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domingo, 13 de julho de 2008

A "crise" não é só económica


No Afeganistão, os guerrilheiros Talibans têm vindo a exercer penosas baixas nas estruturas da NATO que se encontram naquele país. Chegou-se ao ponto de, no último mês, o número de mortes no Afeganistão ter superado o número de mortes no Iraque (que escândalo pá!).

Convém recuar no tempo para perceber aquilo que acontece actualmente por terras Afegãs: em 2001, na sequência dos ataques do 11 de Setembro em Nova Iorque e em Washington DC, o Presidente George W. Bush ordenou a invasão do Afeganistão (com o importante apoio da Grã-Bretanha), para tentar capturar o Saudita Osama Bin Laden, destruir as bases da Al Qaeda espalhadas um pouco por todo o território, por força do apoio dos Taliban à organização e, de caminho, para retirar os Taliban do poder.

O sucesso da operação foi imediato: em pouco tempo as forças ocidentais controlaram a maior parte do território. Para o final do ano, já depois das mais importantes batalhas, a Comunidade Internacional começou a reunir-se para em conjunto com os Estados Unidos da América e a Grã-Bretanha resolver o problema do Afeganistão. A 20 de Dezembro de 2001 surgiu a ISAF (International Security Assistance Forces) que conta, inclusive, com forças Portuguesas.

O grosso dos militares estrangeiros que se encontra no Afeganistão são Norte-Americanos, sendo que os Estados Unidos têm forças não dependentes da ISAF e forças dependentes da ISAF. Os soldados Norte-Americanos são 10000 (já foram 18000), os soldados da ISAF cerca de 53000. 24000 destes soldados da ISAF são Norte-Americanos.

Convém recordar que a ISAF é, actualmente, comandada pela NATO e tem, como principal objectivo, manter a segurança em todo o território Afegão e neutralizar o ainda grande poder dos Talibans.

Ora o problema é mesmo este: o poder dos Talibans, que ainda reúnem apoios de muitos países muçulmanos da região. Vivem do tráfico de droga, especialmente do ópio, sendo que o Afeganistão é a origem de cerca de 95% do ópio ilegal do Mundo. Com o dinheiro da venda deste e de outros produtos, com o apoio de alguma população (forçado ou não forçado) e com o apoio de alguns países, os Talibans têm conseguído recuperar algumas zonas do país, criar sobressaltos noutras e fazer atentados terroristas em cidades importantes.

As coisas andam apertadas há já alguns meses (anos) e têm tido tendência para ficar pior. Não por acaso o Presidente Bush tem vindo a público pedir mais apoio de alguns Estados da NATO, sendo a Alemanha de Merkel um dos visados. Parece que, aqui na Europa, é mais importante a condenação da cada vez mais brilhante operação no Iraque do que o empenho numa Guerra prestes a ser perdida, por força de falta de liderança e empenho. Este é, a meu ver, um dos pontos fracos das operações não-unilaterais: falta de liderança. E, quando existe alguém pronto para a assumir, corre riscos de ser acusado de tudo e mais alguma coisa.

Os teatros de Guerra são diferentes e não existe comparação possível entre o que se passa no Afeganistão e o que se passa no Iraque. Abordagens diferentes, armamento diferente, forças diferentes, empenho diferente, união diferente. Objectivos, na generalidade, iguais. Causas, na generalidade, semelhantes.

É muito importante a ajuda que o povo Afegão quer e necessita. Sim, eles precisam de comida, de água, de electricidade e de outros bens básicos. Mas, sem a segurança que se exige, de que vale a um pobre Afegão ter o que comer se pode ser morto a qualquer instante, se pode ver o trabalho de muitos anos destruído em pouco tempo?

A Guerra do Afeganistão é, na Europa, muito mais consensual do que a Guerra do Iraque. Porque a Europa participa nela. Porque a Europa não se opôs a ela. Porque o Conselho de Segurança das Nações Unidas a legitimou.

Nós, Europeus, enfrentamos hoje em dia um dever que nunca soubemos cumprir verdadeiramente, porque foi sempre deixado, ao longo do século XX, para os Estados Unidos da América.

O próprio João Marques de Almeida, que trabalha com o Dr. Durão Barroso na Comissão Europeia, reconheceu num Encontro Internacional, que as coisas no Afeganistão estão muitos mais negras do que as coisas no Iraque. Gostei especialmente do seu discurso, pois foi muito ao encontro do que aqui vos exponho: de uma Europa não unida, a olhar demasiado para o seu umbigo e a criticar demasiado os outros.

A "crise" não é só económica.

56 comentários:

R disse...

«Os teatros de Guerra são diferentes e não existe comparação possível entre o que se passa no Afeganistão e o que se passa no Iraque.»


E depois, os paladinos Republicanos induzem aos atestados de estupidez, porque realmente um e outro são casos distintos. Só um burro (ou anti-unilateralismo) é que não vê que são dois TO diferentes.

