Neste momento crucial que atravessa a Europa,
e por tabela Portugal, achamos por bem (eu e o assíduo leitor do Fiel Inimigo
Go_dot) traduzir um artigo em conjunto de Dirk-Jan van Baar publicado em 2 de Dezembro no blog holandês De Dagelijkse Standaard (que
significa A Norma Diária). Também traduzimos alguns comentários ao artigo de
vários leitores (os mais engraçados na nossa opinião).
Na tradução para
português passaremos seguidamente a referirmo-nos ao autor do texto principal
por Dirk-Jan e ao blog por DDS. Note-se que nem eu nem Go_dot estamos inteiramente de acordo com o
conteúdo, mas também não discordamos plenamente. A ideia é que mais gente dê a
sua opinião, de preferência sem insultos nem ataques pessoais, e que luz se
faça para que todos nós aprendamos qualquer coisa acerca deste imbróglio.
O euro nada tem de socialista.
Para meu espanto, encontro frequentemente
neste blog artigos e comentários onde se afirma categoricamente que o Euro é um
projecto socialista [refere-se naturalmente ao blog DDS, mas no Fiel Inimigo
existe a mesma tendência, trad.]. O que é absolutamente falso.
É verdade que
com um pouco de fantasia podemos ver na abordagem do Projecto Europa, passo a
passo, planificada, algo parecido ao que existiu outrora na União-Soviética.
Mas uma coisa que lá nunca existiu foi o conceito de ‘mercado livre’, enquanto
que na integração europeia - apesar de ter sido também uma reconciliação
histórica entre os inimigos figadais França e Alemanha – tudo gira à volta da
criação de um Mercado Comum (livre). Ver nisto socialismo, é o mesmo que ver em
Alan Greenspan um socialista dogmático (apesar de ter havido muito boa gente
que viu na sua política extremamente liberal de ‘dinheiro barato’ o poder
coercivo do Estado).
No mundo soviético estas greves nunca ocorriam
A situação torna-se ainda mais caricata quando
dizem que as economias dos difamados países do sul da Europa foram corroídas
por uma política socialista esbanjadora e por sindicatos com demasiado poder,
enquanto que as economias do norte da Europa são elogiadas pela sua disciplina
e pelo empenho da sua população. Os factos contam outra história.
É verdade que
os países do sul da Europa são um pouco menos eficientes que os do norte, e em
geral padecem de demasiada burocracia. Mas isso tem mais a ver com um sistema
de patronagem, onde se garante emprego aos amigos e à família em vez de se
preocuparem com produção e eficácia. O Estado Providência, à excepção da França, não existe nos países do sul da
Europa. Os sindicatos são talvez poderosos, mas só servem para paralisar a vida
e o sector público. No socialismo do mundo soviético estas greves nunca
ocorriam (os sindicalistas mais rebeldes seriam imediatamente presos) e, dando
de barato que em França e Itália o comunismo tenha ainda algum poder, só serve
como forma de protesto.
Além disso, os governos são frequentemente
conservadores, apesar de também já estarem dispostos a redimir conflitos à
custa da previdência social. Poderíamos dizer que o sul da Europa é
corporativista, mas este tipo de corporativismo é mais de direita e conservador
do que de esquerda e progressista. E a União Europeia, com o seu mercado livre,
existe precisamente para quebrar o poder, através de Bruxelas, de grupos de
influência conservadora.
Até os Sandinistas da Nicarágua dizem ambicionar o modelo
Sueco
De salientar também
que o desacreditado estado providência se encontra quase exclusivamente no norte da Europa. E são justamente os
países escandinavos quem opta por manter uma distância prudente em relação à UE.
A Noruega não faz parte da UE; a Suécia não participa no euro; a Dinamarca
também não participa mas indexou a sua moeda pelo euro. Só a distante
Finlândia (que previamente estava fortemente orientada para a
economia soviética) está inteiramente activa na área do euro.
É bem possível
que o sul da Europa esteja também interessado no tão cobiçado e cantado modelo
Sueco – que até os Sandinistas da Nicarágua dizem ambicionar –, que é agora
considerado pelos próprios suecos como uma fase ultrapassada. Mas os Suecos
colaboram na UE porque a UE é o
seu mercado principal. Basicamente por considerações capitalistas (económicas).
