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domingo, 20 de julho de 2008

Maldita Realpolitik


A única política unilateral que chateia verdadeiramente a Europa, ao ponto de motivar manifestações de rua, indignação sem precedentes e ódio profundo, é a política unilateral dos Estados Unidos da América. Não que a Europa, e a União Europeia em concreto, não actuem também, muitas vezes, de forma unilateral, embora que em parâmetros substancialmente diferentes mas, na maior parte das vezes, para defender o mesmo tipo de interesses.

Eu sei que custa muito a alguns Europeístas convictos ouvirem estas palavras. O unilateralismo é para os Norte-Americanos, não para os Europeus. Nós somos superiores, procuramos consensos, o nosso interesse é o interesse da Humanidade e apoiamos a ONU em tudo o que for necessário...

Esta Europa faz-me rir. Será que não tem espelhos em casa? Será que, para se projectar mundialmente como um bloco forte, a União Europeia precisa, muitas vezes, de defender uma política não construtiva, de constante crítica aos Estados Unidos? Será que está isenta de interesses quando mama o petróleo e o gás Russo, mesmo que a Rússia tenha regredido vinte anos e voltado ao tempo dos Secretários-Gerais? Será que a China sente as mesmas críticas da UE, comparando com os Estados Unidos?

Quem é que viola afinal os Direitos mais básicos do ser Humano? Países como a Rússia e a China ou países como Israel e os Estados Unidos da América?

A política unilateral dos Estados Unidos, as eleições dos Estados Unidos, os acontecimentos dos Estados Unidos, os assassinatos em série dos Estados Unidos, as perseguições policiais nos Estados Unidos, as prisões dos Estados Unidos e o estilo de vida Norte-Americano aparecem constantemente nos meios de comunicação social da Europa, geralmente para em tom crítico e "intelectualmente superior" trazer a inteira verdade sobre Estados Unidos da América (do Norte). Na sociedade já se reflecte bem o poder de fogo das palavras destes intelectuais, com pessoas a gritarem "Os Americanos são gordos", "Na América as pessoas vivem mal e porcamente, enquanto que outros Americanos têm mansões", "Somos todos Palestina", "O Iraque merece ser livre", "Fechem Guantánamo" e "Precisamos de esperança e mudança, votem Obama!".

Ainda há dias, a China e a Rússia utilizaram o seu poder de veto na Organização das Nações Unidas para vetar a imposição de medidas contra o Presidente Robert Mugabe que, como sabemos, tratou de limpar o sebo a muitos dos oposicionistas do regime, para, de maneira mais que justa, vencer as eleições Presidenciais. Dois dos nossos maiores parceiros comerciais fizeram valer os seus interesses e votaram contra. O que lhes aconteceu aqui na UE? Serviu de alguma coisa o Soft Power?

Maldita Realpolitik.

Já a Líbia também fez uso do seu assento no Conselho de Segurança da ONU e votou contra a imposição das sanções propostas pelos Estados Unidos. Ainda ontem, durante a visita ao mesmo país, José Sócrates confraternizava com o seu grande amigo Khadafi, afirmando que era necessário aumentar as relações de Portugal com a Líbia.

Maldita Realpolitik.

A justa defensora do Soft Power à escala Mundial está cheia de incoerências típicas de uma política utopista e manipulada pela esquerda. A União Europeia é, olhando com olhos de ver, igual aos Estados Unidos no que toca a defender os seus interesses. Porque é que só se fala em "unilateralismo" para os Norte-Americanos? Porque não se fala em "unilateralismo" para a Rússia de Medvedev, para a China de Hu Jintao e para a UE de Barroso?

Vestem todos a mesma pele, são tudo a mesma coisa: Estados. Estados soberanos (não no caso Europeu) que fazem tudo para defender os seus "valores", os seus interesses, os seus cidadãos, o seu património. União Europeia, Estados Unidos, Rússia, China: tudo no mesmo barco.

Dentro disto, os que jogam na melhor equipa são os Estados Unidos e a União Europeia. Uns incontestavelmente superiores em diversas matérias. Outros profundamente chateados e revoltados, julgando-se superiores ao outro jogador da mesma equipa. A inveja leva muitas vezes ao voltar costas.