Fukuyama admitiu em praça pública que se calhar o "neoconservadorismo" debitado pela administração Bush; falhou.

Se calhar, se calhar.....

RioDoiro disse...

"Admitir que se calhar" é giro. É de admitir que, até, talvez seja girino.

.

Renato Bento disse...

Curioso o facto de hoje um dos maiores jornais em tiragem Português ter referido que os atentados foram "contra os invasores Norte-Americanos".

Eu tinha jurado que os atentados foram contra as forças da NATO. Acaso morreram 9 Norte-Americanos, como poderiam ter morrido 9 Portugueses.

Anónimo disse...

Iraque à parte.

Afeganistão. Ainda bem que, finalmente, se fala no Afeganistão. Isto porque a maioria das pessoas o ignora naquilo que ele hoje, realmente, significa. Hoje, Afeganistão significa tráfico de droga (são responsáveis por 90% da produção de ópio), forças militares nacionais bastante rudimentares, taliban (sim, outra vez e com força) e muita, muita corrupção.
Saiba-se também que os afegãos não confiam no governo de Karzai. Um governo que impôs o seu sistema de governação e, desde o primeiro momento, rejeitou qualquer coligação. Um governo corrupto e incomepetente.
Não confiam também na comunidade internacional e na sua capacidade de derrotar os taliban. Talvez esta desconfiança provenha das tais inconveniências das acções unilaterais. Talvez provenha de uma insensibilidade, que torna o Ocidente ineficaz, ao não compreender a necessidade primária de resolver os problemas internos.

Renato Bento disse...

"Saiba-se também que os afegãos não confiam no governo de Karzai."

Karzai é o menos culpado no meio disto tudo: o exército Afegão está equipado com meia dúzia de canivetes e glocks, enquanto que os talibans estão armados até aos dentes. Não esquecer também que poucos são os Presidentes no Médio Oriente com tanta legitimidade como Karzai: 55% dos votos em 2004 (segunda força política com 15%). Nem mesmo o pobre Ehud Olmert tem tanta legitimidade como Karzai.

"Um governo que impôs o seu sistema de governação"

Como todos os governos fazem. E, convenhamos, impor um sistema de governação no Afeganistão deve ser tudo menos fácil.

"Um governo corrupto e incompetente."

Talvez o melhor que aquele país pode ter naquele momento. Com muita pena nossa, mas o Karzai até é um tipo bem ocidental pelos vistos..

"Não confiam também na comunidade internacional e na sua capacidade de derrotar os taliban."

Não demonstramos resultados. A desconfiança é uma das consequências disso. O apoio da população aos Talibans é a pior dessas consequências.

Luís Oliveira disse...

Uma análise de C. Hitchens sobre o mesmo tema:

The War Between the Wars

ml disse...

A Guerra do Afeganistão é, na Europa, muito mais consensual do que a Guerra do Iraque. Porque a Europa participa nela. Porque a Europa não se opôs a ela. Porque o Conselho de Segurança das Nações Unidas a legitimou.

Os óculos estão ao contrário e assim a realidade aparece-lhe muito lá ao fundo, tão pequenina que nem lhe nota as formas.
A Europa participa, a Europa não se opõe, as Nações Unidas legitimaram-na porque era mais consensual.
Que tal assim?


enfrentamos hoje em dia um dever que nunca soubemos cumprir verdadeiramente, porque foi sempre deixado, ao longo do século XX, para os Estados Unidos da América.

E esse dever é...?
Quando o Obama diz que vai reduzir a dependência americana do petróleo do Iraque a fim de que as tropas comecem a retirar, está a dizer quais são os seus projectos para o futuro cumprimento desse ‘dever’. Julgo que mesmo um homem com um nome impossível como aquele, meio árabe meio judeu, é capaz de saber qualquer coisita sobre alguns ‘deveres’.


que ainda reúnem apoios de muitos países árabes da região.

E esses países árabes da região são...?


Curioso o facto de hoje um dos maiores jornais em tiragem Português ter referido que os atentados foram "contra os invasores Norte-Americanos".

Provavelmente, e inadvertidamente, acertou em cheio.
o Presidente George W. Bush ordenou a invasão do Afeganistão
Mas eu digo que se calhar os soldados são mesmo americanos, sei lá.


A crise não é só económica.

O nosso estimadíssimo cita um "já longínquo prólogo" de Orwell ao ‘Animal Farm’, que nunca existiu (mas isso ele não sabe) devido aos cuidados solícitos de um alto funcionário do Ministério da Informação do gabinete de sua Excia o filho do 7º conde de Malborough, sir Winston Churchill. Funcionário esse que oficiosamente fez com que o editor passasse o texto a fio de lápis azul e que só décadas mais tarde visse a luz do dia, já como ensaio. Parece que afinal até a Inglaterra institucional evitava beliscar a imagem do Estaline.