Se a União Europeia fosse socialista, seguramente que a Suécia procuraria
salvação fora da União Europeia.
Euro é uma conspiração capitalista contra o Estado Providência
Mas importante é assinalar como é que os
próprios socialistas reagem em relação ao Projecto Europa e ao Euro. Ora, para
eles trata-se de um projecto ‘neo-liberal’. Até mesmo na Holanda os
eurocépticos do Partido Socialista [entre o Bloco de Esquerda e o PCP, trad.]
sempre viram a UE desta maneira, e sempre se opuseram à introdução do euro.
Viam precisamente no euro uma conspiração capitalista contra o Estado
Providência [também a visão de Marine Le Pen em França, trad.]. Uma visão conspiratória, mas que de
qualquer forma sempre foi difundida de forma consistente. Se os próprios
socialistas acham que o euro não é uma coisa socialista, mas anti-socialista, é
estranho que muita malta de direita aqui no DDS julgue saber melhor e afirma
que o euro é socialista!
Ou será que esta gente acha que isto se trata de uma
‘falsa consciência’? Mas se é este o caso, este pensamento é directamente
derivado do marxismo, e esta gente não se dá conta de quanto eles próprios são
socialistas ao defender o retorno ao estado-nação e às respectivas moedas
nacionais contra os papões de Wall Street e Bruxelas sob o comando do
estrangeiro.
Mercado Comum Europeu: um projecto capitalista revanchista
Para terminar só isto: não espero de maneira
nenhuma ter a aprovação geral para esta contribuição, palmas de carneirada e de
militantes era um fenómeno típico dos países do ‘socialismo verdadeiro’. Já
George Orwell explicava no seu livro 1984, que num mundo deste tipo todos os
conceitos com que estamos familiarizados são virados ao avesso.
E quem não
acredita poderá talvez dar uma vista d’olhos num velho exemplar da Pravda ou do
De Waarheid [o Avante holandês que deixou de existir em 1990, trad.]. Também
nestes dois jornais o Mercado Comum Europeu era definido como um projecto capitalista
revanchista – porque comandado pelos fascistas alemães. Creio que não me é
possível apresentar a coisa de
forma mais agradável e convincente…
COMENTÁRIOS
Criminoso-da-net-esquerdista a 2 de Dezembro às 20:57
É muito possível que seja um reflexo dizer que tudo que
corre mal é de esquerda ou socialista. Assim como os esquerdistas afirmam que
tudo que é mau é de direita, extrema-direita ou liberal. Mas na realidade a
coisa é bem mais simples: tudo que é planeado e depois imposto à força é de
esquerda.
Fay
a 2 Dezembro às 21:11
A compulsão centralizadora do Parlamento Europeu é comparável
com a da União Soviética. Quando a politica monetária centralista não funciona,
não tiram a conclusão lógica de descentralizar a politica monetária, não, acham
que centralizar ainda mais a politica fiscal e económica é que é o caminho.
O nosso sistema monetário é de facto socialista, ou seja,
socialista para os bancos bem entendido. O dinheiro, como principal meio de
produção, não está mais sujeito as leis do mercado, mas aos interesses do
cartel bancário. Na verdade, nem sequer vivemos num sistema de dinheiro, mas
num sistema de crédito.
Capitalismo não é seguramente. Porque o sector financeiro é
tratado de forma preferencial, quando a lei deve ser igual para todos. De facto
não será socialismo, mas sim fascismo. Seja o que for, não é seguramente um
sistema de mercado livre, mas um sistema de privilégios para os bancos
privados.
O Neo-feudalismo 2.0 está para sair.
Quanto à acusação dos socialistas do SP [partido entre o BE
e o PCP, trad.] do euro ser um projecto neo-liberal, quero dizer o seguinte:
Há socialistas nacionalistas, como o SP, que lutam pelo
socialismo no seu próprio país, mas há também trotskistas supra-nacionalistas
mais orientados para o socialismo à escala mundial. Que usam a União Europeia
como veículo. De resto, nos últimos duzentos anos passamos por inúmeras formas
e tipos de socialismo.
