Teste

teste

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Olho Vivo

Não tenho o olho vivo e por isso peço desculpa se não estou a olhar o assunto com a desejável vivacidade.
Parece que uns magrebinos, vítimas de já não sei o quê, segundo os gajos sempre atentos do Olho Vivo, trocaram as remadas e, em vez de ir apanhar morangos a Huelva, acabaram literalmente de monco caído no Algarve.
E de facto parece não haver nada pior do que meter-se um tipo no barquito para dar banho à minhoca ou passear a burga, a e vir bater com os costados em Monte Gordo, onde os preços estão pela hora da morte e não se come nada bem.
Têm razão os tipos do Olho Vivo.
Estes sarracenos são vítimas.
Podiam por exemplo ter desaguado em Marbella, onde os esperavam boas paellas, tapas e o responsável local da Al Qaeda, para lhes dar as boas vindas e lhes mostrar uns cintos de explosivos novinhos em folha.
Mas não.
O que aconteceu foi uma injustiça tremenda, agravada pela barbárie sem nome dos portugueses.
Então não é que impediram aquelas boas almas de veranear no Algarve e os meteram numa carripana para o Porto?
Está bem que não pagaram o bilhete, nem a alimentação, nem o alojamento, coisa que a mim me cobram assim que ponho um pé fora de casa, mas o Porto meu Deus?

Tem razão o Olho Vivo…o Porto só por inadmissível islamofobia.
É uma humilhação ao Profeta obrigar os nossos convivas a contactar uma cidade com nome de vinho e cuja gastronomia brilha sobretudo na tripa do porco. Justifica-se a queima de bandeiras portuguesas em Islamabad.

O Olho Vivo indigna-se justamente e devemos louvá-lo por isso.
A indignação nacional é temática que anda um bocado por baixo, como é sabido e as pessoas hoje em dia já não se indignam como antigamente.
Não há verdadeiramente uma imagem de marca da indignação nacional e isso tem custos para o país, principalmente num momento em que o Mourinho está de férias pagas e o Scolari ainda está escaldado do gesto que fez, na melhor das intenções sublinhe-se, para elevar bem alto o nome da indignação portuguesa

O Olho Vivo faz o que pode, é gente carola que se esforça bastante para aumentar o prestígio da indignação nacional, mas não pode fazer tudo, sem apoio do estado e das instituições.
Tem o olho vivo, claro, não se sabe qual, mas presume-se, já que anda, sempre alapado aos emigrantes africanos e não é querer ser má-língua, mas toda a gente sabe o que se comenta sobre a s dimensões penianas e isso.

Chegados aqui, há que explicar aos dignos indignados do Olho Vivo e ao também indignado deputado do BE que, de barba por fazer e cabelo empastado, foi ontem foi visitar as vítimas (de câmara na mão, por se acaso… que nunca se sabe quando as coisas descambam para a maluquice e se faz ali um vídeo porno para meter no o You tube), que os marroquinos, apesar de africanos, não partilham essa característica anatómica em, digamos, toda a sua dimensão.
O que não obsta a que se indignem ainda mais, agora de frustração, claro.

15 comentários:

Anónimo disse...

texto deplorável, de tão mal escrito que está, e de tão porco que é. é a marca do lidador.

Paulo Porto disse...

O que o Olho Vivo precisa de explicar é como ficaríamos se toda a gente que se sente mal em África e quisesse emigrar para a Europa o pudesse fazer livremente.

As consequêcias não são difíceis de imaginar, até para o Olho Vivo. Fica portanto a ideia que a única coisa que pretendem é dar nas vistas e andar a fingir que são humanitários. E quando se precisa de andar a fingir que se é humanitário há-de ser para compensar qualquer coisa que está a mais do polo oposto do sentimento.

Partindo do princípio que toda a gente é devolvida sã e salva à terra natal, não há dúvida que rir é o melhor remédio contra a estupidez.

Anónimo disse...

O governo, neste caso, andou bem. De resto, os próprios marroquinos sempre declararam que queriam ir para Espanha, o que faz todo o sentido, pois lá há mais emprego. Uma questão de sobrevivência. O que já não faz sentido é os governos (portugueses e europeus) fecharem os olhos à imigração ilegal quando lhes convém (crescimento económico e falta de mão de obra barata) e deportarem os ilegais quando estes são uma sobrecarga para o erário público. Quantos brasileiros e ucranianos não entraram ilegalmente em Portugal em finais dos anos noventa? Nessa altura, havia a ponte, a Expo e os estádios do Euro para construir. Agora não há.
Mas, daqui a uns anos, vai haver o TGV e o novo aeroporto. Há sempre uma segunda oportunidade...

Unknown disse...