A cooperação entre os Estados Unidos da América e a União Europeia tem que existir forçosamente. E esta não existe porque, na maior parte das vezes, a União Europeia não quer. São ambos muito parecidos, defendem praticamente os mesmos valores, têm a mesma cultura e, mesmo assim, a União Europeia briga pelo lugar mais alto.

Conformem-se.

O unilateralismo existe e existirá sempre enquanto existirem Estados no Mundo. E ele é muitas vezes a melhor maneira de resolver alguns dos problemas que nos assolam, um pouco por todo o Mundo. É certo que o melhor é haver um concertação de várias frentes mas, e visto que isto é, nos dias de hoje, muito difícil, a falta de concertação não deve levar à inexistência de operações de tipo unilateral.

A ONU é a solução para umas coisas mas não é para outras. Larguemos as tretas, as mentiras e as condenações sem razão, quando actuamos muitas vezes da mesma forma. Tenhamos coragem e frontalidade para encarar os problemas, para nos reunirmos com quem está certo e para darmos o braço a torcer.

Fácil não Dr. Barroso?

30 comentários:

Anónimo disse...

Tem toda a razão. Entretanto, veja isto: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1336002&idCanal=62

Não é isto coisa de Chineses?

Luís Oliveira disse...

Excelente.

Paulo Porto disse...

Muito bom, caro RB, tudo muito claro e lúcido.

Só que a construção deste novo império europeu (como Barroso designou a UE) passa por cavar um fosso e marcar diferenças em relação aos EUA. Sem isto não há União Europeia.

Os intersses da Europa são os mesmos dos da América. Claro que isto é verdade se pensarmos que queremos uma Europa da liberdade e democracia, e não uma Europa de uma elite que decide o que é melhor para o povo, à maneira dos Reichsfuhrer, dos membros do Comité Central de Partido, ou dos Comissários da UE.

Anónimo disse...

É bom publicar no blog de alguns "positivistas à moda antiga" algo como isto.

http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/371989

É a raça em todo o seu esplendor. A raça que existe como um facto biológico inquestionável. Aí está ela!

R disse...

«não actuem também, muitas vezes, de forma unilateral»

Cospe críticas à forma como a benemérita UE massacra o unilateralismo mas depois diz as coisas certas pelas razões ERRADAS!

A UE não tem em acta, em directiva, em decreto, em direito ou no que for qualquer UNILATERALISMO ou qualquer forma que se assemelhe ao Estados Unidos da América do NORTE.


«São ambos muito parecidos, defendem praticamente os mesmos valores»

Ai são? Ai defendem? ahhh engraçado, era capaz de jurar que era precisamente o contrário. Não sei pergunte ao amigalhaço delors.

Migo RB estude melhor a matéria antes de falar em Real Politik, porque está a martelar sem saber martelar e o máximo que faz é dar cabo dos dedos.


«mesmo que a Rússia tenha regredido vinte anos e voltado ao tempo dos Secretários-Gerais»

E cá no seu país? Tem o quê? SISI, AMT, ERC, AC, ADC, ASSEMBLEIA, UGT, JS, PROVEDOR DO TRABALHO enfim, o síndrome EUROPEU também o afecta, porque antes de bocalhar sobre a saudosa nação RUSSA deveria de antes limpar a boca e pagar o que deve para não tiraram daqui o HERMITAGE que a sua amigalhaça fez.



Quanto a este texto difuso e mal escrito, nego que a EUROPA tenha os mesmos valores que a constituição Americana.

A igualdade ainda se mantém acima da liberdade. Os direitos de defesa também.
A UE serve meramente para a chamada "guerra de estados", o problema está na baluarte que não é bem entendido pela frança e alemanha que não invadiram o Iraque e pela oposição da Espanha e Reino Unido que estão a milhar deste entulho.

EJSantos disse...

"Fácil não Dr. Barroso?"

A inveja é uma coisa tramada!
Excelente texto.

Renato Bento disse...

"A UE não tem em acta, em directiva, em decreto, em direito ou no que for qualquer UNILATERALISMO ou qualquer forma que se assemelhe ao Estados Unidos da América do NORTE."

Lá está. O pormenor do NORTE é típico. Não se preocupe: os Estados Unidos também não.

"ahhh engraçado, era capaz de jurar que era precisamente o contrário. Não sei pergunte ao amigalhaço delors."

Rir.