Mas esse não-prólogo é muito mais vasto e parte de factos concretos para considerandos mais gerais sobre o servilismo dos que não admitiam a mínima alusão desprimorosa à imagem da União Soviética ao mesmo tempo que denegriam, no problem, a própria Inglaterra. Que Orwell, que sempre se considerou um socialista revolucionário, prezava acima de tudo, mas todos vemos que tais prezamentos estão completamente fora de moda.

Renato Bento disse...

"E esse dever é...?"

Ajudar os Estados Unidos em operações de manutenção de paz.

"E esses países árabes da região são...? "
http://www.guardian.co.uk/world/2006/oct/02/iran.afghanistan

"But recently Afghan and western officials have started to detect a second, albeit far smaller, stream of support from within Afghanistan's other powerful neighbour, Iran."

"Military and diplomatic sources said they had received numerous reports of Iranians meeting tribal elders in Taliban-influenced areas, bringing offers of military or more often financial support for the fight against foreign forces. The sources, who spoke on condition of anonymity, said the meetings took place in Helmand province, where more than 3,000 British troops are based, and neighbouring Nimroz, a lawless desert province bordering eastern Iran."

"Provavelmente, e inadvertidamente, acertou em cheio."

Não acertou porque, antes de serem Norte-Americanos, eram homens incorporados na NATO.

"o Presidente George W. Bush ordenou a invasão do Afeganistão"

Está a ver as coisas de outra forma. Nunca disse que os EUA nunca invadiram o Afeganistão.

Renato Bento disse...

"Although the reports are hard to confirm due to security fears, officials say the direction of flow is unmistakable. "There's definitely an Iranian hand," insisted one western official, who said the phenomenon was being quietly monitored by western intelligence and militaries. A top-ranking Afghan military official said he had received similar information. "The Iranians were offering money and weapons. This is a very sensitive issue," he said."

Claro, claro. Eu também sei que o Ahmedinejad era incapaz de uma coisa destas...

Luís Oliveira disse...

[Orwell, que sempre se considerou um socialista revolucionário]


O compasso binário o sol da terra II bla bla bla a wikipedia:

George Orwell - Political views

Orwell's political views shifted over time, but he was a man of the political left throughout his life as a writer. In his earlier days he occasionally described himself as a "Tory anarchist". His time in Burma made him a staunch opponent of imperialism, and his experience of poverty while researching Down and Out in Paris and London and The Road to Wigan Pier turned him into a socialist. "Every line of serious work that I have written since 1936 has been written, directly or indirectly, against totalitarianism and for democratic socialism, as I understand it," he wrote in 1946.

It was the Spanish Civil War that played the most important part in defining his socialism. Having witnessed the success of the anarcho-syndicalist communities, and the subsequent brutal suppression of the anarcho-syndicalists and other revolutionaries by the Soviet-backed Communists, Orwell returned from Catalonia a staunch anti-Stalinist and joined the Independent Labour Party.

At the time, like most other left-wingers in the United Kingdom, he was still opposed to rearmament against Nazi Germany — but after the Molotov-Ribbentrop pact and the outbreak of the Second World War, he changed his mind. He left the ILP over its pacifism and adopted a political position of "revolutionary patriotism". He supported the war effort but detected (wrongly as it turned out) a mood that would lead to a revolutionary socialist movement among the British people. "We are in a strange period of history in which a revolutionary has to be a patriot and a patriot has to be a revolutionary," he wrote in Tribune, the Labour left's weekly, in December 1940.

By 1943, his thinking had moved on. He joined the staff of Tribune as literary editor, and from then until his death was a left-wing (though hardly orthodox) Labour-supporting democratic socialist. He canvassed for the Labour Party in the 1945 general election and was broadly supportive of its actions in office, though he was sharply critical of its timidity on certain key questions and despised the pro-Soviet stance of many Labour left-wingers.

Although he was never either a Trotskyist or an anarchist, he was strongly influenced by the Trotskyist and anarchist critiques of the Soviet regime and by the anarchists' emphasis on individual freedom. He wrote in The Road to Wigan Pier that 'I worked out an anarchistic theory that all government is evil, that the punishment always does more harm than the crime and the people can be trusted to behave decently if you will only let them alone.' In typical Orwellian style, he continues to deconstruct his own opinion as 'sentimental nonsense'. He continues 'it is always necessary to protect peaceful people from violence. In any state of society where crime can be profitable you have got to have a harsh criminal law and administer it ruthlessly'. Many of his closest friends in the mid-1940s were part of the small anarchist scene in London.

Luís Oliveira disse...

[Orwell's political views shifted over time]

O sol da terra II o compasso bináriobla bla bla o idio.. bush bla bla o luisinho bla bla o que isto significa para quem sabe inglês e até o ensina aos idio... americanos é que orwell sempre jurou fidelidade às ideias socialistas revolucionárias.

ml disse...