O estado aprendeu com as derrotas socialistas que não é
possível realizar o “socialismo”
sozinho. Experimenta agora de parceria com o ‘big business’.
A essência do argumento contra as politicas sociais, é que a
intervenção do Estado distorce o funcionamento do mercado. Isto não tem nada a
ver com politicas sociais, mas com a maneira como o estado morde a mão de quem
lhe dá de comer.
Corporativismo é mau, mesmo muito mau. Levou à exploração
dos trabalhadores durante a revolução industrial. Mas o socialismo é ainda
pior. Onde as corporações se ocupavam a produzir de graça, ocupam-se os
socialistas a consumir de graça. É a diferença entre a formiga e o gafanhoto.
Como já foi dito anteriormente, o socialismo só é bom se a
igualdade significar uma situação melhor para todos. Mas com o alargamento das
fronteiras europeias a situação vai piorar, e não creio que seja essa a
intenção…
Guilherme Povinho a 3 de Dezembro às 02:38
Já não tem mais importância que rótulo colocar ao Euro. É um
tremendo fracasso e temos que abandonar a coisa o mais depressa possível. Mas
infelizmente o Dirk-Jan não partilha esta opinião.
Thomas Jefferson a 3 de Dezembro às 10:04
Como Friedrich Hayek constatou, na sociedade actual não se
coloca a questão se uma pessoa é de esquerda ou de direita. Só a questão até
que ponto a pessoa é de esquerda. O ser-de-direita é um conceito quase extinto
e apenas defendido por meia dúzia de moicanos. (…) Se o Euro é ou não um
projecto socialista não sei. Sei que a maioria dos políticos são de esquerda e
a união monetária foi uma decisão política.
Em criança deram-me uma nota de 1000 liras e eu pensei que
era muito dinheiro, até ao momento em que me disseram que não valia mais do que
dois ou três florins. Se deixarmos os países do sul da Europa determinar a
política monetária, vai chegar o momento em que vamos também ter que pagar 1000
euros para beber uma cerveja.
Tipo a 3 de Dezembro às 12:32
O Euro é dinheiro do jogo do Monopólio: não tem qualquer
valor, a não ser que entremos no jogo. E também não é outra coisa que uma mal
gerida moeda nacional.
15 comentários:
Caro CdR
Bem interessante o conteúdo do post assim como os comentários.
O autor acha que a UE não pode ser confundida com a URSS. Na verdade, pode, a menos que se pretenda que para a UE ser uma espécie de URSS seja necessário que exista um GULAG.
O projecto político da U.E. tem característica sovietizantes porque os Estados não têm verdadeira soberania; no caso soviético, os territórios não russos limitaram-se a transitar do império para a União, o que até incluiu o reconhecimento acrescido da identidade diferenciada de cada um. No entanto, no caso da U.E., os países membros transitaram de Estados soberanos para Estados submetidos com a tentativa de esbatimento da identidade de cada estado e com a obrigação de incorporaram na legislação interna regulamentos e normas que nunca foram propostas, muito menos aprovadas, pelos representantes de cada Estado. Neste domínio, qualquer Estado membro da UE é atualmente menos soberano dos que os Estados dos EUA.
O projecto político da U.E. tem característica sovietizantes porque o controlo de informação e a propaganda sobre a virtudes da “união” é asfixiante. No caso da URSS, era uma questão de controlo pelo medo. No caso da U.E. é uma questão controlo pelo dinheiro. Assim, (1) as linhas editoriais de órgãos de comunicação social são compradas com espaços de propaganda alocados pela UE nos canais das principais televisões e rádios e (2) os jornalistas alinhados com o eurocentrismo têm estadas junto dos órgãos de soberania da UE financiadas pela UE.
O projecto político da U.E. tem característica sovietizantes porque a gestão dos recursos económicos de cada Estado foi cedida a uma entidade de planeamento central que planeia e decide quem usa o quê, que planeia que produções vão ser subsidiadas.