"porque antes de bocalhar sobre a saudosa nação RUSSA"

Ahhh saudosos, saudosos Russos, campeões do trampolim e da ginástica! E da democracia, e da liberdade do indivíduo e da poluição! Quem me dera ser Russo, ortodoxo, magnata do petróleo e Dono do Chelski!

"Quanto a este texto difuso e mal escrito, nego que a EUROPA tenha os mesmos valores que a constituição Americana."

Não falo de constituições. Até porque a União Europeia não tem nem nunca terá uma constituição. Mas, já agora, poderia-me dizer quais os valores em que a Europa e os Estados Unidos divergem totalmente?

"o problema está na baluarte que não é bem entendido pela frança e alemanha que não invadiram o Iraque"

Não invadiram mas mostraram grandes progressos nos últimos anos, aproximando-se de Washington. Sarkozy voltou a conjugar NATO e França, ao mesmo tempo em que declarava guerra ao terrorismo. Merkel apoiou Bush e deu-lhe mais soldados para o Afeganistão. Curioso não?

"A igualdade ainda se mantém acima da liberdade. Os direitos de defesa também."

Hehehe. Até me dei ao trabalho de ir buscar algumas frases à enciclopédia online:

"No nível federal, o principal oficial do Poder Executivo do país é o Presidente, eleito por um colégio eleitoral. O candidato à presidência que obtém a maioria dos votos do colégio eleitoral em uma dada eleição presidencial é o vencedor desta eleição." - ELEITO, MAIORIA.

"Os Estados Unidos da América são uma República Federal, que dão aos Estados federados muitos poderes, que na maioria dos outros países do mundo são exclusivas do governo nacional." - PODER ESTATAL, LIBERDADE

"Cada Estado possui sua própria Constituição e possui o poder de aprovar suas próprias regras e leis, referentes a certos assuntos como propriedade, crime, saúde e educação." LEI, DIREITO, DIREITOS HUMANOS E DO CIDADÃO

"A população da Califórnia, por exemplo, é maior do que o do Canadá, e seu produto interno bruto seria o oitavo maior do mundo, caso o Estado fosse um país independente." LIBERDADE ECONÓMICA, INVESTIMENTO

"As instituições que são responsáveis pelo governo regional são tipicamente Conselhos Municipais - que tomam efeito em cidades (cities ou towns), vilas (village), municipalidades regionais (towns, regional municipality, municipality, hamlet) e condados (counties)" DEMOCRACIA

"Os Estados Unidos possuem uma das populações mais multiculturais do mundo, em termos de ascendência étnica e racial." IGUALDADE, MULTICULTURALISMO (que a Europa tanto gosta)

"No século XVII e XVIII, o território que atualmente constitui os Estados Unidos foi colonizado por europeus. Imigrantes ingleses, muitos dos quais fugiam de perseguição religiosa na Europa" Perseguições e Europa não deve combinar... Deve ser engano

"Destes Estados, três adotam um segundo idioma oficial: o Havaí, que adotou o havaiano como segundo idioma oficial; a Louisiana, que adotou o francês; e o Novo México, que adotou o espanhol" LIBERDADE

"Muitos dos imigrantes que vão aos Estados Unidos possuem pouco ou nenhum conhecimento de inglês. A maioria deles aprende inglês o suficiente no país para comunicar-se com outros americanos. Os filhos destes imigrantes, que estudam em escolas americanas, aprendem primariamente inglês nas escolas." EDUCAÇÃO

"São publicados diaramente no Estados Unidos cerca de 60 milhões de jornais." LIBERDADE

"Praticamente toda residência americana possui uma rádio, e aproximadamente 93% das pessoas com cinco anos ou mais de idade possuem ao menos uma televisão ou mais." LIBERDADE, IGUALDADE

R disse...

«No século XVII e XVIII, o território que atualmente constitui os Estados Unidos foi colonizado por europeus.»

Atenção ao que diz, porque o "mayflower" levava pilgrims. Os colonizadores tinham bases do puritanismo. Eram Europeus sim, mas não eram feudais nem patos bravos. Eram puritanos, muitos deles "calvinistas", "protestantes" e "bushistas" (....)

Quanto ao resto copiado do Wikipedia, há razão no que copiou.

