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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Exportá-los 'Desajustados', Reimportá-los 'Atilados'

Na sequência de uma luta de gangs que terminou com dois assassinatos na madrugada de domingo para segunda em Rio de Mouro, no Correio da Manhã de hoje pode ler-se o seguinte testemunho de alguém que assiste ou sofre diariamente com a violência juvenil organizada dos subúrbios de Lisboa:

“Rapazes com 15, 16, 17 anos, brancos e negros, juntam-se e, armados, provocam as pessoas. Muitas vezes acabam por se desentenderem e então é vê-los puxar da faca ou da pistola. Sim, andam armados e trazem raparigas.” O homem, na casa dos 50 anos, fala de grupos enormes. “São aos vinte ou aos trinta, andam por cima dos carros e quando chega a GNR fogem para a estação”. Esta testemunha garante que, desde há uns meses, a situação piorou. “É rara a noite em que não ouço uma sirene. Mas não é só aqui. É também nas estações das Mercês, Agualva”. Segundo fonte policial, estes grupos ou gangs da Linha de Sintra deslocam-se nos comboios, sobretudo durante as madrugadas de sábado e domingo."

A Polícia conhece esta realidade mas pode fazer pouco. A situação legal dos menores de idade está muito perto da impunidade absoluta.

Na Alemanha, há já uns anos as autoridades começaram a lidar com a delinquência juvenil enviando jovens desajustados para famílias de acolhimento no estrangeiro. Ao colocar um menor aos cuidados de uma família estrangeira, pretende-se obter uma alteração do seu comportamento por duas vias. Primeiro, é cortado o laço afetivo com o ambiente de delinquência onde ele vive – conhecimentos, lugares; Segundo, o facto de o jovem ser confrontado com um país onde não conta com os níveis de conforto e organização que tem na Alemanha natal, fá-lo valorizar a sociedade que até aqui desdenhou, esperando-se receber mais tarde um indivíduo com uma atitude positiva e interessada em relação ao seu próprio país.

É talvez altura de começar e pensar em encontrar umas famílias de acolhimento no estrangeiro para os ‘desajustados’ e outros coitadinhos de menor idade do Cacém, Rio de Mouro e Mercês. A boa ideia era encontrar-lhes essas famílias na Guiné, ou em Angola, independentemente da raça dos pequenos. Também poderia ser no Zimbábue, onde teriam a vantagem de poder treinar o inglês. Talvez não haja grande erro na suposição de que ao fim de poucas semanas já os mocinhos andavam à volta da embaixada, pedindo por favor o reembarque tão rápido quando possível, e que uma vez de volta ao Cacém prometiam não andar mais em cima dos carros dos outros e nem voltar a ameaçar ninguém com facas e muito menos com pistolas.

Mas, claro, é difícil isto acontecer. A realidade de quem legisla, os nossos deputados, e a realidade do jornalismo do regime, os que amplificam a converseta do politicamente correto, é diferente da realidade dos subúrbios de Lisboa. Os deputados e os jornalistas instalados não precisam de andar nos comboios da Linha de Sintra e de Cascais à noite, onde pessoas de várias idades e dos dois sexos que trabalham em turnos noturnos são obrigadas a suportar o comportamento ofensivo, insultuoso e, o pior de tudo, perigoso, de uma cambada que sabe que pode fazer o que bem quiser e ainda ir contar aos amigos.

8 comentários:

RioDoiro disse...

"Também poderia se no Zimbabue, onde teriam a vantagem de poder treinar o inglês."

Excelente ideia.

Eu enviava para lá pretos e brancos. Despachava-os com os zingarelhos MP3, os telemóveis topo de gama, os chapéus que lhe dão um ar bovino, as calças que lhes deixam o cú de fora (excelente para que os mosquitos pudessem morder à vontade e poupassem os indígenas) e a música que babam.

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Unknown disse...

A táctica da reexportação parece interessante, mas esquece duas coisas:

1º-A rapaziada, se escapasse às catanadas amigáveis das famílias de afecto, não tardaria a fazer-se ao caminho, de piroga, a nado, a salto, etc, como fazem centenas de milhar de africanos, todos os anos.

2º-Os que lograssem cá chegar, teriam a recebê-los, embevecidos e de perna aberta, os idiotas úteis do Olho Vivo, do BE e da restante récua de palermas que fazem o nosso tempo.

Ou seja, seriam aclamados como heróis.

POr outro lado, podia ser que alguns se amancebassem por lá, contribuindo para a elevação (?) da qualidade de vida local.

Anónimo disse...

As lutas de "gangs" acontecem em todos os países e não são específicas de Portugal. Além disso, nas linhas de Sintra e Cascais, os desacatos são praticados por jovens de diversas origens que têm nacionalidade portuguesa. Não sei como é que poderiam ser expulsos do seu próprio país. São criminosos e devem ser tratados como tal. Não confundamos as coisas, a propósito da cor da pele.

Anónimo disse...

Há uns anos largos, já não sei precisar quantos, foi necessário instalar um posto da GNR dentro da Escola Secundária de Miratejo, mais tarde desactivado. O problema não eram os pretos, azuis ou verdes, eram mesmo os gangs de filhos da terra que ocuparam o território.

Paulo Porto disse...

Caro Voador

"Não sei como é que poderiam ser expulsos do seu próprio país. São criminosos e devem ser tratados como tal. Não confundamos as coisas, a propósito da cor da pele"

Sim, não confundamos: eu escrevi que o período a passar noutro lugar onde dificilmente se lembrariam de assaltar ou molestar a população local se aplica a delinquentes de qualquer raça.

Depois, não de trata de uma expulsão, mas de uma fase da vida que talvez mostrasse a uma certa chunga que, afinal, é boa ideia dar valor e estimar aquilo que têm por cá.

Anónimo disse...

Que é chunga, estamos de acordo.

Anónimo disse...

Os marroquinos querem mesmo expulsar os seus compatriotas, nem que seja temporariamente. Senão vejamos o que dizem estes dois representantes da comunidade.

Em Maio de 2007, depois de ter passado 7 dias em Nador (norte de Marrocos) escrevia o colunista de origem marroquina, Mohammed Benzakour, no NRC (o jornal de qualidade cá da praça), que estava eternamente agradecido ao seu pai por o ter trazido para a Holanda. Ao mesmo tempo dizia: ‘a partir de agora cada marroquino que me venha dizer que é a culpa da xenofobia, da imprensa que é racista e dos subsídios de desemprego que são muito baixos mando-os logo dar uma curva. E os insurrectos de rua de Amesterdão [refere-se aos seus compatriotas], deviam cumprir aqui [Nador] as suas penas. Todos os dias a pão e água, e engraxar sapatos, ou então estucar paredes a € 4 por dia e acarretar com pedras debaixo de um sol tórrido – assim é que eles aprendiam’.

E o vereador do bairro problemático Slotervaart em Amesterdão e representante do partido trabalhista, Ahmed Marcouch, afirmava em Outubro do ano passado no mesmo jornal no âmbito do combate à delinquência juvenil que: ‘campos de reeducação, reduzir o abono de família dos pais, mandá-los para à família em Marrocos. Tudo isto deve ser experimentado’.

Como vêem, os próprios representantes da comunidade já começaram a abrir os olhos, já se deram conta que é preciso tomar medidas, sejam elas quais forem. Deixar andar e acusar de racismo todo aquele que se lembra de fazer uma crítica é que já não funciona, só vai agravar a situação.

Anónimo disse...

Por que nao:)