Dia do Trabalhador Desempregado
1 Maio, 2013
Hoje, Dia do Trabalhador, é o tal em que CGTP e UGT se unem, clamando por mais desempregados: exigirão aumento de salário mínimo e chamar-lhe-ão dignidade. Para as centrais sindicais, o desempregado é indigno; é uma perturbação estatística de coisas que produzem2 abaixo do nível de dignidade; gente que deve ser impedida, pelo Estado, de trabalhar; gente, para o Estado, para as centrais sindicais, que está melhor com 0€ do que estaria com 400€. Toma lá que é para os patrões maus verem: solta-se-lhes a bomba atómica; tremem-se-lhes as pernas; toma lá um Muro de Berlim a separar a dignidade da indignidade; não permitiremos salários indignos, deixai-vos estar desempregados: precisamos de massa informe desesperadamente a esfomear pelo progresso da civilização.
Isto mete muita confusão a progressistas, os pró-progresso-pensantes (PPPs), que esperam poder combater desigualdades criando uma barreira de separação. Dividir para unir, presume-se – não são pessoas que façam lá muito sentido. Não seria suposto um progressista acreditar na liberdade para dormir com quem se quiser, fazer o pino no autocarro e na sala de aula, abortar, usar máquina calculadora na escola primária e pensar na filosofia antropológica inerente à psico-sociologia ecológica da raiz quadrada? Não acreditam que o indivíduo deve ser livre para escolher religião, parceiro sexual, barriga de aluguer, comprimento da saia, tatuagens e piercings? Sim, isso tudo é válido e do foro íntimo – a liberdade de trabalharem por 484€ é que tem que lhes ser retirada.
1 Redundância: não há desempregados do público.
2 Acrescendo impostos devidos.
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