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sábado, 29 de dezembro de 2012

Do Brasil e o futuro ou do futuro e o Brasil?

[Mas é um cato, tem aranhas e aranhas têm quelíceras]
O Brasil, como a EURSS e os EUA, encontra-se à beira da mesma e desesperada situação em que nos encontramos. Ainda não lá chegou, e parte de um patamar inferior ao dos EUA e da EURSS (média). Como conseguiu? Aplicando, mutatis mutandis, as mesmas medidas de investimento "virtuoso" que Portugal aplicou.

Descoberto petróleo (em Portugal foi a "Europa dos fundos") tratou, rapidamente, de vender os direitos da sua exploração para os torrar em apoio ao social e obras megalómanas (por exemplo no mundial de futebol e nos jogos olímpicos). Que aconteceu mais uma vez? O que sempre acontece.

O Brasil "investiu" na educação despejando dinheiro sobre o mecanismo mas baixando as fasquias a ultrapassar pelos estudantes. Desta forma "garantia" o direito não só ao acesso como ao sucesso. "Investiu" no apoio social também para dinamizar o mercado interno,  tal que em Portugal está em palpos de aranha por não poder ser mantida a tal "dinamização". As matérias e as escolas e universidade encheram-se, entretanto, de tralha e pessoal amante do socialismo.

E que resultados se obtiveram pelo apoio social? Apenas a dinamização do mercado dos produtos não  transaccionáveis sem que qualquer outra mais valia fosse obtida pelas pessoas objecto desse apoio. E porquê? Porque esse apoio é utilizado pelas pessoas para resolver problemas imediatos e como forma de compensação de agruras anteriores, e não como oportunidade para se valorizarem profissionalmente de forma a garantirem a manutenção do artificial nível de vida por que, consciente ou inconscientemente optaram, e poder, num futuro mais ou menos próximo, melhorar o seu nível de vida face ao previsível momento em que o apoio social irá irremediavelmente ter que desaparecer. O abardinamento do ensino dificulta ainda mais essa real ascensão - ascende-se no papel (o canudo garante) mas não no mundo real.

Acabado o dinheiro do petróleo e o Brasil está a ser forçado a voltar à estaca zero com o inconveniente de ver derrocar o artificial mercado interno de serviços e de bens não transaccionáveis, mas o poder político, socialista que tresanda, está agora a dar o "impulso final" ao "desenvolvimento" entrando (como Obama) pelo endividamento exponencial face aos mercados de capital ("vendendo" dívida, como gostam de afirmar usando a palavra "vendendo" como cortina de fumo que não traduz mais que a entrada pelo mundo do endividamento).

O resultado já está a aflorar. Crescimento praticamente de zero, inflação galopante (já se afirma que o projecto Real se está a esboroar), estado social incomportável, enorme percentagem da população substancialmente dependente do estado garantindo aos proponentes das actuais políticas votação suficiente para as continuar a aplicar ... e os mercados de capitais começam a abandonar os zenitais projectos no "desenvolvimento" pelo social. De desinteresse em desinteresse, apenas se mantêm interessados no negócio investidores que, conscientes do risco, exigem juro alto.

Se o povo insistir em mais do mesmo, o Brasil acabará numa primeira fase como Cuba, numa segunda como a Coreia do Norte. Se não insistir, ouviremos os bafejadores e bafejados pela mama do social a guinchar que se trata de um ataque da "ditadura dos mercados", que é a fuga de capitais para off-shores, por mais impostos sobre os ricos, por mais investimento (sem conceder que esse mais investimento só poderá vir dos mesmos ricos a quem, entretanto, tentarão infernizar a vida) ...

A desordem social aumentará muito acima do actual (no Brasil o nível de assassinatos está muitíssimo acima relativamente aos EUA) e, com sorte, o povo pedirá uma qualquer intervenção musculada. Se for de esquerda, o Brasil entrará no buraco negro das repúblicas populares, de for de direita, repetir-se-á Pinochet, e, como no Chile que penosamente conseguiu voltar à luz do dia, o culpado de tudo o que aconteceu passará a ser esse regime.

1 comentário:

Carlos disse...

Muito pertinente a sua análise, como brasileiro concordo completamente com ela.
Pena que a grande maioria dos meus compatriotas não veja nem um palmo além dos seus narizes.
Acredito que nunca vamos mudar a nossa cultura de valorizar os títulos e não os méritos e continuamos a enganar uns aos outros.

Abraços.