Indo ao fundo da coisa os estados membros da UNIÃO EUROPEIA são demasiado divergentes em relação a um ponto em comum. Tanto historicamente como em termos absolutos. Tem o exemplo do Reino Unido que não aderiu ao mercado comum nem ao Euro. Ficou entalado entre os EUA e a "europa" igualitarista.
E sim RB há muita diferença entre a UE e os EUA. Nem preciso de falar em leis laborais nem na liberdade. Falo-lhe em VALORES!

«E da democracia, e da liberdade do indivíduo e da poluição!»

Em relação à grande Nação Russa, nem sei o que lhe diga. Se não dá valor ao trabalho desse grande senhor Putin e salvador da pátria, é porque não é um adepto da organização, mas sim da entropia social.



A sério, deixemo-nos de sound bytes. UE nunca existiu e tem muitas diferenças de aspecto estrutural que não são iguais às dos estados da República Federal Americana.
Como copiou e bem, há muita liberdade para os Estados na América. Há o exemplo da fiscalidade, dos casamentos entre homens na California e dos direitos civis em Nova Iorque. Mas, em relações ao exterior, são todos Americanos.

Cá (europa), o cepticismo dá alento à divergência e cada qual tem o seu objectivo. Tanto que num plano geral os investimentos nos orçamentos de estado não são equitativos. Logo as divergências são notórias.

Com calma depois respondo...

RioDoiro disse...

Vicossitudes:
"Se não dá valor ao trabalho desse grande senhor Putin e salvador da pátria, é porque não é um adepto da organização, mas sim da entropia social."

Onde é que eu já ouvi isto?

.

R disse...

Range-o-dente, falando um pouco a sério.



Acha que uma abertura política daria estabilidade à região Russa? Ou uma abertura "económica"?

Acha também que uma abertura política na República Popular da China daria frutos?!


Deixe-se de tretas em linhas de caderno escolar. Calhou a perestroika na China se desenvolver economicamente e sustentavelmente. Abertura a um regime como o da China é suicídio. Tal como a Rússia e tal como Cuba.

Admita lá que se corroem por saberem que o capitalismo casou com regimes de um só partido e fechados politicamente.
Admita que a china já tem planos para colocarem "shaolins" na lua e a Rússia é uma potência que domina estrategicamente a Europa....


ADMITA RANGE-O-CANIÇO!

Carmo da Rosa disse...

Bom artigo.
Se eu fosse responsável pelo Ensino dava-lhe já o canudo, se fosse responsável pela habitação, um apartamento com vista para o Tejo – com ou sem resíduos das Centrais Nucleares Espanholas.

ml disse...

Perseguições e Europa não deve combinar... Deve ser engano

Não, não é engano, mas está a falar de quando? Se continua a actualizar tempos passados transpondo-os para hoje, também temos as ‘liberdades americanas’ do extermínio dos índios, do esclavagismo e Guerra Civil, da igualdade de direitos de todos os cidadãos, da inviolabilidade da vida humana doutrinada por todas as religiões cristãs.

A Europa (UE) matou que se fartou por intolerância. A Inquisição, as lutas religiosas reformistas/católicos, a Revolução Francesa. É um continente antigo de culturas antigas, teve muitos séculos para se estender. Os EU são muito recentes mas já levam um bom currículo.

Mas os países têm uma história e uma evolução. A história condiciona essa evolução, impelindo para a continuidade ou para a reflexão. A UE tenta não cair nas práticas fratricidas do passado e as caçadas religiosas com subvenção estatal acabaram há muito e não se vislumbra que possam regressar.

Para mim será sempre motivo de espanto o despudor dos que colocam as conveniências dos Estados Unidos à frente das dos europeus. Por alma de quem?
Quando é que passou pela cabeça de qualquer americano, do Minnesota ao Novo México, não colocar os Estados Unidos em 1º lugar seja em que área for e mesmo em prejuízo declarado de terceiros? Alguma vez sequer eles entenderiam tal raciocínio, muito 'europeizante'?

Já leu o que a imprensa dos Estados Unidos diz ou insinua sobre “a velha Europa”? Não com a regularidade com que aqui se comenta os EU, mas vendo bem, para quê? Primeiro, porque a esmagadora maioria da população americana se desinteressa de tudo o que ignora. Depois, porque há demasiada mão-de-obra europeia que faz esse servicinho por eles. Coisa que por lá não acontece, da direita aos ‘liberals’. ‘God bless America’ transita por todas as sendas, incluindo a ‘liberal’ Route 66.
Ou parece-lhe que eles estão tão ansiosos pela construção europeia que não descansam enquanto não nos virem afinadinhos a uma só voz para o exterior?