"O que já não faz sentido é os governos (portugueses e europeus) fecharem os olhos à imigração ilegal quando lhes convém"

Não entendo o seu racional, caro voador.
Então os governos devem fazer o contrário do que lhes convém?
Segundo julgo saber, os governos são eleitos para defenderem os interesses dos que representam
Você afirma que isso é uma coisa má.

Em que mundo vive, meu caro?

Anónimo disse...

Os governos não podem declarar que são contra a imigração ilegal (o que é correcto) e deixarem milhares de imigrantes ilegais nas mãos dos empregadores sem escrúpulos, quando as obras do regime têm de ser construídas. É simples. E pode ser controlado. Assim, os governantes o queiram. Não vejo onde está a contradição. Quem tem dois pesos e duas medidas é o governo português (neste caso) e não os que o elegeram.

Unknown disse...

Caro voador, penso que percebo o seu ponto de vista.
No fundo o meu amigo tem uma perspectiva idealista da política e acha que é possível o paraíso e que os homens e os governos deviam ser anjos de túnica e harpa, regidos sempre por elevadíssimos padrões morais e éticos, do tipo justiça cega, desde que seja de acordo com aquela que eu acho bem.

Não sei que idade tem, mas se e quando amadurecer, irá aos poucos verificando que:

1-A politica é a arte do possível.
2-Não há anjos deste lado da galáxia
3-As elevadas noções de ética do tipo imperativo categórico, têm perversões que tranformam sempre a sua aplicação em chacinas e monstruosidade.
4-Os governos têm de ter dois pesos e duas medidas, ou até mais. O melhor para os cidadãos que neles delegaram poder, o melhor tb para os outros, mas apenas se for possível.
Na vida real, por vezes não se pode ter o melhor para todos. E aí um governo democratico deve fazer o melhor para os seus cidadãos, se necessário prejudicado os outros.

Se não entender este tipo de dilemas, nunca perceberá a realidade da acção política e passará a vida investir contra moinhos de vento em nome dos elevados valores que acha serem os seus.

Porque razão acha que Pol Pot fez o que fez?
Porque era mau?
Não, porque era idealista.

Quer um exemplo?
Imagine que tem apenas um pedaço de medicamento e tem à sua frente o seu filho e uma outra criança cuja vida depende imediatamente da dose única.
Imagine que não pode fazer mais nada e tem de decidir já.
Quem decide você que deve viver?

Porque razão usou dois pesos e duas medidas?

Luís Oliveira disse...

[Quem tem dois pesos e duas medidas é o governo português (neste caso) e não os que o elegeram.]

E já agora também exige que cumpram todas as baboseiras que prometem nas campanha eleitorais, não? Chiça, havia de ser bonito...

Anónimo disse...

Nos países mais desenvolvidos existe uma coisa que se chama "accountability" (trad. livre: prestação de contas). Se nós votamos no partido X ou no candidato Y, fazemo-lo com base no seu programa eleitoral. É lógico que os cidadãos esperem, de quem elegeram, alguma coerência com os enunciados. Isto não tem nada de idealista, mas de objectivo. Claro que em Portugal, os políticos são menos responsáveis do que, por exemplo, na Holanda. É natural, há mais ignorância, mais medo, logo menos cidadania. Mas isso não impede que não sejamos exigentes com a classe política. Que a política é a "arte do possível" todos nós sabemos, mas em democracia há possibilidades de controlo, logo de exigência.
O exemplo de Pol Pot é mal escolhido porque, independentemente dele ter sido idealista ou não, a sua política não podia, sequer, ser discutida. Se pudesse, ele não tinha lá estado o tempo que esteve...não foi a política do possível, foi a ditadura "tout court". São situações completamente diferentes. Como, também sabemos, não se podem comparar peras com maçãs, apesar de serem ambas fruta. Quanto ao exemplo das crianças é puramente especulativo e portanto não controlável do ponto de vista da hipótese.
Não é preciso "arte" para controlar a imigração ilegal. São precisas leis claras e que não deixem dúvidas para aqueles que querem emigrar para Portugal. Por ex. só podem entrar imigrantes que possuam um contrato de trabalho previamente acordado através das representações diplomáticas no estrangeiro (modelo canadiano ou australiano). Ou, os empregadores obrigam-se a legalizar os imigrantes contratados, sob pena de....e por aí fora. Leis claras e sem duplas interpretações. É assim tão difícil?
De resto e devido à baixa natalidade europeia, os governos sabem que vão precisar de imigrantes, não só por razões demográficas, mas por razões de sustentabilidade económica. O problema da legalização é uma questão central nesta problemática e não vejo porque é que os governantes não podem ser responsabilizados pelas suas políticas.

Luís Oliveira disse...

