A distância que separa a proposta do primeiro-ministro grego de realização de um referendo sobre a aplicação do pacote de austeridade e a descoberta de que, afinal, esse mesmo referendo não é necessário, é a distância que separa o audaz do garganeiro (*).
Afastado o grego garganeiro, segue-se um Governo dito de “Salvação Nacional” mas que, na prática, é essencialmente um governo de Salvação do Euro.
Segue-se também o agravamento das consequências económicas da participação da Grécia na união política e monetária europeia: mais impostos, mais desemprego, maior inviabilidade do auto-emprego, aprofundamento da falta de competitividade, exiguidade crescente das classes médias, empobrecimento geral.
De resto, há outras coisas que não mudam:
- o endividamento grego vai continuar a aumentar, como antes;
- a dívida grega continua tão impagável quanto antes;
- os Bancos credores da Grécia continuam tão inimputáveis pelas más decisões de concessão de crédito quanto antes;
- a decadência da Grécia como Estado, economia e sociedade continua a agravar-se, como antes.
Passado o sobressalto grego, pode continuar a insanidade política de escala continental chamada “Construção Europeia”
(*) Garganeiro: termo muito frequente no Algarve usado para designar aqueles que quanto mais valentes se dizem mais cobardes se mostram.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
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segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Vai-se o Grego Garganeiro, Fica a Construção Europeia
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