Meu caro RB

Na precipitação, não pensou no que escrevi. Eu perguntei-lhe que países árabes da região é que apoiam os talibãs.

Não, quem acertou inadvertidamente foi o RB, ao afirmar no seu post que o Presidente George W. Bush ordenou a invasão do Afeganistão.
Quer melhor resposta para a sua indignação sobre os jornais?

Quanto aos 'deveres', acho que aquele candidato com um nome meio judeu meio árabe já lhe respondeu.

Renato Bento disse...

Mea Culpa cara ML.

Vou rever a postagem, obrigado (muitas vezes confunde-se árabe com muçulmano, como neste caso).

Até é bem capaz de existir um país árabe que dá apoio aos Talibans (Síria), mas de pouco ou nenhum relevo. A minha intenção era frisar o papel do Irão.

Renato Bento disse...

"(muitas vezes confunde-se árabe com muçulmano, como neste caso)."

Embora isto não seja de todo perdoável. Porém, como eu escrevo livremente, por vezes é difícil encontrar-se erros mesmo numa segunda leitura.

ml disse...

meu caro binário

Podia estar aqui toda a noite a colar-lhe textos sobre o posicionamento político de Orwell, mas corria o risco de ao 2º post ter que lhe explicar que Orwell não se encaixa na economia neoclássica, e que ele tanto desanca no partido comunista por o considerar à direita, como no capitalismo que de esquerda também não seria.

Olhe, e por ser para si, uma resposta fácil tirada da sua wikicultura:
but he was a man of the political left throughout his life as a writer

E vou ficar por aqui, porque mesmo dessas suas wikicolagens tirava lenha mais do que suficiente para uma bela fogueira.

Caro bin...oliveirinha, olhe pela sua vida e veja se não tropeça de novo, lá tinham os seus amigos de se deslocar de tão longe.
"Is neo-Orwellism a mafia?"

E por falar nisso, chegou bem a casa?

ml disse...

RB

Não leve isso muito a sério, eu sei que esses enganos são comuns e estava a meter-me consigo. Mas olhe que mesmo a Síria não é um país árabe da região. Da Ásia Menor ao Afeganistão ainda vai uma grande distância.

Luís Oliveira disse...

[but he was a man of the political left throughout his life as a writer]

Na tradução automática talvez obtenha "Orwell, que sempre se considerou um socialista revolucionário". Com um dicionário o resultado é diferente.

Já agora ttaduza tb "By 1943, his thinking had moved on" ou "he was never either a Trotskyist".

E as citações do man himself? A cana de pesca caiu ao mar?

Luís Oliveira disse...

[corria o risco de ao 2º post ter que lhe explicar que Orwell não se encaixa na economia neoclássica]

Ah, vejo que afinal chegou a perceber. O zero e o um por vezes bastam.

ml disse...

E as citações do man himself?

Meu caro binário, então apanhe estas.

A propósito da Guerra Civil de Espanha, quando Estaline mantinha que we can’t afford to alienate the peasants by forcing collectivization upon them, o Orwell desanca no que considera a traição comunista à revolução dos trabalhadores espanhóis. The war and the revolution are inseparable ... we turn this war into a revolutionary war or we lose it.

Tenho que lhe traduzir toda a “Homenagem à Catalunha” ou prefere uma produção independente? Há uma edição em português para os mais ‘distraidos’.

Então leia bem o resumo do discurso de Orwell:
socialismo = socialismo revolucionário = verdadeiro socialismo


Only revolution can save England, that has been obvious for years, but now the revolution has started, and it may proceed quite quickly if only we can keep Hitler out. Within two years, maybe a year, if only we can hang on, we shall see changes that will surprise the idiots who have no foresight. I dare say the London gutters will have to run with blood. All right, let them, if it is necessary. But when the red militias are billeted in the Ritz I shall still feel that the England I was taught to love so long ago for such different reasons is somehow persisting.
"My Country Right or Left"

Esta não estou para traduzir, mas se tiver dificuldades diga, logo se vê o que se arranja.



Ah, vejo que afinal chegou a perceber.

Infelizmente para si não há nada a perceber. Tirando a cultura wiki, o seu negócio é a monocultura.

Luís Oliveira disse...

Caro monolito,

Afinal era falta de isco. Também calcei as galochas.

"No advance in wealth, no softening of manners, no reform or revolution has ever brought human equality a millimeter nearer."

1949 vem depois de 1943 no conjunto dos naturais (conjunto infinito).

Luís Oliveira disse...

Monolito,

Como não sei se consegue somar 2+2 (ajuda: 2 = 1 + 1) deixo uma pista:

Tem que somar
"By 1943, his thinking had moved on"

com
Animal Farm (1945)
Nineteen Eighty-Four (1949)

Quanto dá?

