Podemos desvalorizar dizendo que o assunto não tem relevância.
Podemos anuir achando que é melhor assim.
Podemos ridicularizar declarando que esta é mais uma teoria da conspiração.
Podemos qualquer coisa, menos alterar factos ou ignorar fios condutores.
Há demasiados anos que o paradigma da tomada e exercício do poder nas democracias ocidentais assenta na (promessa de) distribuição de subsídios e na apresentação de obras públicas insustentáveis para obter o favor dos eleitores.
Como forma de sustentar este paradigma, o poder político enredou-se crescentemente em conexões com o sistema financeiro por dois motivos fundamentais: por um lado, os Bancos são agentes de implementação e manutenção de mecanismos de financiamento continuado dos Estados nos mercados financeiros internacionais; por outro, os Bancos obtêm recursos internacionais e interagem com os Bancos centrais para emitir moeda e distribuir crédito ao consumo, constituindo-se assim em agentes da criação de uma falsa sensação de prosperidade individual e social.
O aprofundamento da conexão com entre o sistema político e o sistema financeiro fez com que as ligações de conveniência iniciais tivessem evoluído para redes de interesses cada vez mais profundas e cada vez menos veladas. Agora, os políticos soçobram perante as dificuldades de continuar a senda do endividamento de economias que, entretanto, enfraqueceram e perderam competitividade. Nesta circunstância, os políticos eleitos dão publicamente lugar àqueles que já exerciam o poder nas áreas financeiras. Lembram-se da estória?: a Criatura, depois de matar a família do Dr.Frankenstein, o seu criador, está presente no leito de morte do criador e promete depois cuidar da humanidade.
Supor que o problema se resolve, ou teria resolvido, aumentando a regulação do setor financeiro é uma falsa crença. A intervenção e a força exorbitante do setor financeiro na sociedade e na política são uma criação do próprio poder político. Necessário e indispensável é regular a capacidade de os Governos endividarem Estados e gerações por nascer como forma de comprar vitórias eleitorais. Necessário e indispensável é impedir que possam continuar a existir Governos Frankenstein.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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Crise. Recessão. Depressão. Agora é que vai ser: os EUA vão entrar pelo cano e nós atrás deles. Talvez para a próxima. Para já, e pelo trigé...
2 comentários:
Paulo Porto:
Sucinto e clarinho como água! Um EXCELENTE post, que talvez faça pensar um pouco os idiotas úteis! Parabéns!
Ora ora, é só compinchas.
“Portugal não corre o risco de se converter numa nova Grécia. A frase, batida, é repetida pelo representante da Comissão Europeia na comissão tripartida
“Em entrevista hoje publicada pelo “Diário de Notícias”, Jürgen Kröger apresenta um argumento inusitado para sustentar a sua crença. Para além de dispor de uma maioria parlamentar que suporta os objectivos do programa de ajustamento em curso, Portugal tem gente “boa”. “O risco da Grécia não está aqui. Os riscos políticos são diferentes. Portugal tem uma maioria no Parlamento e as pessoas são boas”. E na Grécia não o são?, pergunta o DN. “Não posso comparar”, responde Kröger.”
Tanta gente vai sentir-se elogiada.
Os portugueses são compinchas, os gregos são tramados com a gente boa, vieram-nos ca tirar o pote em 2004
Eu sou mau como as cobras, fssssssssssss.
E um senhor que foi preso hoje que categoria será?
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