Não sei se o Durão Barroso não deveria meter a viola no saco para não ser desmentido pelos acontecimentos, mas puxar pelos europeus só lhe fica bem. Ao contrário dos outros, só lhes fica mal minarem por dentro por deslumbramento em relação a terceiros.

Voltando ao não-prólogo do Orwell ao ‘Animal Farm’ e mudando o que há a mudar.
Apparently the Russians have a right to defend themselves, whereas for us to do [so] is a deadly sin.

Parece que é uma praga de todos os tempos.

R disse...

«também temos as ‘liberdades americanas’ do extermínio dos índios, do esclavagismo e Guerra Civil,»

não percebi esse termo; extermínio... e, que acusação é essa sobre a "guerra civil" ?? agora há culpas pela desenrolar da história natural?

«A Europa (UE) matou que se fartou por intolerância. A Inquisição, as lutas religiosas reformistas/católicos, a Revolução Francesa.»

Lá está outra vez a falar em "revoluções". A Revolução Francesa é culpa da "França" ?? e, o que tem que ver com o dito "extermínio" ou a hecatombe que professa?! E, o que de religião tem que ver?

Enfim, alhos mais bugalhos para dizer; nada.



Resume-se ao valor que preza a constituição Americana; LIBERDADE a par da igualdade.

A Europa arcaíca, vive o "último" homem, com tempo de paz e sem "unilateralismo", colocando a "igualdade" acima da liberdade. O resto é converseta de Estados contra Estados defendendo cada qual o seu interesse, mas nunca em comum um ponto assente sobre todos.


Todos na América são Americanos quando se trata de desencantar um inimigo exógeno.

Chama-se PATRIOTISMO. Difente do conceito dos novos Estados-Nação; nacionalismo.

Renato Bento disse...

"Não, não é engano, mas está a falar de quando? Se continua a actualizar tempos passados transpondo-os para hoje"

Estava só a espicaçar o Vicissitudes.

"Para mim será sempre motivo de espanto o despudor dos que colocam as conveniências dos Estados Unidos à frente das dos europeus. Por alma de quem?"

Está a referir-se a quem?

"Ou parece-lhe que eles estão tão ansiosos pela construção europeia que não descansam enquanto não nos virem afinadinhos a uma só voz para o exterior?"

Eles não tão ansiosos porque já fizeram mais que os possíveis para que essa construção ocorresse (não nos moldes em que hoje a querem ver).

Unknown disse...

Bom post RB. Você nem parece ter 18 anos.
Sobre a realpolitik, eu entendo que ela faz sentido para países que estão numa situação que percebem como de fraqueza.
É racional que tenham interesse em minimizar a intervenção de poderes que lhe podem ser fatais.
Por exemplo, se a China num futuro qualquer se tornar numa hiperpotência, é razoável que pequenos países, incapazes de lhe fazer frente, procurem fazer vingar um conceito de relações internacionais que limite o poder chinês que provavelmente perceberão como hostil.
Foi o que se passou na Europa da Guerra Fria com a Alemanha, que percepcionava o poderio soviético como avassalador e temia que o seu solo se tornasse o campo de batalha.
É tb por isso que Adriano Moreira ( e de um modo geral, como irá perceber, quase toda a comunidade da estratégia e das relações internacionais) se define como realista e em oposição mais ou menos assumida aos EUA. É que ele foi ministro de um país cujos interesses foram afectados pelas políticas "idealistas" da América
Mas para as democracias liberais, a realpolitik é uma repimpada estupidez porque se traduz num apaziguamento à outrance, e na efectiva abdicação de interesses próprios em favor de um mero instrumento elevado a categoria moral.


Quanto à Europa, a verdade é que, contrariamente ao mito, foram muitos mais os países que estiveram com os EUA do que o contrário. E nesse se incluem algumas referências míticas de alguns tolinhos do nosso BE, como a Dinamarca e a Holanda.
Na verdade a "velha Europa" era apenas a Alemanha do actual director europeu da Gazprom e a França do inenarrável Chirac, acompanhados à viola pela ingovernável Bélgica.
What else?

