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domingo, 6 de outubro de 2013

De quando o aumento da "desigualdade" é excelente

[O texto não foi ainda revisto]

Por que têm os corporativos da CGTPCP e respectivos satélites um ódio visceral ao ensino profissional? Porque coloca os alunos em contacto com o mundo real, longe da ficção de "como o mundo deve ser" defendida pela iluminada momenklatura.

Todo o professor sabe que cada aluno tem uma determinada capacidade e /ou apetência por aprender. Relativamente à capacidade, pouco há a fazer. Relativamente à apetência, há trabalho que a potencie muito embora implique primordialmente disciplina e os professores estejam pouco virados para alinhar na implementação de disciplina.

Aquilo a que o politicamente incorrectíssimo chama de aluno fraco, tem, evidentemente, dificuldade em assimilar a maioria da matéria. Assimilar, perceber, memorizar, ... o que quiserem. É fraco e continua, mesmo assim, a merecer que o máximo nele se consiga potenciar. Mas o máximo nunca será o mesmo que o aluno brilhante nem próximo disso, pelo contrário. Todo o professor percebe isto, todo, todo o professor à boca pequena o diz, mas outros valores mais altos de levantam.

O aluno menos fraco conseguirá aprender um pouco mais mas não conseguirá o que o aluno razoável consegue. Todo o professor percebe isto, todo, todo o professor à boca pequena o diz, mas outros valores mais altos de levantam.

A estratégia hoje em curso vai por outro "caminho". Tentar a todo o custo que todos os alunos aprendam o mesmo. Não é uma questão de igualdade de oportunidade (fazem de conta que não percebem que este é o único e honesto caminho), é uma questão de igualdade de "sucesso". Não se criam (hoje já um pouco e ontem à boca calada) turmas com homogeneidade de capacidade de aprender. Tal é encarado como segregação. Criam-se turmas-caldeirão. Mistura-se quem aprende facilmente e tem potencialidade para avançar aprendendo rapidamente com quem precisa de uma tremenda insistência e consumo de tempo para aprender 5% do que um bom aluno pode aprender. Nada disto interessa, o que interessa é que o aluno fraco não seja segregado. Que resulta daqui? Que o bom aluno se dispersa acabando quase sempre por abandalhar a sala de aula, que o aluno médio vai aprendendo qualquer coisa e que o aluno fraco sente que, mais ao menos ao colo, cai conseguindo o sucesso virtual do aluno médio. Que resulta daqui? A verdadeira segregação.

O aluno mau acaba, a prazo, por estoirar, porque não aprende efectivamente o que posteriormente precisa para avançar, o aluno bom aprende o mínimo que lhe exigem ao aluno médio. Quando o aluno mau se apresentar perante o mercado de trabalho (sim, há mercado, há oferta e há procura), descobre que não lhe dão trabalho e, de acordo com a cartilha que lhe foram injectando, pensa que tal se deve a discriminação. O bom aluno descobre que para os conhecimentos que tem muitos outros alunos médios estão dispostos a fazer por menos aquilo que ele se se dispõe a fazer.

Não se estando a falar, porque entre nós não parece ter qualquer peso, de problemas decorrentes de um ensino à batuta islamita que depois se apresenta em busca de um trabalho aos preceitos islamistas, etc, deste ensino sai uma amálgama. Uma amálgama que as professorais nomenklaturas acusam de ainda não ser suficientemente "inclusivo" por dele resultarem ainda "desigualdades".

Que resulta daqui? O aluno mau arrasta-se de apoio social em apoio social encontrando, com muita dificuldade, algo que se adapte ao que efectivamente sabe: quase nada (frequentemente nem ler decentemente, quanto mais escrever). Uma fatal escapatória vai pelo lado da paternidade/maternidade que lhe permite mais uns quantos apoios sociais.

O aluno médio conseguirá qualquer coisa nos serviços. Portugal é o paraíso dos serviços e com o excesso de alunos médios tentando entrar nos serviços, a oferta é imensa e o salário baixo.

O bom aluno, o melhor que tem a fazer é amochar, entrando por baixo numa empresa onde recorrendo à sua muito mal aproveitada capacidade de aprender possa finalmente aprender algo com que possa ganhar razoavelmente bem a vida. Alguns muito bons mas muito poucos entrarão na universidade aproveitando-a para mais altos voos.

Evidentemente que alunos maus, razoáveis, bons e muito bons, filhos de gente rica, têm sempre, por fora do sistema e caso a riqueza dos pais seja proporcional ao discernimento, a possibilidade de chegar ao melhor que a sua potencialidade permite. Estes são os bafejados pela sorte do berço de ouro e de quem as sociais luminárias nem querem ouvir falar por serem a prova cabal de que só quem dinheiro consegue fazer jus à sua potencialidade (seja muita ou pouca).

E voltamos à conversa das "desigualdades". Para a professoral nomenklatura, o facto de um bom aluno aprender 80% daquilo que estiver ao seu alcance colide, por ser uma "desigualdade" para com os restantes alunos, com os que aprendendo 80% relativamente à sua capacidade aprenderão ainda muito mais que os alunos maus. Todos aprendem mais, todos aprendem para potenciar ao máximo a sua capacidade, mas isto trás ... desigualdades.

O aluno mau tem que ser capaz de debitar uma incongruências que nunca perceberá e para as quais nunca mostrou consequentemente natural interesse, e os exames, os pérfidos exames, têm que servir para não filtrar o bom aluno do maus aluno por causa ... das "desigualdades".

O ódio da professoral nomeklatura ao ensino profissional (ou  que lhe quiserem chamar), decorre em primeiro lugar, do bypass que a esses alunos é permitido por, ficando mais em contacto com o mundo real, poderem evitar a pescada marxizante do ensino 100% estatal. Em segundo lugar por daí saírem pais que mais dificilmente alinharão na parvoeira marxista do ensino estatal. Em terceiro porque elevando o poder de compra desses futuros pais, potencia a procura por ensino em que uma fatia dos custos é paga, para além daquela que ao estado compete pagar (o dinheiro é do contribuinte, não é do estado), pelo próprios pais. Em quarto, por que a nomenklatura odeia as empresas. Apesar de ser graças a elas, por muito incipientes que sejam, que há impostos canalizados á nomenklatura, as zenitais luminárias tem-lhes um ódio de morte. Ter alunos "precocemente" em contacto com empresas, com trabalhadores dessas empresas, etc, além de lhes causar uma tremenda urticária não lhes permite vender a pescada marxista sem que esses e outros alunos arrebitem as orelhas. Finalmente, há o problema de se tratar de um ambiente em que a CGTPCP não penetra. Os trabalhadores de empresas privadas já de há muito sabem de cór e salteado que CGTPCP numa empresa é empresa falida e fechada. Já basta a "regulação", quanto mais o próprio garrote.

Acho bem que perante patentes maus resultados de maus alunos seja indicado o caminho de mais precoce profissionalização (estou-me nas tintas para a idade da legislação), acho bem que alunos fracos seja, por exemplo, propiciado treino de trabalho manual, braçal, etc, que lhes permita ganhar honradamente a vida.

Quanto mais um aluno conseguir aprender que se adapte à sua capacidade e vontade melhor. Isso aumenta a "desigualdade"? Aumenta. Aumenta e é melhor para todos. É melhor para os maus, para os medíocres, para os razoáveis, para os bons e para os muito bons. Aumenta a "desigualdade" e é excelente que assim seja.

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