Quanto ao euro, afinal o tema central do post. Aqui a questão começa num lado mas acaba noutro.
O ponto de partida é este: a moeda única é uma das componentes fundamentais do aprofundamento do projeto político da UE. Sem moeda única, o projeto político europeu não pode prosseguir, e o fim da moeda única, ou a saída de alguns seus participantes, representa um ponto final factual no projeto imperial. Daí o desespero dos políticos euro-centristas em não deixar cair o euro, por mais irracional que seja mantê-lo.
O ponto de chegada é este: a diferença de estrutura económica entre os Estados membros da UE é muito grande, tão grande que as conveniências de política monetária de uns são o oposto das conveniências de política monetária de outros. Assim, a Alemanha, um país com uma indústria tecnologicamente muito avançada e sem competidores à altura, tem interesse em manter uma moeda forte porque lhe permite maiores ganhos com as exportações e pagar menos pelas importações.
Pelo contrário, países como Portugal ou a Grécia, têm conveniência em manter uma moeda fraca porque isso lhes permite (1) ser mais competitivos nas exportações, (2) tornar economicamente viável produzir internamente para substituir importações o que, adicionalmente, representa uma redução da melhoria da balança de pagamento pela diminuição de importações e (3) tranformarem-se em economias atratoras a investimentos externos.
Isto faz do euro uma moeda socialista (como é questionado no conteúdo do post)? Faz, no sentido em que o euro é uma imposição política economicamente irracional, prejudicial à sociedade, e as imposições políticas economicamente irracionais e prejucidiais são uma caraterística de todos os socialismos.
Fica ainda a questão referida pelo autor de ser a direita europeísta que lidera o processo de integração, desde logo no que respeita à moeda única. Esta é uma parte pequena da verdade. Os partidos socialistas europeus são todos grandes defensores da moeda única. Portanto, os opositores da esquerda estão na esquerda da esquerda (e nem todos) e os do grupo europeu Freedom and Democracy (onde se inclui o UKIP), que não são de esquerda. O comentário do Karl Kant responde ainda melhor a esta questão.
Recolocada a parte da verdade em falta da verdade, permanece ainda uma inadequação da tradicional lógica esquerda-direita para analisar esta questão. E aqui entra a citação do Hayek do comentador Thomas Jefferson - preciosa para este e outros casos.
“O projecto político da U.E. tem característica sovietizantes porque os Estados não têm verdadeira soberania;”
Ao contrario, federalistas, e com mercado livre,ai também não há verdadeira soberania, o problema foi não apanhar o touro pelos cornos e dizer: o caminho é o federalismo. E anda-se no meio caminho entre federalismo, confederalismo união etc. Foi-se com pequenos passos evitando sempre chamar as pessoas a pronucniar-se pois isso em verdadeiros estados nações como é a historia da europa era o fim. Viu-se sempre que houve referendos e o que povo dizia, era preciso repetir a dose ate vir o sim. O peso dos estados naçoes na europa conta muito., por isso tem se ido por mecanismos formais para com o tempo criar situaçoes consumadas.
"O ponto de partida é este: a moeda única é uma das componentes fundamentais do aprofundamento do projeto político da UE"
Pois não, é uma das caracteristicas federalistas mas sem criaR as estruturas de apoio para isso, e por isso sem aprofundamento politico deixar que alguns paises façam isso como alemanha e frança, quando devia haver um banco central com as caracteristicas federalistas e poderes de acção correspondentes, por exemplo.
Paulo Porto: :“UE pode ser confundida com a URSS, a menos que se pretenda que para a UE ser uma espécie de URSS seja necessário que exista um GULAG.”
Esta diferença é essencial….
Paulo Porto: :“O projecto político da U.E. tem característica sovietizantes porque os Estados não têm verdadeira soberania”.”
É verdade que perderam alguma soberania, como você diz “,,,,obrigação de incorporaram na legislação interna regulamentos e normas que nunca foram propostas….”. As normas foram propostas (talvez de maneira que ninguém percebeu, ou então, não foram devidamente explicadas) e foram aceites por uns e rejeitadas por outros – nada de anormal em democracia.
