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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Ventos contrários para a utopia renovável alemã

Este artigo do Luz Ligada é extraordinariamente interessante.  [Actualizado]

De acrescentar, suponho eu, que, de acordo com este link também lá disponibilizado, a Alemanha tem tentado colmatar a sua falta de linhas de alta-tensão Norte-Sul recorrendo às linhas dos seus vizinhos países de Leste (em particular a República Checa e Polónia) fazendo passar por esses territórios a energia de que necessita a sul.

Já agora, a intermitência das eólicas resulta das variações de vento e tem, salvo erro, pelo menos dois substanciais inconvenientes:
   1 - Obriga a constantes manobras nas redes de distribuição (ligar/desligar circuitos);
   2 - Obriga a fazer variar a potência, com substanciais prejuízos, nas centrais geradoras convencionais. Essas frequentes variações (que ocorrem necessariamente à batuta das variações de vento), não permitem a optimização do consumo dos combustíveis usados nessas centrais.

A utilização dos phase shifters (desviadores de fase) não permitirá que a energia alemã possa usar, como percurso, as redes dos países vizinhos e obrigará ao desligar dos moinhos de vento quando  não houver consumo suficiente a Norte da Alemanha (não há linhas de alta-tensão suficientes para fazer chegar essa energia ao Sul da Alemanha ser através dos vizinhos a Leste da Alemanha). Esta dificuldade poderá ser colmatada se a Alemanha instalar linhas de alta-tensão entre o Norte e o Sul, mas as forças políticas que seringam para que as eólicas sejam instaladas são as mesmas que não querem ver linhas de alta-tensão. As eólicas só têm alguma utilidade prática se instaladas no Mar do Norte porque só aí há vento suficiente (em Portugal não há vento suficiente em lado algum). Mesmo assim não é claro que os sustos de instalação no mar, as tornem rentáveis. [Ver nota.]

Enfim, mais um tijolo no rumo para a total insipiência da "europa" como bloco económico porque mata a produção industrial. Os ambientalistas "garantem" quem, a prazo, a energia eólica será suficientemente baratas enquanto simulam não saber que também as outras fontes de energia evoluem e se vão tornando mais baratas.

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Nota:
Em comentário, BC deixou uma nota importante:
"As renováveis intermitentes só terão paridade com as outras fontes quando custarem zero, ou seja, nunca."

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2 comentários:

BC disse...

A explicação estão muito bem feita. Eu diria que, mais do que estratégia, a exportação dos picos de produção eólica para os países vizinhos é uma necessidade dado o estrangulamento da rede alemã face à potência eólica que a Alemanha já tem instalada.

É normal a potência renovável crescer mais do que a rede. A construção de linhas de alta-tensão não é subsidiada, ou seja, não é a "apetecível".

As renováveis intermitentes só terão paridade com as outras fontes quando custarem zero, ou seja, nunca. As renováveis intermitentes precisam de backup termoeléctrico que é preciso contabilizar-se no custo das renováveis.

Muito obrigado pelos links e um bom ano de 2013.

Abraço

RioD'oiro disse...

Caro BC,

"As renováveis intermitentes só terão paridade com as outras fontes quando custarem zero, ou seja, nunca."

Esta sua afirmação é particularmente interessante e esclarecedora. Não vou esquecer.