O Primeiro-Ministro grego tomou a decisão política de realizar um referendo sobre o acordo com a U.E. de perdão de 50% da dívida grega e a imposição de novas medidas de austeridade. Seja qual for o resultado, Papandreou sairá vencedor:
- Se os gregos votarem SIM, o Governo grego fica democraticamente legitimado para aplicar as decisões do acordo com a U.E e esvazia a contestação parlamentar e de rua;
- Se os gregos votarem NÃO, o Governo grego fica democraticamente legitimado para aplicar as decisões económicas de regresso ao dracma e também esvazia a contestação parlamentar e de rua. A Grécia entrará em incumprimento mas as opiniões públicas e publicadas, internas e externas, passarão a responsabilidade do facto para a “falta de solidariedade da U.E.”.
-Mas há ainda uma terceira hipótese: Merkel e Sarkosy pedem hoje a Papandreou que não faça um referendo porque: referendos e União Europeia são conceitos incompatíveis, e; a U.E. vai perdoar a totalidade da dívida grega e ainda aligeirar os rigores das medidas de austeridade decididas aquando do anterior haircut de 50%. (É possível que fique um remanescente pequeno, tipo 10%, só para fingir que o perdão não é total).
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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quarta-feira, 2 de novembro de 2011
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Alguém me explica porque têm a GNR e a justiça(?) que meter o nariz para saber se quem trabalha na pastelaria lá está dentro ou não?
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
6 comentários:
Nem quero pensar os efeitos secundário (para os restantes membros) da terceira hipótese.
Que governante poderia defender perante os seus eleitores a não reclamação de idêntico tratamento?
Caro RD
Os efeitos secundarios entre perdoar 50% da divida grega e perdoar tudo são pouco significativos. Para a Comissão, pode ser um preço a pagar para manter o sonho (deles). E eh por isso que perdoar tudo é uma hipótese com probabilidade não negligenciável.
Permanecem três questões: (1)ninguém fala em défices orçamentais zero; continuamos a ouvir a cantiga de "venda de dívida" aa China e ao Brasil.
(2) Quando chegar a vez da Italia e da Espanha não vai haver dinheiro que chegue e o estoiro é inevitável;
(3) Fica para o próximo post.
Penso que Papandreu, como homem, atingiu o limite.
Está sózinho contra todos, todos lhe exigem milagres, os militares agitam-se, isto é como dizer: estou farto disto, se não querem não querem, decidam vocês e não me chateiem mais.
Quanto ao perdão total, mesmo que a zona euro o fizesse, uma grande percentagem da dívida nem sequer vem daí e não me consta que outros, como o FMI, vão pelo mesmo caminho.
Enfim, estamos a assistir a um filme estranho.
Caro Lidador
Não estranhe, é mais um caso de insolvência de um Estado soberano; houve muitos no passado, e este não será o último.
A diferença neste caso é que a Grécia não pode desvalorizar a moeda, o que impede que uma economia pouco competitiva tenha hipóteses de crescer, ainda que aa custa de alguma inflação.
Assim se vê bela "ajuda" que a europa dá aos países que precisam.
FA:
"europa dá"
A "europa" não pertence ao grupo dos que pode dar. Pertence ao grupo dos que precisa.
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