Caro holandês voador,

Acha que algum partido vai pôr no seu programa que é preciso fechar hospitais, que as empresa têxteis têm de falir, que é preciso aumentar a idade da reforma e um larguíssimo e pouco apetitoso etecetera? Claro que não.

É assim o jogo, durante a campanha os políticos prometem coisas inexequíveis e contraditórias para alcançar o poder, depois de serem eleitos é preciso ter tino e fazer o que precisa de ser feito.

As pessoas de maneira geral percebem e aceitam isto. O Blair ganhou três mandatos por cumprir as promessas eleitorais?

Quanto à emigração ilegal, preconiza leis e modelos assim e assado. Parafraseando o Raul SOlnado (a guerra de 1908), os legais emigrariam às segundas, quartas e sextas, os ilegais às terças, quintas e sábados. Ao domingo descansava-se. É capaz de resultar.

RioDoiro disse...

Holandês voador:
"Leis claras e sem duplas interpretações."

Sim, leis claras é porreiro, mas, por paradoxal que seja, parece que quanto mais claras são mais inexequíveis se tornam.

Uma lei clara significa apenas que o seu conteúdo não oferece problemas de interpretação. Mas também os livros do Pato Donald têm essa faceta.

Por exemplo: "É proibido que caia água do céu, independentemente do estado em que se encontre", não ofereceria qualquer problema de interpretação. Seria uma lei limpinha. E então? Seria aplicável?

.

Unknown disse...

“ Se nós votamos no partido X ou no candidato Y, fazemo-lo com base no seu programa eleitoral”.

Meu caro não fale em “nós”. Você não sabe o que vai na cabeça de cada um, quando mete o seu boletim na urna. Essa invocação do colectivo, como se tivesse ligação privilegiada ao que os outros desejam, sabem e querem, é uma das marcas da esquerda. E é uma arrogância tremenda.
O que você quer dizer é que você pensa que faz isso.
Pode ser que sim, mas duvido. Lê os programas eleitorais de todos os candidatos e compara meticulosamente vantagens e inconvenientes?
Ou vota por uma predisposição que à partida já tem, uma empatia, uma emoção, o que acredita ser ?

“Claro que em Portugal….há mais ignorância, mais medo, logo menos cidadania”

Ah…lá está a pesporrência esquerdista em toda a sua lógica. Se se vota “mal”, (quer dizer, se se vota contra aquilo que nós achamos “bem”), só pode ser porque as pessoas são burras, têm medo, não estão informadas, etc.
O meu amigo desculpe, mas faz o cromo perfeito do esquerdista “progressista”, aquele que acha que tem a razão da história do seu lado e que as coisas não podem deixar de ser como ele as vê. Nada de novo. Em Portugal, quando a República se implantou, os progressistas republicanos foram taxativos na proibição do voto feminino e das classes iletradas (ou seja, 80% da população), justamente porque achavam que eram ignorantes e manipuláveis.
Invoca-se o povo, mas apenas o povo que convèm. E se o povo não faz o que convémm, muda-se o povo, como dizia Brecht.

“Mas isso não impede que não sejamos exigentes com a classe política”

Claro que sim…..pode você mesmo candidatar-se aos cargos ou votar noutros. É essa a “accountability" numa democracia representativae num estado de direito.
Que outra tem na manga?
Tomadas da Bastilha?

“O exemplo de Pol Pot é mal escolhido “

Não é não. Era um filósofo imbuído de ideias bastante parecidas com as suas. E convencido que estava do lado certo. E determinado a fazer o “bem”.
Não há nada pior do que um idealista com poder. O “terror” da Revolução Francesa já nos tinha mostrado isso. Bem como as revoluções de Estaline e Mão.
Sancho Pança no governo, é mil vezes preferível a D. Quixote, meu caro.

“Quanto ao exemplo das crianças é puramente especulativo e portanto não controlável do ponto de vista da hipótese. “

Noto que foge ao dilema, em vez de o enfrentar.
É típico. Só se podem alimentar ideias como as suas, na estratosfera, onde não existem dilemas morais.
Porque tem medo de enfrentar os dilemas reais?


“ só podem entrar imigrantes que possuam um contrato de trabalho previamente acordado através das representações diplomáticas "

Tem razão…mas agora uma perguntinha: entram milhares de imigrantes pelas porosas fronteiras da EU. Não querem saber de representações diplomáticas e que tais. Antes de virem desfazem-se dos documentos (isto é real). Você, 1º Ministro da Holanda, por exemplo, que faz a um destes ilegais apanhados?
Deporta-os para onde?
Qual é a sua solução para este caso concreto?

