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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Moto Contínuo


Barack Obama alertou que "a guerra contra o terrorismo não terminou. Temos de ficar alerta".
("in Expresso")

A pergunta que o mundo civilizado deveria estar a colocar a Obama é "que condições concretas é que têm de estar reunidas para que os EUA decidam que não é mais necessário intervir?" Nas circunstâncias actuais parece que nem (São) Obama tem vontade de cessar a actividade militar internacional - defeito que só era notório em Bussssssshhh - nem parecem faltar desculpas para enviar tropas e porta-aviões gastando preciosos e escassos recursos que seriam bem melhor aplicados em actividades produtivas ou, pelo menos, para travar o desastre das finanças públicas americanas que se anuncia. Já para não falar do incómodo causado às populações que têm de levar com elas.

Sobram desculpas para aplicar a força, faltam critérios e coerência para a aplicar.

Esta declaração de Obama é sintomática de uma indústria militar (suportada por um Estado) que tem constante necessidade de justificar a sua existência e urgência, às expensas dos contribuintes americanos. Uma máquina que se auto-alimenta.


PS: Há dias em que me sinto especialmente anarco-capitalista. Ah! E sou pró-americano apesar de não parecer.

9 comentários:

Amilcar Fernandes disse...

È pa não chorem mais, os busshistas e republicanos fizeram guerra declarado ao terrorismo invadiram e não apanharam nada. Mas eles não eram amigos. Disparar agora é tudo ao lado do inimigo publico morto. Se fosse no velho oeste o atirador trazia o corpo e recebia o premio. Agora, depois disto vamos consultar o tarot a ver quem é o futuro bin laden.

Eduardo Freitas disse...

Clarividente post!

Unknown disse...

"Nas circunstâncias actuais parece que nem (São) Obama tem vontade de cessar a actividade militar internacional "

Não tem vontade, porque não pode. Como Simba respondeu ao pequeno leão, seu filho, ser rei ( ter poder), não é fazer o que se quer, mas o que se deve,
Os EUA são ( e esperemos que continuem a ser), um poder responsável. Sem esse poder e essa vontade, o mundo seria em pior...
Desde logo, não haveria quem perseguisse Bin Laden e os jihadistas.
O Irão já se teria há muito apoderado do Bahrein, o Iraque do Kwait, enfim,os pequenos do recreio estariam à mercê dos bullies de seviço.

Nós, europeus, devemos recordar a Alemanha nazi e a URSS....os bullies que , sem os americanos, nos teriam feito a folha como quem limpa o cu a meninos.

NC disse...

Caro O-Lidador,

o que questiono é a lógica da actuação. Se os EUA vissem na ETA uma ameaça para si ou para os seus aliados, isso jutificaria entrarem por Espanha adentro e bombardeá-la? E só parariam até exterminar o último etarra? depois dos etarras, viriam os nacionalistas, e depois os que discordassem da ocupação. Desculpas não faltariam para prolongar acções militares com objectivos ridículos.

Esta lógica de querer ver inimigos e ameaças por toda a parte merece a minha suspeita.

O Lidador tem uma visão que eu respeito mas tendo cada vez menos a concordar, ponderados os factos.

Amilcar Fernandes disse...

Este lidador

Aqui ha meses tive uma longa conversa consigo, sobre o afeganistão os mujahedins, os talibans e esse acrescento de onde saiu a al kaeda,

Na altura ja eu dizia e admirava-me que os EUA que conseguem ver o cú de um camelo no meio deserto e saber de tudo inclusive se os nossos ministros fazem isto ou aquilo não conseguissem saber de um habitante deste planeta, do bin Laden, e dizia eu, que não tinha provas mas que era por desmotivação e não querer, a cia não sabia, e os busshistas idem, porque eram familias amigas e de negócios? e a ideia a passar era de uma perseguição implacável, vivo ou morto, quem disse quem? Ah se o presidente ainda fosse o Bush qual seriam as apostas, vivo ou morto?

Pois é fizeram uma guerrra e o máximo que conseguiram foi " we got him” him ????? quem???????? OH desilusão, o Saddam num buraco de toupeiras.