Luís Oliveira disse...

No fim subtraia

"Orwell, que sempre se considerou um socialista revolucionário"

ml disse...

caro binário

Ah, na pesca de quotes fora de contexto! A citar o Goldstein, talvez o Trotsky himself.

E se tivesse as tais competências de que falei e entendido - se lido - o 'Animal Farm' (o '1984' é outra louça, pode enterrar-se aí a seguir, se quiser), perceberia que Orwell considerava que as 'suas' revoluções tinham sido inúteis porque tinham sido traídas, ou pelo partido comunista, ou pelos governos republicanos, ou pelos anarquistas, ou pelos trotskistas, ou pelos liberais, ou...

Mais Goldstein.
The heirs of the French, English, and American revolutions had partly believed in their own phrases about the rights of man, freedom of speech, equality before the law, and the like, and had even allowed their conduct to be influenced by them to some extent. But by the fourth decade of the twentieth century all the main currents of political thought were authoritarian. The earthly paradise had been discredited at exactly the moment when it became realizable. Every new political theory, by whatever name it called itself, led back to hierarchy and regimentation. And in the general hardening of outlook that set in round about 1930, practices which had been long abandoned, in some cases for hundreds of years - imprisonment without trial, the use of war prisoners as slaves, public executions, torture to extract confessions, the use of hostages and the deportation of whole populations - not only became common again, but were tolerated and even defended by people who considered themselves enlightened liberals.

Porque...

For even when the worker and the bourgeois are both fighting against Fascism, they are not fighting for the same things; the bourgeois is fighting for bourgeois democracy, i.e. capitalism, the worker, in so far as he understands the issue, for Socialism...

Coerência absoluta até ao fim da vida.


E então, se é por cronologia, fique-se com uma das últimas, a propósito do Hayek e do 'The Road to Serfdom'.

Capitalism leads to dole queues, the scramble for markets, and war.

Uma chatice, o homem é contumaz.


Afinal era falta de isco.

Afinal o que quer é quotes. Conhecimento, está quieto ó binário!

Luís Oliveira disse...

[Afinal o que quer é quotes. Conhecimento, está quieto]

Com negritos, para a pescaria parecer maior.

ml disse...

Só tem que me agradecer. A seguir aos negritos só mesmo um desenho.

RioDoiro disse...

Luís Oliveira:
"Como não sei se consegue somar 2+2 (ajuda: 2 = 1 + 1) deixo uma pista:"

Já tentei essa técnica uma vez, julgo que com o Stran. Não funcionou.

Logo que a Internet permita a circulação de feijões, voltarei a tentar.

.

Luís Oliveira disse...

[Coerência absoluta até ao fim da vida.]

Uma perspectiva diferente:

". . . the only big political questions in the world today are: for Russia - against Russia, for America - against America, for democracy - against democracy." As for him, he "would always choose America."

O idio... Orwell também considera que "that there was "a great deal of truth" in Hayek's thesis that "socialism leads to despotism," and that the collectivism entailed by socialism brings with it "concentration camps, leader worship, and war."

Também está no Hayek. Ficou sem isco?

Luís Oliveira disse...

[Já tentei essa técnica uma vez, julgo que com o Stran. Não funcionou.]

O monolito parece-me que também não vai lá. Mais uma ajuda: 1 + 0 = 1 (base binária e base decimal).

Anónimo disse...

"Já tentei essa técnica uma vez, julgo que com o Stran. Não funcionou."

Na sua lista de obsessões estou quase a chegar ao patamar do Bush. Não o imaginava tão apaixonado comigo (lol)...

RioDoiro disse...

Stran:
"Na sua lista de obsessões estou quase a chegar ao patamar do Bush."

Já a minha avó alimentava os bezerros sem falhas.

.

ml disse...

Uma perspectiva diferente:

E que diferença. A opinião do Norman Podhoretz e da 'National Review' é mesmo a inspiração que faltava ao 'binary thinking'. É assim como o Marx a passar os livros do Hayek à lupa.
No entanto, mesmo com ranger de dentes, lá reconhece que Still, since Orwell for some reason never gave up calling himself a socialist, and since he never saw any hope for the survival (let alone the triumph) of capitalism)...

Eu gosto é do ‘for some reason’.
E esqueceram-se também de mencionar a petição que assinou em favor dos físicos nucleares Alan May e Klaus Fuchs, condenados por passaram informações à União Soviética, porque "the less spy hunting the better" não lhe agradava.


Orwell também considera que "that there was "a great deal of truth" in Hayek's thesis

Que indigência, oliveirinha, até para os seus padrões.
Olhe, e para encurtar,
Shortly, Professor Hayek’s thesis is that Socialism inevitably leads to despotism... bla bla, a tese do Hayek. E é daqui, da enumeração dos pontos de vista do Hayek, que os seus amigos tiraram as quotes.
Muito honesto.