Além disso, não se pode ter tudo: pedir mais dinheiro emprestado do que aquele que podemos produzir, nem desvalorizar o euro por iniciativa própria. Aqui também não vejo nada de estranho! O mais grave na minha opinião foi acabarem com a matança do porco nas aldeias portuguesas – essa está-me atravessada e não compreendo como ainda não houve uma revolta…
Mas imaginemos que Portugal (sob a pressão das massas, ler PCP e BE) queira mais soberania em relação a Bruxelas, não creio que isso vá fazer com que os tanques franceses ou alemães ocupem Lisboa na Primavera… Outra diferença essencial.
Paulo Porto: :“os territórios não russos limitaram-se a transitar do império para a União, o que até incluiu o reconhecimento acrescido da identidade diferenciada de cada um.”
Reconhecimento acrescido? As criancinhas do bloco soviético, de Dresden até Novosibirsk foram obrigadas a aprender russo (e marxismo-leninismo), em detrimento do inglês, que agora bem falta faz a esta geração! Entretanto, no nosso lado da cortina, o alemão e o francês quase que desapareceu das escolas…
Paulo Porto: ”No caso da URSS, era uma questão de controlo pelo medo. No caso da U.E. é uma questão controlo pelo dinheiro..”
Mais uma diferença essencial. Para o primeiro caso a única solução era a resistência, com o risco de se ser fuzilado ou passar uns aninhos no Gulag ou nalguma Psykucha. No segundo caso a solução é menos drástica, é uma questão de saber fazer contas, como diz Medina Carreira.
Paulo Porto: ”….espaços de propaganda alocados pela UE nos canais das principais televisões e rádios…”
Tem razão. Os eurocépticos têm muito menos tempo de antena que os outros, mas também é verdade que vejo de vez em quando na TV-Holandesa (que é bastante de esquerda pro-europa) economistas do contra a explicar que o euro é um fracasso, e ainda não foram presos…
Paulo Porto: :“Sem moeda única, o projeto político europeu não pode prosseguir”
Será!? Geograficamente a coisa não se altera, mas económica e financeiramente não sei que responder-lhe. Mas ouço de vez em quando, nada de oficial, gente a falar no Neuro (euro para o norte) e Zeuro (euro para o sul)…
Paulo Porto: :“ Daí o desespero dos políticos euro-centristas em não deixar cair o euro, por mais irracional que seja mantê-lo.”
Os economistas dizem que deixar cair o Euro é uma grande perda de capital. Fala-se em 10 a 20% do PIB para os países ricos, podendo atingir 60% para os menos ricos. É muito provável que estas percentagens – apenas estimativas – sejam bem mais baixas para os eurocépticos, que dizem que ficar com o euro ainda vai custar mais…
Paulo Porto: ”… a diferença de estrutura económica entre os Estados membros da UE é muito grande, tão grande que as conveniências de política monetária de uns são o oposto das conveniências de política monetária de outros..”
Absolutamente. Nisto estou mais de acordo consigo do que com o autor do texto, que vê, a meu ver mal, a origem da pouca eficiência dos países do sul apenas na burocracia e no sistema de patronagem. Em relação a isto o outro autor holandês, que escreveu o artigo sobre Valverde del Camino (que eu postei a 27 de nov), é bem mais preciso e descreve melhor a situação local.
Paulo Porto: ” a Alemanha, (…) tem interesse em manter uma moeda forte porque lhe permite maiores ganhos com as exportações e pagar menos pelas importações.”
A Alemanha não é o único país com este tipo de interesse. Por outro lado, ouço-os às vezes queixarem-se de que um Euro muito valorizado é mau para vender BMW, Mercedes e televisões Philips…
Paulo Porto: ”….as imposições políticas economicamente irracionais e prejucidiais são uma caraterística de todos os socialismos..”
Pois é, por isso é que os políticos europeus têm cada vez mais dificuldade em vender ‘socialismo-de-bruxelas’.
Paulo Porto: ”Os partidos socialistas europeus são todos grandes defensores da moeda única.”
Sim, todos os partidos social-democratas. Mas não só, também os liberais e a democracia-cristã.