“De resto e devido à baixa natalidade europeia, os governos sabem que vão precisar de imigrantes, não só por razões demográficas, mas por razões de sustentabilidade económica”

100 % de acordo. Mas há imigrantes e imigrantes. É óbvio que a Europa precisa de gente nova cuja cultura seja integrável, adaptável, ou não hostil.
Não precisa, deve mesmo rejeitar, a imigração de comunidades islâmicas.
Isto tem de ser dito. Os imigrantes não são todos iguais. O Islão é uma pertença agressiva e que traz problemas graves às sociedades ocidentais.
E se nos recusarmos a encarar este problema tal como ele é, estamos a legar a catástrofe aos nossos netos.

Anónimo disse...

Os imigrantes islâmicos já estão na Europa há muitos anos e, em regra, multiplicam-se mais depressa do que os índigenas. Depois, há a reunificação familiar (permitida por lei na maioria dos países da UE) e, mais cedo ou mais tarde, será a vez da Turquia com a sua população emigrante, maioritariamente islâmica. Que fazer? Construir um muro real à volta da fortaleza ariana? Não me parece fácil a solução. Mas, talvez o lidador saiba a resposta...

Unknown disse...

Pois é, caro voador.
Mostrou-se incapaz de enfrentar qq dos dilemas que lhe coloquei.
É de facto mais fácil debitar receitas abstractas, e encher a boca de slogans politicamente correctos.
Não custa nada, fica bem nas manifes, nas charlas de esquerda desejante e nas conversas de café, e por aí se queda.

É a chamada converseta de miss. Ai, e tal, devia ser assim, e assado, e queremos a paz mundial, e as florzinhas e os passarinhos e tal.
Bonito, sem dúvida, O pior é o resto.

Que é que se deve fazer?
Agarrar o touro pelos cornos:

Acabar com o multiculturalismo e o masoquismo cultural que lhe subjaz. Não temos de aceitar como válidas as práticas sociais do Islão e muito menos as ameaças e as fatwas que os mulahs declaram contra qualquer pessoa que “ofenda o Islão”.
Temos de combater a tiro,se preciso for, a imigração provinda de países muçulmanos e estimular a oriunda de outros espaços culturais (hindus, chineses, etc), com práticas sociais não agressoras.
Declalar o islamismo uma ideologia proscrita, como o nazismo e impedir a edificação de mesquitas na Europa com fundos vindos dos países muçulmanos e que funcionam hoje como postos de comando avançados da jihad contra o dar-al-harb.

Há que aplicar medidas duras às comunidades muçulmanas já instaladas, restringindo a liberdade a quem quer que tenha viajado de e para países como o Paquistão e Arábia Saudita, e a quem adopte comportamentos públicos de desafio e ameaça.
Há que deportar todos aqueles que ataquem, por palavras e actos, os valores prevalecentes nas sociedades ocidentais.
Não é politicamente correcto escrever isto, mas temos de descriminar, até que doa de modo a que a comunidade islâmica se sinta pressionada a alterar comportamentos e a educar os filhos para viverem pacificamente nas sociedade hospedeiras, em vez de os mandar para as lavagens ao cérebro nas madrassas do país de origem.

Eles odeiam-nos porque somos “decadentes” e pela forma liberal como encaramos o sexo, o álcool, etc.
Nós temos de fazer com que o resultado desse ódio se volte contra eles.
Porque qualquer sociedade que quer sobreviver tem de distinguir quem são os amigos e quem são os inimigos.
No fundo é sempre essa a questão essencial da Política.

Lá chegaremos.
A alternativa é o lento deslizar para as trevas.

Anónimo disse...

"A alternativa é o lento deslizar para as trevas". De facto, já o Joseph Conrad tinha escrito um livro sobre o tema. Não consta que o personagem central tenha sobrevivido.

Unknown disse...

Bem lembrado.
A vontade psicológica de lutar costuma desmoronar-se quando o adversário usa a violência de forma implacável e impiedosa. A combatividade tende a esvaziar-se quando o adversário aparenta (ou mostra) ser invencível e brutal.

Em Apocalipse Now (filme adaptado do romancce de Conrad) , Kurtz exigia “drop the bomb”, metáfora crua da necessidade do uso de todos os meios necessários para destruir a vontade do inimigo.

Westmoreland não podia ir por aí, porque era apenas “um soldado obedecendo a ordens, …agindo de acordo com as restrições impostas pelo governo do meu país”, e os EUA perderam a guerra.
Só “Kurtz” podia vencer um Giap determinado a subir aos extremos e que não hesitou em sacrificar milhões dos seus soldados.

Giap perdeu todas as batalhas, mas ganhou a guerra.

A premonição é assustadora: o Ocidente perderá todas as guerras nas quais se confronte com uma vontade forte, a menos que volte ao fio-de-prumo definido por Clausewitz.