Caricato quando se anuncia a desmantelação da tenda e uma espécie de regresso a casa dá-se o golpe de asa, os serviços secretos sabem onde está o homem , um grupo especial invade outro pais não ocupado, e ocupa provisoriamente numa operação surpresa e mata o homem mais procurado pelos bushistas, não esta mal para uma teoria da conspiração


E agora sem o bin laden vivo como justificar a presença no Afeganistão? sem os eua, os talibãs derrubam o actual governo num pis pás. O bin laden era um símbolo para que a opinião pública americana aceitasse os enormes gastos militares. A Indústria armamentista sempre vai precisar de um inimigo, seja real ou imaginário, para justificar a sua presença militar em qualquer lado do mundo, a indústria militar que tem um peso muito grande na economia dos eua, não pode ser paralizada, os eua tem gasto militares enormes e por isso tem que estar em guerra permanentemente, é um moto continuo que não pode ser quebrado, gasta, repõe, gasta, repõe, indefinidamente.

teorias da conspiração. eh eh eh, a verdade é que morreu

Carmo da Rosa disse...

Tarzan disse: ”A pergunta que o mundo civilizado deveria estar a colocar a Obama é "que condições concretas é que têm de estar reunidas para que os EUA decidam que não é mais necessário intervir?"

Não chatear o indígena e não prejudicar o intercâmbio de mercadorias… Reunidas estas duas condições já estamos no bom caminho para fazer parte dos aliados dos EUA…

Unknown disse...

" Se os EUA vissem na ETA uma ameaça para si ou para os seus aliados, isso jutificaria entrarem por Espanha adentro e bombardeá-la?"

Sim, se a Espanha não tomasse medidas para impedir a ETA de ser uma ameaça, e funcionasse como santuário.
A lógica parece-me clara como a água.

Carmo da Rosa disse...

Tarzan disse: ”Se os EUA vissem na ETA uma ameaça para si ou para os seus aliados, isso jutificaria entrarem por Espanha adentro e bombardeá-la?"

A Espanha toda é exagero, mas uns esconderijos da ETA no país basco seria bem possível, caso a Guardia Civil não desse conta do recado.

Tarzan disse: ”depois dos etarras, viriam os nacionalistas, e depois os que discordassem da ocupação. Desculpas não faltariam para prolongar acções militares com objectivos ridículos.”

Esta extrapolação é um exagero e não se confirma historicamente. Os americanos, como acabou de mencionar o Lidador, libertaram-nos dos Nazis, pararam o avanço dos russos, deram-nos uma porrada de papel (plano Marshall) e puseram-se logo a seguir na alheta. Veja-se a diferença com os russos: construiram um muro e arruinaram as economias de países independentes que ocuparam até 1989.

O mesmo no Japão: ganharam a guerra, destituíram o imperador Hirohito, deram aos japoneses uma constituição e instituições democráticas e, mais uma vez, puseram-se nas putas.

Idem no Iraque: apanharam o Saddam, libertaram o Curdistão e conseguiram organizar eleições, mas não conseguiram democratizar o país - em parte erros estratégicos dos EU e grande parte culpa dos locais – e já estão a ir-se embora.

No Afeganistão, se o Karzai não fosse um gatuno e tivesse mais influência no país ao ponto de neutralizar os Talibans, e se o Paquistão não fosse um caos, já os americanos tinham ido embora…

José Gonsalo disse...

Tarzan:

Caso, em Portugal, as forças militarizadas não conseguissem destruir nem sequer neutralizar um grupo de terroristas que se tivesse constituído para acabar com o sistema democrático e que representasse, em simultâneo, uma ameaça mundial, não se justificaria a ajuda e a intervenção militar internacional efectivas?
Algo que, aliás, noutro plano, aconteceu já, por três vezes, na nossa História. Na crise de 1383-85: Aljubarrota e as restantes batalhas não teriam sido a mesma coisa sem a táctica e os archeiros ingleses, nem a nossa independência se manteria sem a presença militar da Inglaterra durante bastantes anos; na Restauração, em que a independência, mais uma vez, se manteve graças,novamente, à presença das tropas britânicas durante muitos anos; nas guerras napoleónicas e no período que se lhe seguiu, até à Revolução Liberal, de 1820. Esta última situação, aliás, mais claramente do que nas outras duas, foi determinada pelo "terrorismo" de Estado de Napoleão, enquanto ameaça à Europa.