Quanto à modernidade das perseguições, a nossa ML não estava lá há menos de 10 anos, nos Balcãs....ou então sou eu que me enganei e os balcãs não são na Europa.
Mas eu estive lá. E vi!
E estive na Krajina de onde os sérvios foram expulsos por tropas equipadas e treinadas pela Bundeswher.

R disse...

«Mas eu estive lá. E vi!
E estive na Krajina de»

Deixe de ser assim lidador, tem um part-time na bomba da Galp da ic5 e à noite faz um biscate em limpezas. Se esteve no Oceanário foi muito. Deixe de mentir descaradamente e dizer que viu em 1º pessoa o Srebrenica, quando paga pelo serviço da sapo a bochechos; não minta. não minta. Só denigre a "pretensa" direita liberal... não minta.

ml disse...

O meu nada era uma resposta ao nada do RB que dizia textualmente:

Perseguições e Europa não deve combinar... Deve ser engano

Portanto, dois nadas que se completam. Um nada a apontar as perseguições europeias, outro nada a apontar perseguições americanas.

O 'último homem' foi o que resistiu aos totalitarismos europeus. E como ainda cá andamos, penso que não terá resistido mal.

Por agora são os nadas que me ocorrem, a não ser que esse do PATRIOTISMO COM MAIÚSCULAS que vem no seguimento do que eu disse. Redundâncias.

ml disse...

prezadíssimo

ou então sou eu que me enganei e os balcãs não são na Europa.
Mas eu estive lá. E vi!


Isto é um meio virtual, pode dizer o que entender e eu também. Mas não vou mentir, não estive lá. Mas estou a aqui a reconfirmar as suas habituais trapalhices e fanfarronices.

1. A Europa (UE)*...

2. e as caçadas religiosas com subvenção estatal...

Só não digo que perdeu uma boa ocasião de ficar calado porque são praticamente todas.

*UE = União Europeia

R disse...

«O 'último homem' foi o que resistiu aos totalitarismos europeus.»

O "último homem" não foi; é.

E receio que esteja em engano, porque o último homem resistiu aos totalitarismos mas sucumbe à economia liberal assente num estado de controlo, onde todos são todos e iguais a todos, com paz.

ml disse...

O "último homem" não foi; é.

Mais uma redundância. E como ainda cá andamos...


porque o último homem resistiu aos totalitarismos mas sucumbe à economia liberal assente num estado de controlo, onde todos são todos e iguais a todos, com paz.

Esse é precisamente a antevisão e receio do Orwell, cujas opiniões nesse sentido já transcrevi noutro lugar.

ml disse...

caro RB

Desculpe, no meio da multidão não tinha reparado no seu comentário.

Estava só a espicaçar o Vicissitudes.

Ok, brincar é saudável. Basta de tanto carpir.


Está a referir-se a quem?

A esses mesmos. Aos deslumbrados pelo sol-da-terra2, expressão tão do desagrado do oliveirinha, vá-se lá saber porquê.


não nos moldes em que hoje a querem ver

Se não é dos calções é dos fundilhos. E que mal lhe pergunte, que têm eles a ver com os moldes? Quem lhes pediu opinião ou beneplácito?

Anónimo disse...

“Aqueles que prescindem de liberdade por segurança temporária, não merecem nem liberdade nem segurança” BENJAMIN FRANKLIN;

“Mas, quando a Constituição de um governo se desvia da liberdade, esta nunca será reposta. A liberdade, uma vez perdida, é-o para sempre” JOHN ADAMS;

“Eu não defendo mudanças frequentes nas leis e nas Constituições, mas as leis e as instituições devem andar de mão dada com o progresso da mente humana. À medida que este se desenvolve, se torna mais esclarecido, que novas descobertas e verdades são feitas e que os comportamentos e opiniões mudam, com a transformação das circunstâncias, as instituições devem evoluir para acompanharem os tempos.” THOMAS JEFFERSON;

“A liberdade nunca nasceu do governo. A história da liberdade é uma história de resistência. A história da liberdade é uma história de limitações ao poder governamental, e não do seu aumento”. WOODROW WILSON.

Tenho uma profunda admiração pelos EUA e pelos seus pais fundadores que nos restituiram a dádiva da liberdade.

