pano para mangas. Hoje apenas se "pensa" naquilo que devemos pensar!!! Em boa verdade, exercita-se a auto-censura. "Não é assim que deves pensar" afirma com frequência o professor aos alunos. Em alternativa talvez "pensa como quiseres mas, quanto a mim, estás errado" ou "pensa lá o que quiseres mas a responsabilidade é tua".
Mais, hoje, o politicamente correcto insiste em estabelecer aquilo que os outros "devem pensar de nós". Não lhe basta aquilo que eles devem dizer de nós mas aquilo que eles devem pensar de nós.
Pois devemos pensar naquilo que os outros (estrangeiros ou não, outros países ou não) pensam de nós. Tarefa difícil, aliás, tanto mais que o politicamente correcto tende a ir ao encontro das linhas e não das entre-linhas.
Uma coisa é ainda certa: só podemos ter liberdade (novamente em sentido lato) de pôr em prática o que pensamos (de nós e/ou dos outros) se tivermos liberdade para o fazer e essa liberdade implica liberdade económica. Sem ela, dependeremos sempre mais daquilo que os outros pensam de nós do que nós pensamos deles ou de nós próprios. A liberdade 'é à borla' mas o exercício dela não é.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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