E continuando...
Professor Hayek is also probably right in saying that in this country the intellectuals are more totalitarian-minded than the common people. But he does not see, or will not admit, that a return to ‘free’ competition means for the great mass of people a tyranny probably worse, because more irresponsible, than that of the State. The trouble with competitions is that somebody wins them. Professor Hayek denies that free capitalism necessarily leads to monopoly, but in practice that is where it has led, and since the vast majority of people would far rather have State regimentation than slumps and unemployment, the drift towards collectivism is bound to continue if popular opinion has any say in the matter.

Note bem: a return to ‘free’ competition means for the great mass of people a tyranny probably worse, because more irresponsible, than that of the State.

E acaba There is no way out of this unless a planned economy can somehow be combined with the freedom of the intellect, which can only happen if the concept of right and wrong is restored to politics.

É o que dá o grau zero da informação. Barraca. E em coisinhas tão simples, do conhecimento comum.
Se quiser aprender a fundamentar a suas wikiquotes e ler toda a review ao livro de Hayek, peça-me que eu indico-lhe o link ou a obra.

E que bela caldeirada lhe arranjam os seus amigos. Opiniões alheias também posso trazê-las aqui como argumento, mas essas até são fundamentadas no próprio Orwell.
'1984' can indeed be interpreted as a satire on the American Empire, que assentam nas palavras textuais de que "My recent novel is NOT intended as an attack on Socialism or on the British Labour Party (of which I am a supporter)."

Parece que o socialismo sempre lhe caiu bem até ao fim.

Essa pescaria é tão desconexa e surreal que mais vale ficar por aqui. Até para pescar é preciso saber distinguir os peixes. Acho eu, sei lá.


Ah, finalmente alguém apareceu, estava a ver que desta vez o deixavam sozinho. Felizmente que friends will be friends.

Luís Oliveira disse...

[Parece que o socialismo sempre lhe caiu bem até ao fim.]

Principalmente no fim, quando entregou aos serviços secretos ingleses uma lista de escritores com simpatias socialistas e comunistas.

Muito socialista, revolucionário mesmo.


[Até para pescar é preciso saber distinguir os peixes.]

O especialista é vc. Sou um mero amador. Mas na lota é que se tiram as teimas.

Luís Oliveira disse...

"1984 can indeed be interpreted as a satire on the American Empire."


Peguei no arrastão e fui seguir esse cardume. Até saltam da água! Veja:


"Orwell can be claimed by contemporary radicals. But cautiously. Taken as a whole, Orwell's legacy is profoundly contradictory. Unpredictable and iconoclastic, he was a maverick to his dying day.

Orwell took sides and changed sides dramatically. He joined the Imperial Police in Burma and resigned from the Imperial Police, disgusted with the white man's job in the East. He went to Spain to fight against fascism, was wounded by a fascist sniper, but fled from Spain dedicated to fighting against communism. Strongly opinionated, Orwell reserved the right to change his opinions whenever he saw fit.
...
Orwell insisted on the necessity of taking sides, but at the same time he believed that it was futile to take sides. "By fighting against the bourgeoisie," he wrote in 1936, "a working man . . . becomes bourgeois." Moreover, Orwell had a perverse habit of admiring the side he opposed and detesting the side he supported. An anti-fascist, he had a fascist streak in him. In a 1940 review of Mein Kampf, he wrote, "I have never been able to dislike Hitler. Even since he came to power . . . I have reflected that I would certainly kill him if I could get within reach of him, but that I feel no personal animosity. The fact is that there is something deeply appealing about him." And, while it would be difficult to imagine anyone more anti-Stalinist than Orwell, it is true that he believed that Stalin was a decent, sincere human being. At the last minute he made changes in the manuscript of Animal Farm to make Stalin a more honorable figure.

Undoubtedly Orwell played a major role in whipping up Cold War hysteria. He himself was often hysterically anti-communist."


Um autêntico monolito, este Orwell.

Luís Oliveira disse...

"Há qualquer coisa profundamente apelativa [em Hitler]"

20 Kg.

Unknown disse...

É espantosa esta mania da ml e, enfim, do pântano ideológico em que está atolada, em tentar moldar a realidade às crenças que supuram naquela cabeça tão dada ao sofrimento.
Esta de pretender que Orwell sempre foi amigo lá da ca(u)sa, é de um gajo cair de cu.

O Sr explicou pacientemente o modo como se iludiu, como lutou por uma utopia e como essa utopia descambou naquilo que tinha de descambar.Escreveu livros sobre isso. Até escreveu uma fábula com porcos, cães, cavalos e ovelhas, para que ninguém deixasse de perceber a mensagem.