Infelizmente, os tempos de hoje são outros. Qual foi a primeira vitima do PATRIOT ACT? Precisamente a liberdade.

Verdade seja dita. Não é apenas nos EUA que as liberdades são restringidas em favor da segurança. Também na Europa isso acontece. Mas os EUA são a Luz. E se a luz não dá o exemplo ...

Os EUA já deram o exemplo (e ainda o fazem em alguns sectores) mas no que respeita aos valores democráticos, os actuais líderes norte-americanos estão a anos-luz dos seus pais fundadores e do legado deles.

Pena é que pouquissima gente pense no porquê desta realidade.

Agradeço-lhe a reflexão.

Anónimo disse...

Desculpe, mas o meu blog sobre política é:
COLECTIVO & (in)TRANSMISSIVEL

em vez daquele que indiquei.

RioDoiro disse...

Vicissitudes:
"Acha que uma abertura política daria estabilidade à região Russa? Ou uma abertura "económica"?"

Também o Zimbabwe, a Coreia do Norte, Cuba, etc, têm uma enorme estabilidade. Há coisa mais estável que a morte?

"Acha também que uma abertura política na República Popular da China daria frutos?!"

Não foi justamente uma abertura, na China, que lhe deu a prosperidade que todos vemos?

Você pode argumentar que determinado país, ou região, não 'aguenta' (sentido lato) mais abertura (em determinado momento). Mas a questão é saber quanto mais abertura aguenta ou quanto menos deverá ter para obter o máximo de progresso. Isso são contas difíceis de fazer com muitas variáveis a olhómetro.

A olhómetro ou não, a Rússia poderia ter mais abertura. Cuba terá que vir a ter mais abertura.

"Admita lá que se corroem por saberem que o capitalismo casou com regimes de um só partido e fechados politicamente."

Pura palermice. O capitalismo casa com quem tiver que se casar, os capilatistas são pessoas, directamente ou por alguma forma de representação. O que é óbvio e você pretende camuflar, é que o capitalismo gera mais riqueza em regimes abertos que fechados.

"Admita que a china já tem planos para colocarem "shaolins" na lua e a Rússia é uma potência que domina estrategicamente a Europa...."

A Rússia foi pioneira, no espaço, durante um período substancial de tempo. E veja o que seguiu a essa "estabilidade".

Unknown disse...

"dizer que viu em 1º pessoa o Srebrenica"

POr acaso estive lá em 1998, nas férias da bomba de gasolina. E, veja lá como são as coisas, viajei de Sarajevo a Srebrenica num Blackhawk americano.
E daí para Gorazde e Banja Luka.
E, já agora, foi justamente em Sarajevo que se me abriram os olhos para o perigo do islamismo.
Na altura a UE dava milhões para recuperar casas e escolas, e a Arábia Saudita dava ainda mais milhões para construir mesquitas. Os minaretes dominavam já o horizonte.
Isto das bombas de gasolina tem que se lhe diga, meu caro...

Anónimo disse...

"Na altura a UE dava milhões para recuperar casas e escolas, e a Arábia Saudita dava ainda mais milhões para construir mesquitas."

Muito bem visto.
E se o Islão defende oficialmente a mentira, a crueldade, o roubo e outras cousas que tais, então as mesquistas são mesmo casas de mentira, de crueldade, de rapinagem e por aí fora.
De reparar que até o símbolo do Islão foi roubado aos cristãos.

Anónimo disse...

Autênticos antros de banditismo puro

R disse...

«Não foi justamente uma abertura, na China, que lhe deu a prosperidade que todos vemos?»

Range-o-caniço; abertura económica. A China tem uma economia de mercado. Está aberta economicamente.

Quer que repita? ABERTURA POLÍTICA. - POLÍTICA -


Não acredito que a Rússia pudesse ter mais abertura política. Talvez económica, política traria descentralização e balbúrdia.

A Rússia lida bem com a dissidência (deixe-me rir... AHAHAHAH), vá não lida bem, mas vejo mais a Rússia a liberalizar a economia e a prosperar (lentamente) que abrir o regime político e deixar tudo aos caciques do FSB e das respectivas máfias.

R disse...

«De reparar que até o símbolo do Islão foi roubado aos cristãos.»

Há aqui com cada duque! MIJO-ME A RIR!

Anónimo disse...

Investigue!