[Ligeiramente retocado]
Toda a gente gostaria que todos os alunos fossem bons alunos, mas isso não acontece. E não acontece apenas por haver eventuais problemas de maus hábitos, ambiente familiar, etc, mas porque alguns, felizmente poucos, (não falo nos casos mais graves) não dão uma para a caixa. Não dão e, seja ou não politicamente aceitável referi-lo, todos têm disso consciência. Todos, à excepção dos inconscientes ou militantes do solipsismo.
Toda a gente gostaria que todos os alunos fossem bons alunos, mas isso não acontece. E não acontece apenas por haver eventuais problemas de maus hábitos, ambiente familiar, etc, mas porque alguns, felizmente poucos, (não falo nos casos mais graves) não dão uma para a caixa. Não dão e, seja ou não politicamente aceitável referi-lo, todos têm disso consciência. Todos, à excepção dos inconscientes ou militantes do solipsismo.
Os maus hábitos, ambiente familiar, etc, podem ser
contrariados mas a escola não o
está, regra geral, a fazer também por razões ideológicas que remetem para a militância na pura estupidez. É a
história da "outra
cultura" que a nada corresponde porque essa "entidade" apenas se manifesta
em locais onde os alunos nunca tiveram contacto substantivo com essa dita cultura. No local de origem desse fantasma
nada se passa como se diz pensar (evidentemente que há
disso consciência, mas o politicamente correcto...).
Voltando aos que infelizmente não dão uma pr'a
caixa, cedo se percebe que a coisa não pode, de forma alguma
ir longe. A estes casos há que atribuir mais ou menos
atabalhoadamente o 4º ano e despachá-los para algo que não meta papel e
caneta, muito menos computador. Há que se criar saída para estes casos
ou serão casos para sempre
encravados seja em que turma for. Quando mais "progredirem"
mais encravados ficam. Seja qual o canudo que
lhes seja mais ou menos administrativamente atribuído, nunca esse facto
será tido em conta fora do âmbito do Estado. Já toda a gente sabe que
os canudos que por aí circulam tem várias utilidades mas nada garantem. Não são pura e simplesmente tidos em conta sem dupla verificação pela hipotética entidade patronal. Os que não corresponderem à promessa ...
Mutatis mutandis, a mesma aproximação é
perfeitamente aplicável aos restantes níveis de ensino remetendo os alunos que não dão uma para a caixa para outras saída
apropriadas. Neste caso acabaríamos com uma 'saída airosa' para o 4º ano,
outra para o 9º, outra para o 12º, etc.
Na minha opinião, quem saísse 'airosamente' no 1º ciclo sairia com o 4º ano, quem saísse 'airosamente' no 9º ou antes de lá chegar
ficaria com o 6º, quem saísse
'airosamente' do 12º ficaria com o 9º. Em qualquer dos casos seria enviado para uma via alternativa que lhe permitisse adquirir conhecimento para viver honradamente obtendo um grau académico que não se
confundisse com os existentes mas
que correspondesse a uma verdade. Uma Educação Real.
Entretanto, alguém se convenceu e ajudou a
convencer que por mais estapafúrdia que fosse a via académica escolhida
pelo aluno, seria função da "sociedade", eufemismo para Estado, resolver-lhe o problema dando-lhe
emprego (não necessariamente trabalho).
Aparentemente convencidos de que tudo é possível,
batalhões de alunos tiraram
canudos que não têm qualquer aplicação prática para mais que casos pontuais. Foram enganados e deixaram-se enganar.
Um licenciado em sociologia faz uma pós-graduação
em teatro. Muito giro. E vai fazer o quê e onde?
A verdade é que tudo está feito para que alguém
saiba (espera-se) fazer alguma coisa apenas quando ganhar um diploma de uma qualquer faculdade
e nessa ilustre posição está sistematicamente à espera de um lugar
de chefia que nunca aparece.
Uma boa parte dos encravados são os que entraram na
faculdade mas não têm unhas para trepar ao poste do presunto. Desistem, não serão parvos de todo mas não
sabem fazer nada de substantivo. Por que não podem eles frequentar formação
profissional no Estado que, para
além do já conseguido 12º lhes dê uma certificação profissional para o exercício de um ofício ou profissão?
Por que não pode um aluno que não consegue trepar
ao 12º sair com o 9º dando entrada numa alternativa ao nível do 9º?
Por que não pode um aluno que não consegue trepar
ao 9º, sair com o 6º e entrar numa
alternativa ao nível do 6º?
Por que não pode um aluno que não consegue o 6º
entrar numa alternativa ao nível
dos que saíram com o 4º ano 'emprestado'?
Por que carga de água insistir que
todos têm que chegar ao 12º, uma
boa parte dos quais arrastando-se e atrapalhando os restantes? Os próprios nada ganham, os restantes,
também não.
É evidente que a coisa não se pode perpetuar, não
se pode manter um aluno em
formação profissional (ou o que se lhe quiser chamar) indefinidamente. A ser assim, dê-se-lhe uma abébea ao primeiro canudo (com limite de tempo),
aplique-se uma propina à segunda,
uma propina correspondente ao valor real da coisa à terceira e, se estiver disposto a pagar, que continue toda a
vida a "estudar" por sua conta e risco.
Entretanto, estão as novas escolas da Parque Escolar em condições de receber equipamentos para ensino
profissional? Terão que ser
demolidas? Terá sido uma forma de tentar perpetuar a inexistência de outras vias de ensino? Pura
estupidez? Apenas para "festa"?
[Também publicado aqui]
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