A Irmandade Muçulmana é o grande vencedor da chamada Primavera Árabe, tendo-se instalado, ou estando prestes a instalar-se, no poder dos mais importantes países sunitas, ao mesmo tempo que desafia e ameaça seriamente a estratégia de poder dos xiitas iranianos, em países como a Síria e o Líbano.
No Egipto, o mais importante país árabe, a Irmandade tem jogado o jogo dos tronos com implacável e esclarecida mestria.
Começou por manter um notável low profile nas manifestações do início de 2011, usando os revolucionários laicos como testas de ferro, para se ver livre de Mubarak e enfraquecer o regime militar.
A ausência da IM da praça Tharir teve inclusivamente o mérito de manipular os chamados "idiotas úteis" da esquerda ocidental, que, como Sartre no Portugal de 1975, apenas viram o horizonte cor de rosa de uma nova era prenhe de chavões como "paz", "liberdade", "democracia", etc, etc. Muita gente se entusiasmou com a magnífica Revolução egípcia e era patente, nas análises dos media e até de alguns políticos, com a Administração Obama à cabeça, a crença cega de que o que aí vinha era uma democracia moderna, feita com gente do Facebook e do Google, arejada e moderna, um equivalente local das ocidentais Gerações X e Y.
A IM, a mais bem organizada força social egípcia, não teve qualquer dificuldade, nas eleições de Março de 2011, em ganhar naturalmente a maioria dos assentos na Assembleia Constituinte encarregada de redigir a nova Constituição.
Quatro meses depois, em Julho de 2011, na manifestação intitulada "Sexta-Feira da Sharia", quem estava em massa na Praça Tharir, já não eram os ingénuos revolucionários do Facebook, mas os barbudos e confiantes islamistas, a exigir, já não o fim de Mubarak, mas a imposição da sharia
A luta entre islamistas e secularistas é, foi desigual. Os primeiros têm um visão do que querem, os segundos só sabem o que não querem.
Os primeiros querem, no Egipto um estado islâmico, regido pela sharia, e, à la longue, islamizar o mundo (o proclamado objectivo último da Irmandade); os segundos eram apenas contra a repressão, Mubarak e o regime militar.
Mas "ser do contra", nunca foi programa político, apenas bandeira para acção. "Ser do contra" é contrapoder, não é poder. Serve para destruir, não para construir.
A IM, tendo uma visão clara do que pretendia, não hesitou em aliar-se aos secularistas quando lhe foi conveniente, em proferir declarações apaziguadoras, quando precisam do apoio ocidental, e em abraçar o formalismo democrático, quando lhes interessa. Como dizia Erdogan, o 1º Ministro turco, que preside à paulatina islamização do estado turco, "a democracia é como um autocarro, quando chegas ao teu destino, sais".
Ganha facilmente a guerra aos secularistas, o confronto final é com os militares. As Forças Armadas são a outra grande organização egípcia e as chefias têm, de um modo geral, uma visão do Egipto bastante mais moderna e liberal do que a IM. Muitas delas frequentaram cursos no Ocidente e olham para a perspectiva islamizante como um regresso ao passado. Para além disso, dominam um enorme e lucrativo conglomerado económico-militar.
Os militares são um adversário mais forte que os naives secularistas, e podem aguentar uma luta mais prolongada mas, a prazo, estão também condenados.
Na semana passada, sabendo já que a IM muçulmana ia eleger o Presidente, vibraram o 1º golpe, levando o Supremo a dissolver o parlamento e assegurando que a Junta Militar mantém o controlo do país.
No fundo trata-se de seguir o livro de instruções do velho Kemal Ataturk , assegurando que os militares se mantém no comando do processo.
O problema é que a tese de Ataturk falhou. Na Turquia, assim que os islamistas alcançaram o poder, o controlo militar ( e judicial) foi paulatinamente erodido e, no final, completamente destruído. Os islamistas prenderam metade das chefias militares, dos juizes e centenas de jornalistas e, dominando estes poderes, instalaram neles os seus partidários.