E passados anos, filmes, debates, livros, etc, é como nada se tivesse dito e surgem sempre as varas de imbecis a quererem "provar" que ele afinal não disse aquilo que disse, mas que talvez o tenha dito, e que se não disse aquilo que disse, é porque pensou que não o tinha dito, ou terá dado o dito por não dito, digo eu e repito.

Uma leitura, ml, uma leiturazinha da história do Napoleão, do do Major, do Sr Jones, do Boxer, do Clover,etc, e terá uma epifania. Perceberá tudo, terá todo o sabor.
E gostará mais do que os pneus velhos que apanha na pesca à linha, convencida que é peixe fresco.

É de uma revolução que ele fala,pá.
De uma revolução que é a história de todas as revoluções, de todos os "iluminados" que querem "lutar por um mundo melhor" e que querem governar os outros, sem começarem por se governarem a si.
A história de todos os mágicos de magias tontas, que resolvem todos os problemas dos outros, mas não são sequer capazes de resolver os deles.
A história de todos os repimpados que lutam contra a "opressão", oprimindo todos aqueles que não pensam como eles.
A história do modo como o idealismo é sempre traído pelo poder,pela corrupção, pela mentira, enfim, pelos aspectos da natureza humana que nenhum gulag alguma vez logrará podar.

Orwell percebeu tudo isso no fim da vida. E se tivesse vivido a realidade do que veio a acontecer nas décadas que se seguiram no mundo da economia planeada, muito mais poderia ter escrito.
Justamente sobre a economia planeada cuja bondade, no tempo dele, era ainda um mito quase inquestionável.

A realidade encarregou-se de desfazer o mito e mostrar a miséria e o totalitarismo a que a receita SEMPRE conduziu.

Mas os imbecis não aprendem com os erros dos outros.
Por isso é que são imbecis e o BE, o PCP e o Prof Bambo têm tantos clientes.

Sérgio Pinto disse...

luisinho,

Você nunca se cansa de se enterrar, pois não? E olhe que com essa mania incorrigível de se fingir entendido e próximo de certos autores tem mesmo a quem sair. Tem a escolinha toda, não é? Só lhe falta dizer que em tempos também militou pelo comunismo...

Mas por favor continue(m). Ainda mais agora que acabou de chegar à discussão um coleguinha seu de estatura semelhante à sua. A minha boa disposição agradece.

ml disse...

Que incompetente. Para que é que precisa do arrastão se continua sem saber pescar? Mais opiniões? E the man himself, um pressuposto inicial para a credibilidade do que se afirma?

Oh homem, ao menos seleccione essas colagens (se for capaz de fazer a triagem), as opiniões de terceiros são aos milhares na net.


E quanto ao assuntinho em si, nada?
Não há uma quotezinha dos amigos que 'mostre' a preferência por Hayek, América, capitalismo, etc.?

Não esqueça: a return to ‘free’ competition means for the great mass of people a tyranny probably worse, because more irresponsible, than that of the State.


Bom, já começou a saltitar à toa de pesqueiro em pesqueiro. E lá terei que o ajudar a identificar o peixe que ainda não pescou: o Orwell detestava os comunistas, quanto a ele responsáveis pelo abortar de qualquer revolução.
É assim tão complicado, my god? Tão complicado como 'Is neo-Orwellism a mafia'?


"Há qualquer coisa profundamente apelativa [em Hitler]"
20 Kg.


LOL!!! Cada tiro cada melro! Só queria matar o Hitler, mas devia ser por causas pessoais.
E eu até diria que lhe fazia muito bem ler essa review do ‘Mein Kampf’ que grafitou mas que não faz a mínima ideia de que trata. Quem sabe se não encontrará neste estudo das fraquezas humanas as razões pelas quais certa gente cai acriticamente aos pés de ídolos.


Principalmente no fim, quando entregou aos serviços secretos ingleses uma lista de escritores com simpatias socialistas e comunistas.

O jornalista do New Yorker que investigou o assunto acha que a notícia é especulativa e baseada em fontes duvidosas. Sei lá. O que sei é a lista não foi encontrada nos ficheiros dos serviços secretos mas sim na correspondância com a amiga Celia Kirwan.

E que seja, se foi verdade? Terei que lhe explicar outra vez as 'simpatias' do Orwell pela União Soviética e pelo comunismo, pelos comunistas e cripto-comunistas?
Esteja descansado, esse método de esconder o lixo debaixo do tapete é mais para os pin-pong. Eu não tenho deslumbramentos solares.

E acabando, sempre, com comentários do próprio, tiradas da carta à amiga

Too dishonest to be outright 'crypto' or fellow-traveller ... Probably sympathiser only. Stupid.



Já aí anda o outro amigo a ampará-lo. Nunca pensei que saísse sempre daqui assim em tão mau estado.

ml disse...

É cá uma dupla, pinto. Até no atabalhoamento do que retiram daqui e dali sem critério nem coerência se percebe que são mestres nos assuntos.

