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terça-feira, 26 de junho de 2012

COMO??!!




(imagem recolhida aqui)

Diz-se aqui:
O Tribunal Criminal de Lisboa acabou de dar como provados todos os pontos da acusação contra o deputado socialista Ricardo Rodrigues e condenou-o por um crime de atentado à liberdade de imprensa. O deputado apanhou 110 dias de multa e tem de pagar 4950 euros ao tribunal.
Expresso contactou Ricardo Rodrigues. O deputado disse-nos que pensa recorrer da sentença, pelo que só a comentará depois de transitada em julgado. 
Em abril de 2010, durante uma entrevista que decorria numa sala da Assembleia da República, Ricardo Rodrigues 'perdeu a cabeça' com uma pergunta sobre o seu envolvimento num caso de pedofilia nos Açores. O deputado levantou-se e pôs no bolso os dois gravadores que estavam sobre a mesa.
Ricardo Rodrigues foi tão rápido que os jornalistas da revista "Sábado", Fernando Esteves e Maria Henrique Espada, nem deram pela falta dos gravadores. Quando repararam, ainda confrontaram o deputado socialista, que recusou devolver o material. Mas Ricardo Rodrigues esqueceu-se de que a entrevista estava a ser filmada e as imagens foram divulgadas no site da revista e pelas televisões.
O deputado socialista, que é o representante no Parlamento no Centro de Estudos Judiciários, foi acusado pelo Ministério Público de atentado à liberdade de imprensa. Em tribunal, Ricardo Rodrigues alegou que as perguntas que lhe estavam a ser feitas eram ofensivas e alegou o direito à ação direta para se defender.

Pergunto:
- como pode o PS manter como militante alguém com o nível ético deste indivíduo, sem implicitamente se identificar com ele?
- como pode a AR tolerar, sem se rebaixar ao mesmo nível, que alguém como o sr. Rodrigues diga representar qualquer cidadão português?
- como podem os portugueses ficar calados perante isto, sem se sentirem responsáveis pela sua própria extinção?

7 comentários:

Unknown disse...

E como pode não ter sido condenado por roubo?

RioD'oiro disse...

Eu tenho impressão que a coisa é difícil de encaixar nas molduras existentes.

Para ser roubo implicava algo parecido com intrusão. Furto? Talvez. Mas o gajo poderá (ou não) argumentar que estava a levar a gravação e que os aparelhos seriam devolvidos (atenuante? desconfiança?).

Por outro lado, fiquei com a impressão que aquilo, de jornalismo, nada tinha. Pareceu-me uma manobra destinada a chingar o artista com uma acusação que, tanto quanto sei, já tinha transitado em julgado (ou coisa que o valha) e ele tinha sido ilibado.

Repare que, diz-se por aí, que os jornalistas nem deram pelo desaparecimento dos gravadores e que só nas imagens perceberam que era ele quem os tinha levado.

RioD'oiro disse...

Há ainda outra coisa. Depois daquilo que me pareceu uma encenação, não me parece que os jornalistas consigam facilmente entrevistar outras pessoas ou, no mínimo, elas tentarão negociar antecipadamente as perguntas, exigir apenas apontamentos escritos, ir de pé atrás ou, pura e simplesmente, negar a entrevista.

Parece-me ainda que há na coisa matéria para ser dirimida do ponto de vista da ética de jornalista mas não me parece que tal venha a suceder. A 'onda' não vai para esse lado.

Que o político é um traste, é ponto assente.

José Gonsalo disse...

José Carmo:

Já nem quis ir até aí...

José Gonsalo disse...

Rio d'Oiro:

A questão, para mim, é mais simples: se alguém não concorda com teor ou com os termos da entrevista, ou a recusa ou a abandona. Tudo o mais ou é salazarento ou estalinista.

Avelino disse...

CRIME ATENTADO A LIBERDADE EXPRESSÃO?
SE EU FIZESSE O MESMO .....ERA LADRÃO, PORQUE O DITO ROUBOU 2 GRAVADORES..........ENFIM........

RioD'oiro disse...

JG:

" Tudo o mais ou é salazarento ou estalinista."

Concordo mas diria que com pouca intensidade porque me parece ele também não teve muito tempo para pensar no gesto.

Imaginemos a mesma cena mas em que ele teria roubado ou furtado os gravadores já dentro, por exemplo, do carro dos jornalistas, 1/4 de hora após o incidente inicial. Isso implicaria um grau de premeditação que, me parece, ser severamente punido pelos códigos, legais e outros.

Contra ele tem contra o facto de ser supostamente um profissional destas andanças. E é ainda curioso é que é exactamente desse tipo de coisas que o partido dele se queixa na Madeira.

O incidente dá para muita coisa, mas parece-me que as lições mais importantes (também não muito, necessariamente) estão na pormenores e não no gesto em si.