A Turquia é hoje um estado crescentemente islamizado, onde o islamismo domina inapelavelmente.
No Egipto, a força actual da Instituição Militar é bem menor do que a sua equivalente turca de há 10 anos e parece ter ainda menos vontade de usar a força bruta, o único argumento que poderia colocar em cheque os planos da IM.
Para além disso, o Ocidente tende a encarar a tutela militar como um mal em si, reagindo como numa espécie de reflexo pavloviano que inibe uma pragmática ponderação de vantagens e inconvenientes. É esta atitude cega que explica a quase imediata retirada de apoio a MUbarak, um ditador militar, mas um aliado, em confronto com o poder bem mais retrógrado, repressivo e hostil da IM.
Assim sendo, as recentes acções do poder militar, longe de serem uma afirmação de poder, são, efectivamente, um esbracejar de fraqueza.
Os militares sentem que o tempo corre contra eles.
A IM não irá entrar em confrontação aberta, tal como os islamistas turcos o não fizeram. Irá apenas erodir progressivamente o poder militar, alfinetá-lo, deslegitimizá-lo, constituindo gradualmente uma base de poder que lhe permitirá, a prazo, fazer o que Erdogan fez na Turquia.
No que respeita às relações externas, a IM tem igualmente uma visão (islamizar o mundo, seguindo a injunção corânica) e irá obviamente prossegui-la. O Ocidente é um inimigo a prazo e Israel, logo ali ao lado, um inimigo a tempo inteiro.
A confrontação com Israel é inevitável, mesmo que não seja imediata. O que será imediata é a escalada dos ataques a Israel a partir do Sinai, a total cooperação com o Hamas, ele mesmo um ramo da IM, etc.
O Tratado de Paz será, paulatinamente, um mero pedaço de papel que, aliás, a IM já declarou pretender submeter a referendo e/ou renegociar.
Os militares não irão opôr-se a isto. Na tentativa de manter o seu poder, seria um erro trágico ir contra o forte sentimento popular anti-israelita, tanto mais que isso não lhes iria granjear qualquer apoio ocidental, uma vez que a estranha aposta dos líderes ocidentais, particularmente da Administração Obama, é na (táctica) moderação da IM.
A mesma IM que está já implantada nos EUA e em cujos documentos internos, apreendidos há algum tempo nos EUA, consta como objectivo, "destruir a civilização ocidental a partir de dentro".
E já se sabe que quem com o diabo se deita, com o diabo amanhece.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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2 comentários:
No islam.
Não há qq livro da sharia.
Mais!
Não há qq corão de maomé.
Nem uma única letra escrita por ele ou no tempo dele.
Não há maomé.Não pode ser invocado tal como os santos ou anjos.
Não há gibril. maome disse que ele não traria mais mensagens.
E nem há o tal allah maometano. Isto se acreditarmos no que maomé disse, que o seu allah nunca mais falaria nem teria espírito.
o islam, é todo baseado em enganos e falsidades ao serviço de ganâncias e maldades.
Nem sequer pode haver egípcios muçulmanos ou muçulmanos egípcios.
Pois o islam não reconhece qq identidade nacional, cultural ou pessoal, a não ser temporariamente até conseguir enganar e desgraçar tudo e todos.
Em verdade, todas as eleições onde ganhem muçulmanos, são totalmente inválidas, pois que os votantes foram enganados, não foram informados destas e de outras verdades verdadeiras sobre o enganador e desgraçador islam.
Até a frase:
allahu akbar, significa que aquele allah é o maior.
No corão actual está que allah engana.
Se é o maior e engana, logo é o maior enganador.
Nenhum muçulmano descobriu isto, e quando ficam a saber também não o divulgam.
Em verdade, só fora do islam, a Verdade e O Bem podem Existir.
Chapelada. Ou neste caso, barrete, enfiado na cabeça dos Idiotas uteis, que acrediram que havia uma primavera árabe.
O que vem por aí é um longo inverno, que ainda nos vais infernizar...
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