Tenho ido a Lisboa de carro, com alguma frequência, nos últimos tempos.
Contrariamente ao frenesim habitual, circula-se agora à larga, principalmente a partir do meio do mês.
Entra-se em Lisboa com facilidade e, mesmo dentro da cidade, o trânsito faz-se sem aquele stress que há anos me punha a vociferar contra tudo e contra todos.
É verdade que Lisboa nunca foi Nova York, no que à intensidade de tráfego diz respeito, mas agora está parecidíssima com o Alandroal, num escaldante dia de Verão.
Virtude da excelência governativa que nos deu boas estradas, boas alternativas, bons transportes públicos, dirão alguns plumitivos.
Concordo com eles quanto à mão do governo, penso efectivamente que esta facilidade com que passeio por Lisboa ao volante, se deve por inteiro aos desatinos dos socialistas que nos (des)governam há anos.
O que motiva esta deserção de muitos portugueses é o empobrecimento generalizado da sociedade portuguesa e a crescente proletarização da classe média.
Para lá da retórica delirante com que os políticos que elegemos se justificam, os factos, esses são impenetráveis ao falatório. E o facto marcante é que os últimos anos de governo socialista correspondem a um empobrecimento sem paralelo na História da democracia portuguesa.
O preço dos combustíveis, carregado de impostos e estabelecido em função dos interesses de uma empresa pública que tem o monopólio da refinação (este governo recusou pressurosamente a instalação de uma refinaria de um consórcio privado), está a tornar proibitivas as deslocações de automóvel. Alguns dirão que isso é bom para o ambiente, para as andorinhas e para os pardais, mas trata-se de fraco consolo para quem vê a sua qualidade de vida a desaparecer a um ritmo avassalador.
Em meia dúzia de anos de José Sócrates e do seu PS, o socialismo fez-se presente.
De tanto querer fazer engenharia social, Sócrates logrou em menos de um fósforo fazer aquilo em que os regimes socialistas são bons: dificultar a criação de riqueza e socializar a pobreza.
São cada vez mais os portugueses que vivem já num nível de sobrevivência, tendo de mudar de hábitos e renunciar a coisas que julgavam sólidas e pelas quais trabalharam toda a sua vida.
Isto nunca tinha acontecido a esta escala, nos últimos 100 anos.
Foi aqui que nos deixou Sócrates e o seu Governo de incompetentes, cínicos e mentirosos. E aqui ficaremos muito tempo.
Sem comentários:
Enviar um comentário