Mas podemos criticá-los? Claro que não, coitados, temos que dar tempo ao tempo. Ainda não tiveram tempo de organizar os livretes.

Luís Oliveira disse...

Pinto,

Os seus argumentos iluminam qualquer discussão. É sempre um prazer.


monolito,

Não fique de cabeça perdida, nem sempre o mar está de feição, e a faina é também uma arte.

Luís Oliveira disse...

[É cá uma dupla, pinto.]

LOL! Muito bom!

Luís Oliveira disse...

[E the man himself, um pressuposto inicial para a credibilidade do que se afirma]

O man himself gostava muito de uma bela posta, mas um dia era robalo, outro besugo. Por isso é que peixarias especializadas há poucas.

Sérgio Pinto disse...

luisinho,

As suas opiniões formatadas pelas opiniões/crenças de certos indivíduos sobre terceiros, embora não iluminem, são invariavelmente divertidas.

E ai do autor que se atreva a contrariar as ideias que algum iluminado tem sobre si próprio. Necessaria e obviamente, as opiniões dos iluminados é que contam.

ml disse...

Bem argumentado, caro ping-pong (esta posso, não posso?). O 'man himself' afinal também foi lido ao contrário, como o outro da mafia neo qualquer coisa.

E perante o tríptico exposto, fico a aguardar novo round de conhecimentos.
'1984', pode ser?

Luís Oliveira disse...

Pinto,

[As suas opiniões formatadas pelas opiniões/crenças]

Sabe a diferença entre opinar e citar?

O que eu fiz foi ir à pesca com o monolito. Quando ele saiu de uma zona eu fui lá ver o peixe que ficou por apanhar e encontrei muito bom peixe por sinal, mas claro, não era robalo.

O robalo tem outra qualidade. Até quando o man himself diz que gosta mais de besugo, há que ser condescendente; estava num dia mau. O que ele realmente queria dizer era que o besugo não presta (não é suficientemente revolucionário).

Só uma pergunta, à stran. Nunca se enjoam?

Luís Oliveira disse...

[O 'man himself' afinal também foi lido ao contrário]

Cuidado não se engasge, olhe que o besugo tem mais espinhas.

ml disse...

Sabe a diferença entre opinar e citar?

E assim, caro citador, com dípticos e trípticos vazios vão perfazendo 45 comentários, à 5dias, aquele blogue de morrrrrrrrreeeeeeeeer de inveja.

No left, no... Ok, não repito. Mas já sabe.

E o '1984'?

Luís Oliveira disse...

[E o '1984'?]

Somando 1 dá 1985. E somando 2 (1 + 1)?

Sérgio Pinto disse...

Sabe a diferença entre opinar e citar?

E a diferença entre pescar e ler, ou citar terceiros e citar o próprio, conhece? (nem digo interpretar ou algo que envolva maior grau de exigência, um passo de cada vez).

E enjoos, luisinho? Impossível, você e o seu colega lembram-se sempre de uma parvoíce nova, quase conseguindo que a anterior parecesse desculpável.

ml disse...

O que ele realmente queria dizer era que o besugo não presta .

Ah, mas esta tinha-me escapado. O meu mau hábito de ler os melhores autores ao correr da pena.

Não é a teoria do Rodrik? Finge que denigre para que ninguém desconfie que está a denegrir. Ou assim.

E agora isto inspirou-me para citar poesia, sei lá.

O poeta é um fingidor
Que finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente

ml disse...

50.
Digo eu.

Luís Oliveira disse...

[citar o próprio, conhece?]

Não basta, Pinto. É também preciso perceber quando o autor está a querer dizer o contário daquilo que efectivamente está a dizer.

Para isso é necessário recorrer às capacidades interpretativas do Monolito II (o do espaço virtual, o Monolito I é o do espaço sideral).

Só assim se alcança a Coerência. Os primitivos chamavam-lhe a Unidade.

Luís Oliveira disse...

[50.
Digo eu.]

Está a ver como o ajudei? 1 + 1 + 1 + 1 + ...

Luís Oliveira disse...

Errata:

Onde se lê 'autor' leia-se 'the man himself'.

Sérgio Pinto disse...

É também preciso perceber quando o autor está a querer dizer o contário daquilo que efectivamente está a dizer.

Aprecio profundamente essa sua telepatia por conveniência. Método infalível para manter uma visão em túnel e a ideologia completamente blindada. Deve ser de ler o Shleifer...

ml disse...

Vá lá, ping-pong, não pode estar assim tão dorido.

É também preciso perceber quando o autor está a querer dizer o contário daquilo que efectivamente está a dizer.

A teoria da conspiração íntima? O eu desconfia do eu?

Very clever, ping. As always.

Anónimo disse...

Nuke Afghanistan! Seems to be the only way of end both the Taliban and the Drug business...