@CdR
A UE é um emaranhado opaco com profundos traços anti-democráticos. É um projeto político de dominação em que a Alemanha, França e Benelux são a casa e o resto é o quintal. A UE é um paraíso para políticos e burocratas, logo, um purgatório para todos os outros.
Quando a máquina implodir, Portugal vai estar mais pobre do que quando entrou. Qt mais tarde implodir, pior estaremos.
" As criancinhas do bloco soviético, de Dresden até Novosibirsk foram obrigadas a aprender russo (e marxismo-leninismo)"
Com esta vc enganou-me. Imaginei logo que Novosirisk ficasse para lá de Vladivostok, assim com o Alaska à vista em dias de sol, mas nada, fica bem no centro da Ásia.
(Quando a máquina implodir.)
Ora ora, quando isso vai acontecer? O problema é que não vai nem pode implodir, sem explodir . O euro é uma criação dos estados mais fortes senão ja tinha implodido se alguma vez fosse criado pelos estados mais fracos. A moeda mais forte do mundo, supera o dolar, embora não seja a moeda comercial internacional, uma moeda que nenhum apostador negligencia, caso contrario não valia o que vale. O problema é outro e como diz o cavaco vamos ter euro ate daqui a 20 anos, eu diria mais ate daqui a muitos anos mais.
(O peso dos estados naçoes na europa conta muito., por isso tem se ido por mecanismos formais para com o tempo criar situaçoes consumadas.)
É verdade, de uma união economica passou-se a politica sempre alargando o perimetro de forma a coincidir com a geografia do continente.
O problema da falta de democraticidade, é que não se pode perguntar isto a estados com séculos de historia nacionalistas. As pessoas não aceitam adbicar disso a favor de um centro, um federalismo, e vêem nisso falta de democarticidade e logo vem a memoria os sovietes.
A historia é diferente, as federaçoes quase todas foram feitas depois de revoltas guerras etc, a europa tentou pela via da paz e da diplomacia depois da ultima guerra e como meio de por fim as constantes guerras que abalavam o continente permanentemente. Mas vão la explicar isto a mentes simples, estas votavam sempre não, outros votavam não pelos nacionalismos.
Esta europa não é a sovietização, mas pretende acabar com guerras e ditaduras no seu seio, viu-se o caso recente da austria de hayder por exemplo. Esta europa faz mal aos extremistas e nacionalistas e ainda bem.
Paulo Porto: ”A UE é um emaranhado opaco com profundos traços anti-democráticos.”
Sim, e acho que devemos agir contra e sempre que possível publicar as diatribes de Nigel Farare e Pat Condell, contudo, por enquanto, não conheço outras democracias mais democráticas.
Paulo Porto: ”... Imaginei logo que Novosirisk ficasse para lá de Vladivostok..”
É que Novosibirsk, a mim, soa-me ainda mais longe que cona-maín (como se costuma dizer no Porto).
Afonso Carlos Alberto Mendes: ” O euro é uma criação dos estados mais fortes senão ja tinha implodido se alguma vez fosse criado pelos estados mais fracos.”
Você cria a sua própria conjectura, para logo a seguir a poder atacar e partir aos bocadinhos! Isto não é comentar, isto deve ser terapia... Mas pronto, cada um com a sua!
Meu caro, o meu nome é:
Carlos Alberto Mendes.
Se voce tem outros problemas escapam-me. por isso repito o meu nome:
Carlos Alberto Mendes.
Por ultimo, nenhum comentário meu foi dirigido a si, por isso por boa educação devia manter as distâncias e não transpor a porta.
Passar bem.
Ó Carlos caiste aqui de para quedas?
Lê alguns posts desta personagem mais abaixo e talvez percebas o porque do Afonso.
Cumprimentos.
Nova lista:
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Ah! então é isso.
Realmente o Afonso.
;)
Cumprimentos
Carlos! ja conhecias o cão pisteiro cá do blogue?
O rafeiro esta com o faro estragado, vê perdizes em todo o lado, já é tudo igual.
:))
Tchau.
Bestial!
cumprimentos
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