Eram vários os irmãos em idade de ir para a escola. Nos idos anos do “retorno”, com os cobres mínimos para chegarem ao norte, desembarcam na Portela.
O pai continua em Angola, com a cabeça a prémio. Era professor, “situacionista”, “colaboracionista do colonizador”.
Chegados ao norte procuram um amigo do pai que em tempos por lá morava … mas já não. Ficam na rua.
Outra família, das mais pobres, acolhe-os na medida do possível.
- Aqui não há restos para ninguém. Se quiserem comer apresentam-se à hora da refeição e o que houver será para todos.
O espanto, de quase todos, perante a visão de pretos, não foi obstáculo. Todos perceberam que aqueles rebentos não estavam ali para brincar.
O pai chega passado pouco e pouco tempo depois parte, como recentemente um dos seus filhos partiu: de vez.
Entram na escola e todos, bons alunos e sem as zenitais políticas do “multiculturalismo”, fazem mais que a escolaridade obrigatória. Mais que um quase a máxima escolaridade possível.
Adultos, deslocam-se bastante mais para sul para onde mais alguns amigos habitavam e onde umas brechas de trabalho despontavam.
A vida decorre, sempre pontuada pela visita anual à 'mãe' que se recusara dar-lhes restos.
O cancro atacou um deles e o funeral teve lugar. A maioria dos presentes era branco.
A integração, começou a sul, a norte ou em Angola?
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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domingo, 28 de agosto de 2011
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Alguém me explica porque têm a GNR e a justiça(?) que meter o nariz para saber se quem trabalha na pastelaria lá está dentro ou não?
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
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